nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Descrição taxonômica e importância ecológica
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
Informações sobre descrição taxonômica e importância ecológica de 337 espécies de flora brasileira da região sul e da região centro - oeste obtidas dos livros "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul" e "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste" publicados em 2011 e 2016 respectivamente. Esses livros são uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com universidades e centros de pesquisa. A Iniciativa Plantas para o futuro visa fundamentalmente a identificação de espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Disponíveis no link: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/54-agrobiodiversidade.html?download=1426:espécies-nativas-da-flora-brasileira-de-valor-econômico-atual-ou-potencial-–-plantas-para-o-futuro-–-região-centro-oeste https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_ebooks/regiao_sul/Regiao_Sul.pdf
Data de submissão
2019-11-14
Última atualização
2020-01-21
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Not provided
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1573761007410
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Dyckia manier-lapostollei
Dyckia manier-lapostollei
 
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Stipa setigera
Stipa setigera
 
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Actinocephalus bongardii
Actinocephalus bongardii (A.St.-Hil.) Sano
Chuveirinho
 
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Axonopus jesuiticus
Axonopus jesuiticus (Araújo) Valls
 
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Gynerium sagittatum
Gynerium sagittatum (Aubl.) P.Beauv.
Canabrava
 
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Stylosanthes guianensis
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
 
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Sorocea bonplandii
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al.
Soroco
 
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Ananas ananassoides
Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm.
 
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Acrocomia hassleri
Acrocomia hassleri (Barb.Rodr.) W.J.Hahn
 
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Ornithopus micranthus
Ornithopus micranthus (Benth.) Arechav.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Descricão taxonômica Importância ecológica Fonte das informações
Dyckia manier-lapostollei
(unmatched - try Google, Ocorrências)
<em>D. manier-lapostollei </em>destaca-se especialmente pela beleza de sua folhagem, composta em média de 12 folhas, de bases largas, formando uma roseta, mas não acumuladora de água. São suculentas, densamente dispostas, atingindo no máximo, 17cm de altura no está- gio vegetativo. Suas folhas são densamente escamadas, cinza-prateadas, metálicas e ornadas com espinhos densos e claros, com as folhas mais velhas retorcidas, sendo que a planta pode atingir em média, 57cm de altura no período reprodutivo (Carneiro, 2002). Segundo a descrição de Rauh (1985), a inflorescência alcança 55cm de comprimento, com as flores vermelho-alaranjadas brilhantes, dispostas alternadas no escapo floral.
D. marnier-lapostollei é espécie pouco frequente (6,25%) e com uma maior densidade relativa (10,93%), indicando que são encontradas em grandes populações revelando certo endemismo. Isto é bastante preocupante, principalmente, pela continuada expansão da agricultura e da pecuária nos solos dos cerrados goianos, que pode contribuir para a extinção desta espécie na região. Para o cultivo a planta prefere como substrato solos enriquecidos com húmus, regas mais frequentes no verão e menos água no inverno. Tolera temperaturas mais baixas, mas desenvolve-se melhor em locais mais quentes. A espécie não ocupa muito espaço e pode ser cultivada isolada, ou na companhia de alguns tipos de cactos (Braun; Pereira, 2005). As plantas de D. marnier-lapostollei podem ser encontradas, na natureza, floridas no mês de março, enquanto que as cultivadas em estufa iniciam a floração no mês de janeiro.
Carneiro, M. F.; Pereira, E. E.; Sibov, S. T. <em>Dyckia marnier-lapostollei</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 979-983.
Stipa setigera
(unmatched - try Google, Ocorrências)
Planta cespitosa, ereta, de 0,5 a 1,5m de altura; colmos glabros; prefoliação convoluta. Bainhas e lâminas foliares glabras a densamente pilosas; lâminas lineares glabras a densamente pilosas, de 8-50cm x 0,1-0,5cm; lígula membranosa 0,5-2,0mm de comprimento. Panícula laxa de 9-40cm de comprimento; espigueta uniflora, glumas cobrem totalmente o antécio; gluma inferior 13-20mm de comprimento; gluma superior 11-18mm de comprimento; lema rígido cilíndrico, de 6-11mm, papiloso em toda a superfície, com pelos sobre a metade inferior da nervura principal; coroa 0,4-1,0mm de comprimento, separada do corpo do lema por uma forte constrição basal; calo 2,0-4,5mm de comprimento, agudo, pungente; arista simples, de 4 a 12 mm de comprimento, bigeniculada, coluna em geral maior que a súbula; pálea 1-2mm de comprimento.
Ciclo: Hibernal; Floração: de outubro a dezembro; Frutificação: de outubro a dezembro.
Boldrini, I. I.; Miotto, S. T. S.; Valls, J. F. M. <em>Stipa setigera</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 352-354.
Actinocephalus bongardii Actinocephalus bongardii (A.St.-Hil.) Sano Chuveirinho
Planta de porte arbustivo, pouco ramificada, com altura entre 1,5 a 2,0 metros (Bongardii, 2011a). Rizoma ausente. Roseta de folhas ausente nos indivíduos em estádio reprodutivo; após o desenvolvimento do eixo, as folhas são espiraladas, com dimensões variando entre 17,0-31,5 x 1,2-2,5cm, decíduas, margens planas, ciliadas, ápices agudos. Eixo central alongado com 0,5 a 2,0 metros de altura; brácteas foliáceas, espiraladas, eretas, congestas, marcescentes. Paracládios com 14-50cm de comprimento, eretos; brácteas eretas a adpressas, lanceoladas, subuladas, ápices agudos. Escapos em arranjo esférico, mas o arranjo pode apresentar diversidade de formas. Os escapos medem entre 6 e 13cm comprimento, glabros, raramente pubérulos. Capítulos com 2 a 6mm de diâmetro, globosos, alvos. Brácteas involucrais obovais a elípticas, côncavas, 1,8mm de comprimento, castanhas, ápices obtusos, ciliados. Brácteas florais estreitamente elípticas, côncavas, 1,8mm comprimento, castanho-claras, ápices obtusos, densamente pilosos. Flores estaminadas, medindo 2mm comprimento; pedicelo 0,5mm comprimento; sépalas oblanceoladas, côncavas, 1,6mm comprimento, castanho-claras, ápices obtusos, densamente pilosos; folhas sésseis, alternas, sobrepostas, miúdas, coriáceas (Sano et al., 2010).Quanto aos aspectos anatômicos, Oriani et al., 2005 e Scatena et al. 2005 descrevem que as folhas e brácteas são semelhantes entre si e apresentam epiderme unisseriada, com células alongadas no sentido longitudinal; estômatos na face abaxial, com câmaras subestomáticas; parênquima clorofiliano frouxo; feixes vasculares colaterais envolvidos por bainha dupla e extensão de bainha dos feixes constituída por células parenquimáticas alongadas. Os escapos apresentam epiderme unisseriada; câmaras subestomáticas; parênquima clorofiliano frouxo; endoderme descontínua; periciclo sinuoso e feixes vasculares colaterais. As raízes apresentam epiderme unisseriada, com pelos radiculares em grupos ou isolados; córtex com células isodiamétricas, com exceção daquelas localizadas mais internamente, que são menores e apresentam paredes espessadas; endoderme unisseriada, com células de paredes pouco ou totalmente espessadas, alongadas no sentido radial; periciclo formado por uma camada de células de paredes finas ou espessadas e cilindro vascular com elementos do metaxilema ocupando a posição central. A presença de córtex constituído por células isodiamétricas, sem aerênquima; epiderme e parênquima cortical com protuberâncias intracelulares associadas com fungos.
A floração e frutificação ocorre nos meses de maio a julho (Pirenópolis, 2013). As sementes, em geral, são muito pequenas e dispersas pelo vento. É uma planta de fácil manutenção, devendo ser cultivada sob sol pleno, em substrato bem drenado. Como substrato pode ser utilizada uma mistura composta por areia + esterco + terra, na proporção de 3:1:1, respectivamente. Após o estabelecimento das plantas em local definitivo, recomenda-se manter o ambiente sempre úmido, com regas diárias (Bongardii, 2011b). A espécie tem se mostrado um componente importante para a restauração de campos rupestres degradados no Cerrado, uma vez que produz boa quantidade de serapilheira e sendo pouco espessa, facilita a colonização por novas espécies (Le Stradic et al., 2013).
Miotto, S. T. S. <em>Actinocephalus bongardii</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 906-911.
Axonopus jesuiticus Axonopus jesuiticus (Araújo) Valls
Planta perene, estolonífera, 20-40cm; nós glabros ou pubescentes; prefoliação convoluta, lateralmente comprimida. Bainhas foliares glabras; lâminas lineares 7-29 x 0,5-0,6cm, ápice subagudo, conduplicadas, glabras nas duas faces; lígula membranoso-ciliada 0,2-0,3mm. Inflorescência com 3-5 ramos de 5-9,5cm, subdigitados, eretos, com inflorescências axilares no colmo florífero; ráquis glabra. Espiguetas de 1,9-2,2mm x 0,7-0,8mm, gluma superior e lema inferior de comprimento subigual ao antécio superior, 2-4 nervados, nervuras pouco evidentes, nervura central ausente, obtusos, glabros ou curtamente pilosos sobre as nervuras; antécio superior 1,6-1,8mm, obtuso a subagudo, esverdeado na maturação, subcoriáceo, papiloso, glabro. Anteras roxas.
Por ser estolonífera, cobre bem o solo e forma grandes manchas. Pelo fato de ser produtiva e de qualidade razoável, esta espécie foi multiplicada e cultivada no vale do rio Uruguai e no planalto do Estado (Araújo, 1971), onde é frequente.
Boldrini, I.I. <em>Axonopus jesuiticus</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 301-302.
Gynerium sagittatum Gynerium sagittatum (Aubl.) P.Beauv. Canabrava
A cana-brava é uma planta cespitosa, formando densas touceiras, que podem chegar até dez metros de altura. Os colmos geralmente chegam a 5-6m de altura e 2-3cm de diâmetro. Na Bacia Oeste Amazônica, Kalliola et al. (1992) encontraram plantas de cinco a quatorze metros de altura. Os colmos surgem de rizomas subterrâneos que também produzem raízes laterais fracas e flexíveis, com aproximadamente 1mm ou menos de diâmetro. Os colmos são cobertos pelas bainhas imbricadas e persistentes; estes não são ramificados exceto no ápice (topo), onde surgem folhas em leque. As folhas velhas caem e ficam próximas da planta, e um novo grupo de folhas em forma de leque se forma no ápice. A lâmina das folhas tem de um a dois metros de comprimento e possui as margens serrilhadas. A cana-brava é uma planta dioica com panículas terminais plumosas, de cor branco-acinzentada e são grandes com até 2m de comprimento. As inflorescências masculinas e femininas têm aparência similar, porém as plantas pistiladas são ligeiramente emplumadas, isso porque as lemas são felpudas. As glumas masculinas são lanceoladas, agudas, com 3 a 4mm de comprimento e as glumas femininas são compridas e atenuadas, com 8 a 9mm de comprimento. Os frutos são marrons com mais ou menos 1mm de comprimento (Croat, 1978).
O crescimento da cana-brava é rápido. Mudas em viveiro alcançam 20, 30 e 50cm após um, dois e quatro meses, respectivamente (Kalliola et al., 1992). Colmos de plantas da Bacia Amazônica produzem cerca de 200 folhas durante o seu período de vida, possuindo de 19 a 28 folhas por vez. O “tipo grande” que se encontra no oeste da Região Amazônica varia em densidade de 0,6 a 2,6 perfilhos colmos/m^^2^^. Colmos não ramificados morrem após o florescimento. Se não controlada, a cana-brava invade lentamente terras planas de pastagem e elimina as plantas forrageiras. Roçadas periódicas são recomendadas para controlar o avanço das touceiras. A cana-brava resiste aos danos causados pela inundação e consegue brotar após ter sido coberta por sedimentos (Kalliola et al., 1992). Em alguns ambientes o florescimento ocorre durante o ano todo (Croat, 1978), em outros ambientes o florescimento ocorre próximo ao fim do período de seca (Kalliola, et al., 1992). As espécies são aparentemente polinizadas pelo vento (Pohl, 1983). Encontra-se cerca de 1,67 milhões de sementes/kg e estas germinam de 3 a 7 dias quando semeadas em temperaturas de 20 a 30ºC (Association of Official Seed Analysis, 2002). Quase todas as sementes do tipo “pequeno” da Bacia Amazônica germinam em três semanas, já as do tipo “grande” apresentam de 0 a 2% de germinação (Kalliola et al., 1992).
Ferreira, D.K.; Ruschel, A.R.; Moraes, L.K.A. <em>Gynerium sagittatum</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp.266-269.
Stylosanthes guianensis Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
Planta perene, considerando a espécie no sentido amplo, podendo-se afirmar que o hábito é muito variável, já que no nível das variedades, nota-se diferenças significativas, haja vista que o hábito varia de arbustivo a herbáceo e de ereto a prostrado, alcançando até 2 metros de altura em <em>S. guianensis </em>var. <em>guianensis</em>, e entre 20 a 50cm de altura na var. <em>microcephala</em>. A variedade <em>S. guianensis</em> var. <em>pauciflora</em> apresenta, na Serra do Cipó – MG, ecotipos de caules eretos, lenhosos, com haste única e outros de hábito prostrado, que é o mais comum. A pilosidade varia consideravelmente, sendo piloso-setoso-viscosa nas variedades. <em>guianensis<em> e <em>pauciflora<em> e glabra ou pubescente nas variedades <em>microcephala</em> e <em>canescens</em>. As folhas são trifolioladas. As estípulas apresentam bainha amplexicaule. Os folíolos são de elípticos a oblongos, agudos na base, agudos ou obtusos na extremidade e acuminados no ápice. As inflorescências são terminais ou axilares, de 8-30 flores, simples, formadas por uma só espiga, por vezes duas, em forma de taça na var. <em>microcephala</em>, ou múltiplas de duas ou mais no restante das variedades. As flores são amarelas; cálice com tubo filiforme longo, de 4-8mm de comprimento, campanuliforme, de glabro a pubescente. Lomento uniarticulado, subelipsoide, retículo pouco evidente, escuro, tegumento com uma textura suave e fina, única no gênero, Semente de coloração variando entre amarelo a marron ou a preta, elipsoide (Ferreira; Costa, 1979; Sousa- -Costa, 2006).
Costa, N.M.S.; Coradin, L. <em>Stylosanthes guianensis</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 561-571.
Sorocea bonplandii Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. Soroco
É uma pequena árvore perenifolia e lactescente, nativa da Mata Atlântica, especialmente abundante no subosque florestal da Floresta Estacional Decidual (Rambo, 1956; Klein, 1972; Dislich et al., 2001; Ruschel et al., 2006). Árvore de pequeno porte, atinge altura total em geral de 6 a 12 metros e diâmetro de 15 a 25cm (Klein, 1972; Lorenzi, 1998; Carvalho et al., 2000).As folhas são alternas, tipicamente serrilhadas terminadas com espinhos. Os frutos são de forma oval e quando maduros apresentam coloração vinho-roxo intensivo, contendo uma única semente.
Floresce de junho a dezembro e os frutos maduros que aparecem de outubro a dezembro (Lorenzi, 1998; Araujo, 2002; NYBG, 2006) são avidamente consumidos pela fauna (Nascimento et al., 2000). As tradicionais espinheiras-santas (Maytenus spp., Zollernia ilicifolia e Jodina rhombifolia) apresentam baixa densidade em sistemas florestais, especialmente J. rhombifolia que sempre está associada em agrupamentos com outras espécies. Desta forma, popularmente é reconhecido que a espécie não sobrevive de forma solitária.
Ruschel, A.R.; Nodari, R.O. <em>Sorocea bonplandii, Zollernia ilicifolia, Jodina rhombifolia</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 701-708.
Ananas ananassoides Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm.
As folhas são grandes, com um número médio de 25, tendo as plantas uma altura média de 54cm no estágio reprodutivo e de 62cm no estágio vegetativo; seu comprimento pode chegar a até 2 metros. As plantas apresentam variação de tamanho, com intervalo entre 34 e 75cm; o número médio de folhas varia entre 23 e 28. A coloração das folhas pode ser verde ou arroxeada, lâminas lineares, longas, estreitas, geralmente de largura inferior a 4cm, com espinhos ascendentes. O escapo floral ou pedúnculo é alongado, atingindo até 80 cm de altura, de cor verde, recoberto por uma lanugem branca, contrastando com as brácteas escapais de cor rosa, próximas às bainhas; delgado, diâmetro geralmente inferior a 15mm; brácteas escapulares largas, subfoliáceas. As inflorescências, de maneira geral, são pequenas, em torno de 2 a 3cm, podendo atingir até 7cm de comprimento, globosas a cilíndricas, formadas por infrutescências carnosas, rósea, composta por flores em tom violáceo, tendo no ápice uma coroa. Fruto com pouco desenvolvimento após a antese, globular a cilíndrico, tamanho de pequeno a médio, inferior a 15cm de comprimento, fixado a um pedúnculo longo e fino sinuoso, geralmente com muitas sementes, polpa branca, firme e fibrosa; roseta de brácteas foliáceas apical (coroa), relativamente bem desenvolvida na maturação.
A. ananassoides é considerada uma espécie alógama e pode ser hibridizada com diversas outras espécies do gênero Ananas, em condições naturais ou artificiais. As plantas floridas, na natureza, podem ser observadas no mês de julho. Esta espécie, principalmente por ser rústica, apresenta fácil cultivo, ampla adaptação em vários ambientes, uso imediato, resultando em grande potencial para a exploração sustentável por pequenos agricultores da Região do Cerrado. Os tratos culturais, tais como, preparo e correção do solo, plantio, adubação, tratamento fitossanitário, floração artificial e colheita, podem ser adaptados do abacaxi (Ananas comosus), tendo em vista a similaridade do cultivo de ambas espécies. Cunha et al. (1999) e Reinhardt et al. (2000), apresentam maiores detalhes do cultivo de abacaxi.
Carneiro, M. F.; Pereira, E. E.; Sibov, S. T.; Ferreira, F. R.; Fávero, A. P.; Cabral, J. R. S.; Souza, F. V. D. <em>Ananas ananassoides</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 912-919.
Acrocomia hassleri Acrocomia hassleri (Barb.Rodr.) W.J.Hahn
A palmeira macaúba possui tronco ereto do tipo “estipe”, geralmente cilíndrico, com diâmetro variando de acordo com a espécie e posição no estipe, podendo atingir até 20 metros em altura. Possui cicatrizes foliares anuais, distanciadas entre si em quase toda a extensão do tronco; o ápice é coroado por folhas alongadas, crespas e simuladas, com 2 a 5 metros de comprimento. As inflorescências, de coloração amarelada, são agrupadas em cachos pendentes com comprimentos variáveis, do tipo espádice. As flores são unissexuais e o conjunto é envolvido por uma grande bráctea denominada espata, cujo comprimento varia entre as espécies. Dentro da mesma espécie, o tamanho da espata e da inflorescência é influenciado por variações genéticas e ecofisiológicas por força das condições edafoclimáticas. Em uma mesma inflorescência são encontradas tanto flores femininas quanto masculinas. As femininas estão posicionadas na base das espiquetas e as masculinas na parte superior. Os frutos são esféricos ou ligeiramente achatados, em forma de drupa globosa. Quando maduro, a casca ou epicarpo do fruto é dura e quebradiça, com coloração variando com a espécie; a polpa ou mesocarpo é fibrosa e mucilaginosa, de sabor adocicado, comestível, rica em glicerídeos, de coloração amarela, esbranquiçada, ou laranja; o endocarpo é fortemente aderido à polpa fibrosa, com uma parede óssea enegrecida; a amêndoa ou caroço é oleaginosa, comestível, revestida de uma fina camada de tegumento; o sistema radicular é profundo e bastante desenvolvido.
O gado atua como o principal dispersor e contribui fortemente para manter a taxa recrutamento elevada, ao se alimentar da polpa dos frutos e regurgitando ou expelindo junto com as fezes os endocarpos contendo as amêndoas, ao mesmo tempo que contribuem com a semeadura enterrando os endocarpos pelo pisoteio. A polinização da espécie é realizada por besouros, sendo o vento um fator secundário de polinização. Os principais polinizadores são Andranthobius sp. (Curculionidae), Mystrops sp. (Nitidulidae) e Cyclocephala forsteri(Scarabaeidae). Segundo Scariot et al. (1991), o fato da macaúba ser propagada por insetos e pelo vento, aliado a um sistema reprodutivo flexível, uma vez que pode haver fecundação cruzada e autopolinização, sugere que a espécie pode ter sucesso na colonização de novas áreas. A quantidade de flores femininas em relação às masculinas e o tamanho das inflorescências é influenciada pelas condições edafoclimáticas durante o período da ontogênese e da diferenciação floral. Deficiências hídricas e nutricionais durante a fase fenológica, podem reduzir o tamanho da inflorescência e aumentar o número de flores masculinas. De acordo com Nucci (2007), a macaúba tem um sistema de reprodução misto e destaca que nos locais onde são encontrados os indivíduos de macaúba existem bancos de sementes importantes para o fluxo gênico temporal. A autora constatou que em locais onde as populações estão muito fragmentadas e isoladas, ocorre maior taxa de endogamia confirmando que a planta é monoica e autocompatível, realizando autofecundação e/ou cruzamentos entre indivíduos aparentados. Já em locais onde as populações estão menos isoladas, ocorre endogamia, mas prevalece a fecundação cruzada entre indivíduos diferentes, favorecendo o fluxo gênico e aumentando a variabilidade da população.
Junqueira, N.T.V.; Favaro, S.P.; Braga, M.F.; Conceição, L.D.H.C.S.; Antoniassi, R.; Ciconini, G.; da Silva, D.B. <em>Acrocomia spp</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 119-137.
Ornithopus micranthus Ornithopus micranthus (Benth.) Arechav.
Ervas anuais, ereto-decumbentes, ramificadas, ramos com até 40cm de comprimento. Folhas imparipinadas, com 5 - 9 pares de folíolos, opostos, obovados ou elípticos, obtusos ou apiculados, com 6-8mm X 4mm; estípulas suborbiculares, auriculadas, membranáceas, transparentes. Umbelas capituliformes com 6 - 8 flores, pedúnculos axilares mais curtos que as folhas; flores amarelas, com 3mm de comprimento, estames diadelfos com filetes dilatados na sua porção livre. Lomentos castanhos, retos, eretos, com 5 - 6 artículos foveolados, com 1,5 - 2,0cm de comprimento; sementes marrom-claras.
Apesar de seu pequeno porte e ciclo curto, produz forragem de boa qualidade, porém, pouco expressiva em volume. A forragem é tenra, muito apetecida pelo gado, produzindo feno de boa qualidade (Izaguirre & Beyhaut, 1998). Propaga-se facilmente por sementes através das fezes dos animais. É susceptível ao pisoteio. Apresenta abundante nodulação e produção de sementes. Análises químicas de plantas em plena floração deram valores de proteína de 17,3% e conteúdo de fósforo de 0,22%. Seria interessante incrementar sua ocorrência em áreas difíceis e ainda pouco exploradas. Ciclo: Espécie anual de ciclo hiberno-primaveril, começando a germinar no início do outono. Floração: Nos meses de setembro-outubro. Frutificação: No mês de novembro, completando seu ciclo em dezembro.
Miotto, S. T. S. <em>Ornithopus micranthus</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 386-387.
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