nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Passiflora nitida
Passiflora nitida Kunth
Maracujá-De-Cheiro
 
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Paspalum repens
Paspalum repens P.J.Bergius
Capim-Membeca
 
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Paspalum fasciculatum
Paspalum fasciculatum Willd. ex Flüggé
 
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Oenocarpus minor
Oenocarpus minor Mart.
 
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Oenocarpus minor
Oenocarpus minor Mart.
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
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Oenocarpus distichus
Oenocarpus distichus Mart.
Bacaba
 
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Oenocarpus distichus
Oenocarpus distichus Mart.
Bacaba
 
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Oenocarpus bataua
Oenocarpus bataua Mart.
Patauá
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Passiflora nitida Kunth Passiflora nitida Kunth Maracujá-De-Cheiro
Passifloraceae
Maracujá-do-mato
Alimentícias
Plantae
Trepadeira herbáceo ou lenhosa, inteiramente desprovida de tricomas, apresenta gavinhas, caule cilíndrico com estípulas subuladas. Folhas simples, inteira, pecioladas; lâminas cartáceas à subcoriácea, ovaladas ou oval-lanceoladas, brilhantes em ambas as faces, de 9-18cm de comprimento, 8-12cm de largura, margens levemente dentadas, ápice agudo, base subcordada, nervuras laterais arqueadas; pecíolo de 3-4cm, com um par de glândulas no ápice. Flores solitárias, vistosas , bissexuadas, actinomorfas, diclamídeas, com androginóforos bastante desenvolvidos, apresentando de 9-12cm de diâmetro durante a antese. Sépalas pentâmeras, prefloração imbricada, esbranquiçadas. Pétalas pentâmeras, prefloração imbricada, esbranquiçadas. Corona de filamentos em seis séries, filamentos com base vinácea, porção mediana listrada de vináceo-purpúreo e branco, ápice roxo-claro. Frutos do tipo baga, ovoide, de 7-10cm de comprimento, de 3-7cm de diâmetro; pericarpo (casca) amarelo-alaranjado e mesocarpo branco, esponjoso de 1-2cm de espessura. Sementes achatadas, de coloração escura, recobertas por um arilo sucoso e transparente (Ribeiro et al., 1999; Cavalcante, 2010; Sabião et al., 2011; Kinupp; Lorenzi, 2014).
Em ambientes naturais a espécie ocorre de forma espontânea, sem exigência de manejo para a produção. Apresenta grande variação intraespecífica, podendo a média de produtividade apresentar alta variação entre as plantas, sendo assim, a seleção de matrizes produtivas, com boas características de floração e frutificação pode intensificar a produtividade (Junqueira et al., 2007). Informações de experimentos conduzidos no campo experimental da Embrapa Cerrado indicam que P. nitida apresenta dois eventos reprodutivos por ano, sendo o primeiro entre maio a junho (período chuvoso de floração e enchimento dos frutos) e o segundo entre setembro a outubro (período seco de floração e enchimento dos frutos) (Cohen et al., 2008). Além disso, Junqueira et al. (2010), avaliando características de produtividade, número de frutos e peso dos frutos constataram grandes variações nas fenofases entre acessos de P. nitida procedentes das regiões Norte e Centro-Norte do Brasil.
Passiflora nitida está dispersa por todo o norte da América do Sul, desde o Panamá até o Centro-Oeste do Brasil (Carvalho et al., 2010; Sabião et al., 2011). tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins); Nordeste (Bahia, Maranhão); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-31
Paspalum repens P.J.Bergius Paspalum repens P.J.Bergius Capim-Membeca
Poaceae
Capim-perimembeca
Forrageiras
Plantae
Plantas perenes, colmos geralmente submersos, podendo alcançar 2m de comprimento; bainhas e ramos flutuantes inflados; lâminas geralmente 10-20cm de comprimento e 12-15mm de largura. Panículas de 10-15cm com diversos racemos adescendentes, espalhando-se ou recurvando-se de 3-5cm de comprimento, caindo integralmente, o ráquis com cerca de 1,5mm de largura ; espículas solitárias no ráquis, elípticas, 1,4-2mm de comprimento, geralmente pubescentes; lema estéril um pouco encarnada na base (Black, 1950).
Paspalum repens tende a formar estandes monoespecíficos, contribuindo para a retenção de sedimentos nas várzeas, em decorrência do seu crescimento vigoroso nos solos férteis desse ecossistema (Piedade et al., 2010). A espécie apresenta ciclo fotossintético C4 (Jones, 1985; Medina et al., 1999). De acordo com Camarão et al. (2006), quando essa espécie foi cultivada em solos inundáveis de estuário no Baixo Amazonas e na Ilha de Marajó, apresentou muito baixa persistência.
A espécie é comum em toda a América tropical, sendo uma das espécies de capim aquático mais comuns na região amazônica (Black, 1950). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-99
Paspalum fasciculatum Willd. ex Flüggé. Paspalum fasciculatum Willd. ex Flüggé
Poaceae
Capim-morí
Forrageiras
Plantae
Gramínea perene, robusta, com colmos que podem atingir 4m de comprimento (Junk; Piedade, 1993), com hábito de crescimento cespitoso, ereto ou mais ou menos decumbente; bainhas glabras ou mais ou menos pilosas; lígula membranáceo-papirácea, truncada e de ápice curtamente ciliado; lamina linear oblonga, glabra, de margem serrilhada, com 10-30cm de comprimento por 8-13mm de largura. Inflorescência terminal, racemosa; poucos até muitos racemos, (4-15) 8-12cm de comprimento por 1,5- 2mm de largura, com dorso plano, parte ventral carenada e margens estreitas; espículas sésseis, solitárias, oval-lanceoladas, acuminadas, mais ou menos imbricadas, 4,5-4-8mm de comprimento por 2mm de largura, glumas membranáceas, pilosas nas margens, a inferior é 3-5 nérvea, a superior 7-nérvea; fruto menor que as glumas, com 4mm de comprimento por 1,5mm de largura, glumela acuminada, quase mucronada, cor de palha (Black, 1950).
Paspalum fasciculatum é uma espécie importante na sucessão secundária, em áreas de várzea, facilitando o aparecimento de outros capins e arbustos (Black, 1950). A espécie tende a formar agrupamentos monoespecíficos, em terrenos aluviais com elevação entre 21 e 28m acima do nível do mar. Seu crescimento ocorre principalmente durante a fase de águas baixas, sobrevivendo durante as cheias por meio dos colmos que permanecem submersos (Junk; Piedade, 1993). Le Cointe (1945) comenta que, nas partes mais baixas dos campos estivais de várzea, esse capim cresce muito alto e fechado, dificultando o tráfego no local. Conserva e Piedade (2001) inferem que P. fasciculatum seja uma espécie de alta exigência nutricional, pois tem ocorrência restrita às áreas de várzea, ricas em sedimentos. A espécie ocorre naturalmente em grandes densidades, ocupando áreas em grupamentos monospecíficos, dominando outras espécies presentes. Em decorrência do seu crescimento vigoroso, essa espécie tem papel importante na retenção de sedimentos nas margens de rios e lagos. O desflorestamento das margens dos rios facilita a dominância dessa espécie, em decorrência da maior incidência de luz (Piedade et al., 2010).
: Essa espécie não é endêmica do Brasil, onde ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (São Paulo) (Flora do Brasil, 2018) . É um dos capins mais frequentes em áreas sujeitas ao alagamento no Baixo-Amazonas (Camarão et al., 2006).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-98
Oenocarpus minor Mart. Oenocarpus minor Mart.
Arecaceae
Bacabinha
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus minor é caracterizada por ter porte médio, com caule geralmente cespitoso, com 4 a 7 estipes por planta; estipe colunar de 3 a 16m de altura e de 5 a 8cm de diâmetro; folhas planas, arqueadas, com 6 a 10 folhas por planta, distribuídas em espiral, sendo menor que as das outras espécies, com pinas inseridas em intervalos regulares ou raramente agrupadasde 2 a 3; ramo florífero constituído por duas brácteas pequenas e por inflorescência pequena do tipo cacho formato hiperiforme, com cerca de 160 flores estaminadas e 70 pistiladas por ráquila; flores unissexuais de coloração bege clara, com as estaminadas possuindo ocasionalmente pistilódio bífido ou trífido; O cacho assemelha-se a um rabo de cavalo e contém, em média, 1078 frutos, tipo drupas, sésseis, com perianto persistente e estigma residual na região apical, monospérmico e deiscente, de coloraçãoviolácea ou verde quando maduros; são os menores frutos dentre as espécies de bacabeiras (Balick, 1986; Küchmeister et al., 1998; Lorenzi et al., 2004).
Oenocarpus minor não forma populações densas, sendo mais comum de forma esparsa ou em pequenos grupos em mata de terra firme, de até 100 indivíduos por hectare; desenvolve-se bem a pleno sol e na sombra, porém na condição sombreada emite poucos perfilhos (Cymerys, 2005).
Oenocarpus minor encontra-se distribuída no Pará, Amazonas e Rondônia. (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-30
Oenocarpus minor Mart. Oenocarpus minor Mart.
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. minor é uma palmeira de porte médio, apresentando caule geralmente cespitoso, com 4 a 7 estipes colunares por touceira (Figura 1E), estipe colunar de 3 a 16m de altura e de 5 a 8cm de diâmetro; folhas planas, graciosamente arqueadas, com 6 a 10 folhas por planta, distribuídas em espiral, possuindo 2 a 5m de comprimento, sendo menores que as das outras espécies, possuindo bainha parcialmente fechada, verde-marrom, com bainha, pecíolo e raque glabrescentes e revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, tendo pinas inseridas em intervalos regulares ou raramente agrupadas de 2 a 3; inflorescências pequenas, possuindo de 30 a 70 ráquilas, revestidas por tormento granuloso marrom-avermelhado e contendo flores unissexuais de coloração bege clara; cacho de formato hiperiforme, semelhante a um rabo de cavalo, contendo 35 frutos por ráquila e 1078 frutos por cacho; frutos oblongos e bem menores do quê os das outras espécies (Balick,1986; Küchmeister et al., 1998; Lorenzi et al., 2004)
De um modo geral, as bacabeiras, em condições naturais, não formam populações densas, ocorrendo de forma esparsa ou formando pequenos grupos em mata de terra firme ou em capoeira, com as espécies monocaules sendo encontradas na densidade de 1 a 50 plantas adultas por hectare (Cymerys, 2005). As espécies cespitosas têm ocorrência diversificada. O. minor ocorre em terra firme, com aproximadamente 100 indivíduos por hectare
O. minor encontra-se distribuída no Pará, Amazonas e Rondônia
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-135
Oenocarpus mapora H.Karst Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabi
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus mapora exibe caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira, sendo raramente solitário; a folha é pinada e crespada, constituída por bainha verde oliva, de 45 a 95cm de comprimento, que envolve o estipe, tem pecíolo verde e limbo distintos, com raque de 2,8 a 5,5m de comprimento e com 60 a 71 pinas por lado, inseridas em intervalos regulares e todas no mesmo plano, sendo as pinas basais, centrais e apicais de comprimentos e larguras distintas, possuído de 6 a 10 folhas por planta, em posição alternada e de forma arqueada; ramo florífero interfoliar, protegido por duas brácteas e inflorescência pequena do tipo cacho; inflorescência constituída por pedúnculo e raque de 18 a 30cm de comprimento, com 52 a 96 ráquilas, de 26 a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhada com o passar do tempo, contendo 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas; as flores pistiladas apresentam um lóculo fértil com um óvulo e dois abortivos, mas ocasionalmente pode ocorrer dois lóculos férteis; cacho de forma hiperiforme, possuindo, em média, 1100 frutos; os frutos são drupas ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
O. mapora cresce em áreas marginais, de ampla faixa de solos e ambientes ecológicos, alcançando até 1500m de altitude, em subdossel de florestas tropicais (Montufar; Pintaud, 2004); coloniza florestas secundárias sem competição de outras palmeiras, uma vez que produz touceiras e forma agrupamentos facilmente identificáveis no campo. A folhagem dessa espécie atua como bloqueador da incidência solar e tem grande influência na não germinação de sementes e no não desenvolvimento de plântulas recém germinadas (Farris-Lopes et al., 2004), inclusive da própria espécie (De Stevens, 1989); tem grande ocorrência em áreas perturbadas, evidenciando sua capacidade de regeneração. Nessas espécies os eventos de floração e frutificação são observados ao longo do ano, com a floração mais intensa de janeiro a junho e a frutificação de julho e dezembro, coincidindo com a maior e menor pluviosidade (Oliveira et al., 2002).
Oenocarpus mapora ocorre no Amazonas e Acre
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-29
Oenocarpus mapora H. Karst. Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. mapora possui caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira (Figura 1D), sendo raramente, solitário, de 5 a 15m de altura e de 5 a 17cm de diâmetro; as folhas são as estruturas mais vistosas dessa espécie, sendo planas, com lâmina muito variável entre e dentro das populações, tem bainha forte, fechada e pouco persistente, com pecíolo e raque lisos, revestidos por denso tormento marrom, contendo de 6 a 10 folhas por planta em posição alternada e de forma arqueada; inflorescências pequenas, possuindo, aproximadamente, 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas, com pedúnculo e raque densamente revestidos por tormento vermelho-amarronzado, contendo 52 a 96 ráquilas, medindo, cada uma 26cm a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhadas quando na maturação dos frutos; cacho de forma hiperiforme, contendo, em média, 1100 frutos ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (FAO, 1983; Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
Oenocarpus distichus Mart. Oenocarpus distichus Mart. Bacaba
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. distichus é considerada a mais elegante das palmeiras nativas da região Norte. Possui estipe solitário, reto de base dilatada e anéis distanciados (Figura 1C), alcançando de 10 a 20 metros de altura e de 35 a 40cm de diâmetro; folhas crespadas, com bainha verde escura, de 70 a 100cm de comprimento e raque com 5 a 6m de comprimento, dispostas disticamente em um mesmo plano vertical, formando um grande leque; inflorescências com 70 a 100 ráquilas, de coloração inicialmente creme claro, contendo flores unissexuais, sésseis e de coloração creme claro; cacho muito grande, contendo centenas a milhares de frutos e de aspecto interessante, pois o pedúnculo, ráquis e as ráquilas têm coloração vermelha; frutos arredondados ou elipsoides, de tamanho variável, indo de 1,5 a 2,0cm de diâmetro, com peso médio de 2g; epicarpo violáceo quando maduro; mesocarpo branco-amarelado e oleoso, com amêndoa envolvida por endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente (Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Pesce, 2009).
De um modo geral, as bacabeiras, em condições naturais, não formam populações densas, ocorrendo de forma esparsa ou formando pequenos grupos em mata de terra firme ou em capoeira, com as espécies monocaules sendo encontradas na densidade de 1 a 50 plantas adultas por hectare (Cymerys, 2005). As espécies monocaule, O. bacaba e O. distichus crescem na sombra, mas preferem áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; demonstram resistência ao fogo, o que justifica suas ocorrências em florestas perturbadas e recém queimadas, sendo encontradas em capoeiras e pastos; são capazes de suportar de dois a quatro meses de estação seca, mas não toleram longos períodos de chuva; podem suportar baixa insolação, porém crescem melhor em condições de alta exposição de luz; em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
; Oenocarpus distichus apresenta distribuição mais ampla, ocorrendo nas regiões Norte (Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-133
Oenocarpus distichus Mart Oenocarpus distichus Mart. Bacaba
Arecaceae
Bacaba-de-leque
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus distichus tem estipe reto 10 a 20m de altura e de 35 a 40cm de diâmetro, com base dilatada; folhas crespadas, com bainha verde escura, dispostas disticamente em um mesmo plano vertical, como um grande leque; o ramo florífero é interfoliar, protegido por duas longas brácteas sublenhosas, flexíveis e de tamanhos e formatos distintos; inflorescência do tipo cacho, constituída por pedúnculo, raque e por 70 a 100 ráquilas, de coloração creme claro quando recém abertas e com o passar do tempo avermelhada; flores sésseis, onde dezenas de flores estaminadas ocupam o terço apical das ráquilas e no restante flores em tríade, com uma pistilada ladeada por duas estaminadas, ambas de coloração creme claro; cacho grande possuindo centenas a milhares de frutos; os frutos são drupas arredondadas ou elipsoides, com tamanho de 1,5 a 2,0cm de diâmetro e peso médio de 2g; epicarpo violáceo quando maduro; mesocarpo branco-amarelado e oleoso, com amêndoa envolvida por endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente (Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Pesce, 2009).
. Oenocarpus bacaba e O. distichus vegetam na sombra ou em áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; apresentam resistência ao fogo, uma vez que ocorrem em florestas perturbadas e recém queimadas, em capoeiras e em pastos; suportam de dois a quatro meses de estiagem, apesar de não tolerarem longo tempo com excesso de chuva; vivem em locais com baixa insolação, contudo crescem melhor em locais com alta exposição à luz. Em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas (1 a 50) e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
A presenta distribuição mais ampla, ocorrendo nas regiões Norte (Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-28
Oenocarpus bataua Mart. Oenocarpus bataua Mart. Patauá
Arecaceae
Patauá
Alimentícias
Plantae
A espécie tem porte arbóreo, monocaule, com estipe ereto, liso e colunar, de até 26m de altura e 54cm de diâmetro; raízes fasciculadas, visíveis na base; folhas compostas, pinadas, eretas, até 10m de comprimento, de coloração verde escura, dispostas de modo divergente, com até 20 folhas por planta, bainha aberta longa, contém fibras longas e grossas com aspecto de lã, pecíolo curto, persistente por longo tempo na posição vertical e com folíolos largos, distribuídos no mesmo plano, de 10 a 12cm de largura (Villachica et al., 1996; Lorenzi et al., 2004; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). Inflorescência interfoliar, pêndula, com pedúnculo curto a alongado, raque de 20 a 50cm de comprimento, com ráquilas de 0,7 a 1,2m de comprimento, de coloração amarelo-claro, tornando-se avermelhada com o passar do tempo; possui flores unissexuais distribuídas em tríades ao longo das ráquilas, sendo que no terço apical, frequentemente ocorrem apenas flores estaminadas, assimétricas, de coloração bege-claro, contendo três sépalas, três pétalas e de sete a 20 estames, podendo ter pistilódio bífido ou trífido; as flores pistiladas são maiores, da mesma coloração, com três sépalas e três pétalas (Lorenzi et al., 2004; Gomes-Silva, 2005; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). Uma inflorescência pode conter de 120 a 370 ráquilas onde estão distribuídas 94.000 e 16.000 flores estaminadas e pistiladas, respectivamente (Küchmeister et al., 1998). O cacho apresenta peso de 5 a 40kg, contendo de 500 a 4000 frutos; os frutos são drupas oblongas a elipsoides, de coloração e tamanho variável, pesando de 10 a 15g, com 2,5 a 4,7cm de comprimento e de 2,0 a 2,5cm de diâmetro, possui, na base, uma cúpula endurecida formada pelo perianto; o epicarpo é liso, de coloração verde ou violácea quando maduro, coberto por uma tênue camada cerosa e esbranquiçada; o mesocarpo é carnoso, de coloração branca, esverdeada ou arroxeada; a semente varia de ovoide-elipsoidal a globosa, sendo coberta por fibras achatadas (Henderson, 1995; Villachica et al., 1996; Dransfield et al., 2008). A parte comestível do fruto envolve o epicarpo (casca) e o mesocarpo (polpa) com 2 a 4mm de espessura.
Oenocarpus bataua produz folhas e floresce o ano inteiro, com pico de dezembro a fevereiro, e frutifica de dezembro a março e de julho a setembro, sendo a frutificação mais intensa no período chuvoso (Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005). É planta monoica, com inflorescência constituída por milhares de flores unissexuais. Do desenvolvimento das brácteas até a exposição da inflorescência são gastos de 10 a 18 meses, com a floração em uma inflorescência se estendendo por cerca de cinco semanas, possuindo acentuada protândria (Küchmeister et al., 1998). Vários insetos visitam as inflorescências, dentre eles têm-se: coleópteros, hymenópteros, apídeos, dípteros e lepdópteros. Entretanto, os polinizadores efetivos são os coleópteros: Baridinae sp., Phyllotrox sp., Anchylorhynchus sp., Anchylorhynchus tricarinatus e Mystrops sp, os quais respondem por 97% do fluxo de pólen entre inflorescências (Küchmeister et al., 1998; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). O vento tem importância secundária no transporte de pólen a longas distâncias. Da fecundação das flores até a maturação dos frutos são gastos de 10 a 14 meses. Seus frutos servem de alimentação para vários dispersores, a exemplo de anta, veado, macacos, paca, cutia, tucano, papagaio, arara, jacu, maritaca, maracanã e o homem. No caso dos predadores, tem-se como os principais o porcão e o porquinho do mato, que destroem suas sementes (Gomes-Silva, 2005).
A espécie está distribuída em diversos países da América Central e do Sul (Lleras et al, 1983; Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008) No Brasil ocorre na Região Norte (Acre, Amazonas, Pará e Rondônia) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-27
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