nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Descrição taxonômica e importância ecológica
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
Informações sobre descrição taxonômica e importância ecológica de 337 espécies de flora brasileira da região sul e da região centro - oeste obtidas dos livros "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul" e "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste" publicados em 2011 e 2016 respectivamente. Esses livros são uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com universidades e centros de pesquisa. A Iniciativa Plantas para o futuro visa fundamentalmente a identificação de espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Disponíveis no link: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/54-agrobiodiversidade.html?download=1426:espécies-nativas-da-flora-brasileira-de-valor-econômico-atual-ou-potencial-–-plantas-para-o-futuro-–-região-centro-oeste https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_ebooks/regiao_sul/Regiao_Sul.pdf
Data de submissão
2019-11-14
Última atualização
2020-01-21
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Not provided
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79 Número de táxons

79 Espécies Distintas

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Paspalum atratum
Paspalum atratum Swallen
Capim Pojuca
 
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Paspalum denticulatum
Paspalum denticulatum Trin.
 
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Paspalum gardnerianum
Paspalum gardnerianum Nees
 
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Paspalum oteroi
Paspalum oteroi Swallen
Grama-Tio-Pedro
 
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Paspalum stellatum
Paspalum stellatum Humb. & Bonpl. ex Flüggé
Capim-Estrela
 
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Rhipidocladum parviflorum
Rhipidocladum parviflorum (Trin.) McClure
 
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Poa lanigera
Poa lanigera Nees
 
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Raddiella malmeana
Raddiella malmeana (Ekman) Swallen
 
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Setaria parviflora
Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen
Capím-Rabo-De-Gato
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Descricão taxonômica Importância ecológica Fonte das informações
Paspalum atratum Paspalum atratum Swallen Capim Pojuca
Plantas perenes, cespitosas. Colmo 1-1,5 metros de comprimento. Lâminas lanceoladas, planas, glabras a pilosas. Sinflorescência composta por 7-18 ramos unilaterais alternos, com 4,7-7,2cm de comprimento, os basais mais longos que os apicais, exceto pelo ramo terminal mais longo; ráquis não alada, glabra a pubescente; pedicelos pubescentes. Espiguetas binadas, plano-convexas, com dois antécios; gluma inferiorausente; gluma superior membranácea, glabra a pubescente; antécio basal neutro, lema membranáceo, plicado, pálea ausente; antécio superior bissexuado, coriáceo, castanho escuro, lema e pálea lisos a fracamente papilosos. Cariopse 1,5-1,9 × 1,2-1,5mm.
Espécie higrófila, tolerante a encharcamento e solos pouco férteis. Típica de regiões quentes, apresenta melhor crescimento entre 22-27ºC. As partes superiores morrem em decorrência de geadas, mas a planta se recupera rapidamente em resposta ao aparecimento de condições quentes (Tropical Forages, 2014). A espécie é exigente em fósforo, sendo este o nutriente que mais limita a produção de forragem, com reflexos negativos em sua composição química e portanto, fator indispensável ao estabelecimento da pastagem. Enxofre e potássio também podem limitar a produção, mas com menor intensidade (Costa et al., 1998). Prefere solos úmidos, bem ou mal drenados, arenosos a argilosos, ácidos e com baixa fertilidade, respondendo bem à adubação nitrogenada a valores próximos de 150-200kg/ha/ano. Embora não seja tão tolerante à seca como outras espécies forrageiras exóticas, sobrevive bem em condições de seca não intensa, apresentando moderada a boa tolerância ao sombreamento. Em cultivo, desenvolve-se melhor em locais com índices pluviométricos entre 1100 a 1500mm/ano. Segundo Ramos et al. (2002), após o florescimento o valor nutritivo da forragem diminui acentuadamente, havendo aumento de perdas por senescência e pisoteio, com redução no consumo e desempenho dos animais. O valor da forragem também diminui com o aumento da idade das plantas, resultando em diminuição dos níveis de proteína bruta, digestibilidade e concentração de nutrientes minerais (Leite et al., 2001).
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Paspalum atratum</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 655-658.
Paspalum denticulatum Paspalum denticulatum Trin.
Planta perene, cespitosa rasteira ou semi-rasteira; colmos suberetos de 4mm de diâmetro e 0,5-1,0m de altura e vários colmos decumbentes, radicantes; prefoliação convoluta. Bainhas foliares comprimidas soltas, de margens hialinas, algumas vezes pilosas, especialmente no ápice e próximo à lígula; lâminas tenras, 15-25cm x 0,3-0,6cm, linear-lanceoladas, suberetas, glabras ou paucipilosas; lígula membranosa 1-2mm de comprimento. Panícula de ramos unilaterais alternos, 3 a 10 ramos ascendentes de 1,5-5,0cm de comprimento; ráquis dos ramos de 1,5-2,0mm de largura, com poucos tricomas nas axilas. Espiguetas ovado-obtusas, glabras, 4-seriadas, de 2,5mm x 1,6mm; gluma inferior ausente; gluma superior e lema inferior estéril, 3-nervados, de comprimento igual ao antécio frutífero; antécio superior fértil rígido, estramíneo, elíptico, 2,0-2,3mm x 1,3mm de comprimento.
Espécie frequente no litoral, formando manchas extensas e sempre muito pastejada. Araújo (1971) salienta que onde ela domina forma tapete denso, alastrador e tenro e que se mantém verde mesmo no inverno. Burkart (1969) e Rosengurtt et al. (1970) destacam que, sem dúvida, é uma importante forrageira nativa. P. denticulatum possui qualidade alta, apresentou 53% de digestibilidade e 14,9% de proteína bruta (Boldrini, dados não publicados).
Boldrini, I.I. <em>Paspalum Denticulatum</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 323-324.
Paspalum gardnerianum Paspalum gardnerianum Nees
Plantas perenes, cespitosas. Colmo 0,3-1 metro de comprimento. Lâminas lineares ou linear-lanceoladas, planas ou frequentemente involutas, pilosas ou pubescentes. Sinflorescência composta por (1-)4-10 ramos unilaterais alternos, com 2-6cm de comprimento; ráquis não alada, glabra; pedicelos com tricomas longos, dourados ou castanhos. Espiguetas binadas, com dois antécios; glumas ausentes; antécio basal neutro, lema membranáceo, pálea nula; antécio superior bissexuado, coriáceo, castanho, lema e pálea fortemente papilosos. Cariopse 1,3-1,5 × 0,9-1,1mm, elíptica, planoconvexa, aguda, pareada.
A luz é um dos fatores que promove a germinação de P. gardnerianum, porém a alternância de temperatura (20-35°C) não apresentou efeitos significativos na germinação das sementes. O tempo médio de germinação a 25ºC, na presença de luz, foi de 7-8 dias (Carmona et al., 1998; 1999).
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Paspalum gardnerianum</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 662-664.
Paspalum oteroi Paspalum oteroi Swallen Grama-Tio-Pedro
Plantas perenes. Colmo prostrado, alastrante, cilíndrico, 0,15-1,5 metros de comprimento. Lâminas lanceoladas, glabras a brevemente tomentosas em ambas as faces. Sinflorescência composta por 2-5 ramos unilaterais, 2,4-8,2cm de comprimento; ráquis estreitamente alada. Espiguetas binadas, com dois antécios; gluma inferior ausente, raramente rudimentar; gluma superior subigual ao antécio superior; antécio basal neutro, sem pálea; antécio superior bissexuado; lema e pálea enrijecidos, castanho-escuros, lisos. Cariopse 1,9 × 1,2mm (Oliveira, 2004).
Vegeta bem em terrenos úmidos e de média fertilidade, onde forma pastagem extensa e exuberante. Em terrenos arenosos em baixadas, com alguma unidade, desenvolve-se bem mostrando, portanto, pouca exigência quanto à qualidade do solo. É muito resistente ao pisoteio e ao fogo (Otero, 1961; Pott, 1982). A planta persiste bem sob a frequência de remoção de forragem a cada 28 dias, confirmando tratar-se de uma espécie tolerante à desfoliação e ao pastejo. No campo Experimental Sede da UEPAE de Corumbá, MS, foi observado que baixas temperaturas (0,5-3ºC) afetaram negativamente a grama-tio-pedro que sofreu danos em cerca de 60% das plantas. Apesar da ocorrência incomum deste fenômeno na região, a espécie apresentou grande capacidade de recuperação.
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Paspalum oteroi</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 674-676.
Paspalum stellatum Paspalum stellatum Humb. & Bonpl. ex Flüggé Capim-Estrela
Ervas perenes, cespitosas, com bainhas foliares tuberculado-pilosas, lígulas membranáceas com um tufo de pelos na porção posterior, lâminas estreitas, filiformes a lineares. As inflorescências são exsertas e estão formadas por um ou dois ramos com a ráquis alada de 5-10mm de largura, glabra, castanho escura a esverdeada ao longo da nervura central, castanho-clara a amarelada nas alas, com tricomas dispostos radialmente no ápice do pedicelo. As espiguetas, solitárias e dispostas em duas séries são pilosas, alvas, às vezes tingidas de violáceo; gluma inferior ausente, gluma superior e lema inferior muito mais longos que o antécio superior, a gluma com tricomas longos na base e nas margens, o lema apenas nas margens; o antécio superior é membranoso, alvo, liso, glabro, caduco na maturidade. Cariopse obovoide com hilo elíptico (Oliveira; Valls, 2001; Denham; Zuloaga, 2002; Zuloaga; Morrone, 2005).
Floresce no final do verão e no outono. Requer locais ensolarados, irrigação moderada a abundante, solos leves e bem drenados (Rúgolo-Agrasar; Puglia, 2001), embora na natureza ocorra também em locais baixos e úmidos com solos hidromórficos. Carmona et al. (1998) avaliaram a influência da luz, alternância de temperatura (20- 35° C) e a uniformidade do processo germinativo de várias espécies de Poaceae do Cerrado. O tempo médio de germinação a 25° C e na presença de luz em espécies do gênero Paspalum, foi de nove dias. A taxa de germinação de sementes de P. stellatum foi influenciada pela luz e a alternância de temperatura não teve interferência. A porcentagem de germinação de “sementes cheias” de P. stellatum a 25° C de temperatura constante e na presença de luz, foi de 56%. A espécie apresentou um processo germinativo bastante desuniforme (coeficiente de uniformidade inferior a 10%). O armazenamento, por um período de 17 meses, aumentou a germinação (a 25°C) de P. stellatum, indicando um efeito do armazenamento na superação de dormência das mesmas. Carmona et al. (1999) analisaram, por dois anos consecutivos, a ocorrência de “sementes” nos diásporos palhosos de Paspalum stellatum e verificaram que, apenas cerca de 24% estavam “cheios”.
Rua, G. H.; Oliveira, R. P.; Oliveira, R. C. <em>Paspalum stellatum</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 1035-1039.
Rhipidocladum parviflorum Rhipidocladum parviflorum (Trin.) McClure
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999). Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966). O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth</em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997). As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999). O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966). A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. BambusoiDeae. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Poa lanigera Poa lanigera Nees
Planta perene, cespitosa, dioica, com 40-70cm de altura; prefoliação convoluta. Bainhas foliares dilatadas na base, de aparência marfinizada; lâminas foliares glabras, naviculares, conduplicadas, de 3,5-22,0mm x 2,0-5,0mm; lígula membranosa, de 0,3-2,2mm de comprimento. Panícula contraída, densiflora a subaberta, de 4 a 24cm de comprimento; espiguetas plurifloras, as femininas de 6,3-9,6mm x 3,2-5,2mm, as masculinas de 4-5,5mm x 2,2-5,0mm; glumas glabras, a inferior 1-3-nervada, menor que a superior 3-5-nervada; lemas frutíferos lanceolados, com tricomas densos nos 2/3 inferiores; calo com tricomas lanosos mais longos do que os lemas; lemas dos antécios masculinos glabros, raro com tricomas curtos; calo glabro; páleas menores que os lemas respectivos.
Esta espécie é importante principalmente porque produz pasto de inverno e de primavera, quando é pastejada pelos animais (Araújo, 1971).
Boldrini, I.I. <em>Poa lanigera</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 348-349.
Raddiella malmeana Raddiella malmeana (Ekman) Swallen
A subfamília Bambusoideae é caracterizada por plantas perenes, raro anuais, hábito rizomatoso com ramificação simples ou complexa, folhas pseudopecioladas, mesofilo com células invaginantes fortemente assimétricas associadas a células buliformes, fusóides, tricomas bicelulares alongados, folhas embrionárias com margens sobrepostas e plântulas sem a primeira folha (Judziewicz et al., 1999). Apresentam rizomas, ou seja, caules subterrâneos cuja função é armazenar reservas e auxiliar na reprodução vegetativa. São especialmente desenvolvidos nos bambus lenhosos, mas nos herbáceos exibem tipicamente alguma gradação de desenvolvimento. Geralmente existem dois padrões de ramificação: simpodial e monopodial. Na ramificação simpodial, várias gemas participam consecutivamente da formação de cada eixo e na monopodial o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical, que persiste ao longo da vida. Nos bambus, o padrão de ramificação dos rizomas é conhecido como paquimorfo (simpodial) e leptomorfo (monopodial, sem perfilhamento) apresentando um subgrupo denominado anfimorfo (metamorfo), ou seja, um complexo sistema com padrão misto de ramificação.As espécies com rizoma leptomorfo estão geralmente distribuídas em regiões temperadas e são conhecidos como bambus alastrantes. Já as espécies com rizoma paquimorfo são típicas de regiões tropicais, também conhecidos como bambus entouceirantes (Hidalgo-Lópes 2003). Os anfimorfos estão distribuídos tanto nas regiões tropicais quanto nas temperadas, produzem rizomas com ramificação leptomorfo e paquimorfo na mesma planta e são conhecidos como semi-entouceirantes (McClure, 1966).O eixo vegetativo aéreo das gramíneas, incluindo os bambus é conhecido como colmo. São segmentados constituídos de nós e entrenós. Cada colmo surge diretamente do ápice do rizoma na presença de uma gema. O nó é o local em que a folha é produzida e a gema está associada ao nó presente na axila de suas folhas. O entrenó geralmente é fistuloso na maioria dos grupos, mas podem ser sólidos especialmente no gênero <em>Chusquea Kunth</em>e certas espécies como: <em>Guadua amplexifolia</em> J.Presl, <em>Guadua glomerata</em> Munro e <em>Merostachys ternata</em> Nees (Clark, 1997). As folhas do colmo são homólogas as folhas dos ramos, porém modificadas, cuja função principal é a proteção do colmo jovem. O desenvolvimento das gemas nos bambus lenhosos forma, geralmente, um complexo sistema de ramificação vegetativo, sendo um importante caráter taxonômico. Essa complexa ramificação presume uma adaptação pela competição por luminosidade, das quais, a rápida expansão da superfície fotossintética e posição ideal das folhas são fatores importantes (Judziewicz et al., 1999). O rizoma, colmo e ramos formam um sistema interconectado de eixos vegetativos segmentados (McClure, 1966).A inflorescência dos bambus é composta por um agregado de espiguetas bracteadas denominada de sinflorescência, conotando a sua natureza composta (Judziewicz et al., 1999). Os bambus lenhosos (Bambuseae) apresentam sinflorescência bissexual e florescimento monocárpico, enquanto que os bambus herbáceos (Olyreae) apresentam sinflorescência unissexual e florescimento sazonal (Filgueiras; Santos-Gonçalves, 2004).
Os bambus, em geral, são plantas extremamente rústicas que se adaptam bem em solos pobres com poucos nutrientes, sendo também recomendados para plantio em voçorocas para o controle de erosões profundas. As espécies de pequeno porte, porém, como crescem geralmente em ambiente de mata, preferem solos mais ricos em matéria orgânica e com umidade constante. Não existe relato de pragas limitantes ao cultivo dos bambus no Brasil, sendo a única exceção o Bamboo Mosaic Potexvirus (BaMV), já detectado no país em 1977 por Lin et al. (1977), porém não existe informação sobre os danos causados.
Shirasuna, R. T.; Tombolato, A. F. C.; Pinto, M. M. Bambusoideae.In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 925-939.
Setaria parviflora Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen Capím-Rabo-De-Gato
Plantas perenes, ocorrendo de forma esparsa ou formando touceiras densas. Colmo ereto, 0,2-1,2(-1,5) metros de comprimento. Lâminas lineares a estreito-lanceoladas, planas, glabras, usualmente mais concentradas na porção basal dos colmos. Sinflorescência composta por uma panícula espiciforme com 2-10cm de comprimento. Espiguetas solitárias com dois antécios, inseridas em pedicelos curtíssimos, nos quais há um conjunto de 8-10 cerdas involucrais escabras, que correspondem aos ramos estéreis da panícula; gluma inferior menor que a gluma superior; gluma superior pouco menor que a espigueta; antécio basal neutro, com pálea; antécio superior bissexuado, coriáceo, esverdeado, lema e pálea rugosos (Boldrini, 2001).
A espécie floresce praticamente o ano todo, porém as maiores taxas de florescimento são observadas entre novembro e maio (Boldrini, 2001). Observa-se grande variabilidade morfológica entre as populações que crescem em diferentes tipos de ambientes. Estas variações podem ser observadas no tamanho das plantas, comprimento das lâminas, tamanho e colocação das sinflorescências e espiguetas e também no número e comprimento das cerdas involucrais. Certas populações desta espécie comportam-se como ruderais e invasoras de campos de cultivo (Pensiero, 1999), algumas se apresentam como pioneiras em ambientes perturbados. Estas características sugerem que a espécie provavelmente sofreu algum processo de domesticação que foi interrompido. De fato, algumas plantas dessa espécie apresentam espiguetas maiores e grãos mais pesados que suas contrapartes que crescem em ambientes não perturbados.
Filgueiras, T. S.; Rodrigues, R. S. <em>Setaria parviflora</em>. In: Vieira, R. F.; Camillo, J.; Coradin, L. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016, cap. 5, pp. 684-686.
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