nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Carapichea ipecacuanha
Carapichea ipecacuanha (Brot.) L.Andersson
 
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Conobea scoparioides
Conobea scoparioides (Cham. & Schltdl.) Benth.
 
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Casimirella rupestris
Casimirella rupestris (Ducke) R.A.Howard
Mairá
 
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Philodendron fragrantissimum
Philodendron fragrantissimum (Hook.) G.Don
 
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Philodendron pedatum
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth
 
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Endopleura uchi
Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.
Uxi
 
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Talinum paniculatum
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
 
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Urera caracasana
Urera caracasana (Jacq.) Griseb.
Urtiga
 
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Costus spiralis
Costus spiralis (Jacq.) Roscoe
 
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Elaeis oleifera
Elaeis oleifera (Kunth) Cortés
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Carapichea ipecacuanha (Brot.) L. Andersson Carapichea ipecacuanha (Brot.) L.Andersson
Rubiaceae
Ipecacuanha
Medicinais
Plantae
Subarbusto com até 30cm de altura aos 2,5 anos de idade; ramos aéreos, emitidos a partir dos nós em seu rizoma, cilíndricos, com 0,6 a 1,9cm de diâmetro e entrenós de 0,2 a 7cm de comprimento. As folhas são lisas e persistentes na parte superior dos ramos, ovais, elípticas e oblongas. A inflorescência terminal é envolvida por brácteas ovais, agudas e lobadas de coloração esverdeada, apresentam pedúnculo ereto ou deflexo com 1,2 a 3,5cm de comprimento. As flores são hermafroditas sésseis e estão presentes em um número de 12 a 150 por inflorescência. Apresenta-se nas cores creme ou branca , raramente vináceas. O fruto é do tipo baga, elíptico, com 1x0,7cm, apresentando epicarpo vermelho a vináceo . Contém duas sementes, retorcidas e de testa dura. As raízes aneladas apresentam de 0,6 a 1,7cm de diâmetro chegando á média de 20 a 30cm de comprimento após 2,5 anos de idade, são amareladas ou esbranquiçadas, quando frescas, e acinzentadas, quando secas. As raízes de ipecacuanha crescem torcidas, ramificando-se com o tempo, a parte inferior é carnosa e fibrosa, possuindo, quando frescas, aroma suave, sabor amargo e nauseante.
A ipecacuanha é uma espécie tipica de sombra e florestas tropicais umidas. A espécie pode florescer de junho a julho e de outubro a janeiro, frutifica de fevereiro a abril e de julho a agosto (Rocha; Lameira, 2011). Uma planta de 3 anos de idade, obtida por multiplicação clonal natural, pode produzir entre 30 a 40g de raiz. Assim, 30 plantas cultivadas corretamente podem produzir até 1kg de raiz seca. Em plantas micropropagadas, o número de raízes obtidas por planta pode chegar até 15 raízes secundárias, sendo possivel dobrar a produção.
Ocorre no Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Guianas e América Central. No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Rondônia), Nordeste (Bahia, Pernambuco), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo). Porém, as áreas de maior ocorrência ficam nos municípios de Cáceres e Barra do Bugre, no estado de Mato Grosso e no município de Rolim de Moura, em Rondônia (Assis, 1992; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-101
Conobea scoparioides (Cham. & Schltdl.) Benth Conobea scoparioides (Cham. & Schltdl.) Benth.
Plantaginaceae
Pataqueira
Aromáticas
Plantae
Ervas, 20-75cm altura, eretas a ascendentes, geralmente bastante ramificadas; raÏmos suberetos, glabros, quadrangulares, raramente subquadrangulares ou cilíndricos nas porções mais espessas; folhas opostas, glabras em ambas as faces, glanduloso-pontuadas ou glanduloso-foveoladas, sésseis, raramente pecioladas e, neste caso, com pecíolo pouco definido devido ao prolongamento do limbo foliar, lanceoladas, linear-lanceoladas, oval-lanceoladas, linear-oblanceoladas ou oblanceoladas, raramente lineares, elípticas ou ovais, ápice agudo, base atenuada, margem ligeiramente serreada em geral, raramente profundamente serreada, subinteira ou revoluta, (1,5-)2,2-9,3cm de comprimento, (0,15- )0,25-1,7(-2,0)cm de largura, internós 2,0-6,0(-9,5)cm de comprimento ; flores axilares, solitárias, menos frequentemente geminadas; pedicelo subereto a patente na floração, patente na frutificação, glabro, 0,9-1,5(-2,1)cm de comprimento, até 2,5 cm na frutificação; bractéolas opostas, inseridas junto ao cálice, glabras, linear-lanceoladas, ápice agudo, 0,1-0,15cm de comprimento, 0,05cm de largura, geralmente caducas; sépalas glabras, frequentemente ciliadas, esparsamente glanduloso-pontuadas, lanceoladas a oval-lanceoladas, ápice acuminado, 0,3-0,45cm de comprimento, 0,1-0,15cm de largura; corola azul, azul-violeta, azul-púrpura, lilás-azulada ou púrpura, com fauce amarela e lábio ventral com estrias azuis a alvas, com tubo esparsamente piloso externamente, 0,5-0,7cm de comprimento, lacínios suborbiculares, 0,2cm de comprimento, cápsula globosa, às vezes um pouco comprimida longitudinalmente, ápice arredondado, 0,3-0,5cm de comprimento, 0,3-0,5cm diâmetro (Souza et al., 2017). Apresenta flores brancas, azuis ou róseas (Maia et al., 2001).
Apresenta crescimento rápido, floresce e logo desaparece no meio da vegetação verde. É sensível ao fogo, porém é favorecida pelo solo resultante. Também pode ser encontrada em pastagens degradadas e floresce nos meses de abril a maio (Pott; Pott, 2000).
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil. , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco), Centro-oeste (Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Souza et al., 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-50
Casimirella rupestris (Ducke) R.A.Howard Casimirella rupestris (Ducke) R.A.Howard Mairá
Icacinaceae
Batata-mairá
Alimentícias
Plantae
Casimirella rupestris é caracterizada pelo hábito liana ou arbusto, ambos escandentes, ocorrendo em ambientes de terra-firme (Howard, 1992; Duno-de-Stefano e Amorim, 2011). Apresenta raiz tuberosa amilácea, caule com tricômas marrom-avermelhados estrelados; folhas com ápices acuminados, bases rotundas, formas ovadas e romboides, e com pecíolos de 6 a 9mm de comprimento. O eixo da inflorescência é estrelado ou tomentoso. Flores possuem cálice de 4mm de diâmetro, lóbulos triangular-agudos, pétalas ovadas a oblongas, com vilosidade dentro e sépalas triangulares. O fruto é uma drupa com formato ovoide ou globosa, densamente pubescente, recoberta por tricômas estrelados, com endocarpo lenhoso e liso (Howard, 1992; Duno-de-Stefano; Amorim, 2011).
As espécies se desenvolvem bem no clima da região do Baixo Ama - zonas, em área de terra firme. Vege - tam tanto no interior de matas quanto em capoeiras e pastagens, em solos argilosos (Zoghbi et al., 1983; Ribei - ro, 2018). Do ponto de vista científico, ambas espécies são pouco conhecidas. Porém, um estudo recente conduzido por Ribeiro (2018), descreve um ma - nejo mínimo destas espécies, realizado por comunidades indígenas do médio Purus, com relatos de que C. ampla é propagada por via vegetativa.
endêmicas da Amazônia (Duno-de-Stefano; Amorim, 2011). C. ampla ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia) e Nordeste (Maranhão) (Amorim, 2018a). A espécie C. rupestris ocorre apenas na Região Norte (Amazonas e Pará) (Amorim, 2018b).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-10
Philodendron fragrantissimum (Hook) G. Don Philodendron fragrantissimum (Hook.) G.Don
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron fragrantissimum é hemiepífita, acaulescente ou caulescente, ramos prensores-escandentes semelhantes à chicotes, suportando pequenas folhas, de 1-6m de comprimento, seiva de cor laranja a marrom; internos curtos, 1-4cm de diâmetro, usualmente mais fino do que largo, verde escuro, obscurecido pelas fibras dos catáfilos, muitas raízes por nó; catáfilos 2-nervado ou em formato de D, branco verdeado, persistindo como fibra. Folhas expandidas de forma ereta, pecíolos de 22-70cm de comprimento, 4-11mm de diâmetro, com formato de D ou C, largamente sulcado adaxialmente; lâminas ovadas a ovado-triangular, subcoriáceo, moderadamente bicolor, acuminado no ápice, cordado na base. Inflorescências eretas a semi-eretas, duas por axila, pedunculada; espata com 8,5-19cm de comprimento, de cor branca a esverdeada internamente, espádice estipitada de 3-4mm de comprimento. Infrutescência com o estipe da espádice castanho; frutos usualmente vermelhos a roxo-avermelhados, às vezes laranjados (Croat, 1997).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012).
A espécie Philodendron fragrantissimum estende-se desde Belize até o Panamá, ao longo da Costa Caribenha, Colômbia, Venezuela, Guianas, Brasil e Peru (Croat, 1997). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-155
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth Philodendron pedatum (Hook.) Kunth
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron pedatum apresenta caule crasso, escandente; pecíolo um tanto cilíndrico, ligeiramente áspero, com mais do dobro do tamanho do limbo; lâmina da folha membranácea, tripartida; espata de 7-9cm, contorcida, tubo um pouco curto, espádice subséssil, crassa, a masculina mais comprida que a feminina; ovário com apenas 2mm de comprimento; estames amarelos e estaminóides róseos, curtos, colocados pouco acima do avario (Mori et al., 1997).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012).
Philodendron pedatum tem registro para o Brasil, Bolívia, Delta Amacuro, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (Funk et al., 2007). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco), Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-157
Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. Uxi
Humiriaceae
Uxi
Alimentícias
Plantae
Árvore com até 30m de altura e, nos indivíduos mais desenvolvidos, 1m de diâmetro na altura do peito (DAP). No entanto, com maior frequência apresenta altura entre 20 e 25m e diâmetro entre 45-60cm. Quando cultivado em áreas abertas, sem competição por luz, apresenta porte bem menor, raramente ultrapassando a 15m de altura (Cuatrecasas, 1961; Carvalho et al., 2007; Cavalcante, 2010; Shanley; Carvalho, 2011). O tronco é reto, cilíndrico, com casca espessa e lenho avermelhado. A copa é ampla, subglobosa e com envergadura que pode atingir até 20m. Os ramos são glabros, cilíndricos em sua maior extensão e bastante delgados em sua porção terminal, tornando-os pendentes. As folhas são simples, alternas, coriáceas, elíptico-oblongas, de coloração avermelhada quando imaturas e verde-escuro quando completamente maduras, com base cuneada, ápice acuminado e margens serrilhadas. A nervura central, assim como as nervuras secundárias e terciárias, é proeminente na face abaxial, as últimas com disposição reticulada. Na base do pecíolo encontra-se um pulvino intumescido, glabro e de cor verde. O pecíolo é plano, com comprimento médio de 1,1cm. A lâmina foliar apresenta comprimento médio de 27,4cm e largura de 6,8cm. As inflorescências são axilares, cimosas e organizadas em panículas com ramificações dicotômicas ou tricotômicas. As flores são hermafroditas, pequenas, levemente perfumadas e de coloração branco-esverdeada. Apresentam cinco sépalas e cinco pétalas, as primeiras de conformação suborbicular, concrescidas na base e com comprimento em torno 0,7mm. O número de sementes por caroço varia de zero a cinco, sendo mais freqüente caroços contendo uma ou duas. As sementes estão contidas em lóculos seminíferos simetricamente dispostos, cada um deles apresentando em sua porção distal, um pequeno opérculo por onde emerge a plântula (Cuatrecasas, 1961; Carvalho et al., 2007; Cavalcante, 2010). As sementes são pequenas e representam, aproximadamente, 2,6% do peso do caroço. Em média, apresentam peso de 0,77g, comprimento de 2,95cm, largura de 0,63cm e espessura de 0,44cm. São bitegumentadas (Barroso et al., 1999), com testa de coloração castanho-clara e tégmen quase transparente. Apresentam endosperma abundante, rico em óleo e cotilédones foliáceos. Quando mais de uma semente se desenvolve em um mesmo endocarpo, estas apresentam dimensões semelhantes, principalmente no que se refere ao comprimento (Cuatrecasas, 1961; Carvalho et al., 2007; Cavalcante, 2010).
Com relação à biologia floral, a antese das flores do uxizeiro se verifica nas primeiras horas da manhã. As flores exalam odor agradável, relativamente forte e são visitadas por abelhas dos gêneros Trigona e Apis e por uma espécie de vespa do gênero Polybia e um coleóptero da família Meloidae, dentre outros. No entanto, não estão devidamente caracterizados quais desses visitantes florais constituem-se nos polinizadores efetivos da flor do uxizeiro. Aparentemente não existe mecanismo genético que impeça a autofecundação. Esta hipótese é suportada pelo fato de observar-se uxizeiros produzindo grandes quantidades de frutos quando completamente isolados de outros indivíduos da mesma espécie (Carvalho et al., 2007). No entanto, a existência de pronunciadas variações existentes nas características das plantas e dos frutos de uma mesma população é indicativo de que o uxizeiro é espécie essencialmente alógama. Essa hipótese também é suportada pelo fato de quando propagado por sementes não se obtém frutos idênticos ao da planta matriz, no que se refere ao peso, comprimento, largura, rendimentos percentuais de casca, polpa e caroço, e nas características físico-químicas da porção comestível. Dentro do processo de sucessão ecológica, o uxizeiro está enquadrado no grupo de espécies tolerantes à sombra (Silva et al., 2001), ou seja, espécies cujas sementes independem de luz para germinarem e que sobrevivem e crescem em condição de sombra densa até atingirem o estádio adulto. Assim sendo, a regeneração em floresta primária se processa de forma eficiente (Shanley, 2000), não obstante o crescimento das plantas ser bem mais lento que quando estabelecidas em condições sujeitas a maior luminosidade.
O uxizeiro é nativo e endêmico da Amazônia brasileira, disperso pela Região Norte, nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Tocantins (Flora do Brasil, 2018), porém, com maior freqüência e abundância no Pará e Amazonas (Carvalho et al, 2007). No Pará, que provavelmente se constitui como o centro de origem da espécie, encontram-se diversificadas populações naturais, cujos frutos apresentam diferenças pronunciadas no que concerne ao tamanho, peso, formato, rendimento e características químicas e físico-químicas da polpa. Ocorre, espontaneamente, em 13 das 22 microrregiões em que esse Estado está dividido, quais sejam: microrregiões Almeirim, Altamira, Arari, Belém, Bragantina, Cametá, Castanhal, Guamá, Itaituba, Oriximiná, Paragominas, Santarém e Tomé-Açu. Existem relatos de que a distribuição da espécie ultrapassa as fronteiras brasileiras, sendo encontrado também na Amazônia Venezuelana, principalmente na região limítrofe com o Estado do Amazonas (Cuatrecasas; Huber, 1999; Carvalho et al., 2007). Considerando-se os dez centros de diversidade genética propostos por Giacometti (1993) para as espécies frutíferas nativas do Brasil, o uxizeiro é originário do Centro 2, que corresponde a Costa Atlântica e Baixo Amazonas.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-15
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
Portulacaceae
Major-gomes
Alimentícias
Plantae
Talinum paniculatum é planta herbácea, medindo entre 10-100cm de altura; caule ereto, glabro, simples ou, por vezes, pouco ramificado. Folhas alternas ou subopostas, mais concentradas na parte basal do caule; pecíolo com até 10mm de comprimento; lâminas das folhas com 30-120(170)x15-40(60)mm, obovais ou oblanceoladas, ápices arredondados ou agudos, bases cuneadas, glabras. Inflorescência em tirsos, pedúnculo cilíndrico 10- 25cm de comprimento; pedicelo com até 2cm de comprimento. Flores com sépalas com 2-3x1-2mm, decíduas, obovais; pétalas rosas ou brancas, com 3-5x2-3mm; estames com 10-15mm; estilete com até 1,5mm de comprimento. Cápsula com 3-5mm de comprimento, globosa, amarela, trivalvar, cartáceas, do ápice para a base; sementes verrucosas, medindo entre 0,8-1,0mm de comprimento, de coloração variando entre marrom-escuras a negras (Coelho; Giulietti, 2006; Flora de Santa Catarina, 2014). Coelho (2010) discorre que a espécie tem morfologia muito variável, principalmente em relação ao porte, folhas e tipos de flores.
São plantas extremamente rústicas e de grande adaptabilidade, sendo algumas das hortaliças folhosas mais adaptadas, tanto ao clima extremamente úmido da região amazônica quanto ao clima semiárido do sertão nordestino. É comum encontrá-las espontaneamente nos estratos inferiores em sub-bosque de estratos florestais, demonstrando sua plena adaptabilidade a sistemas agroflorestais. Muitas vezes, são consideradas plantas invasoras em sistemas agrícolas (Kissmann; Groth, 1999), sendo comum o aproveitamento alimentar de plantas espontâneas nesses locais.
T. paniculatum ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Hassemer, 2019b). Nativas, porém não endêmicas do Brasil.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-41
Urera caracasana (Jacq.) Griseb. Urera caracasana (Jacq.) Griseb. Urtiga
Urticaceae
Urtiga
Alimentícias
Plantae
Arbustos grandes ou árvores perenifólias. Dioicas, raramente monoicas, 2-8m de altura, geralmente ereta, pouco ramificada, apoiantes quando jovens. Ramos 0,5-0,7mm de diâmetro, pubescentes a glabros, geralmente aculeados na base, inermes e pubescentes no ápice. Lâminas 7-24(-28)x4-18(-22)cm, ovais a (sub)orbiculares, ápice acuminado, base cordada ou arredondada, margem crenada, crenada-mucronulada a denticulada, face adaxial híspida a hirtela; face abaxial opaca, pubescente, hirsuta a velutina nas nervuras, tricomas simples e glandulares urentes em ambas as faces, cistólitos puntiformes distribuídos por todo o limbo, 6-8 pares de nervuras secundárias. Pecíolos 4-11cm, pubescentes a hirsutos; estípulas 0,5-1,5cm, pubescentes a velutina, caducas. Inflorescências simétricas, ramificadas . Brácteas interflorais de 0,5-1mm, pubescentes. Pedúnculo 1,5-4,5cm. Inflorescências estaminadas em cimeiras dicotômicas 4-8,5x2,5-7,5cm. Flores organizadas em glomérulos terminais 4-5mm de diâmetro, amarelados. Flores estaminadas 1-3x0,8-2,5mm, (sub)sésseis; tépalas 4, 0,8-1,3mm. Estames 4, 1-1,5mm; Inflorescências pistiladas em cimeiras dicotômicas regulares, simétricas, 4-10x1,- 5-6,5cm, esverdeadas a alaranjadas. Flores pistiladas 0,5-1,8x0,3-0,8mm. Pedicelo 0,5- 1,5mm. Tépalas 3-5mm. Perigônio carnoso alaranjado na maturação, 1,5-2,8x1,2-2,4mm, ovoide a orbicular. Aquênios 0,8-1,5x0,6-1,3mm, globoso a ovoides. Sementes 0,5-0,8mm de diâmetro, ovoides a elipsoide (Gaglioti, 2011).
É uma espécie altamente adaptada na região do trópico úmido, além de bastante produtiva e resiliente (Kinupp; Lorenzi, 2014). É planta tipicamente de sombra, com desenvolvimento muito bom em área “bosqueada”, prática comum na região Norte, em que se roça as plantas de menor porte em áreas de floresta, deixando-se somente as árvores altas. É comum também sua ocorrência em áreas de interface à floresta, adjacentes a campos de cultivo, onde ocorre meia sombra. Epamig (2018) recomenda plantio no espaçamento de 1,0-1,2x0,6-0,8m o ano todo em regiões quentes, como ocorre na região Norte, indicando que a colheita se inicia de 60 a 90 dias após o plantio das mudas. Em princípio, por sua elevada resistência, observa-se seu desenvolvimento pleno sem irrigação. Estes mesmos autores relatam que durante a seca na região central de Minas Gerais as folhas caem, porém, com irrigação as plantas produzem o ano inteiro. Para o caso da região Norte, pela disponibilidade de água durante todo o ano, seu desenvolvimento é constante, à exceção de regiões com período de estiagem intenso, como ocorre, por exemplo, na metade norte de Roraima, onde a produção pode cair drasticamente no final do período seco, entre setembro e novembro.
A espécie Urera caracasana é nativa, porém, não endêmica do Brasil. É uma espécie com ampla distribuição na América, ocorrendo desde a Argentina até o México, passando pela Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guianas, América Central e Antilhas. No Brasil, a espécie está presente nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Gaglioti, 2011; Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-46
Costus spiralis (Jacq.) Roscoe Costus spiralis (Jacq.) Roscoe
Zingiberaceae
Canarana
Medicinais
Plantae
Planta herbácea de colmo roliço, cheio, piloso, rijo, medindo até 80cm de altura: folhas alternas, pilosas, oblongas, membranáceas, dotadas de bainhas papiráceas, ápice agudo, pedúnculos curtos, folhas de até 20cm de comprimento e 8cm de largura, cor verde clara. Flores amarelas em espigas terminais com brácteas cor de marfim: frutos em cápsulas contendo algumas sementes: raízes rizomáticas (Pimentel, 1994). Possui corola e labelo vermelho-rosados, labelo 25-30mm; brácteas vermelhas ; base foliar cuneada a arredondada. É uma espécie hermafrodita, homogâmica e autocompatível, mas não apresenta autopolinização espontânea e nem apomixia (Maas; Maas, 2003; Araújo; Oliveira, 2007).
A floração da espécie é variável conforme a região. Nas condições de Minas Gerais, C. spiralis inicia a floração em dezembro, com pico nos meses de janeiro e fevereiro, podendo estender-se até maio. A frutificação ocorre de março a junho. As plantas são alógamas, sendo polinizada principalmente por beija-flores (Araújo; Oliveira, 2007). Com relação ao cultivo, a espécie prefere área úmida, sendo recomendável o plantio durante a época mais chuvosa , porém, as plantas podem suportar pequenos veranicos. O cultivo pode ser feito em covas ou sulcos espaçados de 0,5m entre plantas e 1m entre linhas, adubados com matéria orgânica. Na colheita são retiradas as hastes maiores, propiciando o desenvolvimento de novos perfilhos.
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil. Ocorre em todas as regiões.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-107
Elaeis oleifera (Kunth) Cortés Elaeis oleifera (Kunth) Cortés
Arecaceae
Caiaué
Oleaginosas
Plantae
Palmeira com caule solitário. Sistema radicular fasciculado, concentrado nos primeiros 80cm de solo. Estipe maciço, com cicatrizes foliares comprimidas. Folhas pinadas, com folíolos dispostos em um mesmo plano. Plantas com até 42 folhas funcionais e medindo de 4,2-7,4m, foram registradas em populações naturais de caiaué, na Amazônia brasileira (Ooi et al., 1981), enquanto que em populações de caiaué amostradas no Panamá, Costa Rica e Colômbia foram registradas folhas com comprimento variando entre 5,3-6,3m (Escobar, 1981). É uma planta monoica, predominantemente alógama, com a produção de flores masculinas e femininas em inflorescências separadas, emitidas em ciclos alternados, evitando a presença na mesma planta, de flores dos dois sexos em antese, simultaneamente. As inflorescências femininas são recobertas por uma camada de fibras procedentes de duas espatas, persistentes até a maturação dos frutos. As inflorescências masculinas, também envoltas por duas espatas, as quais se rompem deixando exposta a inflorescências, composta por até 200 ráquilas (Wessels-Boer, 1965). Os frutos, tipo drupa, são bem menores que os frutos do dendezeiro, com endocarpo relativamente espesso (2mm) e mesocarpo variando de 14,6 a 62,3% do peso do fruto (Barcelos, 1986). Quando maduros, os frutos podem apresentar coloração alaranjada ou amarelada, sendo o primeiro predominante.
Considerando a inexistência de experienciais de plantios comerciais de caiaué, as informações de cultivo e tratos culturais advém de plantios experimentais em estações de pesquisas, em coleções de germoplasma da espécie , onde, dada a inexistência de sistemas de produção específico, adota-se com ligeiros ajustes, as mesmas práticas agrícolas empregadas para o cultivo da espécie africana. Assim, as considerações sobre as exigências ecológicas, práticas agronômicas e silviculturais empregadas no cultivo do caiaué, são as mesmas recomendadas e adotadas para o cultivo da palma de óleo africana, com ajustes leves, tais como uma melhor fertilização com magnésio e boro, uma vez que o caiaué tem demonstrado maior exigência para estes dois nutrientes. A incidência de pragas e doenças não difere em nada da espécie africana, a não ser uma menor predisposição do caiaué ao ataque de lagartas desfolhadoras, relativamente frequentes na espécie africana, além de boa resistência/tolerância frente ao AF.
Embora o centro de origem do Elaeis oleifera não esteja bem definido, a espécie ocorre exclusivamente na América tropical, com sua área de distribuição original, que vai desde o sul do México até o leste do Estado do Amazonas, no Brasil. A espécie tem sido registrada ocorrendo naturalmente no Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela (Meunier, 1975; Hartley, 1988). No Brasil ocorre apenas na Região Norte, no estado do Amazonas (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-126
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