nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710
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Astrocaryum aculeatum
Astrocaryum aculeatum G.Mey.
 
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Astrocaryum vulgare
Astrocaryum vulgare Mart.
 
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Bactris gasipaes
Bactris gasipaes Kunth
 
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Euterpe oleracea
Euterpe oleracea Mart.
Açai
 
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Euterpe precatoria
Euterpe precatoria Mart.
 
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Mauritia flexuosa
Mauritia flexuosa L.f.
Buriti
 
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Oenocarpus bacaba
Oenocarpus bacaba Mart.
 
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Oenocarpus balickii
Oenocarpus balickii F.Kahn
Bacaba
 
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Oenocarpus bataua
Oenocarpus bataua Mart.
Patauá
 
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Oenocarpus distichus
Oenocarpus distichus Mart.
Bacaba
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Astrocaryum aculeatum G.Mey. Astrocaryum aculeatum G.Mey.
Arecaceae
Tucumã-do-amazonas
Alimentícias
Plantae
A. aculeatum tem caule monoestipe, ereto com presença ou ausência de espinhos negros, de tamanhos e formas variáveis, 8 a 30m de altura e 12 a 40cm de diâmetro, apresenta de 8 a 24 folhas por planta, sendo pinadas, reduplicadas e ascendentes, de 4 a 5 metros de comprimento e com espinhos em toda a extensão; a folha possui bainha e pecíolo de 1,8 a 3,7m, raque de 1,4 a 6,4m de comprimento e de 73 a 130 pares pinas lineares arranjadas em agrupamentos dispostos em diferentes planos; inflorescência interfoliar, ramificada e ereta contendo 375 a 432 ráquilas distribuídas em pedúnculo de 0,3 a 0,7m de comprimento, sendo coberta por uma bráctea lenhosa, peduncular e espinhosa de 1,4 a 2,2m de comprimento; Os cachos são grandes e contêm centenas de frutos do tipo drupa subglobosa a elipsoide, com epicarpo liso ou quebradiço, duro e de cor variável, peso de 30 a 150g, de 3 a 8cm de comprimento e de 2,5 a 5,6cm de diâmetro; tem mesocarpo carnoso, fibroso a levemente fibroso, oleaginoso e comestível, de coloração indo do amarelo ao vermelho; endocarpo preto, consistente e pétreo, pesando de 20 a 90g (Kahn; Millán, 1992; Henderson; Scariot, 1993; Lorenzi et al., 2004; Barcelar-Lima et al., 2006; Dransfield et al., 2008).
Na região Norte, os tucumãs são importantes fontes de alimentos (Macêdo et al., 2015; Oliveira et al., 2015). Seus frutos têm uso econômico atual com participação crescente no agronegócio dessa região, especialmente nos estados do Amazonas e Pará, onde são comercializados para consumo in natura, da polpa e para a extração de óleo.
A. aculeatum é endêmica do Brasil. No território nacional ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima) e Centro-Oeste (Mato Grosso). Possui grandes concentrações no Amazonas, provável centro de origem e diversidade (Kahn, 2008; Macêdo et al., 2015; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-3
Astrocaryum vulgare Mart. Astrocaryum vulgare Mart.
Arecaceae
Tucumã-do-pará
Alimentícias
Plantae
Astrocaryum vulgare possui espinhos pretos e flexíveis em quase todas as partes, de tamanhos variáveis, no estipe onde formam anéis da base até o capitel de folhas, porém ocorre planta inerme; o caule é cespitoso (Figura 2A), emitindo de 0 a 18 perfilhos e, algumas vezes, monocaule, de porte médio, com 4 a 15m de altura e 15 a 20cm de diâmetro; tem folhas pinadas com inserção quase ereta, de 5 a 7m de comprimento, bainha e pecíolo de 1 a 2m de comprimento com 73 a 120 pares de pinas lineares, irregularmente distribuídas, com 8 a 16 por planta; inflorescência interfoliar, ereta com pedúnculo de 0,9 a 1m de comprimento e 116 ráquilas; bráctea peduncular espinhosa, de 1 a 1,3m de comprimento; com até treze cachos (Figura 2B) por planta contendo 568 frutos; o fruto é uma drupa, globosa a elíptica, de 3,1 a 5,4cm de comprimento e de 2,5 a 4,8cm de diâmetro, com epicarpo liso, de coloração indo do amarelo ao vermelho; mesocarpo carnoso, fibroso a pouco fibroso, adocicado ou não, indo do creme ao alaranjado ; endocarpo duro e lignificado de 1,5 a 10mm de espessura, semente única, arredondada, podendo-se encontrar frutos sem semente ou até com duas sementes por fruto (Cavalcante, 1991; Henderson et al., 1995; Oliveira et at., 2003; Lorenzi et al., 2004; Kahn, 2008).
Na região Norte, os tucumãs são importantes fontes de alimentos (Macêdo et al., 2015; Oliveira et al., 2015). Seus frutos têm uso econômico atual com participação crescente no agronegócio dessa região, especialmente nos estados do Amazonas e Pará, onde são comercializados para consumo in natura, da polpa e para a extração de óleo.
A. vulgare não é endêmica e, no Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amapá, Pará, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás), com predomínio no lado Oriental, especialmente no estado do Pará, possível centro de origem e diversidade (Cavalcante, 1991; Villachica et al., 1996; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-4
Bactris gasipaes Kunth Bactris gasipaes Kunth
Arecaceae
Pupunha
Alimentícias
Plantae
A pupunha é uma espécie predominantemente alógama e diploide (2x=2n=30) (Röser, 1999; Picanço-Rodrigues et al., 2015). Essa palmeira é multicaule e um estipe pode atingir mais de 20m de altura, com 15 a 30cm de diâmetro e entrenós com 1 a 30cm de comprimento (Mora-Urpí et al., 1997). Podem ser encontradas plantas com e sem espinhos, sendo que aquelas que possuem espinhos apresentam variação em comprimento e quantidade, podendo aparecer em toda extensão da planta ou somente nos folíolos das folhas. A pupunha possui sistema radicular fasciculado e superficial, compostos por raízes primárias, secundárias, terciárias e quaternárias, cobertas por pelos absorventes, com distribuição de aproximadamente 75% das raízes nos primeiros 20cm do solo (Fonseca et al., 2001; Clement et al., 2009c; Lopes et al., 2014). As folhas tenras não expandidas, localizadas acima do meristema, formam o palmito, e uma coroa de 15 a 25 folhas pinadas são sustentadas no ápice do estipe, com folíolos inseridos em diferentes ângulos. A espécie é monóica, apresenta flores femininas e masculinas na mesma inflorescência, que se desenvolve nas axilas das folhas senescentes. Os cachos podem conter entre 50 e 1000 frutos e pesar de 1 a 25Kg. Os frutos são drupas que pesam entre 0,5 a 250g, com formato variando de globoso, ovoide ou elipsoide e, quando maduros, possuem epicarpo fibroso, que varia de cor, que pode ser vermelha, laranja ou amarela, e um mesocarpo amiláceo a oleoso, com um endocarpo envolvendo um endosperma fibroso e oleoso (Mora-Urpí et al., 1997). De acordo com o tamanho dos seus frutos, as populações de pupunha podemser classificadas em três categorias, que são: microcarpa (com frutos equenos – de 10 a 20g), mesocarpo (frutos médios – de 20 a 70g) e macrocarpo (frutos maiores que 70g) (Clement et al., 2009c).
A planta de pupunha, quando bem nutrida, pode iniciar a floração com três anos no campo, embora o mais comum seja a partir dos cinco anos. O principal período de floração na Amazônia Central inicia em setembro, em plena época de estiagem, com amadurecimento dos frutos a partir do final de dezembro até o início de março, em plena época chuvosa. Mudanças climáticas e longos períodos de estiagem causam mudanças na fenologia, mas ainda não existe uma análise precisa dessas variações. A pupunha apresenta sazonalidade, o que é uma limitação séria para o processamento industrial do seu fruto (Clement et al., 2009c). Por ser uma espécie nativa de regiões tropicais, que se caracterizam poraltas temperaturas e elevados índices pluviométricos, a pupunha quando cultivada deve ser plantada em áreas abertas, com exposição à irradiação solar.
Durante o processo de domesticação a pupunha se dispersou para a região nordeste da Amazônia pelos rios Madeira e Amazonas, até o litoral atlântico e para o noroeste da bacia do Alto Rio Madeira e para a bacia do rio Ucayali, de onde foi dispersa em todo o oeste da Amazônia, norte da América do Sul e para a América Central (Rodrigues et al., 2004).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-5
Euterpe oleracea Mart Euterpe oleracea Mart. Açai
Arecaceae
Açaí
Alimentícias
Plantae
E. oleracea tem predominância de caules cespitosos, com até 35 estipes de 3 a 20m de altura e diâmetro de 7 a 18cm, eretos ou inclinados, sendo raramente solitário, com palmito liso no topo; folhas com pinas pêndulas, de 2,0 a 1 Eng. Agrônoma e Florestal. Embrapa Amazônia Oriental 2 Eng. Química. Embrapa Amazônia Oriental 3 Eng. de Alimentos. Embrapa Amazônia Oriental 4 Eng. Agrônoma(o). Embrapa Amazônia Oriental 5 Bióloga. Universidade Federal de Lavras Plantas para o Futuro - Região Norte 304 4,5cm de largura; um cone de raízes avermelhadas na base do estipe, com pneumatóforos; frutos globosos ou depresso-globosos, de 0,5 a 2,8g e de 1 a 2cm de diâmetro, lisos, com epicarpo negro-purpúreo, negro ou verde quando maduro; sementes com endosperma ruminado, eixo embrionário diminuto e tecido de reserva formado por sílica e lipídios (Henderson; Galeano, 1996; Villachica et al., 1996; Lorenzi et al., 2004). Nas populações naturais há ecótipos que se diferenciam em vários aspectos morfológicos e na composição química dos frutos (Rogez, 2000).
Euterpe oleracea domina as florestas de várzeas no lado Oriental da Região Norte e tem caráter oligárquico, determinado pelo regime de inundações, pois dispõe de raízes que emergem do estipe acima da superfície do solo, presença de lenticelas e de aerênquimas nas raízes. Apresenta estratégias fisiológicas que permite manter as sementes viáveis e plântulas vivas, em condição de anorexia total, por períodos de até 20 dias para sementes e 16 dias para plântulas. Ocorre tanto em solos eutróficos quanto nos distróficos, sendo predominante em Gleissolos, os quais são ácidos, argilo-siltosos e com boa fertilidade natural, em decorrência da deposição de sedimentos trazidos pelas marés. Entretanto, vegeta bem em áreas de terra firme, especialmente em Latossolos amarelo, textura média a pesada, como também em igapós (Villachica et al., 1996). O pico de florescimento ocorre de janeiro a maio e o de frutificação de agosto a dezembro, mas pode variar com o local e o tipo de solo (Oliveira et al., 2002). Animais, especialmente pássaros, macacos, veados, antas, catitus, cutias, água e pessoas são seus dispersores. Em áreas de várzea a regeneração natural se dá por caroços, sendo que o número de sementes que germinam é menor que 50%. Na terra firme é cultivada por meio de mudas. Mas, independente do ambiente, a luz é um fator limitante para o bom desenvolvimento da planta (Cymerys; Shanley, 2005). A floração ocorre nos meses de fevereiro a março e de junho a julho, enquanto a frutificação nos meses de março a junho, em áreas inundadas, e de julho a outubro em terra firme (Rocha; Viana, 2004; Ferreira, 2005).
Espécies nativas e não endêmicas do Brasil. E. oleracea ocorre nas regiões Norte (Amapá, Pará e Tocantins), na porção Oriental, formando densas populações próximas aos rios que formam o Estuário Amazônico, e Nordeste (Maranhão)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-17
Euterpe precatoria Mart. Euterpe precatoria Mart.
Arecaceae
Açaí-solteiro
Alimentícias
Plantae
E. precatoria é monocaule de 3 a 23m de altura e de 4 a 23cm de diâmetro, ou raramente cespitoso, palmito fino e liso no topo; tem um cone de raízes visíveis; folhas com pinas planas, de 1 a 3cm de largura, pêndulas ou horizontais; frutos globosos, de cor púrpura-negra quando maduros, com resíduo estigmático lateral; sementes com endosperma homogêneo (Lorenzi et al., 2004; Ferreira, 2005). A variedade precatoria é mais comum, possuindo caule solitário; folhas com pinas estreitas, eventualmente pêndulas, bainha verde ou verde com listas verticais amarelas; inflorescências grandes e com ráquilas mais grossas; frutos de 1 a 1,3cm de diâmetro. A variedade longevaginata possui caule acinzentado solitário ou cespitoso; folhas de pinas mais largas e menos pêndulas ou horizontalmente dispostas; inflorescências menores e com ráquilas mais finas; frutos de 0,9 a 1,0cm de diâmetro (Henderson; Galeano, 1996; Lorenzi et al., 2004)
Ocorre em todos os tipos climáticos (Afi , Ami e Awi ), em pluviosidade acima de 2.000mm, umidade relativa acima de 80% e temperatura média de 28ºC (Silva et al., 2005). Ocorrem em florestas maduras e em áreas abertas com abundância de sol para o desenvolvimento dos frutos, em solos de terra firme e em áreas inundadas e apresentam crescimento inicial lento. A estrutura populacional é do tipo J invertido. Nas várzeas e nos igapós possuem alta densidade, com mais de 50 plantas por hectare, com ocorrência heterogênea, onde seus frutos são importantes na dieta de vários animais (Rocha; Viana, 2004). Florescem e frutificam em diferentes épocas do ano. Na inflorescência existem milhares de flores sendo mais da metade masculina e que atraem inúmeros insetos, caso das abelhas, muitos dos quais necessários para a polinização dessas espécies, sendo ambas monoicas e alógamas (Oliveira et al., 2002). Apresentam alto potencial produtivo e características ecológicas para o manejo sustentável (Cymerys; Shanley, 2005; Ferreira, 2005).
E. precatoria está distribuída apenas na região Norte, ocupando, predominantemente, o lado Ocidental, nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará, com a variedade longevaginata estando restrita ao Acre, na Serra do Divisor, que faz fronteira com o Peru (Henderson; Galeano, 1996; Lorenzi et al., 2004; Flora do Brasil, 2018; Vianna, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-18
Mauritia flexuosa L.f Mauritia flexuosa L.f. Buriti
Arecaceae
Buriti
Alimentícias
Plantae
É uma das maiores palmeiras que ocorrem na Amazonia (Cymerys et al., 2005). Apresenta estipe solitário, medindo entre 20 a 30m de altura e 30 a 50cm de diâmetro; inerme ou com poucos espinhos na face inferior das pinas. Folhas costopalmadas (arredondadas) com cerca de 3,5 metros de comprimento. Brácteas pedunculares numerosas, envolvendo todo o pedúnculo, de 8-12cm de comprimento. Inflorescência ramificada em primeira ordem (27-35 ramificações), 2,5-3,7 metros de comprimento. Ráquilas estaminadas e pistiladas 45-56, sustentando flores masculinas e femininas, respectivamente; flores masculinas e femininas amarelas a laranjadas, naviculares a fusiformes. Frutos marrom-avermelhados, oblongo-globosos, coberto com escamas sobrepostas, medindo entre 5x4cm até 10x6cm; mesocarpo (polpa) carnoso, alaranjado, oleaginoso e nutritivo; com uma semente (Cymerys et al., 2005; Martins, 2012). O comprimento de cacho pode variar de 1,58m a 2,25m; a massa do cacho de 18,5kg a 43,60kg e a massa dos frutos de 14,70kg a 35,17kg. O número de ráquilas por cacho varia de 25 a 34 e o número de frutos de 243 a 628. Ocorre geralmente uma semente por fruto, mais ou menos esféricas e cobertas com uma testa de cor marrom (Donadio et al., 2002; Araújo et al., 2004).
O buriti é uma planta de ambiente alagado, sendo dependente da presença de água tanto para o desenvolvimento vegetativo quanto para a reprodução e dispersão das sementes. A espécie é dióica, ou seja, depende da existência de plantas masculinas e femininas para produzir frutos, pois enquanto os machos produzem apenas cachos com flores masculinas, as fêmeas produzem cachos com flores femininas, que se tornarão frutos. A floração do macho e da fêmea ocorre ao mesmo tempo, a fim de facilitar a polinização cruzada. O vento não poliniza as flores do buriti, por isso, a produção dos frutos depende de insetos, a exemplo de abelhas nativas, pequenos besouros e moscas. Em geral, a produção de frutos em plantas de brejos mais conservados é maior, uma vez que alí existe maior quantidade de insetos polinizadores (Sampaio, 2011). O período desde o florescimento até a maturação dos frutos pode ser superior a um ano e a época de floração das plantas pode variar bastante de região para região. No Cerrado, a floração se inicia em fevereiro, com pico nos meses de março a maio. A frutificação mais intensa ocorre de dezembro a maio, com produção de frutos, em menor quantidade, também nos meses de junho a novembro (Coradin et al., 2016). produzem cachos com flores femininas, que se tornarão frutos. A floração do macho e da fêmea ocorre ao mesmo tempo, a fim de facilitar a polinização cruzada. O vento não poliniza as flores do buriti, por isso, a produção dos frutos depende de insetos, a exemplo de abelhas nativas, pequenos besouros e moscas. Em geral, a produção de frutos em plantas de brejos mais conservados é maior, uma vez que alí existe maior quantidade de insetos polinizadores (Sampaio, 2011). O período desde o florescimento até a maturação dos frutos pode ser superior a um ano e a época de floração das plantas pode variar bastante de região para região. No Cerrado, a floração se inicia em fevereiro, com pico nos meses de março a maio. A frutificação mais intensa ocorre de dezembro a maio, com produção de frutos, em menor quantidade, também nos meses de junho a novembro (Coradin et al., 2016)
Palmeira nativa, com distribuição na Colômbia, Venezuela, Guiana, Trinidad, Equador, Peru, Brasil e Bolívia (Henderson et al., 1995; Flora do Brasil, 2018). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018). O buriti habita os domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga e Cerrado (Flora do Brasil, 2018), em formações monoespecíficas que, na Amazônia são chamadas de buritizais ou miritizais
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-23
Oenocarpus bacaba Mart. Oenocarpus bacaba Mart.
Arecaceae
Bacaba
Alimentícias
Plantae
As espécies de bacaba têm porte arbóreo, estipes retos ou alongados, com folhas compostas distribuídas paralelamente na parte superior do estipe. São plantas monoicas, com inflorescência interfoliar protegida por duas brácteas decíduas de tamanho e formato distintos. As flores unissexuais encontram-se dispostas em tríades ao longo das ráquilas, mas no ápice, geralmente há apenas flores masculinas (Balick, 1986; Henderson, 1995; Mendonça et al., 2008). Em O. minor, O. mapora e O. distichus as flores masculinas possuem seis estames, porém em O. bacaba variam de cinco a dez (Küchmeister et al., 1998). Os frutos possuem tamanho, peso e cor variáveis. Em frutos maduros o epicarpo (casca) pode ser violáceo ou verde, com predominância do violáceo; o mesocarpo (polpa) é branco-amarelado; a amêndoa apresenta-se envolvida por um endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente, com endosperma homogêneo (Balick, 1986; Mendonça et al., 2008; Pesce,2009)
Oenocarpus bacaba e O. distichus vegetam na sombra ou em áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; apresentam resistência ao fogo, uma vez que ocorrem em florestas perturbadas e recém queimadas, em capoeiras e em pastos; suportam de dois a quatro meses de estiagem, apesar de não tolerarem longo tempo com excesso de chuva; vivem em locais com baixa insolação, contudo crescem melhor em locais com alta exposição à luz. Em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas (1 a 50) e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
As espécies de bacaba encontram-se amplamente distribuídas no Brasil e em vários países das Américas do Sul e Central (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Lorenzi et al., 2004; Montufar; Pintaud, 2006)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-25
Oenocarpus balickii F.Kahn Oenocarpus balickii F.Kahn Bacaba
Arecaceae
Bacabão
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus balickii possui caule ereto e colunar, de até 14m de altura e de 6 a 12cm de diâmetro; folhas planas com bainha fechada em até 2/3 de seu comprimento; possui bainha e raque densamente revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, pinas dispostas em grupos de 2 a 5 e bem separadas uma das outras em um mesmo plano; inflorescência do tipo cacho, composta por 45 a 103 ráquilas, com bráctea peduncular e ráquilas revestidas por tormento vermelho-amarronzado; flores unissexuais em tríades, díades e solitárias; frutos elipsoides, de tamanhos variáveis (Lorenzi et al., 2004).
Oenocarpus balickii aparece no Acre, Amazonas e Rondônia
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-26
Oenocarpus bataua Mart. Oenocarpus bataua Mart. Patauá
Arecaceae
Patauá
Alimentícias
Plantae
A espécie tem porte arbóreo, monocaule, com estipe ereto, liso e colunar, de até 26m de altura e 54cm de diâmetro; raízes fasciculadas, visíveis na base; folhas compostas, pinadas, eretas, até 10m de comprimento, de coloração verde escura, dispostas de modo divergente, com até 20 folhas por planta, bainha aberta longa, contém fibras longas e grossas com aspecto de lã, pecíolo curto, persistente por longo tempo na posição vertical e com folíolos largos, distribuídos no mesmo plano, de 10 a 12cm de largura (Villachica et al., 1996; Lorenzi et al., 2004; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). Inflorescência interfoliar, pêndula, com pedúnculo curto a alongado, raque de 20 a 50cm de comprimento, com ráquilas de 0,7 a 1,2m de comprimento, de coloração amarelo-claro, tornando-se avermelhada com o passar do tempo; possui flores unissexuais distribuídas em tríades ao longo das ráquilas, sendo que no terço apical, frequentemente ocorrem apenas flores estaminadas, assimétricas, de coloração bege-claro, contendo três sépalas, três pétalas e de sete a 20 estames, podendo ter pistilódio bífido ou trífido; as flores pistiladas são maiores, da mesma coloração, com três sépalas e três pétalas (Lorenzi et al., 2004; Gomes-Silva, 2005; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). Uma inflorescência pode conter de 120 a 370 ráquilas onde estão distribuídas 94.000 e 16.000 flores estaminadas e pistiladas, respectivamente (Küchmeister et al., 1998). O cacho apresenta peso de 5 a 40kg, contendo de 500 a 4000 frutos; os frutos são drupas oblongas a elipsoides, de coloração e tamanho variável, pesando de 10 a 15g, com 2,5 a 4,7cm de comprimento e de 2,0 a 2,5cm de diâmetro, possui, na base, uma cúpula endurecida formada pelo perianto; o epicarpo é liso, de coloração verde ou violácea quando maduro, coberto por uma tênue camada cerosa e esbranquiçada; o mesocarpo é carnoso, de coloração branca, esverdeada ou arroxeada; a semente varia de ovoide-elipsoidal a globosa, sendo coberta por fibras achatadas (Henderson, 1995; Villachica et al., 1996; Dransfield et al., 2008). A parte comestível do fruto envolve o epicarpo (casca) e o mesocarpo (polpa) com 2 a 4mm de espessura.
Oenocarpus bataua produz folhas e floresce o ano inteiro, com pico de dezembro a fevereiro, e frutifica de dezembro a março e de julho a setembro, sendo a frutificação mais intensa no período chuvoso (Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005). É planta monoica, com inflorescência constituída por milhares de flores unissexuais. Do desenvolvimento das brácteas até a exposição da inflorescência são gastos de 10 a 18 meses, com a floração em uma inflorescência se estendendo por cerca de cinco semanas, possuindo acentuada protândria (Küchmeister et al., 1998). Vários insetos visitam as inflorescências, dentre eles têm-se: coleópteros, hymenópteros, apídeos, dípteros e lepdópteros. Entretanto, os polinizadores efetivos são os coleópteros: Baridinae sp., Phyllotrox sp., Anchylorhynchus sp., Anchylorhynchus tricarinatus e Mystrops sp, os quais respondem por 97% do fluxo de pólen entre inflorescências (Küchmeister et al., 1998; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). O vento tem importância secundária no transporte de pólen a longas distâncias. Da fecundação das flores até a maturação dos frutos são gastos de 10 a 14 meses. Seus frutos servem de alimentação para vários dispersores, a exemplo de anta, veado, macacos, paca, cutia, tucano, papagaio, arara, jacu, maritaca, maracanã e o homem. No caso dos predadores, tem-se como os principais o porcão e o porquinho do mato, que destroem suas sementes (Gomes-Silva, 2005).
A espécie está distribuída em diversos países da América Central e do Sul (Lleras et al, 1983; Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008) No Brasil ocorre na Região Norte (Acre, Amazonas, Pará e Rondônia) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-27
Oenocarpus distichus Mart Oenocarpus distichus Mart. Bacaba
Arecaceae
Bacaba-de-leque
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus distichus tem estipe reto 10 a 20m de altura e de 35 a 40cm de diâmetro, com base dilatada; folhas crespadas, com bainha verde escura, dispostas disticamente em um mesmo plano vertical, como um grande leque; o ramo florífero é interfoliar, protegido por duas longas brácteas sublenhosas, flexíveis e de tamanhos e formatos distintos; inflorescência do tipo cacho, constituída por pedúnculo, raque e por 70 a 100 ráquilas, de coloração creme claro quando recém abertas e com o passar do tempo avermelhada; flores sésseis, onde dezenas de flores estaminadas ocupam o terço apical das ráquilas e no restante flores em tríade, com uma pistilada ladeada por duas estaminadas, ambas de coloração creme claro; cacho grande possuindo centenas a milhares de frutos; os frutos são drupas arredondadas ou elipsoides, com tamanho de 1,5 a 2,0cm de diâmetro e peso médio de 2g; epicarpo violáceo quando maduro; mesocarpo branco-amarelado e oleoso, com amêndoa envolvida por endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente (Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Pesce, 2009).
. Oenocarpus bacaba e O. distichus vegetam na sombra ou em áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; apresentam resistência ao fogo, uma vez que ocorrem em florestas perturbadas e recém queimadas, em capoeiras e em pastos; suportam de dois a quatro meses de estiagem, apesar de não tolerarem longo tempo com excesso de chuva; vivem em locais com baixa insolação, contudo crescem melhor em locais com alta exposição à luz. Em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas (1 a 50) e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
A presenta distribuição mais ampla, ocorrendo nas regiões Norte (Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-28
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