nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Descrição taxonômica e importância ecológica
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
Informações sobre descrição taxonômica e importância ecológica de 337 espécies de flora brasileira da região sul e da região centro - oeste obtidas dos livros "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul" e "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste" publicados em 2011 e 2016 respectivamente. Esses livros são uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com universidades e centros de pesquisa. A Iniciativa Plantas para o futuro visa fundamentalmente a identificação de espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Disponíveis no link: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/54-agrobiodiversidade.html?download=1426:espécies-nativas-da-flora-brasileira-de-valor-econômico-atual-ou-potencial-–-plantas-para-o-futuro-–-região-centro-oeste https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_ebooks/regiao_sul/Regiao_Sul.pdf
Data de submissão
2019-11-14
Última atualização
2020-01-21
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Not provided
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79 Número de táxons

79 Espécies Distintas

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Schizachyrium tenerum
Schizachyrium tenerum Nees
 
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Raddiella esenbeckii
Raddiella esenbeckii (Steud.) C.E.Calderón & Soderstr.
 
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Raddia brasiliensis
Raddia brasiliensis Bertol.
 
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Paspalum lepton
Paspalum lepton Schult.
Grama Cinzenta
 
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Gynerium sagittatum
Gynerium sagittatum (Aubl.) P.Beauv.
Canabrava
 
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Panicum prionitis
Panicum prionitis Nees
 
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Bothriochloa laguroides
Bothriochloa laguroides (DC.) Herter
 
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Paspalum notatum
Paspalum notatum Flüggé
Grama Forquilha
 
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Echinochloa polystachya
Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc.
 
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Paspalum regnellii
Paspalum regnellii Mez
Capim-Guaçu
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Descricão taxonômica Importância ecológica Fonte das informações
Schizachyrium tenerum Schizachyrium tenerum Nees
Planta perene, cespitosa, 30-80cm, colmos delicados, flácidos ou fracamente eretos, geralmente com ramificações nos nós superiores. Lâminas lineares a filiformes, de 3,5-30,0cm x 0,05-0,2cm, glabras, tricomas marginais de 5mm na porção basal, caducos; lígula membranosa, 0,2-1,0mm. Inflorescência com ramos floríferos solitários apicais ou em número de 2-15 ao longo de cada colmo florífero, distanciados entre si, parcialmente incluídos ou totalmente exsertos da espatéola, de 2-6cm de comprimento; entrenós da ráquis e pedicelos retos na maturidade, entrenós com tricomas na porção basal, pedicelos pilosos em apenas uma das margens no 1/3 superior ou em toda extensão; espiguetas sésseis 3,0-4,1mm, com arista de 10-14mm, ou múticas; gluma inferior glabra; espiguetas pediceladas desenvolvidas, 3,5-5,0mm, neutras, escabérulas, múticas.
Almeida (1995) classificou a espécie no grupo fenológico das espécies tardias, com florescimento concentrado nos meses secos. Leite et al. (1997) efetuaram a contagem de perfilhos vivos e mortos em diversas gramíneas, nas condições dos solos do Distrito Federal. Observou-se que S. tenerum apresentou maior sobrevivência de perfilhos até a 16ª semana, após o corte, aumentando a mortalidade dos mesmos a partir desta data, independentemente do tipo de solo de ocorrência. Quanto ao número cromossômico, a espécie apresenta citotipo hexaploide 2n=2x=60 (Peichoto, 2010).
Boldrini, I. I.; Miotto, S. T. S.; Valls, J. F. M. <em>Schizachyrium tenerum</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 350-351.Filgueiras, T.S.; Rodrigues, R.S. <em>Schizachyrium tenerum</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 681-683.
Raddiella esenbeckii Raddiella esenbeckii (Steud.) C.E.Calderón & Soderstr.
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999). Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966). O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth</em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997).As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999).O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966). A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. BambusoiDeae<em>.</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Raddia brasiliensis Raddia brasiliensis Bertol.
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999). Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966). O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth</em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997). As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999). O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966).A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. Bambusoideae.In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Paspalum lepton Paspalum lepton Schult. Grama Cinzenta
Planta perene, com rizomas longos, profundos e vigorosos, propagando-se com facilidade nos solos arenosos e soltos formando touceiras ralas; colmos eretos, geralmente menores de 40cm de altura, com folhas basais e entrenós curtos. Folhas estreitas de coloração verde-cinzenta; bainhas lisas glabras; lâminas 10-20cm x 0,2-0,3cm, escassamente pubescentes na face inferior; lígula 0,5-0,8mm, tricomas abundantes na axila. Panícula de ramos unilaterais espiciformes alternos, verde-acinzentada, com 2-4 ramos de 2-4cm de comprimento; espiguetas ovadoelípticas, 2,4-2,8mm x 1,5mm; gluma inferior ausente; gluma superior com pelos curtos e tênues; lema inferior estéril plana, plicada no sentido transversal; antécio superior fértil, castanho-brilhante e de convexidade pronunciada.
Pelo fato de apresentar rizomas vigorosos, avançadores, forma manchas exclusivas. Forragem de bom valor (Barreto & Kappel, 1967). Segundo Rosengurtt et al. (1970), fornece forragem pouco apetecida e medianamente produtiva, porém existem formas glabras e vigorosas que parecem mais apetecidas e produtivas que a forma comum. Segundo Araújo (1971), apresenta em áreas fertilizadas, grande crescimento, forma massa verde densa e tenra. Foram desenvolvidos trabalhos envolvendo produção de forragem pela FEPAGRO/RS.
Boldrini, I.I. <em>Paspalum lepton</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 334-335.
Gynerium sagittatum Gynerium sagittatum (Aubl.) P.Beauv. Canabrava
A cana-brava é uma planta cespitosa, formando densas touceiras, que podem chegar até dez metros de altura. Os colmos geralmente chegam a 5-6m de altura e 2-3cm de diâmetro. Na Bacia Oeste Amazônica, Kalliola et al. (1992) encontraram plantas de cinco a quatorze metros de altura. Os colmos surgem de rizomas subterrâneos que também produzem raízes laterais fracas e flexíveis, com aproximadamente 1mm ou menos de diâmetro. Os colmos são cobertos pelas bainhas imbricadas e persistentes; estes não são ramificados exceto no ápice (topo), onde surgem folhas em leque. As folhas velhas caem e ficam próximas da planta, e um novo grupo de folhas em forma de leque se forma no ápice. A lâmina das folhas tem de um a dois metros de comprimento e possui as margens serrilhadas. A cana-brava é uma planta dioica com panículas terminais plumosas, de cor branco-acinzentada e são grandes com até 2m de comprimento. As inflorescências masculinas e femininas têm aparência similar, porém as plantas pistiladas são ligeiramente emplumadas, isso porque as lemas são felpudas. As glumas masculinas são lanceoladas, agudas, com 3 a 4mm de comprimento e as glumas femininas são compridas e atenuadas, com 8 a 9mm de comprimento. Os frutos são marrons com mais ou menos 1mm de comprimento (Croat, 1978).
O crescimento da cana-brava é rápido. Mudas em viveiro alcançam 20, 30 e 50cm após um, dois e quatro meses, respectivamente (Kalliola et al., 1992). Colmos de plantas da Bacia Amazônica produzem cerca de 200 folhas durante o seu período de vida, possuindo de 19 a 28 folhas por vez. O “tipo grande” que se encontra no oeste da Região Amazônica varia em densidade de 0,6 a 2,6 perfilhos colmos/m^^2^^. Colmos não ramificados morrem após o florescimento. Se não controlada, a cana-brava invade lentamente terras planas de pastagem e elimina as plantas forrageiras. Roçadas periódicas são recomendadas para controlar o avanço das touceiras. A cana-brava resiste aos danos causados pela inundação e consegue brotar após ter sido coberta por sedimentos (Kalliola et al., 1992). Em alguns ambientes o florescimento ocorre durante o ano todo (Croat, 1978), em outros ambientes o florescimento ocorre próximo ao fim do período de seca (Kalliola, et al., 1992). As espécies são aparentemente polinizadas pelo vento (Pohl, 1983). Encontra-se cerca de 1,67 milhões de sementes/kg e estas germinam de 3 a 7 dias quando semeadas em temperaturas de 20 a 30ºC (Association of Official Seed Analysis, 2002). Quase todas as sementes do tipo “pequeno” da Bacia Amazônica germinam em três semanas, já as do tipo “grande” apresentam de 0 a 2% de germinação (Kalliola et al., 1992).
Ferreira, D.K.; Ruschel, A.R.; Moraes, L.K.A. <em>Gynerium sagittatum</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp.266-269.
Panicum prionitis Panicum prionitis Nees
O capim-santa-fé é uma gramínea cespitosa perene de um a dois metros ou mais de altura. Seus colmos são duros e espessos, comprimidos, formando uma quilha marcada na nervura central e dando uma secção elíptica aos mesmos, os quais, nas demais espécies do gênero <em>Panicum</em>, apresentam secção circular (Wanderley et al. 2001). Lâmina foliar de um a um metro e meio de comprimento, com margens muito cortantes, formando densas e vigorosas touceiras. Devido a esta característica, recebeu o nome “prionitis”, do grego prionotos, que significa “semelhante a uma serra” É bastante semelhante à <em>Cortaderia selloana </em>(Schult.) Asch. (capim-paina), da qual se diferencia principalmente por apresentar inflorescências mais laxas (menos densa), com 40-70cm de comprimento e muito ramificadas (Lyman et al., 1974). A floração e a produção de frutos ocorrem na primavera e verão, entre os meses de outubro a janeiro (Lyman et al., 1974; Godinho et al., 2005).
As funções ecológicas desta planta abrangem desde a produção de biomassa, fundamental para o aporte de matéria orgânica no ecossistema, até o abrigo da fauna, pois invertebrados de diferentes classes podem ser encontrados junto às touceiras, possibilitando a manutenção de uma cadeia alimentar característica dos ambientes alagados. Adicionalmente, nota-se que alguns animais (répteis e aves) se valem da densa disposição das folhas de P. prionitis como abrigo e para a nidificação. Quanto ao seu papel na manutenção do ambiente físico, a biomassa subterrânea de touceiras localizadas próximas a rios e canais atua como um importante fixador de sedimento nas margens destes cursos d’água. Assim, ao capim-santa-fé são evidenciadas propriedades que previnem o assoreamento. Além das características acima citadas, populações de capim-santa-fé parecem ser importantes elementos auxiliares, junto a outras espécies de macrófitas aquáticas, na prevenção de alagamentos, aumentando o “efeito esponja” em ecossistemas alagáveis, como banhados, atuar na retenção parcial de elevadas quantidades de água, as quais são gradativamente liberadas para ambientes adjacentes, topograficamente menos elevados. Godinho (2005) pesquisou alguns aspectos ecológicos de P. prionitis, incluindo biometria, número de folhas vivas, biomassa aérea e subterrânea, produtividade primária e correlação da biomassa com alguns dados climatológicos. O perímetro dos agrupamentos de touceiras na população de estudo variou de 0,4m² a 7,8m², o que confirma a alta densidade das touceiras formadas por plantas desta espécie plenamente estabelecidas. O valor de produção primária líquida foi de 3,76kg de peso seco/ m^^2^^ /ano, representando uma produtividade relativamente elevada. Segundo os autores, a renovação de biomassa aérea viva é contínua, fato que indica a viabilidade do manejo desta espécie. Segundo o conhecimento empírico, quanto mais o capim-santa-fé é cortado, mais “perfilha” e maior fica a touceira. Segundo alguns extratores, uma touceira pode ser cortada a cada seis meses, aproximadamente. Entretanto, outros informantes sustentam que não existe época ideal para a coleta e que o tempo necessário para a regeneração total das plantas seria superior a um ano.
Wiesbauer, M.B.; Godinho, P.S. <em>Panicum prionitis</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 270-275.
Bothriochloa laguroides Bothriochloa laguroides (DC.) Herter
Plantas eretas ou semi-decumbentes, com rizomas curtos, 40-100cm de altura; colmos e nós glabros; prefoliação convoluta. Bainhas foliares glabras, geralmente menores que os colmos; lâminas foliares lineares, 5-18cm x 0,5-8,0cm, glabras, ápice agudo; lígula membranosa, 1,5-3,0mm. Inflorescência paniculada, 5-12cm x 2,5-6,0cm, com ramos laterais desarticuláveis dispostos sobre o eixo principal alongado e tenaz; entrenós da ráquis pilosos e sulcados, pedicelos pilosos, tricomas alvos, sedosos, de comprimento subigual ao da espigueta séssil. Espiguetas sésseis monoclinas, 4,0-5mm, arista 10mm; gluma inferior sem cavidade no dorso; espiguetas pediceladas neutras, 4,0-4,5mm, múticas; gluma inferior de ápice bífido.
De acordo com Rosengurtt (1979), é considerada de produtividade e qualidade média. Na região da Campanha, onde é comum, é encontrada sempre consumida e é destacada por Araújo (1971) como sendo um pasto tenro de boa palatabilidade e resistente à seca, com rendimento até a entrada do inverno.
Boldrini, I.I. <em>Bothriochloa laguroides</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 305-306.
Paspalum notatum Paspalum notatum Flüggé Grama Forquilha
Planta perene, com rizomas horizontais, supraterrâneos, cobertos pelas bainhas das folhas e muito arraigados ao solo; prefoliação convoluta; colmos floríferos de 2-4 nós, de 20-50cm de altura. Bainhas foliares glabras ou com alguns tricomas brancos, próximo à lígula; lâminas foliares linear-lanceoladas, agudas no ápice, glabras, eventualmente com tricomas esparsos, de 10-20cm x 0,5-1,0cm; lígula membranosa, 0,5-1,3mm. Inflorescência formada por dois ramos conjugados, esverdeados, 4-12cm de comprimento. Espiguetas 2-seriadas, glabras, ovadas ou obovadas, de 2,5-4,0mm x 2,0-3,5mm; gluma inferior ausente, gluma superior e lema inferior estéril, iguais em textura, 5-nervados, cobrindo o antécio fértil; antécio superior fértil, estramíneo, de 2,5-3,5 x 1,8-2,5mm, com convexidade pouco pronunciada.
Boa forrageira, apetecida, abundante e resistente ao pisoteio (Burkart, 1969). Costa et al. (1998a) observaram que a espécie apresenta alto potencial forrageiro quando em ausência de limitações severas, obtendo uma produção de matéria seca verde (MSV) total de 10,2t/ha. Comparando pensacola, espécie cultivada, com biótipos de P. notatum, Oliveira & Moraes (1998) verificaram que dois biótipos foram superiores à pensacola, quanto à produção de matéria seca. Efeitos da fertilização no aumento da densidade de afilhos e na morfologia da espécie foram trabalhados por Boggiano et al. (1999; 2001). A proteína bruta (PB) das lâminas foliares foi de 13,4% na primavera, 10,9% no verão e 9,1% no outono. O valor de carboidratos ácidos digeríveis da matéria seca dos rizomas foi de 49,9%, justificando a alta persistência da espécie, quando submetida à pastejo (Eggers et al., 1998). Segundo Scheffer-Basso et al. (2003), a PB de P. notatum é de 14,7%, a fibra detergente ácida (FDA), de 35,98% e nutrientes digestíveis totais (NDT), de 62,65%. Estudos desenvolvidos por Eggers et al. (2004) salientaram um filocrono, para a espécie, de 156ºC. Está em andamento projeto para lançamento de sementes, pela Faculdade de Agronomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dos biótipos conhecidos popularmente como andré da rocha e bagual, os quais são mais produtivos que a pensacola (P. notatum var. Saurae).
Boldrini, I.I. <em>Paspalum notatum</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 338-341.Filgueiras, T.S.; Rodrigues, R.S. <em>Paspalum notatum</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 669-673.
Echinochloa polystachya Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc.
Plantas perenes, colmo ereto ou decumbente, 0,5- 1,7 metros de comprimento. Lâminas linear-lanceoladas, planas, glabras, menos frequentemente híspidas. Sinflorescência composta por numerosos ramos unilaterais alternos com 2-11cm de comprimento; ráquis ciliada nas margens. Espiguetas solitárias, binadas ou em tríades, com dois antécios, escabras ou híspidas; gluma inferior aguda a acuminada, gluma superior e lema do antécio basal caudados a caudado-aristados; antécio basal estaminado, com pálea; antécio superior bissexuado, coriáceo, estramíneo a castanho na maturidade, lema e pálea lisos. Cariopse 2,7-3 × 1,8mm (Pott; Pott, 2000; Boldrini, 2001). Esta espécie é facilmente distinta da maioria das espécies do gênero pelas folhas com lígula conspícua.
Segundo Barreto & Kappel (1967) e Cobellas & González (1973) e Tenório (1970) apud Pfitscher & Barreto (1976), E. polystachia é considerada de bom valor forrageiro. Canoniero, R. C. apud Pfitscher & Barreto (1976) destaca que é a espécie forrageira que mais se destaca nos solos pantanosos da Nicarágua, sendo mais resistente ao pisoteio que Brachiaria mutica. É importante para locais baixos e úmidos. Floresce e frutifica de dezembro a agosto (Pott; Pott, 2000; Boldrini, 2001).
Boldrini, I.I. <em>Echinochloa polystachya</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 313-314.Filgueiras, T.S.; Rodrigues, R.S. <em>Echinochloa polystachya</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 617-619.
Paspalum regnellii Paspalum regnellii Mez Capim-Guaçu
Planta perene, cespitosa, sem rizomas, de 0,5-1,7m; nós glabros a pubescentes; prefoliação convoluta. Bainhas foliares glabras a tuberculado-pilosas, sem cílios marginais; lâminas 21-43cm x 1,5-2,0cm, lanceoladas, não estreitadas para a base, planas agudas, pubescentes na face adaxial; lígula 0,7-1,5mm de comprimento. Panícula de ramos unilaterais espiciformes alternos, com 4-19 ramos de 2,5-17,0cm de comprimento, os basais de comprimento semelhante aos apicais, dando à inflorescência aspecto quadrangular; ráquis 1,0-1,2mm de largura, não alada, esverdeada ou castanha, glabra, pedicelo glabro. Espiguetas binadas, de 2,1-2,8mm x 1,3-1,9mm, verdes arroxeadas a ferrugíneas, elíptico-obovais, ápice arredondado; gluma inferior ausente; gluma superior mais curta que o antécio superior, 3-nervada, pubescente a densamente pubescente, membranosa, não alada; lema inferior do comprimento do antécio superior, 3-nervado, subglabro ou levemente pubescente nas margens, membranoso, não plicado; antécio inferior neutro, pálea ausente; antécio superior 2,1-2,8mm x 1,3-1,9mm castanho claro ou escuro, geralmente com margens amareladas, elíptico, papiloso, lema sem nervuras aparentes, glabro ou com tricomas esparsos nas margens.
Desenvolve grande quantidade de sementes e muita massa verde. De acordo com informação de Brandenburg (dados não publicados) da Epagri de Lages, SC, a espécie apresentou uma produção de matéria seca de 1533kg/ ha, proteína de 10,4% e digestibilidade in vitro da matéria orgânica de 71,2%.
Boldrini, I.I. <em>Paspalum regnellii</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 344-345.
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