nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Descrição taxonômica e importância ecológica
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
Informações sobre descrição taxonômica e importância ecológica de 337 espécies de flora brasileira da região sul e da região centro - oeste obtidas dos livros "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul" e "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste" publicados em 2011 e 2016 respectivamente. Esses livros são uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com universidades e centros de pesquisa. A Iniciativa Plantas para o futuro visa fundamentalmente a identificação de espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Disponíveis no link: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/54-agrobiodiversidade.html?download=1426:espécies-nativas-da-flora-brasileira-de-valor-econômico-atual-ou-potencial-–-plantas-para-o-futuro-–-região-centro-oeste https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_ebooks/regiao_sul/Regiao_Sul.pdf
Data de submissão
2019-11-14
Última atualização
2020-01-21
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Not provided
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1573761007410
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Arachis glabrata
Arachis glabrata Benth.
Amendoim Do Campo Baixo
 
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Arachis pintoi
Arachis pintoi Krapov. & W.C.Greg.
 
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Arachis stenosperma
Arachis stenosperma Krapov. & W.C.Greg.
Manduvirana
 
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Arachis veigae
Arachis veigae S.H. Santana & Valls
Amendoim Do Porco
 
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Araucaria angustifolia
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Pinheiro-Brasileiro
 
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Arthropogon villosus
Arthropogon villosus Nees
 
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Aspidosperma polyneuron
Aspidosperma polyneuron Müll.Arg.
Peroba-Rosa
 
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Aspilia montevidensis
Aspilia montevidensis (Spreng.) Kuntze
Mal-Me-Quer
 
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Asplenium auritum
Asplenium auritum Sw.
 
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Asplenium cirrhatum
Asplenium cirrhatum Rich. ex Willd.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Descricão taxonômica Importância ecológica Fonte das informações
Arachis glabrata Arachis glabrata Benth. Amendoim Do Campo Baixo
Planta perene, formando denso tapete de rizomas, principalmente na superfície, 5-7cm do solo, com 3-5 (até 10mm) de diâmetro. Caule ereto a decumbente, não ramificado, 2-3mm de diâmetro, 5-35cm de comprimento, surgindo da coroa e dos rizomas. Folhas tetrafolioladas, glabras a esparsamente pubescentes, raramente com pubescência densa. Flores axilares sésseis, contendo o ovário na base de um longo hipanto; estandarte mais ou menos orbicular; 15-25mm de largura, laranja suave a laranja brilhante, raramente amarelo, sem nervuras vermelhas por trás. Produção de frutos geocárpica, mas usualmente rara.
Montenegro, J.F.; Coradin, L. <em>Arachis glabrata</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 456-460.
Arachis pintoi Arachis pintoi Krapov. & W.C.Greg.
<em>Arachis pintoi </em>se refere a uma leguminosa herbácea, perene, de crescimento rasteiro e estolonífero, com uma altura entre 20-40cm, raiz axonomorfa, sem engrossamentos. O ramo central é ereto. De sua base partem ramos rasteiros, radicantes nos nós, cilíndricos, angulosos e com entrenós ocos. As folhas são alternas, compostas, com quatro folíolos obovados (até 50mm de comprimento x 32mm de largura), de cor verde-clara a escura. Estípula com a porção basal soldada ao pecíolo, medindo 10–15mm de comprimento x 3mm de largura e a porção livre medindo 10–12mm de comprimento x 2,5mm de largura na base (Castro et al., 2002). Apresenta floração indeterminada e contínua. As espigas são axilares, com quatro a cinco flores, esparsas, cobertas pela porção soldada da estípula. As flores são sésseis, protegidas por duas brácteas. O hipâncio é bem desenvolvido, podendo alcançar 10cm de comprimento, com pelos sedosos. A corola é amarela no exemplar típico, podendo ser encontrado na natureza, ainda que raro, plantas com flores brancas (Figura 2B). Estandarte com 11mm de comprimento x 13mm de largura, com nervuras amarelas, alas com 8mm de comprimento x 6mm de largura, quilha 6–7mm de comprimento, 4 anteras oblongas, basifixas e 4 anteras esféricas, dorsifixas e 2 estaminódios, sendo considerada uma espécie preferencialmente autógama (Krapovickas; Gregory, 1994).
Na Colômbia, Rocha et al. (1985) mencionam que a floração é contínua, sendo interrompida somente por curtos períodos durante situações de estresse ou de inverno rigoroso. Peñaloza (1995) relata que a curva de florescimento de 14 acessos, em Planaltina, DF, mostra que a intensidade máxima de florescimento ocorreu entre novembro e dezembro e está, para alguns acessos, associada à precipitação pluviométrica e temperatura do ar. A espécie apresenta boa adaptação e persistência. Sua persistência se deve, principalmente, ao hábito de crescimento estolonífero e à reserva de sementes no solo, que permitem o desenvolvimento de plantas vigorosas na época das chuvas (Rocha et al., 1985). Sua tolerância à seca é mediana, apresentando alto percentual de desfolhamento. Porém, no início do período chuvoso, recupera-se rapidamente. Apresenta frequentemente entrenós curtos e nós fortemente enraizados, o que lhe confere persistência, mesmo quando submetido a condições de pastejo intenso e contínuo (Peres, 2004). O amplo espectro de adaptação é confirmado pelo acesso GKP 12787, oriundo da Mata Higrófila do Sul da Bahia, que, no Sul do Brasil, após exposição a baixas temperaturas, mostrou um bom vigor de rebrote (Dame et al., 1999). Os resultados obtidos na região do Distrito Federal, com precipitação anual de, aproximadamente, 1.500mm, mostraram que o A. pintoi mantém forragem verde durante toda a estação seca, quando estabelecido em áreas de várzea, onde o lençol freático se situa entre 60 a 120cm abaixo da superfície do solo. Em áreas bem drenadas, sobrevive na estação seca, embora seja observada severa perda de folhas. Avaliações efetuadas no sul do país indicaram que, apesar de perder as folhas e ter o crescimento paralisado, A. pintoi tolera severas geadas e rebrota vigorosamente com o aumento da temperatura durante a primavera (Silva, 2004). Embora se desenvolva melhor em climas com boa distribuição de chuvas, esta espécie pode sobreviver a períodos de seca superiores a quatro meses e a geadas em regiões subtropicais (Valentim et al., 2001). Nas condições do cerrado brasileiro, A. pintoi tem sobrevivido bem a períodos de seca, apesar da perda de parte de suas folhas, de modo a reduzir as perdas por transpiração (Peres, 2004). Arachis pintoi apresenta ainda como características, o fechamento e aumento da espessura das folhas, longos períodos de frutificação e sistemas radiculares profundos, que contribuem para aumentar a sua resistência a períodos de seca. Vale ressaltar, entretanto, que o estresse decorrente da seca causa perda de folhas e reduz a relação folha/caule. A seca prolongada ocasiona a morte das folhas e de parte dos estolões, mas as plantas geralmente se recuperam com rapidez com o início do período chuvoso. Ademais, a espécie apresenta boa adaptação a solos ácidos, de baixa a média fertilidade, baixa exigência de fósforo, sendo, no entanto, eficiente na absorção, quando o solo apresenta níveis baixos deste elemento (Valentim et al., 2001). Os resultados das pesquisas com A. pintoi como opção forrageira produziram seu primeiro lançamento comercial, a cv. Amarillo, na Austrália em 1989-1990 (Paganella, 2001). Esta cultivar tem origem no material coletado por Geraldo Pinto, em 1954, na Bahia. O lançamento da cv. Amarillo, apesar do sucesso comercial obtido, não segue a formalidade habitual deste processo, uma vez que a espécie só foi formalmente descrita, portanto passando a dispor de um nome válido, em 1994 (Krapovickas; Gregory, 1994). Este mesmo acesso foi liberado comercialmente na Colômbia, em 1992, com o nome de cv. Maní Forragero Perene e como cv. Pico Bonito, em Honduras, em 1994 (Silva, 2004). No Brasil, a Empresa de sementes Matsuda lançou, em 1996, a cultivar Amarillo MG100, que foi, posteriormente, registrado no MAPA sob número 01085, em 25 de novembro de 2001. Outras cultivares se referem à cv. Maní Forragero, liberada no Panamá, em 1997 e à cultivar Porvenir, liberada na Costa Rica, em 1998. No Brasil, foram lançadas as cultivares Alqueire-1, em 1998, e a cv. Belmonte (BRA 0311828), lançada pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em 1999. Ainda em 1999 foi lançada pela Embrapa a cultivar BRS Mandobi, obtida por meio de seleção massal. O trabalho foi realizado pela Embrapa Acre, a partir da rede de avaliação de acessos de amendoim forrageiro instalada em 1999. Esse material foi registrado em 2008 junto ao Registro Nacional de Cultivares, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De um modo geral, essas cultivares apresentam florescimento indeterminado e contínuo, não dependendo do fotoperíodo para produção de sementes.
Valls, J.F.M.; Coradin, L. <em>Arachis pintoi</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 461-472.
Arachis stenosperma Arachis stenosperma Krapov. & W.C.Greg. Manduvirana
Mostra raiz axonomórfica, com ramificações delgadas e porção hipocotilar com pequenas raízes adventícias. Eixo central ereto, com ramificações vegetativas basais; entrenós basais castanhos nas partes expostas à luz, com pêlos sedosos até o ápice do eixo coberto pelas estípulas. Ramos secundários procumbentes; entrenós castanhos com pêlos sedosos. Folhas quadrifolioladas, com estípulas com pêlos sedosos no dorso e glabras no ventre da porção soldada, margem ciliada. Pecíolo canaliculado, dorso e margem do canal com pêlos longos e sedosos, canal glabro ou com alguns pêlos muito curtos. Folíolos oblongo-lanceolados, mais ou menos agudos no eixo central, oblongos a ovados com ápice arredondado nos ramos laterais; epifilo glabro, hipofilo glabro, alguns pêlos sedosos sobre a nervura média, margem não espessa, com pêlos sedosos e escassas cerdas intercaladas. Espigas axilares com eixo muito curto coberto pelas estípulas. Flores protegidas por brácteas. Hipanto com pêlos sedosos. Cálice bilabiado com pêlos sedosos, longos e com algumas cerdas; lábio mais largo tridentado, lábio estreito subfalcado. Estandarte suborbicular amarelo ou laranja com tênues linhas vermelhas na superfície superior; asas amarelas e duas pétalas soldadas, formando a quilha, amarela, que envolve os órgãos reprodutores. Oito anteras dimorfas, 4 grandes, oblongas, basifixas, 4 pequenas, esféricas, dorsifixas, e 1 estaminódio. Fruto biarticulado, com bico da vagem pronunciado, pericarpo papiráceo, epicarpo liso ou com retículo tênue, viloso, com pêlos muito pequenos. Sementes cilíndricas, ápice agudo ligeiramente curvado, tegumento rosado (Krapovickas; Gregory, 1994, com ajustes em função da variação encontrada em populações ainda não conhecidas por ocasião da publicação de 1994).
A espécie comporta-se a campo como anual, monocárpica, podendo ser mantida viva por mais de um ciclo sob condições controladas, sem estresses abióticos. Tolera sol pleno, mas também sombreamento. Das espécies da secção Arachis ocorrentes no Centro-Oeste, é a que alcança áreas mais meridionais de ocorrência, chegando à praia de Caiobá, município de Matinhos, no Paraná. Germina com vigor e rapidez.
Valls, J.F.M.; Custodio, A.R. <em>Arachis stenosperma</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 473-479.
Arachis veigae Arachis veigae S.H. Santana & Valls Amendoim Do Porco
A espécie comporta-se a campo e em cultivos experimentais como anual, monocárpica. Mostra raiz principal delgada, secundárias 0,4-1,5mm. Eixo central ereto ca. 25cm alt. e 2,68mm de diâm, cilíndrico, com tricomas vilosos ca. 2-3mm, mais densos no ápice dos ramos; sem evidência de concaulescência das gemas cotiledonares, entrenós 2,4cm. Ramos laterais prostrados ou prostrado-ascendentes, com entrenós 2,5cm e que podem se estender por mais ca. 25cm, tricomas vilosos, mais densos no ápice dos ramos. Folíolos, com raras exceções, com epifilo piloso, tricomas uniformemente esparsos podendo ser glabrescentes nas folhas mais velhas ou raramente glabros, hipofilo piloso, com tricomas adpressos 1-2mm, ocasionalmente com cerdas no hipofilo, não ordenadas, nervuras marcadas, margem com tricomas de ca. 2-3mm; folíolo largo-elíptico ou obovado, ápice agudo, base oblíqua e margem inteira, no caule principal, 4x2,4cm nos folíolos apicais e 3,8x2,1cm nos folíolos basais, nos ramos laterais 1,3x1,3cm nos folíolos apicais e 1,7x1,1cm nos folíolos basais; pecíolo 1,5-3,3cm, viloso, com tricomas ca. 2-3mm, canal do pecíolo separado do canal da raque por uma linha de tricomas; estípulas vilosas com tricomas de ca. 3-4mm, ápice acicular, parte adnata 13,9m no caule principal e 8,2mm nos ramos laterais, mais curta que a parte livre, de 24,8mm no caule principal e 15,5mm nos ramos laterais. Flor com hipanto viloso, 10,3-21mm nas flores normais e 1-4mm nas cleistogâmicas e 7-9mm de diâmetro em ambos os tipos de flor; cálice verde, viloso, bilabiado, a parte maior com quatro lacínios de 3,2x2,7mm, a parte livre 3,5x0,8mm; estandarte alaranjado na face ventral, com mácula amarela, linhas roxas apenas na face dorsal, esta, discolor, 5,39x4,69mm nas flores cleistogamas e 8,7x10mm nas flores normais; asas amarelas de 3,6-6,3x2-3,7mm e carena de 6,5x1-1,3mm. Peg horizontal, ca. 13,3cm de comprimento, de inserção basal, 4mm diâmetro. Frutos levemente reticulados, ápice agudo, densamente panosos, sem disco basal proeminente na inserção do “peg” no fruto. 2n=20 cromossomos, satélite tipo 10 (Fernandéz; Krapovickas, 1994; Lavia, 1996; Lavia et al., 2008).
Tolera sol pleno, mas também sombreamento. Mostra ampla gama de adaptação ecológica (Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste). Germina com vigor e rapidez.
Valls, J.F.M.; Santana, S.H. <em>Arachis veigae</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 480-484.
Araucaria angustifolia Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Pinheiro-Brasileiro
Árvore que pode alcançar até 40 metros de altura e diâmetro de 2m, ou mais, na altura do peito. Planta de sexos separados, vegetativamente indistinguíveis. O tronco é cilíndrico e reto, com casca rugosa, da base até 2/3 do tronco, de cor acinzentada-escura, e com placas mais ou menos lisas e cilíndricas, perfuradas, de coloração castanho-vinácea, na porção apical. Quando jovem, o formato da árvore é piramidal, adquirindo forma de candelabro, na fase adulta. Os ramos são longos e estão dispostos em 8 a 15 verticilos (pontos de inclusão no caule), apresentando ramificação e maior densidade de folhas na extremidade apical do caule. As folhas são linear-lanceoladas com ápice pungente, de 3 a 6cm de comprimento, por 0,5 a 1,0cm de largura. A planta masculina forma cones cilíndricos, pendentes, em forma de charuto. O cone é constituído por pequenas escamas, com 10 a 25 anteras presas na face ventral de cada escama, liberando grande quantidade de pólen. A polinização se dá pelo vento e a reprodução depende da presença de plantas de sexos distintos próximas. Os cones femininos (pinhas), arredondados, são protegidos por numerosas folhas modificadas, sendo pequenos no começo, do tamanho de uma bola de tênis. Quando maduros, atingem um tamanho de bola de futebol, tomando coloração parda no estágio final, quando caem as sementes, chamadas de pinhão. Estas são obovadas, levemente curvas e lisas, de 4 a 7cm de comprimento, de cor pardo-avermelhada. A produção de pinhão inicia-se a partir de 12 a 15 anos, em plantios, ou a partir de 20 anos, em condições naturais. Cada árvore pode produzir até cerca de 40 pinhas ou mais. Cada pinha possui entre 2 e 3kg, possuindo 50 a 150 sementes. As sementes são consideradas recalcitrantes, podendo ser atacadas por pequenas lagartas que perfuram e danificam o embrião e o endosperma. O pólen amadurece geralmente em setembro, quando também ocorre a polinização. As pinhas levam dois anos para amadurecer, geralmente nos meses de abril, maio e junho.
É geralmente heliófila, higrófila, pioneira, exigente quanto a solos. Solos rasos, muito úmidos e ácidos, ou com elevado conteúdo em alumínio retardam seu crescimento (Carvalho, 2003b).Cresce em solo fértil, comumente em altitudes superiores a 500 metros e atinge bom desenvolvimento em 40 ou 50 anos. Apresenta crescimento médio a lento até o terceiro ano. A partir de então, o incremento anual em altura é de cerca de 1m, em condições adequadas e, após o quinto ano, o incremento em diâmetro é de 1,5 a 2,0cm. O incremento volumétrico anual médio varia de 7 a 23m³/ha/ano, segundo Webb et al. (1984), e de 27m³/ha/ano, segundo Carvalho (2003a). Colonizadora de áreas abertas, a espécie não se regenera quando a sombra se torna intensa e nem em seu próprio sub-bosque (Klein, 1960; Backes & Irgang, 2002). Porém, Duarte et al. (2002) avaliaram o papel da luz na regeneração de araucária no interior da floresta e concluíram que a araucária é uma espécie tolerante à sombra e a luz não constitui fator limitante para seu desenvolvimento no ambiente florestal. Adicionalmente, a araucária apresenta algumas características fundamentais que diferem das pioneiras: suas sementes são grandes, pesadas e ainda perdem rapidamente o poder germinativo; espécies pioneiras são também capazes de suportar ambientes inóspitos, pelo menos em suas regiões de ocorrência; todavia, plantas jovens de araucária não resistem a geadas severas em seu próprio hábitat quando não existe proteção de árvores maiores, embora a geada seja um fenômeno natural na área de ocorrência da espécie (Soares, 1979). Inoue & Torres (1980), testando o desenvolvimento inicial da araucária sob diferentes intensidades luminosas, concluíram que o maior crescimento é observado com 25% de luz, enquanto que em níveis de 45 a 75% de luminosidade houve maior produção de matéria seca. Duarte & Dillenburg (2000) verificaram, em um experimento de 15 semanas sobre respostas ecofisiológicas de plântulas de Araucaria angustifolia em diferentes níveis de luz, que em 45% de luminosidade a araucária obtém maior altura, no entanto, a maior quantidade de biomassa é atingida a 100% de luz. Tais estudos confirmam que a araucária tem alta tolerância a um moderado nível de sombreamento. Sua fenologia é variável conforme a região, mas a polinização, que é efetuada pelo vento, geralmente ocorre de setembro a outubro (variando entre agosto-dezembro) e o amadurecimento das pinhas concentra-se principalmente entre março e junho (variando entre fevereiro-novembro). O ciclo reprodutivo da araucária varia de 20 a 24 meses, considerando o aparecimento dos estróbilos até a queda das sementes, cuja produção mostra alternância ao longo dos anos (Mantovani et al., 2004; Vieira da Silva, 2006; Guerra et al., 2008). Nascimento et al. (2001) analisaram a estrutura e o padrão de distribuição espacial de espécies arbóreas em uma amostra de Floresta Ombrófila Mista, em Nova Prata, RS, e constataram o predomínio da distribuição espacial agregada ou com tendência à agregação. Kindel (dados não publicados apud Backes et al., 2005) estudou os padrões de dispersão e disposição espacial de A. angustifolia, em Esmeralda, RS, e concluiu que a araucária segue um padrão de disposição espacial agregado e atribuiu o fato aos dispersores. Na análise do padrão espacial de uma população de araucária, Paludo et al. (no prelo) detectaram agregação em todas as categorias analisadas: regeneração, juvenis, masculinas e femininas.
Brack, P.; Grings, M. <em>Araucaria angustifolia</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 414-418. Da Silva, C.V.; Martins, G.; Steiner, N.; Dos Santos, K.L.; Camargo, R.S.; Mantovani, A.; Kubo, R.R.; Guerra, M.P.; Dos Reis, M.S. <em>Araucaria angustifolia</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 134-150.
Arthropogon villosus Arthropogon villosus Nees
Planta perene, cespitosa. Colmos eretos 0,4-1 metro de comprimento. Lâminas linear-lanceoladas a lineares, glabras a hirsutas. Sinflorescência em panícula típica, aberta; ráquis não alada. Espiguetas com dois antécios, solitárias ou binadas, com um tufo de tricomas na base, glumas aristadas; antécio basal estaminado; antécio superior bissexuado. Cariopse não visível (Longhi-Wagner; Arce, 2001).
Floresce e frutifica de setembro a março (Longhi-Wagner; Arce, 2001).
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Arthropogon villosus</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 605-606.
Aspidosperma polyneuron Aspidosperma polyneuron Müll.Arg. Peroba-Rosa
Árvore de grande porte, característica da Floresta Estacional Decidual, podendo chegar a 40 metros de altura e 60-100cm de diâmetro na altura do peito. O tronco é geralmente retilíneo ou um pouco inclinado, com o fuste podendo atingir a metade da altura dos exemplares. O ritidoma é acinzentado claro, com descamações circulares típicas. Os ramos são ascendentes, formando copa mais ou menos densa. Folhas verde-claras, imparipenadas, de 5-15cm de comprimento, caindo no inverno. Folíolos ovalados ou elípticos, também alternos, de cerca de 5cm de comprimento. Flores de cor branca ou creme, masculinas e hermafroditas, de cerca de 0,5cm de comprimento. Inflorescências dispostas em pequenas panículas de 3 a 5 cm de comprimento. O fruto é uma vagem ovoide, indeiscente e achatada, de cor castanho-clara, de cerca de 3,5cm de diâmetro, possuindo uma só semente marrom-escura, dura e achatada, de cerca de 0,7cm de diâmetro. Possui entre 8.420 a 20.800 sementes por quilo. Floresce na primavera e frutifica no verão e outono. As sementes podem apresentar alta infestação por brocas ou ser consumidas por roedores e periquitos, prejudicando a sua regeneração natural (Backes & Irgang, 2002).
Diversos autores consideram a espécie como clímax ou secundária tardia (Inoue, 1983; Lorenzi, 1998; Durigan et al., 1996; Carvalho, 2003), esciófila ou semi-heliófita, sendo que Tabanez (1995), utilizando a classificação proposta por Viana (1989), a considerou como “tolerante”, ou seja, suas sementes não precisam de luz para germinar, as plantas se desenvolvem bem na sombra, mas precisam de luz para a reprodução. O florescimento de A. polyneuron ocorre entre setembro e janeiro em São Paulo, entre novembro e dezembro no Paraná e no mês de novembro em Minas Gerais (Carvalho, 2003). A frutificação ocorre entre os meses de junho e novembro em São Paulo, entre julho e outubro no Paraná e em maio em Minas Gerais (Carvalho, 2003). No entanto, é comum para a espécie produzir grande quantidade de sementes apenas a cada dois a quatro anos (Kageyama et al., 1991). Indivíduos da espécie entram em fase reprodutiva somente após 20 a 30 anos de idade (Durigan et al., 1997). Os frutos dispersam suas sementes após a modificação da coloração do verde para o marrom escuro e sua coleta deve ocorrer antes que isto ocorra (Carvalho, 2003). A coleta dos frutos geralmente é trabalhosa por causa da altura das árvores, sendo necessário o uso de cinto de segurança e esporões para subir à copa da árvore. Após a colheita, os frutos são postos em ambiente ventilado para deiscência e extração das sementes. Para a produção de mudas Lorenzi (1998) sugere colocar as sementes para germinar logo que colhidas e sem nenhum tratamento. Em trabalho realizado por Carvalho et al. (2006), observou-se germinação significativamente maior para sementes tratadas através de secagem a 5,9% de umidade, armazenadas por 90 dias em embalagem impermeável sob 5°C (56% de germinação) e -18°C (54% de germinação) de temperatura, em relação a sementes postas a germinar logo após o beneficiamento (37% de germinação) e que não foram submetidas à secagem. Podem ser obtidas entre 3.600 e 14.000 sementes por quilo (Lorenzi, 1998) e as sementes são ortodoxas (Carvalho et al., 2006). Estudo sobre o armazenamento de sementes de A. polyneuron, realizado por Valentini (1992), mostrou que sementes que passaram por um processo de secagem artificial para alcançar 5% de umidade e que foram armazenadas em ambiente natural, mantiveram seu poder germinativo durante os 12 meses de avaliação, porém este fator foi reduzido a 20% (secagem a 35°C) e a 15% (secagem a 45°C) no último mês. Durigan et al. (1997) afirmam que as sementes da espécie mantêm sua viabilidade por até oito anos se armazenadas em câmara fria a 5ºC. A emergência de plântulas ocorre entre 10 a 60 dias (Lorenzi, 1998; Carvalho, 2003), e a taxa de germinação varia entre 35 e 70%. O desenvolvimento das mudas é lento, ficando prontas para o plantio no local definitivo em 7-8 meses, assim como o desenvolvimento das plantas no campo, que não ultrapassa 2,5 metros aos dois anos de idade (Lorenzi, 1998). A espécie geralmente não apresenta associação com micorriza arbuscular em suas raízes, seja em condições de campo, seja em condições de viveiro ou de experimentos de inoculação desses microorganismos (Zangaro et al., 2002; Carneiro et al., 1998). Em plantio experimental de A. polyneuron estudado por Gurgel Filho et al. (1992), em sistema de monocultivo, obteve-se crescimento lento, com alta taxa de bifurcação, obtendo-se fustes únicos e retos somente através de desrama artificial. No entanto, em consórcio com Grevillea robusta, em espaçamento de 2m x 2m, o fuste da espécie apresenta-se sem ramificações (Gurgel Filho et al., 1992). Portanto, em plantios densos (2m x 2m) ocorre desrama natural e cicatrização boa, e sob espaçamentos mais largos (3m x 3m) é preciso desrama artificial. É recomendado o plantio misto para A. polyneuron, associado com espécies pioneiras. Experimentos com a espécie em São Paulo, em plantio misto com grevílea (Grevillea robusta) e com calabura (Muntigia calabura) demonstraram que a espécie apresentou um maior crescimento em relação aos plantios homogêneos de peroba (Gurgel Filho et al., 1982). Em função da sua exigência ecológica, A. polyneuron parece necessitar de uma espécie estimuladora como vizinha para ter seu crescimento e tronco favorecidos (Kageyama & Castro, 1989). A espécie também pode ser inserida em formações florestais secundárias, em distintos estágios de desenvolvimento, a partir da abertura de faixas e plantios em linhas (Maltez, 1997). Foi realizado um estudo em plantio experimental no Município de Bauru-SP, com idade de 42 anos, comparando duas procedências de A. polyneuron (Bauru, SP e Alvorada do Sul, PR), em sistemas de cultivo puros e espaçamento de 3m x 3m (Sato et al., 2008). Encontraram-se, como valores médios das procedências, DAP igual 13,1cm, altura de 17 metros, fator de forma do fuste de 3,4 e volume cilíndrico individual igual a 0,3m^^3^^, não obtendo diferenças significativas entre os dois grupos (Sato et al., 2008). Os autores consideram que a falta de tratos silviculturais e a alta densidade podem ter contribuído para o crescimento lento. Quando este mesmo experimento possuía 12 anos de idade, Nogueira & Siqueira (1976) não encontraram diferenças significativas na comparação dos DAPs das procedências, mas encontraram diferença para suas alturas, sendo superior os indivíduos de Bauru. Segundo Carvalho (2003), o crescimento inicial da peroba-rosa é muito lento, mas a produção volumétrica, a partir de 12 anos, pode ser considerada de crescimento moderado, chegando a atingir 5,9m^^3^^ ha^^-^^^^1^^ano^^-1^^. A espécie não apresenta capacidade de rebrota após o corte (Carvalho, 1994). Nesta espécie é comum a poliembrionia, ou seja, a produção de vários embriões na mesma semente, sendo que Souza & Mosqueta (1992), estudando indivíduos de três sítios de ocorrência da espécie no Paraná, encontrou uma variação de um a 21 embriões por semente. No entanto, pode-se observar que um embrião se desenvolve mais que os demais, da mesma forma que em espécies do gênero Citrus, sendo importante identificar os clones nucelares e os embriões oriundos do cruzamento quando se tem o interesse em produção de mudas clonais ou o melhoramento genético (Maltez, 1997). Uma solução é o uso de marcadores alozímicos, que permite a identificação precoce das progênies oriundas de cruzamento (Maltez, 1997). Em áreas naturais, a espécie pode apresentar intensa regeneração natural, podendo atingir densidades demográficas elevadas, como é o caso dos “perobais”, onde é possível a extração de até 400m^^3^^ de madeira por alqueire (2,42ha) (Facchini, 1970).
Filho, T. J. P.; Zuchiwschi, E. <em>Aspidosperma polyneuron</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 419-426.
Aspilia montevidensis Aspilia montevidensis (Spreng.) Kuntze Mal-Me-Quer
Planta herbácea, coberta de pelos ásperos, perene, formando touceiras baixas, com ramos prostrados, desde a base, de até cerca de 15-30cm de altura, com porção terminal do caule levemente inclinado e escapo semi-ereto. Ramos finos de cor verde vináceos. As folhas são opostas, lanceoladas, pilosas, com cerca de 1,0-1,5cm de largura e 3,5-5,0cm de comprimento, com ápice agudo e margem serrada. As inflorescências (capítulos), com cerca de 4,0-5,0cm de diâmetro, ocorrem isoladamente, após um escapo floral de 5-10cm de comprimento e cerca de 0,3cm de largura. As flores periféricas (do raio) apresentam cor amarela e possuem pétalas liguladas (em forma de língua) de 2,5-3,0cm de comprimento e cerca de 1,0cm de largura. As flores centrais (do disco) são tubulosas, apresentando coloração amarela ou levemente alaranjada, e formam uma circunferência de 1,5-2,0cm de largura. Os frutos são muito pequenos (cerca de 3-4mm de comprimento por 1,0mm de largura) e dispostos no capítulo, possuindo uma saia de plumas brancas (papus) que os dispersa pelo vento. Floresce na primavera e no final do verão, frutificando no outono.
É planta muito comum, que forma touceiras mais ou menos densas e achatadas, com ramos prostrados e capítulos grandes, de cor amarela, que se abrem, geralmente, em grande quantidade (Brack et al., 2000). Quando da época de floração, que se estende desde a primavera até o início do outono, é uma das plantas mais vistosas dos Campos Sulinos. Suas flores amarelas atraem insetos, tais como borboletas e outros lepidópteros que devem atuar em sua polinização.
Brack, P. <em>Aspilia montevidensis</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 737-739.
Asplenium auritum Asplenium auritum Sw.
Segundo Zuquim et al., 2008, os indivíduos adultos desta espécie são epífitos, pendentes com cerca de 40 cm, mas podem chegar até 70 cm. As folhas são pinadas, com 6 - 30 pares de pinas, ápice da folha gradualmente reduzido, férteis e estéreis semelhantes na forma. As pinas são longas, alternas, com 5 cm de comprimento e 1 cm de largura, ápice bastante alongado e margens serreadas. O caule possui densa massa de raízes que se aderem ao tronco das árvores. O pecíolo é esverdeado e sem alas. Os soros com indúsio formam linhas que vão do centro da pina em direção à margem da folha. Os indivíduos jovens são parecidos com os adultos, porém as pinas são inteiras ou quase inteiras. Em microscópio é possível visualizar o caule com muitas escamas de coloração castanha. Uma característica marcante de<em> A. auritum</em> são os “lóbulos” formados na base das pinas, as pinas muito alongadas com as margens serreadas.
Zuquim, G.; Costa, F.R.C.; Prado, J.; Tuomisto, H. Guia De Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã- Amazônia Central. Manaus: Attema Design Editorial, 2008. 320p.
Asplenium cirrhatum Asplenium cirrhatum Rich. ex Willd.
Segundo Zuquim et al., 2008, os indivíduos adultos desta espécie são epífitos ou sobre pedras, mais raramente terrestres, pendentes, com cerca de 30 cm de comprimento, mas podem chegar até 60 cm. As folhas são pinadas, férteis e estéreis semelhantes na forma. As pinas são alternas, 9 - 25 pares, distantes entre si, com as margens crenadas, com cerca de 4 cm de comprimento. As nervuras são livres. O pecíolo e a raque são brilhantes, negros; muitas vezes a raque é alongada e possui gemas no ápice, de onde nascem novos indivíduos (ápice prolífero). O caule é curtoreptante. Os soros são lineares, acompanhando as nervuras da pina do centro em direção às margens da pina, com indúsio. Os indivíduos jovens podem nascer da ponta das folhas de indivíduos adultos. Em microscópio é possível visualizar escamas desde o caule até a raque e esporos monoletes.
Zuquim, G.; Costa, F.R.C.; Prado, J.; Tuomisto, H. Guia De Samambaias e Licófitas da REBIO Uatumã- Amazônia Central. Manaus: Attema Design Editorial, 2008. 320p.
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