nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Cissus verticillata
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis
 
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Copaifera martii
Copaifera martii Hayne
 
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Costus spiralis
Costus spiralis (Jacq.) Roscoe
 
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Dalbergia ecastaphyllum
Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub.
 
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Dalbergia subcymosa
Dalbergia subcymosa Ducke
 
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Hymenaea courbaril
Hymenaea courbaril L.
 
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Myrcia multiflora
Myrcia multiflora (Lam.) DC.
 
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Pentaclethra macroloba
Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze
 
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Quassia amara
Quassia amara L.
 
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Uncaria tomentosa
Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis
Vitaceae
Insulina-vegetal
Medicinais
Plantae
Arbusto escandente e sarmentoso , com gavinhas opostas (Bertolucci et al., 2008); folhas ovado-cordiforme membranáceas simples, inteiras, ovadas ou oblongas, às vezes hastadas, com 4-7cm de comprimento e 2,5 - 4,5cm de largura, ápice agudo, base incisa, margem às vezes denticulada . Inflorescências corimbiformes com flores brancacentas pequenas, cálice cupuliforme verde claro com cerca de 2mm de comprimento; corola com 4 pétalas livres com cerca de 2mm de comprimento; androceu com 4 estames com anteras arredondadas; gineceu com ovário ovoide, globoso, glabro; fruto baga ovoide-globosa preta, quando madura, com uma semente com cerca de 6mm de comprimento (Berg, 2010)
O plantio deve ser realizado no início das chuvas. As mudas são transplantadas quando atingem um porte de 20 a 25cm de altura, com 6 a 8 folhas. O espaçamento utilizado é de 1x0,5m. Prefere solos areno-argilosos com boa umidade. Durante o inverno, é comum o surgimento de sintomas de deficiência de ferro, principalmente nas mudas em formação. As folhas novas adquirem uma coloração clorótica generalizada. Devido ao hábito trepador, a planta tem que ser conduzida/ em espaldeiras para não ser pisoteada ou ser contaminada por terra. Devido ao grande vigor da planta, seu crescimento tem que ser controlado e limitado com tutoramento. A colheita inicia-se no quarto mês após o plantio (Bertolucci et al., 2008). A espécie ainda não é cultivada de forma expressiva, embora pequenos plantios estejam surgindo, praticados, principalmente, por japoneses radicados no estado do Pará, cujo destino da produção é a exportação para o Japão. Nesse sentido, assim como para a maioria das espécies medicinais, a cadeia produtiva é incipiente.
A espécie tem uma ampla distribuição neotropical, ocorrendo na América Central e do Sul, da Flórida à Argentina e ao Uruguai. No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-102
Copaifera martii Hayne Copaifera martii Hayne
Fabaceae
Copaíba
Medicinais
Plantae
Copaifera martii é um arbusto ou árvore de 2 a 40m de altura, ritidoma estriado, cinza-avermelhado a cinza-acastanhado. Folhas com 3 a 4 pares de folíolos, pecíolos e raque glabrescente, estípulas interpeciolares caducas. Folíolos opostos, coriáceos, oblongo-ovados, oblongo-elípticos, orbiculares, retos a subfalcados, assimétricos, base obtusa subequilátera, ápice arredondado ou acuminado, raro apiculado, faces adaxial e abaxial glabras, margens semi-revolutas na região basal; nervura central adaxial impressa, glabra, abaxial glabra ou glabrescente; venação congesta, inconspícua adaxial; pontuações translúcidas quase sempre ausentes; peciólulos glabros ou glabrescentes. Inflorescências com 7 a 15cm de comprimento (Figura 2B), bráctea face abaxial glabrescente, face adaxial glabra, tricomas nas margens; bractéola abaxial glabrescente, adaxial glabras, tricomas nas margens. Flores sésseis; sépalas externamente glabras ou glabrescentes, podendo apresentar raros tricomas na base e no ápice; anteras de 1,2-1,6×0,6-0,9mm; gineceu com 3,4 a 4,9mm de comprimento; ovário oblongo-elíptico a suborbicular, estipitado, hirsuto na base, margens e ápice; estilete com 1,8 a 2,7mm de comprimento. Frutos sub-orbiculares, raro oblíquos, comprimidos lateralmente, estipitado, base arredondada, ápice arredondado; semente oblongo-globosa, arilo branco (Martins-da-Silva et al., 2008).
As copaibeiras preferem a luz direta para o seu desenvolvimento vegetativo. Em área de floresta podem alcançar, ou até superar, os 30m de altura em busca de luminosidade, contudo, em áreas de cerrado alcançam menor altura. Os solos onde são encontradas as copaibeiras em geral são areno-argilosos e de terra firme. Em geral, a maioria das copaibeiras estão associadas à tipologia de floresta ombrófila densa. Estudos realizados nas condições do estado do Acre, observou plantas ocorrendo tanto em ambiente predominantemente de floresta aberta quanto em ambiente de floresta densa. Ambientes abertos são mais favoráveis ao desenvolvimento de plantas jovens (Rigamonte-Azevedo, 2004).A germinação ocorre em curto período, após a queda dos frutos, sugerindo que as espécies não formam banco de sementes ou plântulas. Analises da distribuição espacial de indivíduos e as classes de tamanho de plantas sugerem umadistribuição agrupada para indivíduos jovens e aleatório em plantas adultas. De modo geral,observa-se que as copaibeiras ocorrem em baixas densidades (0,07 a 2 árvores/ha), com estrutura populacional do tipo J invertido (Rigamonte-Azevedo et al., 2004).
C. martii ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Ceará, Maranhão e Piauí) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-106
Costus spiralis (Jacq.) Roscoe Costus spiralis (Jacq.) Roscoe
Zingiberaceae
Canarana
Medicinais
Plantae
Planta herbácea de colmo roliço, cheio, piloso, rijo, medindo até 80cm de altura: folhas alternas, pilosas, oblongas, membranáceas, dotadas de bainhas papiráceas, ápice agudo, pedúnculos curtos, folhas de até 20cm de comprimento e 8cm de largura, cor verde clara. Flores amarelas em espigas terminais com brácteas cor de marfim: frutos em cápsulas contendo algumas sementes: raízes rizomáticas (Pimentel, 1994). Possui corola e labelo vermelho-rosados, labelo 25-30mm; brácteas vermelhas ; base foliar cuneada a arredondada. É uma espécie hermafrodita, homogâmica e autocompatível, mas não apresenta autopolinização espontânea e nem apomixia (Maas; Maas, 2003; Araújo; Oliveira, 2007).
A floração da espécie é variável conforme a região. Nas condições de Minas Gerais, C. spiralis inicia a floração em dezembro, com pico nos meses de janeiro e fevereiro, podendo estender-se até maio. A frutificação ocorre de março a junho. As plantas são alógamas, sendo polinizada principalmente por beija-flores (Araújo; Oliveira, 2007). Com relação ao cultivo, a espécie prefere área úmida, sendo recomendável o plantio durante a época mais chuvosa , porém, as plantas podem suportar pequenos veranicos. O cultivo pode ser feito em covas ou sulcos espaçados de 0,5m entre plantas e 1m entre linhas, adubados com matéria orgânica. Na colheita são retiradas as hastes maiores, propiciando o desenvolvimento de novos perfilhos.
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil. Ocorre em todas as regiões.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-107
Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub.
Fabaceae
Verônica
Medicinais
Plantae
Dalbergia ecastaphyllum é uma trepadeira ou arbusto escandente com 1 a 3m de altura , muito ramificado desde a base. Folhas simples; lâmina foliar de 6-12x4,5-8cm, ovadas ou oblongas, coriáceas, glabras, ápice obtuso à curtamente acuminado, base arredondada a quase cordada, margens inteiras; pecíolo de 5 a 10mm de comprimento; estípulas em forma de furador a lanceoladas, 0,5 a 1cm de comprimento, tardiamente decíduos . Inflorescência axilar ; panículas de 1 a 3cm de comprimento, densamente ferrugíneo-tomentosas; brácteas reduzidas, prematuramente, decídua; cálice em forma de sino, com, aproximadamente, 2,5mm de comprimento, ferrugíneo-tomentoso; corola rosa a branca, comumente arredondada, clavada, com reentrâncias no ápice, alas mais compridas que o padrão. Fruto vagem suborbicular de 2-2,3x1,5-2cm, achatada, cor verde-amarronzada, indeiscente. Semente única com 1,7cm de comprimento, oblonga (Acevedo-Rodriguez, 1996).
Dalbergia ecastaphyllum ocorre em diversos ambientes, o que indica que os indivíduos toleram uma variação de condições ambientais muito ampla. lasticidade fenotípica quanto ao hábito, variando desde subarbusto rastejante até árvores
Dalbergia ecastaphyllum ocorre em Angola, Antigua-Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Brasil, Camarões, Ilhas Caiman, Colombia, Costa Rica, Cuba, Dominica, República Dominicana, Guiana Francesa, Gana, Granada, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Haiti, Índia, Costa do Marfim, Libéria, Martinica, Ilhas Maurício, México, Montserrat, Nigéria, Panamá, Peru, Porto Rico, Reunião, Senegal, Serra Leoa, São Vicente, Suriname, Togo, Trinidad & Tobago, Estados Unidos e Venezuela (Tropicos, 2016). No Brasil tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Pará e Amapá), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-108
Dalbergia subcymosa Ducke Dalbergia subcymosa Ducke
Fabaceae
Verônica
Medicinais
Plantae
Dalbergia subcymosa é um arbusto escandente ou liana, com caule medindo de 10 a 30mm de diâmetro, verde-escuro avermelhado, haste herbácea, rasteira, ramosa (Rodrigues, 1989). Folhas com estípulas pilosas, com 11 ou menos folíolos ovalados ou elípticos, ápice agudo ou ligeiramente acuminado, base arredondada, com 3 a 4cm de comprimento e 1 a 1,5cm de largura. Inflorescências racemosas multifloras com cálice campanulado, lacínios denteados, um dentículo maior com 2mm de comprimento, pétalas clavadas com cerca de 6mm de comprimento, 9 estames concrescidos pelos filetes, ovário longamente estipitado, glabro; fruto samaroide, achatado, arredondado, com cerca de 2,5cm de diâmetro, semente reniforme situada perto do bordo (Berg, 2010).
s. A maioria das plantas desta espécie que ocorrem nas restingas também apresentam grande plasticidade fenotípica, o que favorecer a tolerância às condições ambientais estressantes perto do oceano (Ulian et al., 2012).
Dalbergia subcymosa ocorre no Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela (Tropicos, 2016). No Brasil, tem ocorrência confirmada apenas na região Norte (Amazonas, Amapá e Pará) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-110
Hymenaea courbaril L Hymenaea courbaril L.
Fabaceae
Jatobá
Medicinais
Plantae
Árvore de até 15 a 20m de altura , de copa ampla e densa, com tronco mais ou menos cilíndrico, de até 1m de diâmetro. Em indivíduos jovens a base do tronco se apresenta na forma digitada e quando adultas as raízes são superficiais e longas. A casca é bege e cinza, as vezes marrom. Folhas alternas, pecioladas, compostas de dois folíolos (bifolioladas), coriáceos e falcados (em forma de foice), medindo entre 6 e 10cm de comprimento e 1,5 a 7cm de largura. Flor com cálice campanulado formado por 4 sépalas unidas na base e corola formada por 5 pétalas obovadas brancas e cremes . O fruto é um legume achatado e elipsoide, indeiscente que apresenta a cor verde quando imaturo e marrom-escuro quando maduro, medindo de 5 a 15cm de comprimento . As sementes, em número de 2 a 6 por fruto ou mais, apresentam formato obovoide a elipsoide, envoltas em material farináceo e aromático (Embrapa, 2004).
Floresce com maior intensidade nos meses de outubro e dezembro. Suas flores são polinizadas por morcegos do gênero Glossophaga e seus frutos maduros, ao caírem no chão, fazem parte da dieta alimentar de roedores e macacos, que também atuam como dispersores. Nas condições do Acre, a colheita dos frutos pode ser realizada entre maio a setembro, já no Pará pode ocorrer de agosto a novembro, podendo ser extender até dezembro (Cruz; Pereira, 2015). Dependendo da finalidade, o cultivo pode ser efetuado em plantios puros ou mistos, em pleno sol, com espaçamento variado (Fernandes, 2006). O melhor desempenho econômico desta espécie é obtido em cultivo misto, a pleno sol, associado com espécies de comportamento pioneiro. A espécie apresenta desrama natural deficiente, necessitando condução e galhos, para apresentar fuste definido (Mazzei et al., 1999).
Hymenaea courbaril é amplamente distribuída nos neotrópicos. No Brasil tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro- -Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Pinto et al., 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-111
Myrcia multiflora (Lam.) DC Myrcia multiflora (Lam.) DC.
Myrtaceae
Pedra-ume-caá
Medicinais
Plantae
Árvores ou arbustos, com ramos monopodiais, tricomas simples e dibraquiados. Caule descamante esbranquiçado. Folhas simples, geralmente opostas, elípticas com ápice acuminado e base atenuada; tricomas esparsos revestindo o pecíolo; tricomas esparsos na nervura central especialmente mais próximo da base enquanto o limbo é predominantemente glabro em ambas as faces da folha; apresenta coloração verde, e cavidades secretoras de óleos essenciais, as quais podem ser visualizadas como pontos translúcidos na lâmina foliar. Suas flores são brancas e pequenas . Os frutos são globosos, pequenos, imaturos verdes, maduros com coloração arroxeada . (Souza; Lorenzi, 2005; Flora do Brasil, 2017).
As plantas apresentam forma arbustiva quando ocorrem em vegetações mais abertas, com solo arenoso, caso da vegetação de transição entre dunas e restinga, até árvores de grande porte em vegetação de floresta ombrófila, com solo de maior influência argilosa (Flora do Brasil, 2017). Nas condições da Mata Atlântica, M. multiflora floresce entre novembro e dezembro; frutifica do final de janeiro até fevereiro. Já na Amazônia, essa espécie floresce durante o ano inteiro, as flores são alvas e aromáticas, com frutificação de janeiro a maio e de setembro a dezembro. O fruto tende a apresentar coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada, quando imaturo e negro a arroxeado quando maduro (Silva et al., 2015).
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com distribuição nas regiões tropicais e subtropicais da Austrália, Ásia e América (Angiosperm, 2009). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Tocantins), Nordeste (Bahia, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-112
Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze
Fabaceae
Pracaxi
Medicinais
Plantae
Árvore de grande porte, podendo chegar até 40m de altura e 1,3m de diâmetro (DAP) e bastante ramificada (Figuras 1 e 2). O fuste cilíndrico, geralmente oco, é fissurado na base; quando localizada em lugares sazonalmente inundados, desenvolve pequenas sapopemas; a casca externa é lisa acastanhada, com lenticelas horizontais, internamente é rosada, em média com 2 a 3mm de espessura (Schery, 1950; Flores, 1994). A atividade cambial e a produção de madeira ocorrem quando não são produzidas flores (Hazlett, 1987). Os anéis anuais são delineados, por zonas fibrosas escuras. Cerne e alburno são diferentes; o alburno é verde esbranquiçado enquanto o cerne é marrom avermelhado, quando seco o alburno apresenta-se rosa e o cerne marrom avermelhado; a madeira tem textura média, brilho moderado, aparência atraente e alta qualidade (Record; Hess, 1949; Herrera; Morales, 1993). As flores são hermafroditas, pequenas, aglomeradas em grandes racemos (cerca de 200 flores em cada), com 15 a 20cm de comprimento, mas apenas 1 a 5 flores desenvolvem frutos . Os frutos, quando imaturos, são verdes, passando a marrons quando maduros (Figura 4A), oblongos, com tamanhos bastante variáveis (Tabela 1) e valores médios de massa, comprimento, largura e espessura de 79,1g, 328,0mm, 42,8mm e de 13,9mm, respectivamente. As sementes (Figura 4B) são marrons e também apresentam variações no tamanho (Tabela 1), com valores médios de massa, comprimento, largura e espessura de 5,3g, 42,0mm, 29,2mm e 8,3mm, respectivamente. As sementes são assimétricas, sem endosperma e o tegumento (casca) apresenta células pétreas, dispostas longitudinalmente formando linhas finas na superfície (Orwa et al., 2009).
É uma espécie arbórea de sucessão tardia dominante nas florestas (Oberbauer; Strain, 1986). Na regeneração da floresta apresenta rápido crescimento (Salazar, 2000), sendo tolerante à sombra, porém o manejo do sombreamento melhora o crescimento do fuste (Galván et al., 2004) e tem grande potencial para recuperação de áreas alteradas pela exploração florestal, devido à sua associação com bactérias fixadoras de nitrogênio (Eaton et al., 2012). Pode ser consorciada com outras espécies (Orwa et al., 2009) e apresenta capacidade de rebrotar, além de crescer em solos de baixa fertilidade, favorecendo a recuperação de áreas degradadas (Román et al., 2012). Na floresta cresce associada a Carapa guianensis Aubl., Pterocarpus officinalis Jacq., Stryphnodendron microstachyum Poepp., Astrocaryum alatum H.F. Loomis e Iriartea gigantea H. Wendland ex Burret (Flores, 1994).A floração é anual e no município de Afuá, Pará, ocorre no período seco, durante os meses de julho a setembro, enquanto que a disseminação das sementes é observada durante os meses de dezembro a maio (Freitas et al., 2003). As flores são polinizadas, provavelmente, por pequenos insetos e quando plantada a pleno sol inicia a floração aos dois anos de idade (Orwa et al., 2009), a frutificação ocorre a partir do terceiro ano (Crespi; Guerra, 2013) e as sementes são dispersas pela água (Román et al., 2012).
Planta nativa, não endêmica do Brasil, sendo encontrada também na Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guiana, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela (Orwa et al., 2009). No Brasil, a espécie é encontrada, , nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima e, possivelmente, também no Mato Grosso (Borges et al., 2014; Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-113
Quassia amara L. Quassia amara L.
Simaroubaceae
Quina
Medicinais
Plantae
Arbusto grande ou arvoreta de 2 a 5m de altura , dotada de copa estreita e mais ou menos rala. Possui folhas compostas, tri ou penta- -folioladas, de raque e pecíolo alados, de 10 a 15cm de comprimento; folíolos cartáceos, glabros, de cor mais clara na face inferior, de 4 a 6cm de comprimento. Inflorescências em racemos terminais, com muitas flores tubulosas, grandes, de cor vermelha , cálice com 5 sépalas, corola com 5 pétalas, androceu de 10 estames livres, gineceu apocárpico com ovário glabro. Frutos são drupas coriáceas de cor escura e sementes de cor preta (Bertolucci et al., 2008).
Possui capacidade de rebrota após a colheita e adaptabilidade a solos com variado pH. Nas condições ambientais da cidade de Belém/PA, Q. amara floresce e frutifica durante o ano todo. O período mais favorável para a coleta de folhas e casca para uso medicinal, são os meses em que as plantas não estejam em fase reprodutiva ou se verificar menor incidência de floração e frutificação. Próspero et al. (2009) relata uma experiência de cultivo de Q. amara, nas condições da Costa Rica. O cultivo foi realizado em sistema agroflorestal com Cordia alliodora (Ruiz & Pav.) Oken (Boraginaceae), Theobroma cacao L. (Sterculiaceae) e Bactris gasipaes Kunth, sendo a quina plantada depois que as outras espécies pudessem efetuar sombreamento para as mudas. O espaçamento adotado para a composição do sistema foi de 2x2m e 1,5x1,5m. Os autores relatam sucesso do cultivo após cinco anos de avaliação, porém, não suficiente para emitir recomendações de manejo e colheita de folhas e cascas da Q. amara.
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada também no Suriname e Nicarágua. No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima) e Nordeste (Maranhão) (Stevens et al., 2001; Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-115
Uncaria tomentosa (Willd. Ex Roem. & Schultes.) DC. Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC.
Rubiaceae
Unha-de-gato
Medicinais
Plantae
Uncaria tomentosa é arbusto trepador, com até 30m de comprimento. Folhas opostas e ovaladas, com uma fina película de coloração pardacenta, medindo de 5 a 10cm de comprimento por 4-12cm e largura, com ápice agudo; na base das folhas encontra-se o espinho de 8-10mm de comprimento e quase retos. As flores, reunidas em racemos de 10 a 20mm de comprimento , são bissexuais, actinomorfas, sésseis e corola amarelada. Os frutos são capsulares, deiscentes e com numerosas sementes pequenas e aladas (Gilbert et al., 2005).
De acordo com estudo de Miranda et al., (2003), que trataram da caracterização e avaliação de populações nativas das duas espécies, U. tomentosa e U. guianensis, no Vale do Rio Juruá (Acre), ambas apresentam significativa densidade demográfica, regeneração abundante e alta capacidade de rebrota. As características ecológicas constatadas permitem, segundo estes autores, considerar viável a sustentabilidade da exploração das espécies em ambientes naturais.Lunz et al. (2014) relatam que o crescimento de U. tomentosa foi modificado pela intensidade de sombreamento. A altura das plantas e a massa seca das raízes aumentaram linearmente com a intensidade de sombreamento. Sombreamentos entre 55 a 60% proporcionaram melhores crescimentos para as variáveis: diâmetro do coleto, massa seca da parte aérea e massa seca total. Não houve variação na distribuição de massa seca entre a parte aérea e o sistema radicular das plantas em função do sombreamento. Verificou-se que o sombreamento na faixa de 55 a 60% é o mais indicado para o seu crescimento inicial.
A espécie U. tomentosa ocorre no Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017; 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-118
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