nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710
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Dalbergia subcymosa
Dalbergia subcymosa Ducke
 
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Hymenaea courbaril
Hymenaea courbaril L.
 
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Myrcia multiflora
Myrcia multiflora (Lam.) DC.
 
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Pentaclethra macroloba
Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze
 
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Piper callosum
Piper callosum Ruiz & Pav.
Pimenta Longa
 
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Quassia amara
Quassia amara L.
 
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Stryphnodendron adstringens
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
Casca-Da-Virgindade
 
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Uncaria guianensis
Uncaria guianensis (Aubl.) J.F.Gmel.
Unha de Gato
 
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Uncaria tomentosa
Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC.
 
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Virola surinamensis
Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb.
Mucuíra
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Dalbergia subcymosa Ducke Dalbergia subcymosa Ducke
Fabaceae
Verônica
Medicinais
Plantae
Dalbergia subcymosa é um arbusto escandente ou liana, com caule medindo de 10 a 30mm de diâmetro, verde-escuro avermelhado, haste herbácea, rasteira, ramosa (Rodrigues, 1989). Folhas com estípulas pilosas, com 11 ou menos folíolos ovalados ou elípticos, ápice agudo ou ligeiramente acuminado, base arredondada, com 3 a 4cm de comprimento e 1 a 1,5cm de largura. Inflorescências racemosas multifloras com cálice campanulado, lacínios denteados, um dentículo maior com 2mm de comprimento, pétalas clavadas com cerca de 6mm de comprimento, 9 estames concrescidos pelos filetes, ovário longamente estipitado, glabro; fruto samaroide, achatado, arredondado, com cerca de 2,5cm de diâmetro, semente reniforme situada perto do bordo (Berg, 2010).
s. A maioria das plantas desta espécie que ocorrem nas restingas também apresentam grande plasticidade fenotípica, o que favorecer a tolerância às condições ambientais estressantes perto do oceano (Ulian et al., 2012).
Dalbergia subcymosa ocorre no Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela (Tropicos, 2016). No Brasil, tem ocorrência confirmada apenas na região Norte (Amazonas, Amapá e Pará) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-110
Hymenaea courbaril L Hymenaea courbaril L.
Fabaceae
Jatobá
Medicinais
Plantae
Árvore de até 15 a 20m de altura , de copa ampla e densa, com tronco mais ou menos cilíndrico, de até 1m de diâmetro. Em indivíduos jovens a base do tronco se apresenta na forma digitada e quando adultas as raízes são superficiais e longas. A casca é bege e cinza, as vezes marrom. Folhas alternas, pecioladas, compostas de dois folíolos (bifolioladas), coriáceos e falcados (em forma de foice), medindo entre 6 e 10cm de comprimento e 1,5 a 7cm de largura. Flor com cálice campanulado formado por 4 sépalas unidas na base e corola formada por 5 pétalas obovadas brancas e cremes . O fruto é um legume achatado e elipsoide, indeiscente que apresenta a cor verde quando imaturo e marrom-escuro quando maduro, medindo de 5 a 15cm de comprimento . As sementes, em número de 2 a 6 por fruto ou mais, apresentam formato obovoide a elipsoide, envoltas em material farináceo e aromático (Embrapa, 2004).
Floresce com maior intensidade nos meses de outubro e dezembro. Suas flores são polinizadas por morcegos do gênero Glossophaga e seus frutos maduros, ao caírem no chão, fazem parte da dieta alimentar de roedores e macacos, que também atuam como dispersores. Nas condições do Acre, a colheita dos frutos pode ser realizada entre maio a setembro, já no Pará pode ocorrer de agosto a novembro, podendo ser extender até dezembro (Cruz; Pereira, 2015). Dependendo da finalidade, o cultivo pode ser efetuado em plantios puros ou mistos, em pleno sol, com espaçamento variado (Fernandes, 2006). O melhor desempenho econômico desta espécie é obtido em cultivo misto, a pleno sol, associado com espécies de comportamento pioneiro. A espécie apresenta desrama natural deficiente, necessitando condução e galhos, para apresentar fuste definido (Mazzei et al., 1999).
Hymenaea courbaril é amplamente distribuída nos neotrópicos. No Brasil tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro- -Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Pinto et al., 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-111
Myrcia multiflora (Lam.) DC Myrcia multiflora (Lam.) DC.
Myrtaceae
Pedra-ume-caá
Medicinais
Plantae
Árvores ou arbustos, com ramos monopodiais, tricomas simples e dibraquiados. Caule descamante esbranquiçado. Folhas simples, geralmente opostas, elípticas com ápice acuminado e base atenuada; tricomas esparsos revestindo o pecíolo; tricomas esparsos na nervura central especialmente mais próximo da base enquanto o limbo é predominantemente glabro em ambas as faces da folha; apresenta coloração verde, e cavidades secretoras de óleos essenciais, as quais podem ser visualizadas como pontos translúcidos na lâmina foliar. Suas flores são brancas e pequenas . Os frutos são globosos, pequenos, imaturos verdes, maduros com coloração arroxeada . (Souza; Lorenzi, 2005; Flora do Brasil, 2017).
As plantas apresentam forma arbustiva quando ocorrem em vegetações mais abertas, com solo arenoso, caso da vegetação de transição entre dunas e restinga, até árvores de grande porte em vegetação de floresta ombrófila, com solo de maior influência argilosa (Flora do Brasil, 2017). Nas condições da Mata Atlântica, M. multiflora floresce entre novembro e dezembro; frutifica do final de janeiro até fevereiro. Já na Amazônia, essa espécie floresce durante o ano inteiro, as flores são alvas e aromáticas, com frutificação de janeiro a maio e de setembro a dezembro. O fruto tende a apresentar coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada, quando imaturo e negro a arroxeado quando maduro (Silva et al., 2015).
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com distribuição nas regiões tropicais e subtropicais da Austrália, Ásia e América (Angiosperm, 2009). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Tocantins), Nordeste (Bahia, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-112
Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze
Fabaceae
Pracaxi
Medicinais
Plantae
Árvore de grande porte, podendo chegar até 40m de altura e 1,3m de diâmetro (DAP) e bastante ramificada (Figuras 1 e 2). O fuste cilíndrico, geralmente oco, é fissurado na base; quando localizada em lugares sazonalmente inundados, desenvolve pequenas sapopemas; a casca externa é lisa acastanhada, com lenticelas horizontais, internamente é rosada, em média com 2 a 3mm de espessura (Schery, 1950; Flores, 1994). A atividade cambial e a produção de madeira ocorrem quando não são produzidas flores (Hazlett, 1987). Os anéis anuais são delineados, por zonas fibrosas escuras. Cerne e alburno são diferentes; o alburno é verde esbranquiçado enquanto o cerne é marrom avermelhado, quando seco o alburno apresenta-se rosa e o cerne marrom avermelhado; a madeira tem textura média, brilho moderado, aparência atraente e alta qualidade (Record; Hess, 1949; Herrera; Morales, 1993). As flores são hermafroditas, pequenas, aglomeradas em grandes racemos (cerca de 200 flores em cada), com 15 a 20cm de comprimento, mas apenas 1 a 5 flores desenvolvem frutos . Os frutos, quando imaturos, são verdes, passando a marrons quando maduros (Figura 4A), oblongos, com tamanhos bastante variáveis (Tabela 1) e valores médios de massa, comprimento, largura e espessura de 79,1g, 328,0mm, 42,8mm e de 13,9mm, respectivamente. As sementes (Figura 4B) são marrons e também apresentam variações no tamanho (Tabela 1), com valores médios de massa, comprimento, largura e espessura de 5,3g, 42,0mm, 29,2mm e 8,3mm, respectivamente. As sementes são assimétricas, sem endosperma e o tegumento (casca) apresenta células pétreas, dispostas longitudinalmente formando linhas finas na superfície (Orwa et al., 2009).
É uma espécie arbórea de sucessão tardia dominante nas florestas (Oberbauer; Strain, 1986). Na regeneração da floresta apresenta rápido crescimento (Salazar, 2000), sendo tolerante à sombra, porém o manejo do sombreamento melhora o crescimento do fuste (Galván et al., 2004) e tem grande potencial para recuperação de áreas alteradas pela exploração florestal, devido à sua associação com bactérias fixadoras de nitrogênio (Eaton et al., 2012). Pode ser consorciada com outras espécies (Orwa et al., 2009) e apresenta capacidade de rebrotar, além de crescer em solos de baixa fertilidade, favorecendo a recuperação de áreas degradadas (Román et al., 2012). Na floresta cresce associada a Carapa guianensis Aubl., Pterocarpus officinalis Jacq., Stryphnodendron microstachyum Poepp., Astrocaryum alatum H.F. Loomis e Iriartea gigantea H. Wendland ex Burret (Flores, 1994).A floração é anual e no município de Afuá, Pará, ocorre no período seco, durante os meses de julho a setembro, enquanto que a disseminação das sementes é observada durante os meses de dezembro a maio (Freitas et al., 2003). As flores são polinizadas, provavelmente, por pequenos insetos e quando plantada a pleno sol inicia a floração aos dois anos de idade (Orwa et al., 2009), a frutificação ocorre a partir do terceiro ano (Crespi; Guerra, 2013) e as sementes são dispersas pela água (Román et al., 2012).
Planta nativa, não endêmica do Brasil, sendo encontrada também na Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guiana, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela (Orwa et al., 2009). No Brasil, a espécie é encontrada, , nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima e, possivelmente, também no Mato Grosso (Borges et al., 2014; Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-113
Piper callosum Ruiz et Pav. Piper callosum Ruiz & Pav. Pimenta Longa
Piperaceae
Elixir-paregórico
Medicinais
Plantae
Erva arbustiva, com 0,5 a 1m de altura, internós de 3 a 15cm de comprimento. Folhas alternas, cartáceas e subcoriáceas, elípticas ou elíptico-ovadas, de 5 a 16cm de comprimento e de 3,5 a 8cm de largura, ápice curtamente acuminado e base aguda, ambas as faces glabras e algo brilhosas na face ventral; pecíolo caloso; espigas curtas, com 1 a 2,5cm de comprimento e 3 a 5mm de diâmetro ; flores dotadas de brácteas subpeltadas, glabras; androceu com 4 estames; gineceu com 3 estigmas assentados sobre estiletes curtos e grossos; drupa glabra subglobosa (Berg, 2010).
A planta necessita de insolação direta para o seu melhor desenvolvimento. Quando encontrada sob sombreamento seus ramos ficam tenros e com entrenós longos e as folhas menos espessas e mais desenvolvidas. Fisiologicamente semelhante à pimenta-do-reino, as mesmas condições de cultivo para essa espécie devem ser favoráveis ao elixir-paregórico. A colheita das folhas e ramos herbáceos deve ser praticada com canivetes ou tesoura de poda. Batista et al. (2012) estudaram a influência da luminosidade da produção de biomassa foliar e óleo essencial. Verificou-se que plantas cultivadas com 30% de luminosidade apresentaram maior produção de biomassa foliar, mostrando que baixa luminosidade influencia positivamente o desenvolvimento da planta. A extração de óleo essencial mostrou que o maior rendimento foi obtido, igualmente, em plantas submetidas a 30% de luminosidade, corroborando com os dados de biomassa
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com distribuição confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017; Guimarães et al., 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-114
Quassia amara L. Quassia amara L.
Simaroubaceae
Quina
Medicinais
Plantae
Arbusto grande ou arvoreta de 2 a 5m de altura , dotada de copa estreita e mais ou menos rala. Possui folhas compostas, tri ou penta- -folioladas, de raque e pecíolo alados, de 10 a 15cm de comprimento; folíolos cartáceos, glabros, de cor mais clara na face inferior, de 4 a 6cm de comprimento. Inflorescências em racemos terminais, com muitas flores tubulosas, grandes, de cor vermelha , cálice com 5 sépalas, corola com 5 pétalas, androceu de 10 estames livres, gineceu apocárpico com ovário glabro. Frutos são drupas coriáceas de cor escura e sementes de cor preta (Bertolucci et al., 2008).
Possui capacidade de rebrota após a colheita e adaptabilidade a solos com variado pH. Nas condições ambientais da cidade de Belém/PA, Q. amara floresce e frutifica durante o ano todo. O período mais favorável para a coleta de folhas e casca para uso medicinal, são os meses em que as plantas não estejam em fase reprodutiva ou se verificar menor incidência de floração e frutificação. Próspero et al. (2009) relata uma experiência de cultivo de Q. amara, nas condições da Costa Rica. O cultivo foi realizado em sistema agroflorestal com Cordia alliodora (Ruiz & Pav.) Oken (Boraginaceae), Theobroma cacao L. (Sterculiaceae) e Bactris gasipaes Kunth, sendo a quina plantada depois que as outras espécies pudessem efetuar sombreamento para as mudas. O espaçamento adotado para a composição do sistema foi de 2x2m e 1,5x1,5m. Os autores relatam sucesso do cultivo após cinco anos de avaliação, porém, não suficiente para emitir recomendações de manejo e colheita de folhas e cascas da Q. amara.
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada também no Suriname e Nicarágua. No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima) e Nordeste (Maranhão) (Stevens et al., 2001; Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-115
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Casca-Da-Virgindade
Fabaceae
Barbatimão
Medicinais
Plantae
Árvore com 4-5m de altura , tronco tortuoso, com casca fendida e cerca de 12mm de espessura; casca dos ramos com cerca de 4mm de espessura, ramos curtos, grossos, tortuosos, com cicatrizes foliares nas extremidades. Folhas alternas, bicompostas, paripinadas, pecioladas; estípulas pequenas, grossas e caducas; ráquis frequentemente dotada de glândula na base e entre os últimos pares de pinas; pinas 5-8 pares; folíolos 5 a 8 pares em cada pina, alternos ou subpostos, subsésseis; limbo ovado com 1,5x1-1,5cm, de membranáceo a cartáceo, de base obtusa, arredondada a truncada, e ápice arredondado a retuso. Flores com corola creme-esverdeada, actinomorfas, sésseis; cálice cupuliforme, pétalas livres, naviculares; estames 10, livres; filetes com cerca do dobro do comprimento da corola; anteras rimosas e oblongas; ovário súpero, unilocular, com muitos óvulos parietais e bisseriados. Inflorescência do tipo espiga, cilíndrica e axilar , com, aproximadamente, 100 flores. Fruto legume indeiscente séssil, com 6-9cm de comprimento, negro, linear-oblongo; sementes numerosas oblongas, achatadas, com 6-9x1-3mm, castanho-avermelhadas (Lorenzi; Matos, 2002; Matins et al., 2016).
No Cerrado, a floração ocorre entre julho/agosto até outubro/novembro, com pico em setembro. A frutificação ocorre quase o ano todo, de janeiro a novembro. De maneira geral, a floração e frutificação são anuais com predominância no final da estação seca e início da estação chuvosa, indicando a influência da precipitação pluviométrica na fenologia da espécie (Martins et al., 2016). Meira et al. (2016) realizaram uma caracterização estrutural de populações de barbatimão, no norte de Minas Gerais e observaram maior concentração de indivíduos no estrato intermediário, com 140-150 indivíduos por área. As populações dos diferentes locais apresentam estruturas distintas, sendo compostas por um grande número de indivíduos de pequenos diâmetros, além de boa capacidade de regeneração, alta densidade de indivíduos por hectare e a estrutura horizontal e vertical, demonstrando viabilidade para o manejo de populações.
: Espécie nativa e endêmica do Brasil, com distribuição confirmada nas regiões Norte (Tocantins), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e na Sul (Paraná) (Souza; Lima, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-116
Uncaria guianensis (Aubl.) J.F. Gmelin Uncaria guianensis (Aubl.) J.F.Gmel. Unha de Gato
Rubiaceae
Unha-de-gato
Medicinais
Plantae
Uncaria guianensis é um arbusto vigoroso e robusto, pouco ramificado, perenifólio, de ramos escandentes ou trepadores com um espinho em forma de gancho em cada axila foliar . Pode alcançar até 30m de comprimento e os caules terminais são quadrangulares e glabros. As folhas são simples, opostas, pecioladas, membranáceas, de 5 a 10cm de comprimento por 4-12cm e largura, com ápice agudo. Na base das folhas encontra-se o espinho de 4-26mm de comprimento e 3-5mm de espessura e fortemente curvo. Inflorescências em glomérulos axilares, pedunculados, de forma perfeitamente globosa, com flores vermelho-alaranjadas. Os frutos são capsulares, deiscentes e com numerosas sementes pequenas e aladas (Lorenzi; Matos, 2002; Gilbert et al., 2005).
De acordo com estudo de Miranda et al., (2003), que trataram da caracterização e avaliação de populações nativas das duas espécies, U. tomentosa e U. guianensis, no Vale do Rio Juruá (Acre), ambas apresentam significativa densidade demográfica, regeneração abundante e alta capacidade de rebrota. As características ecológicas constatadas permitem, segundo estes autores, considerar viável a sustentabilidade da exploração das espécies em ambientes naturais.
Uncaria guianensis ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-117
Uncaria tomentosa (Willd. Ex Roem. & Schultes.) DC. Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC.
Rubiaceae
Unha-de-gato
Medicinais
Plantae
Uncaria tomentosa é arbusto trepador, com até 30m de comprimento. Folhas opostas e ovaladas, com uma fina película de coloração pardacenta, medindo de 5 a 10cm de comprimento por 4-12cm e largura, com ápice agudo; na base das folhas encontra-se o espinho de 8-10mm de comprimento e quase retos. As flores, reunidas em racemos de 10 a 20mm de comprimento , são bissexuais, actinomorfas, sésseis e corola amarelada. Os frutos são capsulares, deiscentes e com numerosas sementes pequenas e aladas (Gilbert et al., 2005).
De acordo com estudo de Miranda et al., (2003), que trataram da caracterização e avaliação de populações nativas das duas espécies, U. tomentosa e U. guianensis, no Vale do Rio Juruá (Acre), ambas apresentam significativa densidade demográfica, regeneração abundante e alta capacidade de rebrota. As características ecológicas constatadas permitem, segundo estes autores, considerar viável a sustentabilidade da exploração das espécies em ambientes naturais.Lunz et al. (2014) relatam que o crescimento de U. tomentosa foi modificado pela intensidade de sombreamento. A altura das plantas e a massa seca das raízes aumentaram linearmente com a intensidade de sombreamento. Sombreamentos entre 55 a 60% proporcionaram melhores crescimentos para as variáveis: diâmetro do coleto, massa seca da parte aérea e massa seca total. Não houve variação na distribuição de massa seca entre a parte aérea e o sistema radicular das plantas em função do sombreamento. Verificou-se que o sombreamento na faixa de 55 a 60% é o mais indicado para o seu crescimento inicial.
A espécie U. tomentosa ocorre no Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017; 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-118
Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb. Mucuíra
Myristicaceae
Ucuúba
Medicinais
Plantae
Árvore de grande porte , podendo atingir altura de 40m e diâmetro de 100cm (Galuppo; Carvalho, 2001), regularmente ramificada em verticilo (Balbach, 198-) com sapopemas basais (Galuppo; Carvalho, 2001). Apresenta ritidoma marrom-acinzentado, com lenticelas marrons, circulares a puntiformes, abundantes, salientes, distribuídas homogeneamente, quando jovem se desprende em placas lenhosas na base e, à medida que envelhece, todo o ritidoma se desprende em placas grandes e retangulares; alburno marrom-avermelhado, cerne amarelo-claro a esbranquiçado, após o corte ocorre a oxidação, base com sapopemas pequenas. Os ramos são horizontais e verticilados; ritidoma estriado, marrom, fissurado verticalmente e com lenticelas pequenas e escassas; alburno bege-marrom-claro a avermelhado e cerne branco-amarelado; exsudação aquosa, translúcida a amarelo-citrino, rápida e abundante; base do tronco com pequenas sapopemas, podendo ocorrer raízes escoras ou adventícias (Ribeiro, 2014). As folhas são estreitas (Balbach, 198-), alternas, dísticas, curto-pecioladas e simples ; a lâmina possui formato oblongo, oblongo-lanceolado ou lanceolado, consistência coriácea, 10 a 25cm de comprimento e 2 a 5cm de largura; a base é arredondada, cordada ou truncada; o ápice é cuspidado, acuminado ou agudo; as margens são inteiras e revolutas; as nervuras são planas ou levemente imersas na lâmina superior e salientes na inferior; a lâmina inferior é pálido-puberulenta (tricomas séssil-estrelados); os pecíolos são fortemente canaliculados, tomentosos ou glabros.
É considerada uma espécie tolerante à sombra (Neves et al., 2002). Ocorre, preferencialmente, em locais pantanosos e férteis, ilhas baixas e florestas periodicamente alagadas, que acompanham os cursos de rios de água rica em sedimentos (Rodrigues, 1972). Por produzir frutos importantes para a fauna, a espécie não deve faltar em programas de recuperação de áreas degradadas e no enriquecimento de áreas de preservação permanente (Lorenzi, 1992; Saraiva, 2012). Na Amazônia a floração ocorre com mais frequência entre abril e novembro e a frutificação entre setembro e maio (Rodrigues, 1980). As flores são visitadas por insetos das ordens Díptera, Coleóptera, Hymenóptera e Homóptera, sendo que os dípteros, dos gêneros Copestylum sp. e Erystalys sp., são os principais polinizadores (Jardim; Mota, 2007). A dispersão das sementes é realizada por aves como juruva-ruiva (Baryphthengus martii), Pteroglossus torquatus, tucano-do-peito-amarelo (Ramphostos sulfuratus), tucano-da-mandíbula-castanha (R. swainsonii) e surucuá-de-cauda-escura (Trogon massena), que ingerem a sementes, retém o arilo e regurgitam sementes viáveis. O jacu (Penelope purpuracens), os macacos da espécie Cebus capuchinus e o mamífero jupará (Potos flavus) também são dispersores, pois ingerem os frutos e defecam as sementes (Howe et al., 1985).
É encontrada no Brasil, nas ilhas de Guadalupe, Granada, Trinidad e Tobago (Rodrigues, 1972), Colômbia (Rodrigues, 1980), Peru (Martínez, 1997), Bolívia (Killeen et al., 1993), Panamá (Correa et al., 2004), Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela (Funk et al., 2007). No Brasil ocorre naturalmente nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Ceará, Maranhão, Piauí) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-119
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