nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710
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Attalea maripa
Attalea maripa (Aubl.) Mart.
Inajá
 
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Elaeis oleifera
Elaeis oleifera (Kunth) Cortés
 
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Oenocarpus balickii
Oenocarpus balickii F.Kahn
Bacaba
 
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Oenocarpus balickii
Oenocarpus balickii F.Kahn
Bacaba
 
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Astrocaryum aculeatum
Astrocaryum aculeatum G.Mey.
 
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Astrocaryum aculeatum
Astrocaryum aculeatum G.Mey.
 
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Astrocaryum aculeatum
Astrocaryum aculeatum G.Mey.
 
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Manicaria saccifera
Manicaria saccifera Gaertn.
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Attalea maripa (Aubl.) Mart. Attalea maripa (Aubl.) Mart. Inajá
Arecaceae
Inajá
Oleaginosas
Plantae
Planta perenifólia, heliófita, monoica. Pode medir até 20m de altura, embora seja mais frequentemente entre 10-12m . Folhas em número de 10-22 contemporâneas, de 5–8m de comprimento que, ao cair, deixam parte do pecíolo fixo no caule por um longo tempo. As folhas são do tipo pinadas, eretas, arranjadas de forma espiralada ou formando filas verticais. Bainhas com 50-120cm de comprimento, fibrosa na margem, com pecíolo de 20cm de comprimento. Raque com cerca de 6m de comprimento com pinas (aproximadamente 300) de cada lado, agrupadas irregularmente e em diferentes planos, conferindo um aspecto crispado às folhas. As inflorescências são persistentes, emitidas entre as folhas, com pedúnculo longo; podendo apresentar-se com flores exclusivamente masculinas, predominantemente masculinas, andróginas e predominantemente femininas. As inflorescências exclusivamente masculinas antecedem as demais. As flores estaminadas são pequenas, cerca de 10mm de comprimento, sésseis, de cor amarelo-clara, com 3 sépalas e 3 pétalas lanceoladas; 6 estames, com anteras dorsifixas; estames mais longos que as pétalas; flores pistiladas (femininas) com odor, arredondadas, de cor amarelo-clara, com cerca de 20mm, com 3 sépalas e 3 pétalas. Espádice (cacho) de 50-80cm de comprimento ; frutos com 2-3 sementes, elipsoide-oblongas, marrons, 4-6cm de comprimento. Os frutos possuem casca fina e polpa suculenta e amarelada, pastosa e muito oleosa; pequenos e geralmente cobertos no seu terço inicial pelo perianto . O fruto é composto por epicarpo (16%), mesocarpo (26,5%), endocarpo (49%) e amêndoas (8,5%).
Não existem plantios de inajá, exceto alguns relatos de experiências de cultivo em bancos de germoplasma. Em alguns estudos observou-se o início de produção a partir dos 5 anos de vida das plantas, sendo mais frequente a partir dos 8 anos. Os cachos de inajá podem produzir de 1.500 a 2.000 frutos, mas a produção de frutos pode variar em função de condições de clima e solo. A colheita pode ser feita quando os cachos estão maduros, ocasião em que os frutos começam a soltar-se. O beneficiamento é feito retirando-se os frutos da ráquila (Duarte et al., 2015). A dispersão das sementes é realizada por mamíferos (Zona; Henderson, 1989). A floração e a frutificação variam durante o ano, dependendo da região e de condições climáticas; são eventos de longa duração e sofrem oscilações ao longo do ano. Estudos mostraram que A. maripa consegue se estabelecer em solos degradados, o que faz supor que essa planta contribui para a regeneração de florestas (Salm, 2005). A. maripa hibridiza espontaneamente com o babaçu Attalea speciosa Mart. ex Sprengel, produzindo o híbrido perinão [Attalea dahlgreniana (Bondar) Wess.Boer.], anteriormente designado como Markleya dahlgreniana (Bondar) Wess. Boer (Salm, 2005).
Distribuída em todo o norte da América do Sul, ao leste dos Andes, na Colômbia, Venezuela, Trinidad, Guianas, Equador, Peru, Bolívia e no Brasil, onde ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017; Soares, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-123
Elaeis oleifera (Kunth) Cortés Elaeis oleifera (Kunth) Cortés
Arecaceae
Caiaué
Oleaginosas
Plantae
Palmeira com caule solitário. Sistema radicular fasciculado, concentrado nos primeiros 80cm de solo. Estipe maciço, com cicatrizes foliares comprimidas. Folhas pinadas, com folíolos dispostos em um mesmo plano. Plantas com até 42 folhas funcionais e medindo de 4,2-7,4m, foram registradas em populações naturais de caiaué, na Amazônia brasileira (Ooi et al., 1981), enquanto que em populações de caiaué amostradas no Panamá, Costa Rica e Colômbia foram registradas folhas com comprimento variando entre 5,3-6,3m (Escobar, 1981). É uma planta monoica, predominantemente alógama, com a produção de flores masculinas e femininas em inflorescências separadas, emitidas em ciclos alternados, evitando a presença na mesma planta, de flores dos dois sexos em antese, simultaneamente. As inflorescências femininas são recobertas por uma camada de fibras procedentes de duas espatas, persistentes até a maturação dos frutos. As inflorescências masculinas, também envoltas por duas espatas, as quais se rompem deixando exposta a inflorescências, composta por até 200 ráquilas (Wessels-Boer, 1965). Os frutos, tipo drupa, são bem menores que os frutos do dendezeiro, com endocarpo relativamente espesso (2mm) e mesocarpo variando de 14,6 a 62,3% do peso do fruto (Barcelos, 1986). Quando maduros, os frutos podem apresentar coloração alaranjada ou amarelada, sendo o primeiro predominante.
Considerando a inexistência de experienciais de plantios comerciais de caiaué, as informações de cultivo e tratos culturais advém de plantios experimentais em estações de pesquisas, em coleções de germoplasma da espécie , onde, dada a inexistência de sistemas de produção específico, adota-se com ligeiros ajustes, as mesmas práticas agrícolas empregadas para o cultivo da espécie africana. Assim, as considerações sobre as exigências ecológicas, práticas agronômicas e silviculturais empregadas no cultivo do caiaué, são as mesmas recomendadas e adotadas para o cultivo da palma de óleo africana, com ajustes leves, tais como uma melhor fertilização com magnésio e boro, uma vez que o caiaué tem demonstrado maior exigência para estes dois nutrientes. A incidência de pragas e doenças não difere em nada da espécie africana, a não ser uma menor predisposição do caiaué ao ataque de lagartas desfolhadoras, relativamente frequentes na espécie africana, além de boa resistência/tolerância frente ao AF.
Embora o centro de origem do Elaeis oleifera não esteja bem definido, a espécie ocorre exclusivamente na América tropical, com sua área de distribuição original, que vai desde o sul do México até o leste do Estado do Amazonas, no Brasil. A espécie tem sido registrada ocorrendo naturalmente no Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela (Meunier, 1975; Hartley, 1988). No Brasil ocorre apenas na Região Norte, no estado do Amazonas (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-126
Oenocarpus balickii F.Kahn Oenocarpus balickii F.Kahn Bacaba
Arecaceae
Bacabão
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus balickii possui caule ereto e colunar, de até 14m de altura e de 6 a 12cm de diâmetro; folhas planas com bainha fechada em até 2/3 de seu comprimento; possui bainha e raque densamente revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, pinas dispostas em grupos de 2 a 5 e bem separadas uma das outras em um mesmo plano; inflorescência do tipo cacho, composta por 45 a 103 ráquilas, com bráctea peduncular e ráquilas revestidas por tormento vermelho-amarronzado; flores unissexuais em tríades, díades e solitárias; frutos elipsoides, de tamanhos variáveis (Lorenzi et al., 2004).
Oenocarpus balickii aparece no Acre, Amazonas e Rondônia
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-26
Oenocarpus balickii F.Kahn Oenocarpus balickii F.Kahn Bacaba
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. balickii apresenta caule solitário ou raramente cespitoso, ereto e colunar com até 14m de altura e 6 a 12cm de diâmetro (Figura 1B); folhas planas com bainha fechada em até 2/3 de seu comprimento, possuindo bainha e raque densamente revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, possuindo de 80 a 180 pinas de cada lado da raque, dispostas muito juntamente em grupos de 2 a 5 e bem separados um do outro, posicionadas em um mesmo plano; inflorescências ramificadas, contendo 45 a 103 ráquilas, com bráctea peduncular e ráquilas revestidas por tormento vermelho-amarronzado e possuindo flores unissexuais em tríades, pares e solitárias; frutos elipsoides, de 1,5 a 1,8cm de comprimento (Lorenzi et al., 2004).
De um modo geral, as bacabeiras, em condições naturais, não formam populações densas, ocorrendo de forma esparsa ou formando pequenos grupos em mata de terra firme ou em capoeira, com as espécies monocaules sendo encontradas na densidade de 1 a 50 plantas adultas por hectare (Cymerys, 2005).
O. balickii aparece no Acre, Amazonas e Rondônia (
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-132
Astrocaryum aculeatum G. Mey Astrocaryum aculeatum G.Mey.
Arecaceae
Tucumã
Oleaginosas
Plantae
A. aculeatum possui estipe solitário (monocaule) , ereto, de 8-30m de altura e de 12-40cm de diâmetro, apresentando anéis (ou entrenós) com presença ou ausência de espinhos, de tamanhos e formas variáveis, mas em plantas adultas os anéis são encontrados da parte mediana até a superior. O capitel de folhas é formado por 8-24 folhas pinadas, reduplicadas e ascendentes, medindo de 4-5m de comprimento e com espinhos em toda a extensão, preferencialmente na bainha; pecíolo e raque longa, contendo bainha e pecíolo de 1,8-3,7m e raque de 1,4-6,4m de comprimentos e de 73-130 pares pinas lineares, irregularmente arranjadas em agrupamentos dispostos em diferentes planos; as pinas da porção mediana apresentam de 1,0-1,4m de comprimento e de 4-6 cm de largura; com espinhos achatados, de tamanhos variáveis e de cor negra, na bainha, pecíolo e raque foliar, além das margens e nervuras das pinas, de coloração verde intensa, tendo na parte abaxial coloração esbranquiçada.
A. aculeatum pode ocorrer em ecossistemas de floresta de terra firme e frequentemente em ambientes alterados e de vegetação secundária (capoeira), savanas, pastagens e roçados, sendo tolerante ao fogo, solos pobres e degradados, onde pode atingir densidades de 10-100 indivíduos adultos por hectare (Costa et al., 2005; Leitão, 2008).São espécies pioneiras, que se estabelecem em áreas desmatadas, sendo indicadas na recuperação de solos degradados e com potencial para integrarem sistemas agroflorestais. Seus frutos são importantes na alimentação e manutenção de animais silvestres, a exemplo de arara, papagaio, tucano, macaco, mutum, anta, veado, caititu, queixada, quatipuru, cutia, paca e de tatu (Costa et al., 2005; Cymerys, 2005). O padrão de dispersão primário dessas espécies consiste em uma chuva de sementes, concentrada no raio de projeção da copa, enquanto a secundária é realizada por roedores. A.aculeatum a cutia é a principal responsável enterrando as sementes próximo às plantas, em distâncias inferiores a 15m e a profundidades de 3-5cm, sendo importante para o recrutamento de novos indivíduos (Barcelar-Lima; Pessoni, 2000; Cymerys, 2005).
A. aculeatum está presente em grandes concentrações no estado do Amazonas, seu provável centro de origem e diversidade (Kahn, 2008; Macêdo et al., 2015; Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-121
Astrocaryum aculeatum G.Mey Astrocaryum aculeatum G.Mey.
Arecaceae
Tucumã-açu
Corantes
Plantae
Astrocaryum aculeatum apresenta crescimento monopodial e é monoica. Tronco ereto, com até 25m de altura e 30cm de diâmetro, espinhos dispostos em forma de anéis sob toda a sua extensão, que se adensam na parte superior. Folhas ascendentes e pinadas, atingindo de 4 a 5m de comprimento, contendo também espinhos na região basal. Inflorescências medindo entre 1-1,5m, sendo que as flores femininas ficam localizadas na parte basal dos ramos da espádice, e as flores masculinas, em maior quantidade, ocupam o restante de cada ramo. Os frutos são drupas subglobosas a elipsoides possuem: epicarpo liso, firme e de coloração verde-amarelada; mesocarpo firme, fibroso, oleaginoso e de coloração amarelo-alaranjado; e um endocarpo consistente, escuro e lenhoso, que contém, em seu interior, uma amêndoa (endosperma). As sementes são globulares, oblongas e raramente elipsoides, medem cerca de 4cm de diâmetro e pesam de 22 a 53g; o tegumento fino possui coloração pardo-castanha; o endosperma apresenta-se na forma sólida (parte externa, homogênea, consistente e branca) e líquida (parte interna e incolor) (Cavalcante, 1991; Lorenzi et al., 2004; Costa et al., 2005; Barcelar-Lima et al., 2006).
Por se tratar de espécies de ocorrência espontânea em áreas de regeneração natural, a exploração do tucumã é basicamente extrativista. As sementes de tucumã apresentam um período relativamente grande de dormência, o que pode ocorrer em função da resistência do endocarpo que as envolve, que dificulta o contato com a água, restringe a difusão de oxigênio e/ou impõem resistência mecânica ao crescimento do embrião e à subsequente emergência da plântula (Lorenzi et al., 2004; Cymerys, 2005; Gentil; Ferreira, 2005). O conjunto de características florais, aliado à abundância de pólen e ao forte odor de várias partes da inflorescência, atrai os visitantes florais, indicando que o tucumã tem como principal estratégia de polinização a cantarofilia, sendo Terires minusculus e Mystrops spp seus polinizadores efetivos (Oliveira et al., 2003). De uma maneira geral, os tucumãs são considerados palmeiras pioneiras e, em alguns casos, até invasoras de pastagens, sendo encontradas em capoeiras e florestas, se desenvolvendo bem em solos pobres de terra firme, savana, pastagens e roçado. Frequentemente, estão associadas a áreas degradadas e de vegetação secundária, por apresentar uma boa resistência ao fogo, o que ocorre em função da capacidade de rebrotar após as queimadas e regenera-se facilmente por perfilhar (Gentil; Ferreira, 2005; Cymerys, 2005; Yuyama et al., 2008). Raramente são encontrados plantios comerciais (Revilla, 2001), a ocorrência em fazendas, sítios e quintais está geralmente associada à dispersão natural e à dispersão involuntária feita pelo homem ou, ainda, à manutenção de plantas jovens e adultas, mesmo em áreas destinadas a pastagens (Gentil; Ferreira, 2005)
O tucumã-do-Amazonas (A. aculeatum) pode ser encontrado no Brasil, Venezuela, Bolívia, Guiana, Peru e Colômbia (Cavalcante, 1991; Costa et al., 2005; Barcelar-Lima et al., 2006). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-69
Astrocaryum aculeatum G.Mey. Astrocaryum aculeatum G.Mey.
Arecaceae
Tucumã-do-amazonas
Alimentícias
Plantae
A. aculeatum tem caule monoestipe, ereto com presença ou ausência de espinhos negros, de tamanhos e formas variáveis, 8 a 30m de altura e 12 a 40cm de diâmetro, apresenta de 8 a 24 folhas por planta, sendo pinadas, reduplicadas e ascendentes, de 4 a 5 metros de comprimento e com espinhos em toda a extensão; a folha possui bainha e pecíolo de 1,8 a 3,7m, raque de 1,4 a 6,4m de comprimento e de 73 a 130 pares pinas lineares arranjadas em agrupamentos dispostos em diferentes planos; inflorescência interfoliar, ramificada e ereta contendo 375 a 432 ráquilas distribuídas em pedúnculo de 0,3 a 0,7m de comprimento, sendo coberta por uma bráctea lenhosa, peduncular e espinhosa de 1,4 a 2,2m de comprimento; Os cachos são grandes e contêm centenas de frutos do tipo drupa subglobosa a elipsoide, com epicarpo liso ou quebradiço, duro e de cor variável, peso de 30 a 150g, de 3 a 8cm de comprimento e de 2,5 a 5,6cm de diâmetro; tem mesocarpo carnoso, fibroso a levemente fibroso, oleaginoso e comestível, de coloração indo do amarelo ao vermelho; endocarpo preto, consistente e pétreo, pesando de 20 a 90g (Kahn; Millán, 1992; Henderson; Scariot, 1993; Lorenzi et al., 2004; Barcelar-Lima et al., 2006; Dransfield et al., 2008).
Na região Norte, os tucumãs são importantes fontes de alimentos (Macêdo et al., 2015; Oliveira et al., 2015). Seus frutos têm uso econômico atual com participação crescente no agronegócio dessa região, especialmente nos estados do Amazonas e Pará, onde são comercializados para consumo in natura, da polpa e para a extração de óleo.
A. aculeatum é endêmica do Brasil. No território nacional ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima) e Centro-Oeste (Mato Grosso). Possui grandes concentrações no Amazonas, provável centro de origem e diversidade (Kahn, 2008; Macêdo et al., 2015; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-3
Manicaria saccifera Gaertn. Manicaria saccifera Gaertn.
Arecaceae
Tururi
Fibrosas
Plantae
Planta de tronco simples ou em touceira, com 0,5 a 10m de altura e 15 a 20cm de diâmetro, normalmente coberto com remanescentes das bases foliares e outros fragmentos. Folhas inteiras (de 5-25 folhas), pregueadas, grandes (2-8m de comprimento), rígidas, eretas. Inflorescência interfoliar recoberta por uma camada de fibras. Frutos globosos, bi ou trilobados, 4-6cm de diâmetro, castanhos, cobertos de pequenas saliências pontiagudas de forma piramidal (Lorenzi et al., 2010).
O tururi é uma palmeira típica de terras baixas e áreas alagadas, sendo assim, a dispersão das sementes ocorre mais facilmente pela água. O endosperma é homogêneo e os frutos tem a capacidade de flutuar por longas distâncias, até encontrar um lugar apropriado para a germinação. Para o seu desenvolvimento esta palmeira prefere áreas pantanosas, quentes e protegidas da insolação direta. É sensível ao frio (Palmpedia, 2018).
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com distribuição restrita à Região Norte (Amazonas e Pará) (Flora do Brasil, 2018). Também é encontrada na América central, Venezuela, Colômbia e Guianas (Monteiro et al., 2016).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-86
Oenocarpus mapora H. Karst. Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. mapora possui caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira (Figura 1D), sendo raramente, solitário, de 5 a 15m de altura e de 5 a 17cm de diâmetro; as folhas são as estruturas mais vistosas dessa espécie, sendo planas, com lâmina muito variável entre e dentro das populações, tem bainha forte, fechada e pouco persistente, com pecíolo e raque lisos, revestidos por denso tormento marrom, contendo de 6 a 10 folhas por planta em posição alternada e de forma arqueada; inflorescências pequenas, possuindo, aproximadamente, 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas, com pedúnculo e raque densamente revestidos por tormento vermelho-amarronzado, contendo 52 a 96 ráquilas, medindo, cada uma 26cm a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhadas quando na maturação dos frutos; cacho de forma hiperiforme, contendo, em média, 1100 frutos ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (FAO, 1983; Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
Oenocarpus mapora H.Karst Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabi
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus mapora exibe caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira, sendo raramente solitário; a folha é pinada e crespada, constituída por bainha verde oliva, de 45 a 95cm de comprimento, que envolve o estipe, tem pecíolo verde e limbo distintos, com raque de 2,8 a 5,5m de comprimento e com 60 a 71 pinas por lado, inseridas em intervalos regulares e todas no mesmo plano, sendo as pinas basais, centrais e apicais de comprimentos e larguras distintas, possuído de 6 a 10 folhas por planta, em posição alternada e de forma arqueada; ramo florífero interfoliar, protegido por duas brácteas e inflorescência pequena do tipo cacho; inflorescência constituída por pedúnculo e raque de 18 a 30cm de comprimento, com 52 a 96 ráquilas, de 26 a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhada com o passar do tempo, contendo 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas; as flores pistiladas apresentam um lóculo fértil com um óvulo e dois abortivos, mas ocasionalmente pode ocorrer dois lóculos férteis; cacho de forma hiperiforme, possuindo, em média, 1100 frutos; os frutos são drupas ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
O. mapora cresce em áreas marginais, de ampla faixa de solos e ambientes ecológicos, alcançando até 1500m de altitude, em subdossel de florestas tropicais (Montufar; Pintaud, 2004); coloniza florestas secundárias sem competição de outras palmeiras, uma vez que produz touceiras e forma agrupamentos facilmente identificáveis no campo. A folhagem dessa espécie atua como bloqueador da incidência solar e tem grande influência na não germinação de sementes e no não desenvolvimento de plântulas recém germinadas (Farris-Lopes et al., 2004), inclusive da própria espécie (De Stevens, 1989); tem grande ocorrência em áreas perturbadas, evidenciando sua capacidade de regeneração. Nessas espécies os eventos de floração e frutificação são observados ao longo do ano, com a floração mais intensa de janeiro a junho e a frutificação de julho e dezembro, coincidindo com a maior e menor pluviosidade (Oliveira et al., 2002).
Oenocarpus mapora ocorre no Amazonas e Acre
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-29
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