nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

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Carapa guianensis
Carapa guianensis Aubl.
Andiroba
 
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Carapa guianensis
Carapa guianensis Aubl.
Andiroba
 
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Couepia bracteosa
Couepia bracteosa Benth.
Pajura
 
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Centrosema macrocarpum
Centrosema macrocarpum Benth.
 
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Calliandra surinamensis
Calliandra surinamensis Benth.
 
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Luziola spruceana
Luziola spruceana Benth. ex Döll
 
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Bertholletia excelsa
Bertholletia excelsa Bonpl.
Castanheira
 
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Theobroma bicolor
Theobroma bicolor Bonpl.
 
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Piper hispidinervum
Piper hispidinervum C.DC.
 
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Lecythis pisonis
Lecythis pisonis Cambess.
Sapucaia
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Carapa guianensis Aublet Carapa guianensis Aubl. Andiroba
Meliaceae
Andiroba
Medicinais
Plantae
A andirobeira é uma árvore perenifólia de até 55 metros de altura, mas, normalmente, atinge entre 25-30m de altura, podendo atingir até 200cm de diâmetro, apresentando, ou não, sapopemas. A casca é grossa e amarga, desprendendo-se facilmente em grandes placas , e as folhas são compostas, alternadas e paripenadas (Ferraz et al., 2002). É uma espécie monoica, com flores femininas mais longevas e persistentes que as masculinas, essas duram no máximo um dia (Maués, 2008). São brancas, pequenas, solitárias, axilares, subsésseis, glabras, levemente perfumadas, contendo 8 anteras, 1 ovário, 4 lóculos com até 6 óvulos, e estão inseridas em uma inflorescência paniculada localizada principalmente na extremidade dos ramos (Vieira, 1996). A inflorescência é sustentada por brácteas pontudas, axilares ou subterminais (Ferraz et al., 2002; Founier, 2003). O fruto é uma cápsula com quatro valvas, de forma globosa ou subglobosa, medindo, geralmente, entre 5 e 11cm de diâmetro e pesando entre 90 e 540g. Cada fruto pode conter entre 1 e 16 sementes. As sementes de cor marrom podem apresentar grande variação de forma e tamanho (Ferraz et al., 2003).
A andirobeira é uma espécie do tipo clímax, com bom desenvolvimento sob condições de sombra parcial (Silva; Leão, 2006). Apresenta crescimento rápido e possui grande plasticidade fisiológica quando submetida à condição de déficit hídrico (Gonçalves et al., 2009), razão para se desenvolver em diferentes tipos de solos, exceto os extremamente secos. Plantas jovens demonstraram tolerância ao estresse hídrico por até 21 dias e, se forem reidratadas após este período, se recuperam rapidamente, o que demonstra boa plasticidade fisiológica. A dinâmica do ciclo das marés é extremamente importante para os indivíduos de C. guianensis que compõem as populações das áreas inundáveis (Boufleuer, 2004)
: A C. guianensis é uma espécie nativa da Amazônia, mas não endêmica do Brasil, ocorrendo nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará) e Nordeste (restrita ao estado do Maranhão) (Flora do Brasil, 2017) . Ocorre ainda nas ilhas Caribenhas, ao sul da América Central, além da Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Peru e Paraguai (Ferraz et al., 2003).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-100
Carapa guianensis Aubl. Carapa guianensis Aubl. Andiroba
Meliaceae
Andiroba
Oleaginosas
Plantae
A andirobeira é uma árvore perenifólia, de até 55 metros de altura, mas, normalmente atinge entre 25-30m de altura, podendo atingir até 200cm de diâmetro, apresentando ou não sapopemas. A casca é grossa e amarga, desprendendo-se facilmente em grandes placas, e as folhas são compostas, alternadas e paripenadas (Ferraz et al., 2002). É uma espécie monoica, com flores femininas mais longevas e persistentes que as masculinas, duram no máximo um dia (Maués, 2008); são brancas, pequenas, solitárias, subsséseis, glabras, levemente perfumadas, contendo 8 anteras, 1 ovário, 4 lóculos, com até 6 óvulos e estão inseridas em uma inflorescência paniculada localizada principalmente na extremidade dos ramos (Vieira et al., 1996). A inflorescência é sustentada por brácteas pontudas, axilares ou subterminais (Ferraz et al., 2002). O fruto é uma cápsula com quatro valvas, de forma globosa ou subglobosa, medindo, geralmente, entre 5-11cm de diâmetro e pesando entre 90-540g. Cada fruto pode conter entre 1-16 sementes, de cor marrom, com grande variação de forma e tamanho (Ferraz et al., 2003).
A andirobeira é uma espécie do tipo clímax, com bom desenvolvimento sob condições de sombra parcial (Silva; Leão, 2006). O período reprodutivo da espécie é diferente em cada estado da Amazônia. Shanley et al. (1998) registraram que a andirobeira floresce entre os meses de agosto a outubro e frutifica de janeiro a abril. No Pará a floração também ocorre durante a estação chuvosa (Conab, 2013). Nas condições de Manaus/AM as fenofases dividem-se em três períodos: 1) floração de dezembro a março; 2) frutificação de março a maio; e 3) queda das sementes de abril a julho. Contudo, a fenologia de C. guianensis é muito variável, podendo ocorrer frutificação ao longo de todo ano, conforme sua distribuição geográfica e habitat. No entanto, pode apresentar sazonalidade de produção, com alta produção de frutos em um ano e baixa no outro (Ferraz et al., 2002). Estudos de fenologia realizados por Medeiros et al. (2014) no município de Belém/PA, registraram floração durante todo o ano e frutificação em sete meses do ano. O maior número de dias com floração e frutificação das plantas ocorreu nos meses de agosto e novembro, com 20 e 12 dias, respectivamente. A espécie é polinizada por insetos de pouca mobilidade, caso de microlepdópteros e meliponinas (Maués, 2006; Raposo, 2007).
A Carapa guianensis é uma espécie nativa da Amazônia e não endêmica do Brasil. Ocorre amplamente na região norte, expressivamente nos estados do Acre, Amazonas, Amapá e Pará (Flora do Brasil, 2016) . Já no Nordeste, o estado do Maranhão possui a maior ocorrência, geralmente encontrada nas várzeas e áreas alagáveis ao longo dos igapós. Frequentemente ocorre associada com a ucuúba (Virola guia nensis) e a seringueira (Hevea brasiliensis) (Cavalcante et al., 1986). Além do Brasil, ocorre ainda no sul da América Central, na Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Peru e no Paraguai (Ferraz et al., 2003).
Couepia bracteosa Benth. Couepia bracteosa Benth. Pajura
Chrysobalanaceae
Pajurá
Alimentícias
Plantae
Espécie de habito arbóreo, porte mediano quando cultivada, com altura média entre 10 a 20m e tronco de 50cm de diâmetro, casca delgada, áspera, copa densa e espalhada. Em alguns casos as árvores podem alcançar altura de até 25m (Cavalcante, 1996). Folhas alternadas, simples, pecíolo de 1,5cm de comprimento, de lâmina coriácea, ovado-eliptica a oblonga, margem inteira, ápice acuminado, base arredondada, truncada, obtusa ou subcordiforme, com cerca de 20cm de comprimento e 12cm de largura, pulverulenta, verde brilhante na face superior e cinza marrom na face inferior. Inflorescências em panículas terminais, racemiformes, e flores hermafroditas, pequenas, zigomorfas, branca, glabas com margens ciliadas. Fruto drupa globosa, com epicarpo pardo e áspero, mosqueado de numerosas pontuações brancacentas, mesocarpo (parte comestível) espesso, amarelo pardo, textura carnosa-granulosa, oleoginoso, doce, saboroso. Endocarpo delgado, lenhoso, frágil, contendo uma grande semente (Falcão et al., 1981; Cavalcante, 1996)
Planta secundaria da floresta Amazônica, com dispersão irregular, crescendo tanto no interior da floresta densa quanto em capoeiras, em terra firme (Lorenzi 1992). Normalmente o plantio é consorciado com diferentes espécies em pomares domésticos. Devido à copa ampla, o cultivo deve ser no espaçamento 6x6m. Floresce principalmente de outubro a março. Os frutos amadurecem de setembro a fevereiro. Contudo, em função das condições climáticas e manejo da cultura, há variações no período de floração e frutificação.
A espécie Couepia bracteosa é nativa no território brasileiro, mas não é endêmica do Brasil. De acordo com a Flora do Brasil (2018) a espécie tem distribuição geográfica restrita à Região Norte, com ocorrência confirmada nos estados do Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia. Cavalcante (1996) relatou que a espécie é nativa da Bacia Amazônica com distribuição desde a parte Central até as Guianas. No Pará, ocorre até Santarém, próximo à região do Baixo Amazonas.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-11
Centrosema macrocarpum Benth. Centrosema macrocarpum Benth.
Fabaceae
Centrosema
Forrageiras
Plantae
Espécie herbácea, perene, com ramos finos e enraizamento nos nós em alguns genótipos; o caule é piloso, glabrescente e lignificado na base; as folhas são trifolioladas com folíolo central maior medindo de 8-13cm de comprimento e 3-8cm de largura; inflorescência é um racemo axilar com até 30 flores inserida em pares ao longo da raque, as flores apresentam coloração creme com o centro roxo; frutos são deiscentes com até 30cm de comprimento e 1cm de largura contendo até 25 sementes; sementes são oblongas, medindo cerca de 5x3mm, com 15.000 a 25.000 unidades/ kg (Tropical Forages, 2018). A espécie é morfologicamente confundida com C. pubescens, da qual se diferencia pelo hábito mais robusto, com ramos lenhosos (vs. ramos herbáceos em C. pubescens) e folíolos maiores e glabros em ambas as faces quando adultos (vs. folíolos pubescentes a tomentosos em ambas as faces) (Flora do Brasil, 2018).
Para Schultze-Kraft et al. (1990) a ocorrência natural de C. macrocarpum está associada a solos ácidos de fertilidade média à baixa e com 430 a 4.000mm anuais de chuva. É uma espécie com grande potencial para alimentação animal (Schultze-Kraft, 1990), tolerante à seca e com forragem de boa qualidade (Coradin; Ramos, 2016). Não é severamente atacada por doenças que ocorrem tradicionalmente nas espécies do gênero Centrosema, podendo produzir até 15 toneladas de matéria seca/ha/ano (Tropical Forages, 2018). Costa e Oliveira (1993) reportaram uma produção de forragem de até 26 toneladas de matéria/há, nas condições climáticas de Rondônia. Com relação a fixação de nitrogênio, Vargas et al. (1993) relataram que C. macrocarpum apresentou baixa nodulação e não respondeu satisfatoriamente a inoculação com estirpes. Entretanto, em condições experimentais na Colombia, Cook et al. (2005) obtiveram sucesso na seleção de estirpes que favoreceu o crescimento da espécie
Segundo a Flora do Brasil (2018), Centrosema macrocarpum apresenta ampla distribuição geográfica: América do Norte (México), América Central e América do Sul. Especificamente, pode ser citada a ocorrência da espécie em Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, México, Panamá, Peru e Venezuela (Tropicos, 2017). No Brasil, ocorre naturalmente nas regiões Norte (Roraima, Tocantins); Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-90
Calliandra surinamensis Benth. Calliandra surinamensis Benth.
Fabaceae
Balão-chinês
Ornamentais
Plantae
Arbusto, com até cerca de 4m de altura . Ramos cilíndricos, lenhosos, fissurados, ligeiramente pilosos. Estípulas 3-11mm de comprimento, 1-2,7mm de largura, lanceoladas, ovada-triangular, rígidas, estriadas, pubescentes, persistentes. Pecíolos 2-9mm de comprimento, 0,5-1,3mm de diâmetro, cilíndricos a levemente canaliculados, pubescentes. Folhas bipinadas, unijugadas; pina com 3-8,5cm de comprimento; foliólulos 8-19 pares por pina, 8,5-25mm de comprimento, 2-14mm de largura, decrescentes, sésseis, subcoriáceos, glabros em ambas as faces ou levemente pubescentes na face abaxial, lanceolado-oblongos, oblongos a rombóide-oblongos, ápice agudo, obtuso ou obtuso-apiculado, base auriculada ou subcordada; nervuras primárias 3-4 pares arqueados ascendentes, venação palmada-pinada. Fruto tipo legume , 1-3 por infrutescência, 45-70mm de comprimento, 7,5-11mm de largura e 0,5-2,0mm de espessura, deiscência elástica, curtamente apiculado, estipitado, coriáceo, oblanceolado,plano ou levemente dilatado ao redor das sementes, castanho, rugoso, com nervuras oblíquas ao longo de seu comprimento, brilhante, glabro, ápice agudo, base atenuada, margem espessa e linear (Barneby, 1998).
A espécie pode ser cultivada tanto na sombra quanto a pleno sol, em solos argilosos, arenosos, levemente alcalinos ou ácidos, bem drenados. É tolerante à seca. Com o crescimento rápido em solos arenosos e de pleno sol, esta planta responde favoravelmente a rega regular, e não exige cuidados especiais; uma vez estabelecida, necessita apenas podas ocasionais, quando se deseja mantê-la dentro do limite ou com um formato especial. A espécie se adapta bem ao inverno (Gilman; Watson, 1993) e, até o presente, não tem sido relatado grandes problemas com pragas e doenças. Nas condições do estado do Amazonas floresce e frutifica nos meses de abril, novembro e dezembro (Bonadeu; Santos, 2013).
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil, com ocorrência registrada na Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, Equador, Peru e Brasil (Barneby, 1998). No Brasil, tem ocorrência restrita à Região Norte (Acre, Amazonas, Pará) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-143
Luziola spruceana Benth. ex Döll. Luziola spruceana Benth. ex Döll
Poaceae
Capim-uamã
Forrageiras
Plantae
De acordo com Black (1950), é uma espécie rastejante, com colmos grossos e esponjosos, livremente ramificados. As bainhas são amplas, glabras; lígulas membranáceas, estreitas, até 2cm ou mais de comprimento; lâminas lineares, alongadas, glabras, com 0,5 a 2cm de largura. Panículas pistiladas multifloras, com cerca de 15cm de comprimento, ramos aproximados, finalmente reflexos; espículas de 4-5mm de comprimento; lema e pálea herbáceas, lanceoladas-oblongas, com, respectivamente, 7 e 5 nervuras fortes e escabridas; cariopse brunea quando madura, lisa, lustrosa, 2mm de comprimento. Panículas estaminadas com 5 a 15cm de comprimento, em pedúnculos mais compridos; espículas de 4,5 a 5mm de comprimento; lema e pálea membranáceas; estames em número de 6.
As sementes podem ficar submersas por muitos meses, sem perder a capacidade germinativa (Le Cointe, 1947). De acordo com Junk e Piedade (1993), essa espécie tem comportamento anual, com ciclo de vida curto, que tende a formar populações monoespecíficas, em leitos úmidos de lagos. A medida que o nível da água aumenta, permanece acima da superfície, crescendo cerca de 2m no comprimento. Após essa fase, acontece a floração e produção de sementes, rápida decomposição da planta, a qual afunda para o leito do lago. Le Cointe (1945) relata que, quando baixa o nível dos lagos nos campos de várzea amazônicos, L. spruceana cresce debaixo da água rasa das margens planas, formando um “lençol verde claro que cobre quase inteiramente a superfície dos lagos meio secos”. Quando as águas sobem, grandes feixes desse capim são naturalmente arrancados do solo, formando ilhas que são lentamente movidas pelo vento, ao longo das margens.
Espécie não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará); Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul) (Flora do Brasil, 2018; Dórea et al., 2020). Na Região Norte é mais comum ao longo do rio Amazonas e afluentes. Abundante na ilha de Marajó.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-97
Bertholletia excelsa Bonpl. Bertholletia excelsa Bonpl. Castanheira
Lecythidaceae
Castanha-do-brasil
Alimentícias
Plantae
Árvore de porte elevado, com altura de 30 a 50m e tronco retilíneo, de 100 a 180cm de diâmetro, casca rígida, grossa e rimosa. Excepcionalmente a planta pode atingir 60m de altura (Müller et al., 1995; Lorenzi, 1992; Cavalcante, 2010). As folhas são simples, alternas, decíduas, com ápice acuminado, base arredondada a subcuneada, margens inteiras ou fracamente onduladas. O pecíolo é cilíndrico canaliculado, com 5 a 6cm de comprimento e o limbo oblongo com 25 a 35cm de comprimento e 8 a 12cm de largura. As folhas são reticuladas e com nervuras levemente aveludadas na parte abaxial. São de coloração verde- -escura quando completamente maduras e de coloração arroxeada quando imaturas. A mudança foliar da castanheira-do-brasil ocorre o ano inteiro. As folhas maduras persistem na planta durante quase todos os meses do ano, com decréscimo nos meses de agosto e setembro. As folhas novas aparecem entre os meses de junho a novembro, com maior incidência em setembro, quando todas as árvores apresentam folhas novas. A inflorescência é axilar ou em panículas terminais de poucos racemos. As flores são hermafroditas zigomórficas, apresentando cálice inteiro e urceolado, na antese bi ou tripartido, com ápice dos lobos dentados; corola esbranquiçada ou levemente amarelada, com seis pétalas livres, imbricadas, andróforo com a parte superior contendo numerosos estaminoides; parte inferior do andróforo, a lígula; filete com dilatação no ápice, onde se insere a antera por meio de um conectivo filiforme, ovário ínfero tetralocular, lóculos geralmente com quatro a cinco óvulos. O androceu é dividido em três partes: anel estaminal, ou seja, o conjunto de estames que apresenta a forma ovalada, envolvendo o estilete e o estigma; a lígula: uma zona livre entre o anel estaminal e o chapéu, este é proveniente da extensão do eixo floral, uma estrutura em forma de elmo com prolongamento pontiagudo. Os estaminoides são unidos; ao fundo encontram-se as glândulas de néctar. O chapéu ou elmo se curva sobre o anel estaminal e o recobre totalmente. Além disso, as pétalas são fortemente aderidas ao androceu. As flores da castanheira se desenvolvem em inflorescência tipo panículas ou racimos nas extremidades dos ramos. O fruto é uma cápsula pixídica, denominado popularmente como “ouriço”. Tem forma aproximadamente esférica ou levemente achatada e casca lenhosa e bastante dura. Apresenta o mesocarpo lenhoso, extremamente duro,constituídos de células pétreas (esclereídeos). Pode pesar de 500 a 1.500 gramas. Contém em seu interior em torno de 15 a 24 sementes angulosas, com quatro a sete centímetros de comprimento, testa (tegumento externo) córnea e rugosa (Almeida, 1963; Müller et al., 1995; Cavalcante, 2010). As sementes correspondem a 25% do peso total do fruto e as amêndoas em torno 12,5% do peso do fruto. Isto é, de um fruto com cerca de 1kg pode-se obter em média 125g de amêndoas frescas (Müller et al., 1995).
A espécie é predominantemente alógama, em decorrência de apresentar mecanismo de autoincompatibilidade genética, embora se verifique, em alguns genótipos, pequena taxa de autofecundação, com a estimativa de taxa de cruzamento multiloco individual por planta materna (tm=0,849). A peculiar morfologia da flor restringe o acesso aos visitantes, caso das abelhas de médio e grande porte. As flores são polinizadas por grandes abelhas dos gêneros (Xylocopa, Epicaris, Bombus, Centris e Eulaema), capazes de promover fluxo de pólen a grandes distâncias, fator fundamental, pois a espécie Bertholletia excelsa é planta com síndrome melitófila, portanto, dependente da ação dos polinizadores para garantir a produção de frutos (Moritz, 1984; O’Malley et al., 1988; Maués, 2002).Na maioria das áreas de ocorrência natural ou de cultivo das castanheiras a espécie floresce na época de menor precipitação, com a produção e queda de frutos maduros no período de chuvas. São necessários cerca de 12 a 15 meses para que o fruto complete a maturação, ou seja, durante a floração e o desenvolvimento dos frutos novos, a castanheira-do-brasil conserva os frutos velhos e quase maduros, sendo comum encontrar frutos de diferentes estágios de desenvolvimento em uma mesma planta durante todo o ano (Moritz,1984; Maués, 2002).
Apresenta ampla distribuição em florestas de terra firme e áreas antropizadas da Bacia Amazônica (Flora do Brasil, 2018), ocorrendo em agrupamentos de árvores de 50 a 100 indivíduos, espalhados pelas grandes florestas às margens dos Rios Amazonas, Negro, Orinoco, Araguaia e Tocantins (Prance; Mori, 1979).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-6
Theobroma bicolor Bonpl. Theobroma bicolor Bonpl.
Malvaceae
Mocambo
Alimentícias
Plantae
Theobroma bicolor se refere a uma arvore perenifólia, de 5-8(15)m de altura sob cultivo, mas pode chegar a 25-30m de altura no interior da floresta, com ramos longos e pendentes. Apresenta folhas simples, alternas, pecioladas, de lâmina-cartácea, largo-ovalada e de superfície ondulada, de cor mais clara na face inferior, com 15-35cm de comprimento. Flores pequenas, vináceas a purpura, dispostas em pequenos dicásios axilares curto-pedunculados. Frutos elipsoides, amarelos, com pericarpo lenhoso, com 10 arestas longitudinais, do tipo baga, com peso de frutos entre 300g a mais de 3kg. Contém numerosas sementes envoltas em uma polpa fibrosa, suculenta e de sabor adocicado Kinupp; Lorenzi, (2014), (Lorenzi et al., 2015).
Estas espécies não apresentam cultivos comerciais, mas são conhecidas pela população e cultivadas em quintais na Região Norte. A floração de Theobroma bicolor ocorre nos meses de setembro a novembro e a produção e maturação de frutos ocorre de janeiro a abril. De acordo com Paytan, (1997) a espécie tem vantagens adaptativas em relação à ecología e aos solos pobres predominantes na região, sendo um cultivo tradicional em comunidades indígenas locais da floresta baixa da Amazônia peruana. Tem como desvantagens a alta variabilidade; limitada produção; relativa demora no início da frutificação; aroma forte do fruto, que é uma característica da espécie; e falta de pesquisa
T. bicolor está distribuída na bacia amazônica, com presença confirmada na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru. No Brasil T. bicolor tem ocorrência na Região Norte (Amazonas e Pará), Nordeste (Bahia) e Sudeste (Espírito Santo e Rio de Janeiro)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-43
Piper hispidinervum C.DC. Piper hispidinervum C.DC.
Piperaceae
Pimenta-longa
Aromáticas
Plantae
Arbusto ramificado, nodoso, de até 5m de altura. Folhas oblongo-lanceoladas ou elíptico-oblongas, com ápice atenuadamente acuminado e base inequilateral, lado maior mais arredondado, cordulado, os nervos pouco prensados, na direção do ápice, de 3,5-5,5cm de largura e 14-22cm de comprimento, pedúnculo espesso, pubescente; nervuras 6 de cada lado; pecíolo 2-4 ou 1-2mm de comprimento, pubescente. Espigas curvadas, 2-3mm de diâmetro e acima de 10-12cm de comprimento, brácteas triangular-subpeltadas, estreitamente franjadas; estames 4; estigmas sésseis; drupas oblongas, obovóides, estreitas e com forma de cunha na direção da base, glabra, com ápice truncado (Yuncker, 1972).
Estudos fenológicos e ecofisiológicos realizados após a poda de produção da pimenta-longa concluíram que o padrão de eficiência fotossintética, observada nas folhas maduras pós- -corte, confirma as altas taxas de fotossíntese antes do corte. A resistência estomática das folhas maduras pós-corte segue o mesmo padrão observado nas plantas antes do corte, com maiores valores de resistência estomática ocorrendo nos meses com menor índice pluviométrico (Santos; Rocha-Neto, 1999).
Planta nativa e endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Roraima), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-58
Lecythis pisonis Cambess Lecythis pisonis Cambess. Sapucaia
Lecythidaceae
Sapucaia
Ornamentais
Plantae
Árvore medindo entre 20 a 30m de altura (Lorenzi, 2002; Souza et al., 2014). As folhas adultas são coriáceas, glabras, margens onduladas e serrilhadas com pequenos recortes, podem ser cremes, verde-claras ou avermelhadas (Souza et al., 2014), são elípticas, acuminadas, simples, alternas, decíduas e oblongas. As folhas novas são avermelhadas com pecíolos glabros. As flores são delicadas , odoríferas, carnosas e com numerosos estames amarelos, nascem em racemos ou cachos terminais e são andróginas, com 5 pétalas côncavas de cor branco-violácea (Guimarães et al., 1993). Os grãos de pólen apresentam tamanho médio, simetria radial, isopolar, mônades, âmbito circular, forma prolata esferoidal, 3-colporado, exina intectada reticulada (Mori; Prance, 1981; 1990). O fruto é do tipo pixídio, duro, pesado, seco e deiscente, de forma esférica a alongada, possuindo paredes grossas e lenhosas e uma tampa ou opérculo que se abre quando maduro, liberando as sementes, que são grandes, marrons, angulosas, com casca dura estriada e comestíveis (Guimarães et al., 1993; Lorenzi, 2002).
Sapucaia ocorre geralmente na floresta primária densa, mas também pode ser encontrada em formações abertas. Espécie decídua, perde todas as suas folhas entre o final do inverno e o início da primavera, ficando desfolhada por 10 a 15 dias antes da floração, que acontece na Amazônia de julho a janeiro e no resto do Brasil de setembro a novembro, concomitantemente com a emissão das folhas novas (Mori et al., 1980; Mori; Prance, 1990). As flores abrem-se antes das 7h30min. e são polinizadas, principalmente, por abelhas. L. pisonis é uma espécie dependente de Xylocopa frontalis (Olivier) para a produção de frutos (Mori et al., 1980; Mori, 2002). Mori e Orchard (1979), destacam que o pólen da sapucaia é de dois tipos distintos, e estão organizados em dois locais diferentes. A X. frontalis, retira um dos tipos enquanto o outro fica depositado na sua cabeça e nas costas, sendo, posteriormente, transferido para os estigmas das outras flores visitadas. Sua dispersão é realizada por vento, água e animais, princialmenté por macacos (Vallilo, 1998; Mori, 2002).
Lecythis pisonis é nativa e endêmica do Brasil, ocorrendo nas Regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia), Nordeste (Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-153
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