nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Descrição taxonômica e importância ecológica
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
Informações sobre descrição taxonômica e importância ecológica de 337 espécies de flora brasileira da região sul e da região centro - oeste obtidas dos livros "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul" e "Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro - Região Centro-Oeste" publicados em 2011 e 2016 respectivamente. Esses livros são uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente em parceria com universidades e centros de pesquisa. A Iniciativa Plantas para o futuro visa fundamentalmente a identificação de espécies nativas da flora brasileira que possam ser utilizadas como novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e na melhoria e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Disponíveis no link: https://www.mma.gov.br/publicacoes/biodiversidade/category/54-agrobiodiversidade.html?download=1426:espécies-nativas-da-flora-brasileira-de-valor-econômico-atual-ou-potencial-–-plantas-para-o-futuro-–-região-centro-oeste https://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dcbio/_ebooks/regiao_sul/Regiao_Sul.pdf
Data de submissão
2019-11-14
Última atualização
2020-01-21
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Not provided
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1573761007410
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Coppensia flexuosa
Coppensia flexuosa (Lodd.) Campacci
 
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Dyckia distachya
Dyckia distachya Hassl.
 
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Copaifera trapezifolia
Copaifera trapezifolia Hayne
 
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Pimenta pseudocaryophyllus
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
 
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Petunia integrifolia
Petunia integrifolia (Hook.) Schinz & Thell.
 
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Acca sellowiana
Acca sellowiana (O.Berg) Burret
 
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Pyrostegia venusta
Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers
Cipó-De-São-João
 
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Physalis pubescens
Physalis pubescens L.
 
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Rumohra adiantiformis
Rumohra adiantiformis (G.Forst.) Ching
Calaguala
 
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Paspalum lepton
Paspalum lepton Schult.
Grama Cinzenta
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Descricão taxonômica Importância ecológica Fonte das informações
Coppensia flexuosa Coppensia flexuosa (Lodd.) Campacci
A espécie possui pseudobulbos com cerca de 10 centímetros de altura, ovoides e bifoliados. Folhas oblongo-lineares de cor verde-clara. Inflorescências longas de até 80 centímetros, bastante ramificadas na sua porção distal, podendo portar até trinta flores (Pabst & Dungs, 1977). Flores de um a dois centímetros de diâmetro. Sépalas e pétalas amarronzadas, praticamente do mesmo tamanho, inconspícuas (Pabst & Dungs, 1977). Labelo amarelo reniforme, apresentando pequenas pintas vermelhas. Floresce de março a maio (O Mundo das Orquídeas, 1998).
Müller, C.V. <em>Coppensia flexuosa</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 744-747.
Dyckia distachya Dyckia distachya Hassl.
Plantas herbáceas, monocotiledôneas com numerosas folhas, dispostas em forma de roseta. As folhas medem entre 12 e 20cm de comprimento, são rijas, com espinhos nas margens, dirigidos para cima e ponta agudíssima (Reitz, 1983).As inflorescências são eretas e axilares em forma de racemos ou panículas (Wiesbauer, 2008). Emite brotações laterais nas inflorescências e mais de um escapo floral por indivíduo, que lhe confere o epípeto <em>distachya <em>(do grego: dis - dois, stachys - espiga) (Reitz, 1983). Em condições de cultivo, a espécie foi observada emitindo até oito escapos simultaneamente (Wiesbauer, 2008). As inflorescências apresentam comprimento médio de 84cm (de 31 a 177cm), com nenhuma até sete ramificações, com em média 11cm (de 2 a 66cm), e com uma média de 43 flores (de 7 a 224). As flores apresentam coloração que varia de amarelo-alaranjadas a vermelho intenso, são completas e hermafroditas. As pétalas são imbricadas formando uma antecâmara de forma tubular a campanulada e as sépalas são conadas na base. Os seis estames são fusionados entre si, formando uma segunda câmara de acumulação de néctar.Os frutos são do tipo cápsula, com três locos deiscentes e apresentam em média 99 sementes (Wiesbauer, 2008). As sementes têm coloração parda, são aladas e apresentam dispersão primária pelo vento (anemocoria) e dispersão secundária pela água (hidrocoria) (Wiesbauer et al., 2007).
Embora D. distachya tenha grande dificuldade de adaptação aos ambientes naturais onde foi reintroduzida, é facilmente cultivada em casa de vegetação. É uma bromélia heliófita (Reitz, 1983), sendo indicado o seu plantio em locais com incidência direta de luz solar. Quando plantada em local sombreado, a espécie apresenta crescimento lento e reduz sua capacidade de reprodução vegetativa. Além disso, nestas condições, fica vulnerável a contaminação por fungos e patógenos que podem causar a morte da planta. Quando cultivada em ambiente ensolarado diretamente no solo, tende à formação de touceiras arredondadas, semelhantes às que ocorriam na natureza. Dyckia distachya apresenta padrão de floração anual, com disponibilidade regular de flores, durante um período de cinco meses. Uma mesma roseta (ramet) pode emitir mais de uma inflorescência, aumentando consideravelmente a extensão de floração em um mesmo indivíduo. A espécie é policárpica, ou seja, floresce mais de uma vez sem causar a morte do indivíduo (Wiesbauer, 2008). A produtividade de frutos e a percentagem de germinação das sementes é relativamente alta na polinização cruzada, por isso, nos cultivos, devem ser plantados vários indivíduos de D. distachya. Além disso, a espécie é auto-incompatível, e a germinação das sementes é praticamente nula quando ocorre autofecundação (Wiesbauer, 2008).
Berkenbrock, I.S.; Wiesbauer, M.B.; Zimmermann, T.G. <em>Dyckia distachya</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 752-759.
Copaifera trapezifolia Copaifera trapezifolia Hayne
Árvore perenifoliada com 25 a 35 metros de altura com até um metro de diâmetro à altura do peito (DAP). Apresenta-se como uma árvore de copa larga, arredondada, densa, com folhagem verde escura intensa, folhas alternas, paripinadas, compostas com cinco a nove jugos, medindo até 7cm de comprimento; folíolos com 0,5 a 1,5cm de comprimento e glandulosos. Suas flores são brancas, pequenas, reunidas em racemos ou panículas axilares multifloras, florescendo de fevereiro a março, e frutifica de julho a novembro. O fruto da copaíba é um legume seco (Reitz et al., 1978; Carvalho, 2003; Bortoluzzi et al., 2006).
Conforme Carvalho (2003), a espécie pode ser classificada no grupo sucessional clímax, ocupando o estágio sucessional como co-dominante do estrato da floresta madura, apresentando boa regeneração natural em vários estratos. Em seu habitat natural, pode ser caracterizada como espécie característica e exclusiva da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), nas formações Baixo Montana, Submontana e Montana. A densidade do pau-óleo depende do tipo de floresta. Em Santa Catarina, podem ser encontradas de 10 a 15 árvores por hectare (Reitz et al., 1978). O pau-óleo possui hábito de crescimento monopodial. Apresenta boa capacidade de rebrota em forma de touceiras após o corte. Dentre os métodos utilizados para a produção, o plantio puro a pleno sol do pau-óleo é inadequado devido às suas exigências ecológicas. Recomenda-se plantio misto associado com espécies heliófitas de rápido crescimento ou em faixas abertas na vegetação matriarcal e plantadas em linhas (Carvalho, 2003).
Siminski, A. <em>Copaifera trapezifolia</em>. In: Coradin, L.; Siminski, A. & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 586-591.
Pimenta pseudocaryophyllus Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
O craveiro-do-mato, <em>Pimenta pseudocaryophyllus </em>(Gomes) Landrum, trata-se de uma espécie arbórea aromática de 4-10m de altura, dotada de copa arredondada muito característica. Tronco, geralmente ereto de 10-30cm de diâmetro, com casca fissurada. Inflorescências axilares em dicásios simples ou composta com duas a três flores brancas muito perfumadas. Fruto, baga subglobosa, escura quando madura e contendo uma a duas sementes. Floresce de outubro a janeiro e frutifica de maio a setembro. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis (Legrand & Klein, 1978; Lorenzi, 1998; Brandão, 2002). Estudo realizado em Floreta Ombrófila Mista (Tijucas do Sul, PR) em três parcelas permanentes de um hectare detectou uma alta variação (16, 5 e 5) de plantas. Como também, a distribuição diamétrica das plantas não ultrapassou a classe de 12cm (Girard, 2005).
A restrição ambiental à reprodução é indicada pelo comportamento da P. pseudocaryophyllus como esciófila e hidrófila em ambientes naturais. É desconhecida a silvicultura e/ou cultivo da espécie.
Ruschel R. A. <em>Pimenta pseudocaryophyllus</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 223-225.
Petunia integrifolia Petunia integrifolia (Hook.) Schinz & Thell.
É uma planta herbácea, perene, com folhagem bastante ramificada e pubescente. As petúnias perenes são as mais rústicas entre as demais espécies do mesmo gênero.É planta considerada robusta, 20-40cm de altura. O caule principal é ereto, ramificado, especialmente na base e na metade superior. As hastes laterais desenvolvem-se da base do caule principal, com tendência ascendente ou prostrada; cada uma ramificada em até três hastes em volta dos nós que originam a primeira flor. Possui pelos contorcidos, com 0,5mm de comprimento; entrenós de 8-35mm. As folhas são oblongas a lineares, ocasionalmente elípticas, com 30 43mm de comprimento e pedúnculo curto. A corola tem formato tubular, superfície interna glabra, de coloração púrpura claro com listas púrpuras mais escuras (Ando & Hashimoto, 1996). Emite uma quantidade pequena de substâncias voláteis e produz baixas taxas de néctar. Ao contrário, por exemplo, da <em>P. axillaris</em> que possui tubos longos, emite grande quantidade de compostos voláteis durante a noite e contém um volume significativo de néctar floral (Ando et al., 1995; Stuurman et al., 2004; Oyama-Okubo et al., 2005). As flores são numerosas e sempre de cor roxa. O florescimento é muito intenso e vistoso durante praticamente o ano todo, em determinadas regiões (Ando & Hashimoto, 1996). As variedades contemporâneas de petúnia apresentam uma grande variação na coloração, sendo que os pigmentos derivados da antocianina são os responsáveis pela coloração das pétalas na maior parte das cultivares, com exceção dos materiais com flores brancas e amarelas (Winkel-Shirley, 2001).
Considerando seu uso no paisagismo e jardinagem, as plantas de P. integrifolia são relacionadas como perenes, no entanto, os canteiros, jardineiras e vasos onde elas são cultivadas necessitam reformas periódicas. Em regiões de clima temperado, é normalmente cultivada como planta anual, porém, sob condições tropicais e subtropicais, é mantida como perene, embora nestas condições possa ser afetada negativamente pelo calor intenso, umidade e ataque de patógenos. A planta é cultivada a pleno sol e aceita bem o clima ameno. Berenschot (2008) afirma que os principais pigmentos responsáveis pela coloração das flores de petúnia são as antocianinas, pertencentes ao metabolismo secundário das plantas, e as vias biossintéticas responsáveis pela formação dos pigmentos são significativamente reguladas pela luz. Assim, em condições de sombreamento, a planta apresenta um aspecto estiolado e cores pálidas, tanto da parte vegetativa quanto das flores. As petúnias apresentam relativa tolerância à seca e isto determinou sua popularidade e, consequentemente, maior concentração de pesquisas e trabalhos, que resultaram no desenvolvimento de novas cultivares com diferentes colorações e melhor qualidade para utilização no jardim (Griesbach, 2007).
Ciotta, M.N. <em>Petunia integrifolia</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 786-790.
Acca sellowiana Acca sellowiana (O.Berg) Burret
Apresenta-se como um arbusto ou pequena árvore de dois a dez metros de altura, porém raramente ultrapassando os cinco metros. Possui ramos cilíndricos, acinzentados, glabros e lignificados. As folhas são opostas, curtas, pecioladas, pequenas e estreitas (Mattos, 1986; Ducroquet & Ribeiro, 1991).Mattos (1986) descreveu que os botões florais apresentam-se solitários ou em cachos de no máximo cinco unidades e são característicos pelo seu formato globuloso. As flores são constituídas de quatro sépalas discretas, quatro pétalas carnosas e profundamente recurvadas em forma de capuz, brancas por fora e púrpuras ou brancas internamente. As pétalas apresentam sabor adocicado e servem como recurso floral para os pássaros, principais polinizadores da espécie. Existem em média 60 estames purpúreos por flor; o estilete é também de coloração púrpura e geralmente maior que os estames (Stewart, 1987; Ducroquet & Ribeiro, 1991; Ducroquet et al., 2000; Finatto, 2008).O fruto é semelhante à goiaba comum (<em>Psidium guajava</em>) em aparência, tamanho e textura, mas a polpa de cor gelo possui sabor diferenciado, doce-acidulado e aromático (Mattos, 1986; Reitz et al., 1978; Ducroquet & Ribeiro, 1991). É classificado como um pseudofruto do tipo pomo, por ser a flor epígina, com ovário ínfero e aderente. Os frutos podem apresentar pesos variáveis, de 20 a 250 gramas, com formato variando de redondo a oblongo. A casca pode ser lisa ou rugosa, com todos os estádios intermediários de textura, sendo geralmente verde (França, 1991). A espessura da casca também se apresenta variável de 4 até 12mm (Ducroquet et al., 2000).O número de sementes pode chegar a mais de 100 por fruto (Ducroquet et al., 2000; Degenhardt, 2001), são pequenas, duras e encontram-se embebidas em uma polpa firme e gelatinosa, podendo apresentar formato que varia de gota até coração (Seidemann, 1994). O rendimento de polpa é também bastante variável, geralmente atingindo valores máximos de 50% (Ducroquet et al., 2000; Degenhardt, 2001).A maturação se estende por cerca de três a quatro semanas; sendo na serra catarinense distribuída entre final de fevereiro e final de maio (Ducroquet et al., 2000). Segundo Mattos (1986), quando os frutos apresentam coloração verde amarelada e começam a cair ao solo, já estão quase maduros. Cacioppo (1988) sugere que por ocasião da maturação os frutos tornam-se mais claros e por este diagnóstico pode-se proceder à colheita; contudo, esta mudança de coloração não ocorre de forma evidente na maioria das plantas. Na Nova Zelândia foram realizados numerosos estudos visando obter parâmetros agronômicos, a fim de determinar a melhor época de colheita. Dos resultados obtidos, pode-se concluir que nem o teste do penetrômetro nem o exame refratométrico são válidos para definir o ponto de maturação; o único método válido até o momento é a abscisão espontânea do fruto (Thorp & Klein, 1987).Por ser detentora de grande variação fenotípica, a espécie pode ser dividida ainda em dois tipos. O tipo Brasil apresenta plantas com folhas de face abaxial verde-clara, pilosidade esbranquiçada curta e rala, e frutos com sementes grandes (0,45 a 0,60g para 100 sementes) quando comparadas ao tipo Uruguai. Este último apresenta plantas com folhas de face abaxial branco-cinza, com densa pilosidade branca tipo feltro, e com sementes menores (0,20g para 100 sementes) (Ducroquet et al., 2000; Thorp & Bieleski, 2002).
Interação com pragas e doenças: Devido ao fato de a Região Sul do Brasil apresentar-se como provável centro de origem da espécie, esta apresenta um grande número de pragas primárias e secundárias: cochonilhas, percevejos, tripes, ácaros, besouros, traças, mariposas minadoras e mosca-das-frutas (Hickel & Ducroquet, 1992). A goiabeira-serrana é hospedeira primária de Anastrepha fraterculus, sendo que os frutos são intensamente atacados, podendo ocorrer até 100% de infestação na época da maturação dos frutos, quando esses liberam um forte aroma. O tamanho crítico dos frutos para ocorrência de posturas é quando estes apresentam de 25 a 30mm de diâmetro, normalmente na última semana de fevereiro, e se estende até a colheita (Ducroquet et al., 2000). Outro grupo, cujas larvas também danificam os frutos, se refere aos gorgulhos do gênero Conotrachelus. As larvas de espécies deste gênero diferenciam-se da mosca das frutas por apresentarem cabeça distinta e o corpo arqueado em forma de C (Ducroquet et al., 2000). Dentre as doenças, destaca-se a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, como principal doença da goiabeira-serrana no Sul do Brasil, pois provoca o tombamento de plântulas e a perda de um grande número de mudas, bem como o secamento parcial ou total de ramos, podendo causar a morte de plantas adultas. Nos frutos, os sintomas são manchas escuras deprimidas, com a parte central de coloração rósea devido à multiplicação do agente patogênico. A doença pode danificar até 100% de frutos jovens ou próximos da maturação (Andrade & Ducroquet, 1994; Ducroquet et al., 2000). Botrytis cinerea é o agente causador de podridões de pós-colheita, conhecido também como podridão cinza. O ataque se dá no fruto durante o estádio de maturação e também durante o armazenamento, podendo atingir cerca de 10% dos frutos no pomar ainda antes da colheita (Ducroquet et al., 2000). Outros fungos como Pestalotia feijoa, Phyllostica feijoae, Penicillium spp., Aspergilus spp., Monilia fructigena e Pestalotiopsis psidii são citados em vários países como causadores ocasionais de podridão pós-colheita em goiabeira-serrana (Ducroquet et al., 2000).
Santos, K.L.; Siminski, A.; Ducroquet, H.J., Guerra, M.P.; Peroni, N.; Nodari, R.O. <em>Acca sellowiana</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 111-129.
Pyrostegia venusta Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers Cipó-De-São-João
Trepadeira muito vigorosa, de ramagem densa e folhas opostas compostas de dois a três folíolos esverdeados, de 6-8cm de comprimento e 4-5cm de largura. O folíolo central é transformado em gavinhas. Inflorescências numerosas, densas, reunidas em cerca de 15 a 20 flores tubulosas, alaranjadas, com cerca de 7cm de comprimento e 1,5-2,0cm de largura, com corola de cinco lobos que curvam suas extremidades para trás. Floresce principalmente no inverno, entre julho e setembro. Frutos secos longos com 25-30cm de comprimento (Lorenzi & Souza, 2001).
Apresenta ciclo fenológico anual e produção de muitas flores por planta durante várias semanas com elevada sincronia intra e interagrupamento. Embora se reproduza por autopolinização espontânea, necessita de agentes polinizadores para maior produção de frutos (Polatto et al., 2007). Como planta ruderal, multiplica-se facilmente por sementes e por estacas. Devem ser cultivadas em solo fértil com regas regulares, sempre a sol pleno.
Beretta, M.E.; Ritter, M.R.; Brack, P. <em>Pyrostegia venusta</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 791-793.
Physalis pubescens Physalis pubescens L.
Planta subarbustiva de 1,0–1,5m de altura, muito ramificada. Indumento intensamente piloso, com curtos pelos simples, brancacentos, sedosos, sobre todas as partes verdes, dando textura aveludada às superfícies. Folhas simples, alternas. Limbo membranáceo, flácido, ovalado com até 8cm comprimento por 7cm de largura. Margem inteira ou com série de lobos agudos, irregulares; nervuras pouco proeminentes na face dorsal, coloração verde. Flor com cálice campanulado, com cinco nervuras verticais, corola campanulada formada por cinco pétalas unidas, com cerca de 15mm de diâmetro no limbo aberto. Coloração amarela com cinco manchas violáceas na parte inferior. Cinco estames de filetes curtos e anteras violáceas a azuis. Estigma amarelado na ponta. Cálice tubuloso persistente, com cinco lobos triangulares formando um corpo inflado subgloboso na frutificação, devido ao fechamento apical. Fruto baga globosa do tipo solanídio, 0,8 - 1,8cm de diâmetro, bilocular, 150-180 sementes. Coloração amarelo-alaranjada (Kissmann & Groth, 2000).
Segundo Facciola (1998), fisális é cultivada em diversas regiões do mundo, inclusive com cultivares, tais como: Aunt Molly`s ou Aent Moll; Cossack pineapple; Eden; Goldie; Sweet Amber cultivadas nos Estados Unidos e Nova Zelândia, por exemplo. Em inglês recebe os seguintes nomes: ground cherry, husk tomato e strawberry tomato. São cultivadas com êxito, em outros países, espécies semelhantes como Physalis peruviana e Physalis ixocarpa. Apesar de encontrar-se já em cultivo, estudos são necessários para a obtenção das características ótimas de cultivo desta planta no Brasil. Para sua reprodução, o uso de sementes é recomendado. Os frutos produzem aproximadamente 150–180 sementes/fruto. A planta possui variedades diferenciadas e mais interessantes ao cultivo e comercialização, tendo estas de serem selecionadas pelos produtores. As espécies Physalis pubescens e Physalis pruinosa são plantas que têm uma forte propensão a se espalhar: é aconselhável espaçá-las com um metro, ou mesmo 1,20m (Estação Experimental de Santa Luzia, 2006).
Kinupp, V.F.; Lisbôa, G.N.; Barros, I.G.I. <em>Physalis pubescens</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 193-197.
Rumohra adiantiformis Rumohra adiantiformis (G.Forst.) Ching Calaguala
É uma espécie homosporada e origina gametófitos verdes com inúmeros rizoides na face inferior (Brum & Randi, 2002). Apresenta caule curto a longo-reptante ou decumbente, pubescente ou sem tricomas, coberto por escamas geralmente bicolores, marrom-claras com margens hialinas, lustrosas, ovadas a lineares, inteiras ou menos frequentemente fimbriadas. Folhas monomorfas. Pecíolo paleáceo a marrom ou ainda avermelhado, levemente pubescente ou sem tricomas, densamente escamoso na base, escamas semelhantes às do caule, as da porção distal do pecíolo são mais escuras, menores e mais estreitas. Lâmina 1 pinada a 3-pinado-pinatífida, cartácea a coriácea, deltoide ou mais raramente lanceolada, ápice pinatífido, agudo ou obtuso. Raque pubescente ou raro sem tricomas, com escamas semelhantes às da base do pecíolo. Pinas variam de 6-26 pares, são alternas, ascendentes, falcadas, sésseis ou pecioluladas, com base cuneada, assimétrica, lado basioscópico escavado, ápice obtuso a agudo. Costa glabrescente, pubescente e às vezes com escamas semelhantes às da raque. Pínulas variam de 3-17 pares, são alternas, lanceoladas, base cuneada ou raramente obtusa, geralmente assimétrica, lado basioscópico escavado, ápice geralmente pinatífido, agudo ou obtuso, margem inteira, serreada ou crenada. Nervuras livres, indivisas ou 1-3 bifurcadas. Superfície laminar glabra, raramente pubescente em ambas as faces e sem ou com escamas em ambas as faces. Indumento de tricomas simples, aciculares, geralmente unicelulares ou ainda paucicelulares, presentes no caule, pecíolo, raque e em ambas as faces das pínulas, algumas vezes tricomas glandulares presentes no pecíolo e raque. Soros arredondados, inframedianos ou medianos; indúsio orbicular, raramente reniforme, eroso, inteiro ou sinuado (Garcia & Salino, 2008).
Baldauf, C.; Kubo, R.R.; De Souza, G.C.; Ribas, R.P.; Dos Reis, M.S.; Miguel, L.A. <em>Rumohra adiantiformis</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 794-807.
Paspalum lepton Paspalum lepton Schult. Grama Cinzenta
Planta perene, com rizomas longos, profundos e vigorosos, propagando-se com facilidade nos solos arenosos e soltos formando touceiras ralas; colmos eretos, geralmente menores de 40cm de altura, com folhas basais e entrenós curtos. Folhas estreitas de coloração verde-cinzenta; bainhas lisas glabras; lâminas 10-20cm x 0,2-0,3cm, escassamente pubescentes na face inferior; lígula 0,5-0,8mm, tricomas abundantes na axila. Panícula de ramos unilaterais espiciformes alternos, verde-acinzentada, com 2-4 ramos de 2-4cm de comprimento; espiguetas ovadoelípticas, 2,4-2,8mm x 1,5mm; gluma inferior ausente; gluma superior com pelos curtos e tênues; lema inferior estéril plana, plicada no sentido transversal; antécio superior fértil, castanho-brilhante e de convexidade pronunciada.
Pelo fato de apresentar rizomas vigorosos, avançadores, forma manchas exclusivas. Forragem de bom valor (Barreto & Kappel, 1967). Segundo Rosengurtt et al. (1970), fornece forragem pouco apetecida e medianamente produtiva, porém existem formas glabras e vigorosas que parecem mais apetecidas e produtivas que a forma comum. Segundo Araújo (1971), apresenta em áreas fertilizadas, grande crescimento, forma massa verde densa e tenra. Foram desenvolvidos trabalhos envolvendo produção de forragem pela FEPAGRO/RS.
Boldrini, I.I. <em>Paspalum lepton</em>. In: Coradin, L., Siminski, A., & Reis, A. (Eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011, cap. 5, pp. 334-335.
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