nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710
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Copaifera multijuga
Copaifera multijuga Hayne
Copaíba-Branca
 
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Copaifera reticulata
Copaifera reticulata Ducke
Copaíba-Branca
 
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Dipteryx odorata
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Cumaru Ferro
 
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Centrosema brasilianum
Centrosema brasilianum (L.) Benth.
 
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Centrosema macrocarpum
Centrosema macrocarpum Benth.
 
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Chamaecrista rotundifolia
Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene
 
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Stylosanthes capitata
Stylosanthes capitata Vogel
 
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Stylosanthes guianensis
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
 
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Copaifera reticulata
Copaifera reticulata Ducke
Copaíba-Branca
 
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Copaifera guyanensis
Copaifera guyanensis Desf.
Copaíba
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Copaifera multijuga Hayne Copaifera multijuga Hayne Copaíba-Branca
Fabaceae
Copaíba
Aromáticas
Plantae
Copaifera multijuga é uma árvore de 15-60m de altura , 6,5-118cm de DAP; ritidoma cinza a cinza-avermelhado, estrias estreitas verticais superficiais. Folhas compostas com 6-10 pares de folíolos, pecíolo e raque pubescentes a hirsutos, folíolos alternos, coriáceos, oblongo-lanceolados, base arredondada ou cuneada, ápice estreito-acuminado, faces adaxial e abaxial glabras; margens retas. Flores sésseis; sépalas externamente glabras. Frutos suborbiculares , oblongo-obovados ou oblongo-oblíquos, arilo amarelo (Martins-Silva et al., 2008).
A fitossociologia da floresta de Tapajós mostrou que C. multijuga apresentou abundância de 13 indivíduos a cada 10 hectares, representando a espécie mais importante da floresta, com índice de valor de importância (IVI=0,39) (Soares; Carvalho, 1998). Estudos de regenaração natural mostraram que a espécie possui alto potencial de regeneração e que é silvilculturalmente interessante. O seu manejo para fins não-madereiros torna-se possível devido a sua alta produção de sementes, alta taxa de germinação, com cerca de 80%, e pelo fato de sua dispersão ser do tipo barocórica (Alencar, 1981; 1984). Quanto as suas características ecológicas e fenológicas, C. multijuga é heliófita, ou seja, não tolerante a sombra, o que pode prejudicar o desenvolvimento de plântulas sob alta cobertura de dossel (Langenheim, 1981). Sua floração ocorre entre fevereiro a abril e a frutificação entre o período de abril a julho (Alencar, 1988).
Copaifera multijuga é uma espécie nativa, porém não endêmica do Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Pará e Rondônia) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-51
Copaifera reticulata Ducke Copaifera reticulata Ducke Copaíba-Branca
Fabaceae
Copaíba
Aromáticas
Plantae
Copaifera reticulata é uma árvore de 15-60m de altura e 16-98cm de DAP, podendo apresentar discretas sapopemas, ritidoma estriado, cinza-rosado. Folhas com 4–6 pares de folíolos, pecíolo e raque pubescentes ou glabrescentes, pecíolos 0,6–2,0cm de comprimento, raque 6,0–12,3cm de comprimento. Folíolos alternos ou subopostos, cartáceos, raramente coriáceos, oblongos ou ovadoelípticos, falcados a subfalcados, assimétricos, base obtusa subequilátera, raramente cuneada, ápice acuminado, podendo apresentar apículo, os distais 3,3–6,2×1,1–2,5cm, os proximais 2,0–4,4×1,7–2,7cm e os medianos 2,9–6,1×1,1–2,3cm, faces abaxial e daxial glabras, margens retas; nervura central ambas as faces proeminente, pubescente ou glabrescente; venação laxa (média 9,3 aréolas/mm2), conspícua na face adaxial; pontuações translúcidas geralmente presentes; peciólulos pubescentes ou glabrescentes, 0,2–0,8cm de comprimento.
A floração de C. reticulata ocorre de janeiro a março e a frutificação ocorre de março a outubro (Muniz, 2008). A germinação das sementes de copaíba ocorre em um curto período de tempo e, pelo fato das sementes caírem ao pé da árvore, observa-se uma grande quantidade de plântulas, alguns meses depois da frutificação. As sementes são muito apreciadas por animais (tatu, jabuti, cutia, paca, etc) e a dispersão é do tipo barocórica (atua a força da gravidade), ocorrendo ainda a dispersão por aves, que as levam a grandes distâncias (Rigamonte-Azevedo et al., 2004).
Copaifera reticulata ocorre nas regiões Norte (Amapá, Pará e Roraima) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-52
Dipteryx odorata (Aubl.) Forsyth f. Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Cumaru Ferro
Fabaceae
Cumaru
Aromáticas
Plantae
Árvore de porte elevado, com altura de 20-30m, dotada de copa globulosa. Tronco ereto e cilíndrico, de 50-70cm de diâmetro, com casca pouco espessa, rugosa e descamante em placas irregulares. Folhas alternas, alado-pecioladas, compostas imparipinadas. Folíolos alternos, em número de 7-9, curto-peciolulados, coriáceos, glabros em ambas as faces e brilhantes na face superior, de 10 a 20cm de comprimento e 4-8cm de largura. Inflorescências em panículas terminais ferrugíneo-pubescentes, com flores perfumadas (Lorenzi, 2002). As flores são hermafroditas, aromáticas, pequenas, zigomorfas, com perianto rosado e curtamente pediceladas. O fruto é do tipo legume drupáceo e ovalado, lenhoso, com endocarpo tardiamente deiscente após a decomposição do mesocarpo, medindo de 5cm a 6,5cm de comprimento por 3,5cm de largura, com uma só semente. O fruto possui casca de superfície lisa (mesocarpo), tem cheiro aromático não agradável e é resinosa. Quando a semente está seca e sem o mesocarpo, as duas valvas se separam facilmente com um golpe de martelo. A estrutura da casca é toda especial, cheia de cavidades pequenas, nas quais se encontra uma copal na proporção de aproximadamente 18%
A espécie D. odorata é uma planta perenifólia, ciófita, indiferente quanto às condições de solo, característica e exclusiva da floresta pluvial amazônica. Apresenta frequência elevada, porém um tanto descontínua e irregular ao longo de sua ampla área de ocorrência. Ocorre preferencialmente no interior da mata primária de terra firme. Dipteryx odorata é uma espécie da fase final de sucessão considerada clímax ou clímax exigente em luz. Com relação ao clima, é característica de regime de precipitações com chuvas periódicas, possui deficiência hídrica de pequena a moderada no Amazonas, no Acre, no Pará, em Rondônia e no norte de Mato Grosso. Sua floração ocorre de agosto a outubro, no Pará, de setembro a outubro, no Amazonas e os frutos maduros ocorrem de abril a julho, no Pará. Na Amazônia, essa espécie começa a produção de frutos aos 4 ou 5 anos de idade (Carvalho, 2009)
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, distribuída nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-54
Centrosema brasilianum (L.) Benth Centrosema brasilianum (L.) Benth.
Fabaceae
Centrosema
Forrageiras
Plantae
Espécie herbácea, perene, de crescimento rasteiro, porém com a presença de tutores seu hábito é volúvel (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986). Os ramos são fissurados, glabros, com folhas trifolioladas, folíolos lanceolados e glabrescentes (Silva et al., 2013), folíolos medindo 25-70mm de comprimento e 6-35mm de largura (Silva et al., 2014). A inflorescência é em racemo e se desenvolve na axila das folhas, tendo de uma a cinco flores por racemo; as flores são azuis com tonalidades liláceas, violáceas e purpuras e raramente brancas (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986). O fruto é um legume linear, glabro, com sementes de oblongas a quadrangulares, marrons (Silva et al., 2013), medindo 70-160mm de comprimento, contendo 8-23 sementes, geralmente marrons, cuja massa de 100 unidades é de 1,2-2,7g (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986).
Centrosema brasilianum L. é uma espécie adaptada à região amazônica (Clements et al., 1983), que cresce prostrada na ausência de suporte, com enraizamento dos seus nós (Costa et al., 2004b). É considerada invasora em áreas cultivadas (Silva et al., 2013), porém, tem elevado potencial para alimentação animal (Schultze-Kraft, 1990; Peters; Schultze-Kraft, 2017). A produção e a qualidade da forragem em C. brasilianum é bastante variável (Costa; Oliveira, 1993) em função das condições ecológicas, manejo e incidência de pragas e doenças. Segundo Coradin e Ramos (2016) o hábito de crescimento volúvel da espécie é uma característica que favorece a competição por luz e persistência, quando em consórcio com gramíneas. Outras características importantes em C. brasilianum são o fato de ser nativa da região, oferecendo diversidade genética para a seleção de material promissor; ser boa produtora de sementes; ter agressividade média o que favorece o consórcio com gramíneas cespitosas e a tolerância a seca (Serrão et al., 1990). Entretanto, a baixa capacidade de enraizamento dos nós caulinares em ecótipos prostrados é limitante para a sua persistência (Coradin; Ramos, 2016). Outro problema para o cultivo de C. brasilianum é a ocorrência de doenças, principalmente a ferrugem, causada por Rhizoctonia solani, considerado o principal problema fitossanitário desta espécie (Lenné et al., 1990), limitando o crescimento e a produção de biomassa (Tropical Forages, 2018)
A espécie tem ocorrência neotropical (Silva et al., 2013), na Bolívia, Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela (Tropicos, 2017), Equador, Colômbia, México e Paraguai (Schultze-Kraft et al., 1990). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-89
Centrosema macrocarpum Benth. Centrosema macrocarpum Benth.
Fabaceae
Centrosema
Forrageiras
Plantae
Espécie herbácea, perene, com ramos finos e enraizamento nos nós em alguns genótipos; o caule é piloso, glabrescente e lignificado na base; as folhas são trifolioladas com folíolo central maior medindo de 8-13cm de comprimento e 3-8cm de largura; inflorescência é um racemo axilar com até 30 flores inserida em pares ao longo da raque, as flores apresentam coloração creme com o centro roxo; frutos são deiscentes com até 30cm de comprimento e 1cm de largura contendo até 25 sementes; sementes são oblongas, medindo cerca de 5x3mm, com 15.000 a 25.000 unidades/ kg (Tropical Forages, 2018). A espécie é morfologicamente confundida com C. pubescens, da qual se diferencia pelo hábito mais robusto, com ramos lenhosos (vs. ramos herbáceos em C. pubescens) e folíolos maiores e glabros em ambas as faces quando adultos (vs. folíolos pubescentes a tomentosos em ambas as faces) (Flora do Brasil, 2018).
Para Schultze-Kraft et al. (1990) a ocorrência natural de C. macrocarpum está associada a solos ácidos de fertilidade média à baixa e com 430 a 4.000mm anuais de chuva. É uma espécie com grande potencial para alimentação animal (Schultze-Kraft, 1990), tolerante à seca e com forragem de boa qualidade (Coradin; Ramos, 2016). Não é severamente atacada por doenças que ocorrem tradicionalmente nas espécies do gênero Centrosema, podendo produzir até 15 toneladas de matéria seca/ha/ano (Tropical Forages, 2018). Costa e Oliveira (1993) reportaram uma produção de forragem de até 26 toneladas de matéria/há, nas condições climáticas de Rondônia. Com relação a fixação de nitrogênio, Vargas et al. (1993) relataram que C. macrocarpum apresentou baixa nodulação e não respondeu satisfatoriamente a inoculação com estirpes. Entretanto, em condições experimentais na Colombia, Cook et al. (2005) obtiveram sucesso na seleção de estirpes que favoreceu o crescimento da espécie
Segundo a Flora do Brasil (2018), Centrosema macrocarpum apresenta ampla distribuição geográfica: América do Norte (México), América Central e América do Sul. Especificamente, pode ser citada a ocorrência da espécie em Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, México, Panamá, Peru e Venezuela (Tropicos, 2017). No Brasil, ocorre naturalmente nas regiões Norte (Roraima, Tocantins); Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-90
Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene. Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene
Fabaceae
Erva-de-coração
Forrageiras
Plantae
Subarbusto prostrado, lignificado próximo à raiz, xilopó- dio ausente; ramos pilosos com tricomas curtos e esparsos tricomas longos, circulares, não flexuosos. Estípulas ovais a lanceoladas, acuminadas ou caudadas, base cordada, 0,4-1,2cm de comprimento, persistentes; pulvino 0,1-0,25cm de comprimento; pecíolo 0,3- 0,5cm de comprimento, piloso com tricomas curtos e esparsos tricomas longos; seta 0,2-0,4cm de comprimento; nectário extrafloral ausente; peciólulo vestigial; folíolos em 1 par, obovais, ápice arredondado a levemente emarginado, curtamente mucronado, base assimétrica, lado maior da lâmina cordado e menor agudo, 1,5-2,5cm de comprimento, 0,9-1,3cm de largura, glabros na face abaxial, com tricomas esparsos concentrados na nervura principal, pilosos na face adaxial, com tricomas concentrados na nervura principal, margem ciliada, venação actinódroma . Inflorescência 1-3-flores, axilares, de coloração amarela , pedúnculo 0,8-0,1cm, raramente adnato ao ramo conferindo aspecto supra-axilar à inflorescência; pedicelo 2,4-3,5cm de comprimento, piloso com tricomas esparsos; brácteas lanceoladas 0,1-0,2cm de comprimento; bractéolas lanceoladas, 0,2cm de comprimento; sépalas lanceoladas, agudas, 0,6cm de comprimento, externamente pilosas com tricomas longos, internamente glabras; estames 5, estaminódios 2, anteras glabras; ovário viloso, alvo. Fruto oblongo, 2,5-3,5cm de comprimento, 0,3cm de largura, esparsamente pubescente, com tricomas concentrados na sutura (Lopes, 2000; Flora do Brasil, 2018).
De acordo com Cruz (1996), C. rotundifolia suporta solos de baixa fertilidade, apresenta boa produção de forragem e sementes, sendo relativamente tolerante a pragas e doenças. Entretanto, a baixa palatabilidade e pouca tolerância sob pastejo é uma limitação ao uso dessa espécie na alimentação animal (Tropical Forages, 2018). Para ser utilizada como adubo verde, o plantio deve ser realizado no início do período chuvoso e a semeadura deve ser efetuada em covas espaçadas de 50cm, com 4 a 6 sementes/cova, sendo utilizado cerca de 2kg de sementes/ha. A incorporação da biomassa deve ser realizada a partir de 3 meses após o plantio antes da formação das vagens, e a incorporação deve ser efetuada por aração e gradagem (Lopes, 2000).
Ocorre na Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, China, Costa Rica, Estados Unidos, Guiana, Honduras, México, Namíbia, Panamá, Paraguai e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil, de acordo com o Mapa 1, ocorre naturalmente em todas as regiões.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-91
Stylosanthes capitata Vogel. Stylosanthes capitata Vogel
Fabaceae
Estilosantes
Forrageiras
Plantae
Subarbusto perene de crescimento ereto ou prostrado , que pode atingir 120cm de altura e 100cm de diâmetro; as folhas são trifolioladas cujos folíolos podem ter 40mm de comprimento e 15mm de largura; a inflorescência é composta por 2 a 4 espigas que medem até 70mm de comprimento por 200mm de largura; a flor mede até 14,5mm de comprimento e tem a corola amarela ; a semente tem coloração que varia de pretas a amarelas, medindo de 2 a 3mm de comprimento e 1 a 2mm de largura (Costa et al. 2008; Tropical Forages, 2018).
Seu potencial provavelmente é maior em ecossistema de savana devido a sua adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade (Burt et al., 1983; Costa; Schultze-Kraft, 1990) e por ser tolerante a pragas e doenças (Costa; Schultze-Kraft, 1990). Outras características importantes para a espécie é a boa produção de forragem, resistência ao pastejo e ao pisoteio, boa capacidade de consorciação e de ressemeadura natural, rápido rebrote no segundo ano de cultivo (Gianluppi; Smiderle, 1999). O maior potencial para produção de forragem é expresso na época chuvosa, onde se verifica maior taxa de crescimento das plantas. Comparando o desempenho de S. capitata no cerrado do Amapá na época chuvosa e na época seca, Mochiutti et al. (1999) reportam que, durante o período chuvoso, as plantas tiveram maiores alturas, maiores capacidades de cobertura do solo e uma produção de forragem de cerca 153% superior à da época seca. Nascimento et al. (1998) também observaram que S. capitata mostrou-se bastante promissor também na época das águas.
Ocorre na Bolívia, Brasil e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil tem ocorrência confirmada, , nas regiões Norte (Pará, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná) (Flora do Brasil, 2018; Gissi, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-92
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw. Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
Fabaceae
Estilosantes
Forrageiras
Plantae
É um subarbusto perene que na Amazônia pode atingir de 50 a 150 cm de altura (The New, 2018). O caule estriado, tomentoso, setoso ou glabrescente, estípula externa oblonga, obovada ou estreita-elíptica, paleácea, verde, tomentosa, setosa, com a 10–22 nervuras; estípula interna ovóide, glabra ou pubescente, 3–10 nervuras, 4,5–10x2–6,5mm, ápice aristado. Folha (14,5-) 19-43mm DE comprimento; pecíolo tomentoso, 2–8mm de comprimento; raque tomentosa ou setosa, 1–2mm de comprimento; folíolo elíptico, lanceolado ou oblanceolado, tomentoso, ápice apiculado ou mucronado, base obtusa, 4–10 pares de nervuras inconspícuas,15,5–27x1,0-4,0mm. Inflorescência em espiga, 2–4 espigas, terminal e axilar, ovoide, largo-ovoide, 7,0–24,5x5,0-18,0(-26,5)mm; bráctea externa elíptica, ovoide ou oblonga, paleácea, verde, setosa; 5–12 nervuras; 3,5–6,0x2,- 0–6,0mm, ápice acuminado, 0,7-4,0mm de comprimento; bráctea interna elíptica, ovoide ou largo-ovoide, 1–5 nervuras, 3,0–6,5x2,0–4,5mm, duas bractéolas, lanceoladas e lineares, paleáceas, alvas, ápices aristados, margens ciliadas, 3,0–5,0x0,5-1,2mm de comprimento. Flor 8–13mm de comprimento; corola amarela ou branca; estandarte largo-obovado, ápice obcordado, base cuneada, 4,0–6,6x3,0-5,8mm, estrias vermelho-vináceas, duas dobras na região mediana e uma basal; asas largo-obovadas, 3,0–6,0x1,5–3,0mm; pétalas da quilha falciformes, 2,5–3x1–1,6mm. Lomento com um artículo fértil, largo-elíptico, glabro, reticulado, 3,0–3,8x1,- 8–2,3mm, estilete curto e uncinado 0,4–0,7mm de comprimento; semente elíptica, preta, 1,6–2,7x0,9–2,0mm (Costa, 2007).
É uma espécie adaptada a solos ácidos e de baixa fertilidade, resistência à seca, tolerante a pragas e doenças (Costa; Schultze-Kraft, 1990). Outras características também importantes é o potencial de produção de sementes (Barcellos; Vilela, 1994) e a capacidade de fornecer forragem de boa qualidade no período seco (Ferreira; Costa, 1979). Para Souza Filho et al., (1991) S. guianensis se adapta bem as condições do cerrado do Amapá com boa distribuição de forragem durante as épocas de máxima e mínima precipitação, porém a produção de sementes deixa a desejar, embora tenha ocorrido floração praticamente o ano inteiro, sendo mais intensa no período de menor precipitação (junho a dezembro). Mochiutti et al. (1999) também citam o potencial de S. guianensis para o Amapá que, também apresenta boa cobertura do solo, porém, a produção de sementes é uma limitação para a espécie. Os autores recomendam a continuidade das pesquisas com a espécie visando a seleção de acessos que além da produção de forragem tenham boa produção de sementes. Cruz et. al. (1986) também citam dificuldades para produzir sementes de S. guianensis. Para Costa e Coradin (2016) a produção de sementes é bastante variável na espécie, podendo oscilar de 1 a 104g/m2 (Botrel et al., 1985; Sousa et al., 1990). Essa produção pode estar relacionada à época de plantio (Botrel et al., 1985), método de colheita e à grande variabilidade existente na espécie (Costa; Coradin, 2016).
Ocorre na Argentina, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana, Guiana Francesa, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil a espécie está amplamente distribuida nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018; Gissi, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-93
Copaifera reticulata Ducke Copaifera reticulata Ducke Copaíba-Branca
Fabaceae
Copaíba
Medicinais
Plantae
Copaifera reticulata é árvore de 30 a 40m de altura, podendo apresentar discretas sapopemas, ritidoma estriado, cinza-rosado . Folhas com 4 á 6 pares de folíolos, pecíolo e raque pubescentes ou glabrescentes. Folíolos alternos ou subopostos, cartáceos, raramente coriáceos, oblongo ou ovado-elípticos, falcados a subfalcados, assimétricos, base obtusa, raramente cuneada, ápice acuminado, podendo apresentar apículo, faces abaxial e adaxial glabras, margens retas; nervura central, ambas as faces proeminentes, pubescente ou glabrescente; venação laxa, conspícua na face adaxial; pontuações translúcidas geralmente presentes; peciólulos pubescentes ou glabrescentes. Inflorescências (Figura 2A) com 6 a 15cm de comprimento; bráctea, face adaxial glabrescente e adaxial glabra, tricomas nas margens. Flores subsésseis; sépalas externamente glabrescentes ou glabras; anteras de 1,2-1,6 x 0,6-0,9mm; gineceu 3,9 a 5,8mm de comprimento, ovário oblongo-elíptico, estipitado, hirsuto na sutura e nervura principal do carpelo, ápice e base; estilete 2-3,3mm de comprimento. Frutos obovados , suborbiculares, podendo apresentar-se oblíquos, comprimidos lateralmente, base falcada ou subfalcada, ápice arredondado; semente com arilo amarelo-alaranjado (Martins-da-Silva et al., 2008).
As copaibeiras preferem a luz direta para o seu desenvolvimento vegetativo. Em área de floresta podem alcançar, ou até superar, os 30m de altura em busca de luminosidade, contudo, em áreas de cerrado alcançam menor altura. Os solos onde são encontradas as copaibeiras em geral são areno-argilosos e de terra firme. Em geral, a maioria das copaibeiras estão associadas à tipologia de floresta ombrófila densa. Estudos realizados nas condições do estado do Acre, observou plantas ocorrendo tanto em ambiente predominantemente de floresta aberta quanto em ambiente de floresta densa. Ambientes abertos são mais favoráveis ao desenvolvimento de plantas jovens (Rigamonte-Azevedo, 2004). C. reticulata floresce de janeiroa março, com frutificação de março a agosto. Os frutos são muito apreciados pelos animaissilvestres, seus principais dispersores. . A germinação ocorre em curto período, após a queda dos frutos, sugerindo que as espécies não formam banco de sementes ou plântulas. Analises da distribuição espacial de indivíduos e as classes de tamanho de plantas sugerem uma distribuição agrupada para indivíduos jovens e aleatório em plantas adultas. De modo geral, observa-se que as copaibeiras ocorrem em baixas densidades (0,07 a 2 árvores/ha), com estrutura populacional do tipo J invertido (Rigamonte-Azevedo et al., 2004
Copaifera reticulata possui ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amapá, Pará e Roraima) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-103
Copaifera guyanensis Desf Copaifera guyanensis Desf. Copaíba
Fabaceae
Copaíba
Medicinais
Plantae
Copaifera guyanensis é árvore com 10 a 30m altura, ritidoma cinza-esbranquiçado a castanho, com estrias longitudinais, superficiais, cerradas. Folhas com 3 a 4 pares de folíolos, pecíolo e raque glabros ou glabrescentes; estípulas interpeciolares caducas. Folíolos opostos, cartáceos ou coriáceos, oblongo-lanceolados ou ovado-lanceolados, retos, simétricos, base arredondada ou raramente cuneada, equilátera, ápice estreito acuminado e apiculado, faces adaxial e abaxial glabras, margens retas; nervura central adaxial impressa, glabra ou glabrescente, abaxial glabra ou glabrescente; venação laxa, conspícua na face adaxial; pontuações translúcidas distribuídas, preferencialmente, de forma homogênea em toda a lâmina, raramente imperceptível; peciólulos glabros ou glabrescentes. Inflorescências com 8 a 18cm de comprimento; bráctea, face abaxial pubescente, e adaxial glabra, tricomas nas margens; bractéolas, abaxial pubescentes, adaxial glabras com tricomas nas margens. Flores sésseis a subsésseis; sépalas externamente pubescentes; anteras de 1,6-2,8×0,8- 1,1mm; gineceu 4,5-6mm comprimento; ovário oblongo-obovado, estipitado, hirsuto na sutura e nervura principal do carpelo, no ápice e na base; estilete glabro de 1,8 a 3mm de comprimento. Frutos oblongo-obovados, elíptico-obovados ou oblongo-oblíquos, comprimidos lateralmente, estipitados, base sub-falcada ou falcada, ápice arredondado ou truncado; semente oblongo-globosa, arilo branco (Martins-da-Silva et al., 2008).
As copaibeiras preferem a luz direta para o seu desenvolvimento vegetativo. Em área de floresta podem alcançar, ou até superar, os 30m de altura em busca de luminosidade, contudo, em áreas de cerrado alcançam menor altura. Os solos onde são encontradas as copaibeiras em geral são areno-argilosos e de terra firme. Em geral, a maioria das copaibeiras estão associadas à tipologia de floresta ombrófila densa. Estudos realizados nas condições do estado do Acre, observou plantas ocorrendo tanto em ambiente predominantemente de floresta aberta quanto em ambiente de floresta densa. Ambientes abertos são mais favoráveis ao desenvolvimento de plantas jovens (Rigamonte-Azevedo, 2004).
C. guyanensis ocorre apenas na Região Norte (Amazonas).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-104
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