nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710
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Heliconia acuminata
Heliconia acuminata L.C.Rich.
 
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Cattleya wallisii
Cattleya wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f.
 
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Philodendron pedatum
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth
 
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Heliconia rostrata
Heliconia rostrata Ruiz & Pav.
 
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Cenostigma tocantinum
Cenostigma tocantinum Ducke
 
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Ananas ananassoides
Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm.
 
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Heliconia spathocircinata
Heliconia spathocircinata Aristeg.
 
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Copaifera martii
Copaifera martii Hayne
 
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Victoria amazonica
Victoria amazonica (Poepp.) J.E.Sowerby
 
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Andira inermis
Andira inermis (W.Wright) DC.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Heliconia acuminata L.C.Rich. Heliconia acuminata L.C.Rich.
Heliconiaceae
Helicônia
Ornamentais
Plantae
Heliconia acuminata é planta perene, de até 1,8m de altura, hábito musoide. Folhas com pecíolo de 21-43cm de comprimento; lâmina com 42-65cm de comprimento e 9-18cm de largura, estreito-oblonga, base atenuada a obliqua, ápice agudo a acuminado. Inflorescência ereta, pedúnculo muito longo; brácteas vermelhas, amarelas, alaranjadas ou verdes com terço inferior amarelado ou amarelo-esverdeadas, dísticas, conduplicadas, sem apêndice foliar. Flores pediceladas, ressupinadas, perianto com 3-4,5cm de comprimento, amarelo, alaranjado ou vermelho-amarelado. Frutos azuis quando maduros.
A maioria das espécies de helicônias possui floração durante grande parte do ano, com picos no período de janeiro a julho, a exemplo da H. acuminata. Por serem tipicamente tropicais, as helicônias são adequadas para o cultivo a pleno sol ou ate meia sombra e não toleram bem o frio (Castro, 1995; Lorenzi; Souza, 2008). Enquanto que H. acuminata é naturalmente encontrada em grandes populações em áreas da Amazônia, sendo também bastante cultivada nas cidades.
Heliconia acuminata ocorre na Guiana francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Brasil. No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-150
Cattleya wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f. Cattleya wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f.
Orchidaceae
Catleia
Ornamentais
Plantae
Planta epífita , unifoliada, com folhas coriáceo-carnosas, oblongas e verdes. Sua inflorescência é simples , racemosa, ereta e pauciflora, inserida no ápice do pseudobulbo. Apresenta sépalas laterais falcadas e uma sépala dorsal, oblonga acuminada. As duas pétalas são ovadas e apiculadas no ápice; o labelo é membranáceo, séssil e trilobado. A coluna é branca, raras vezes de tons violáceos; o polinário apresenta dois pares de políneas amarelas e ceróides e um nectário tubular ao lado do ovário. As flores duram em média de seis a dez dias. O fruto é uma cápsula e contêm milhares de sementes muito pequenas e amarelas em seu interior, que se abre nove ou dez meses depois da fecundação, liberando as sementes.
A planta apresenta crescimento simpodial, ou seja, seu caule cessa o crescimento em uma determinada estação do ano e novos brotos surgem de gemas axilares, que crescem até a maturidade, produzindo raízes ao longo do rizoma. Storti (2007), estudando a biologia reprodutiva de C. wallisii em uma Reserva Biológica em Manaus, observou que seu principal forófito é Aldina heterophylla e seu principal polinizador é a abelha Eulaema mocsaryi. A floração ocorre de outubro a março e suas inflorescências apresentam, em média, duas flores que duram de seis a dez dias.
Ocorre em uma área relativamente pequena da Amazônia, na Venezuela e no Brasil, onde, ocorre apenas nos estados do Amazonas e Pará (Braga, 1982; Flora do Brasil, 2017). No estado do Amazonas, a espécie está restrita à parte central, no entorno de Manaus, nos dois lados do Rio Negro, até a divisa dos estados do Amazonas e Roraima (Lacerda, 1995).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-144
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth Philodendron pedatum (Hook.) Kunth
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron pedatum apresenta caule crasso, escandente; pecíolo um tanto cilíndrico, ligeiramente áspero, com mais do dobro do tamanho do limbo; lâmina da folha membranácea, tripartida; espata de 7-9cm, contorcida, tubo um pouco curto, espádice subséssil, crassa, a masculina mais comprida que a feminina; ovário com apenas 2mm de comprimento; estames amarelos e estaminóides róseos, curtos, colocados pouco acima do avario (Mori et al., 1997).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012).
Philodendron pedatum tem registro para o Brasil, Bolívia, Delta Amacuro, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (Funk et al., 2007). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco), Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-157
Heliconia rostrata Ruiz & Pav Heliconia rostrata Ruiz & Pav.
Heliconiaceae
Helicônia
Ornamentais
Plantae
Heliconia rostrata é planta perene, de até 4,5m de altura, hábito musoide. Folhas com pecíolo de 19-42cm de comprimento, lâmina com 20-107cm de comprimento e 10-22cm de largura, ovada a estreita–oblonga, base normalmente assimétrica, ápice acuminado. Inflorescência pendente, pubescente; pedúnculo longo; brácteas alaranjadas a vermelhas com as margens amarelas a esverdeadas, dísticas, cimbiformes. Flores pediceladas, não ressupinadas, perianto com 4,2-5cm de comprimento, branco a amarelado em direção ao ápice. Frutos imaturos brancos e maduro de cor azul.
A maioria das espécies de helicônias possui floração durante grande parte do ano, com picos no período de janeiro a julho, nos meses de agosto a maio, como é o caso da H. rostrata. As inflorescências podem superar 1m de comprimento (Castro, 1995; Mosca et al., 2005). Por serem tipicamente tropicais, as helicônias são adequadas para o cultivo a pleno sol ou ate meia sombra e não toleram bem o frio (Castro, 1995; Lorenzi; Souza, 2008).H. rostrata, devido ao seu grande potencial ornamental e por estar incorporada ao comércio mundial de plantas ornamentais, é amplamente cultivada, principalmente nas áreas tropicais do Brasi
Heliconia rostrata ocorre na Guatemala, Honduras, Panamá, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil, onde pode ser encontrada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Rondônia) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-151
Cenostigma tocantinum Ducke. Cenostigma tocantinum Ducke
Fabaceae
Pau-preto
Ornamentais
Plantae
Árvores, de 8 a 35m de altura, com copa densa , tronco torcido ou tortuoso, com ranhuras longitudinais profundas, mais ou menos irregulares, e casca marrom. Galho imaturo marrom cinzento, com nervuras, lenticelas e superfície muitas vezes descascando, tornando-se brilhante e glabro na maturidade. Estípulas lanceoladas, 3 a 5mm de comprimento, tomentosa fina, com cerdas estreladas na margem (Warwick; Lewis, 2009). Folhas paripinadas, com eixo comum (raque + pecíolo) de 8 a 12cm de comprimento. Folíolos em número de seis a dez, cartáceos, brilhantes na face superior, glabros em ambas as faces, de tamanho bastante variável (3 a 10cm de comprimento), sobre pecíolo de 1 a 3mm de comprimento. Inflorescência em racemos terminais, simples, ferrugíneo-pubescentes, de 5 a 8cm de comprimento, com flores amarelas . Fruto legume, deiscente, glabro, contendo 3 a 7 sementes (Lorenzi, 2002).
É uma espécie florestal perenifólia, heliófila ou de luz difusa, seletiva higrófita e secundária. As árvores de Cenostigma tocantinum florescem o ano todo, com maior frequência no período menos chuvoso. As sementes são produzidas em grande quantidade no período seco e, por serem ortodoxas, podem ser armazenadas, permanecendo viáveis com baixo teor de umidade (Silva, 2007; Garcia et al., 2008). Segundo Sousa et al. (2008), quando a espécie é plantada em ambientes com as condições mínimas de estabelecimento e recebe os tratos silviculturais recomendados, a exemplo das podas, a árvore pode expressar melhor sua capacidade de desenvolvimento e oferecer os benefícios que se espera na arborização urbana.
A espécie é endêmica do Brasil, com ocorrência restrita à Região Norte , estados do Pará e Tocantins (Warwick; Lewis, 2009; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-145
Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm. Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm.
Bromeliaceae
Abacaxi-ornamental
Ornamentais
Plantae
Planta terrícola, com aproximadamente 55cm de altura. Roseta não formando cisterna. Folhas coriáceas, patentes com ápice recurvado; bainha com 9×3,5cm, estreito-oblonga, margem aculeada na porção distal; lâmina com 100×2,5cm, linear, ápice atenuado, margem aculeada. Inflorescência simples, congesta; pedúnculo com 40cm de comprimento, lepidoto; brácteas do pedúnculo róseas, maiores que os entrenós, semelhantes às lâminas foliares, 11-53×1-1,3cm, patentes, lanceoladas a elípticas, ápice atenuado, margem aculeada, lepidotas; brácteas de primeira ordem muito reduzidas, semelhantes as brácteas florais; brácteas florais 1-1,4×0,4-0,6cm, lanceoladas, ápice atenuado, margem aculeada, lepidotas. Flores polísticas, sésseis; sépalas 3-4×0,5-0,7cm, assimétricas, largo-ovais, conatas na base, ápice emarginado, densamente alvo-lanuginosas; pétalas 1,1-1,3×0,3-0,4cm, eretas, cuculadas, alvas com ápice lilás; estames inclusos, aproximadamente 1cm de comprimento, alvo-amarelados; estigma incluso, 2mm de comprimento; estilete com 1cm de comprimento; ovário 5mm de comprimento, glabro. Infrutescência 4-4,6cm de comprimento , amarelo-esverdeada.
As flores de A. ananassoides possuem pétalas firmemente sobrepostas formando um tubo de cerca de 20mm de comprimento, desde o ápice da corola até a região onde ocorre acúmulo de néctar. A abertura floral inicia entre 03:30h e 04:00h e finaliza por volta das 06:00h, quando os lobos da corola se encontram completamente curvados para fora. A antese tem duração de, aproximadamente, 12 horas e, no final do dia, por volta das 17:00h, os ápices apresentam-se torcidos no centro da corola, impossibilitando completamente o acesso ao interior do tubo. A. ananassoides tem ampla guilda de visitantes florais, incluindo representantes de diversos grupos, tais como Hymenoptera, Lepidoptera e Trochilidae, indicando que esta espécie é uma importante fonte de recurso para a fauna associada. Moscas e formigas podem ser encontradas sobre as inflorescências em todos os períodos do dia, e acredita-se que sejam atraídas pelo odor adocicado liberado pela planta e que se alimentem de secreções líquidas e gelatinosas observadas na superfície da inflorescência. Abelhas pequenas(Trigona spinipes e Plebeia droryana) também são visitantes florais de A. ananassoides, desde o amanhecer até o entardecer, sendo especialmente frequentes nos períodos mais quentes do dia. Além disso, beija-flores (Phaethornis pretrei e Chlorostilbon aureoventris) foram identificados como polinizadores legítimos (Barbosa-Filho; Araújo, 2007).
Esta espécie é nativa do Brasil, mas não endêmica. É amplamente cultivada nos trópicos, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017; Monteiro, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-139
Heliconia spathocircinata Aristeg. Heliconia spathocircinata Aristeg.
Heliconiaceae
Helicônia
Ornamentais
Plantae
Heliconia spathocircinata é planta perene, de até 1,5m de altura, hábito musoide. Folhas com pecíolo entre 21-45cm de comprimento; lâmina de 60-72cm de comprimento e 21-22cm de largura, estreita-oblonga, pode ser levemente lacerada, base truncada assimétrica, ápice acuminado. Inflorescência ereta; pedúnculo curto ou longo; brácteas vermelho–alaranjadas com partes esverdeadas, eretas a suberetas, espiraladas, conduplicadas, ápice recurvo, apêndice foliar normalmente presente. Flores pediceladas, não ressupinadas, perianto com 3-3,6cm de comprimento, amarelo. O fruto maduro tem cor azul.
A maioria das espécies de helicônias possui floração durante grande parte do ano, com picos no período de janeiro a julho, a exemplo H. spathocircinata. As inflorescências podem superar 1m de comprimento (Castro, 1995; Mosca et al., 2005). Por serem tipicamente tropicais, as helicônias são adequadas para o cultivo a pleno sol ou ate meia sombra e não toleram bem o frio (Castro, 1995; Lorenzi; Souza, 2008). H. spathocircinata também é encontrada em ambientes naturais, sendo menos comum encontrar esta espécie em condição de cultivo.
Copaifera martii Hayne. Copaifera martii Hayne
Fabaceae
Copaíba
Ornamentais
Plantae
Arbusto ou árvore, com 2-40m de altura ; ritidoma estriado, cinza avermelhado a cinza-acastanhado. Folhas com 3-4 pares de folíolos, pecíolo e raque glabrescente, estípulas interpeciolares caducas. Folíolos opostos, coriáceos, oblongo-ovados, oblongo-elípticos, orbiculares, retos a subfalcados, assimétricos, base obtusa subequilátera, ápice arredondado ou acuminado, raramente apiculado, faces adaxial e abaxial glabras, margens semi-revolutas na região basal; nervura central adaxial impressa, glabra, abaxial glabra ou glabrescente; venação congesta (média 16,8 aréolas/mm2), inconspícua adaxial; pontuações translúcidas quase sempre ausentes; peciólulos glabros ou glabrescentes. Inflorescências com 7-15cm de comprimento, face abaxial glabrescente, face adaxial glabra, tricomas nas margens. Flores sésseis, sépalas externamente glabras ou glabrescentes, podendo apresentar raros tricomas na base e no ápice, ovário oblongo-elípitico a suborbicular, estipitado, hirsuto na base, margens e ápices. Frutos suborbiculares, raramente oblíquos, comprimidos lateralmente, estipitado, base arredondada, ápice arredondado, semente 1(2) oblongo-globosa, arilo branco (Martins-da-Silva et al., 2006; 2008)
A floração e a frutificação se iniciam a partir dos cinco anos de idade e se concentram nos meses de junho a outubro, com variações dependendo do clima da região (Veiga-Júnior; Pinto, 2001). Copaifera martii, quando ocorre em área de mata fechada pode atingir até 40m de altura ou mais, os folíolos são menos coriáceos do que quando se desenvolvem em ambientes mais abertos, como os campos ou asareias de ambientes costeiros e, até mesmo, as capoeiras. Entretanto, o brilho dos folíolos está, provavelmente, ligado à fase de maturação desses órgãos que, quando mais jovens, são mais brilhantes (Martins-da-Silva et al.,2006).
Planta nativa mas não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amazonas, Pará, Tocantins) e Nordeste (Ceará, Maranhão e Piauí) (Costa, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-146
Victoria amazonica (Poepp.) J. E. Sowerby Victoria amazonica (Poepp.) J.E.Sowerby
Nymphaeaceae
Vitória-régia
Ornamentais
Plantae
Erva aquática, com folhas grandes sobre a superfície da água, que apresentam adaptações ao meio aquático, com presença de espinhos, tricomas e nervuras na face inferior, impedindo o contato direto do limbo com a água (Rosa-Osman, 2005). Na estrutura interna da folha, estão presentes lacunas de aerênquima e células esclerenquimáticas no mesofilo, proporcionando, flutuação e sustentação da folha, respectivamente. As flores são solitárias (Figura 2A) e axilares, além de apresentarem um pedúnculo muito longo que oscila de acordo com a profundidade e o ciclo hidrológico, podendo medir de 3 a 8m de comprimento (Rosa-Osman et al., 2011), grande e perfumada, mantém-se por, apenas, 24 horas. No primeiro dia a coloração é branca com as pétalas fechadas sobre o estigma, passando a rosa-escuro no segundo dia (Souza; Mazzini, 2004). O fruto desenvolve-se dentro d’água e emerge quando maduro, carnoso, indeiscente, globoso, verde, multicarpelar e revestido por espinhos. As sementes são globosas, com tegumento rígido e coloração castanha (Figura 2B), além de apresentarem arilo, que envolve quase toda a semente, tem consistência mucilaginosa e acumula ar, facilitando a flutuação da semente.
Victoria amazonica é polinizada por besouros. Os estames atuam como um mecanismo para capturar e manter os besouros dentro das flores por cerca de 24 horas. Em seu habitat natural, no primeiro dia as flores abrem entre 17:30 horas e 18:30 horas. A abertura das flores está diretamente relacionada à intensidade da luz (Gessner, 1962), consequentemente, todos os botões que estão prontos, abrirão quase ao mesmo tempo (Prance; Arias, 1975). Quando as flores abrem pela primeira vez, as pétalas são brancas e, ao mesmo tempo, exalam um forte odor de abacaxi, provavelmente um atrativo para os besouros; no segundo dia a flor permanece fechada e com os besouros em seu interior, envoltos por um tecido rico em amido, que lhes fornece alimento. Também durante o segundo dia, aproximadamente dezesseis a dezoito horas após a abertura inicial das flores, as pétalas gradualmente mudam de cor para um vermelho purpura, em função das antocianinas. No segundo dia, no início da noite, sépalas e pétalas abrem-se e os besouros são liberados, as anteras desapareceram com a efetivação da polinização. Pott et al. (2011) relatam que Victoria amazonica, embora se destaque na paisagem inundada do Pantanal, não é muito frequente, sendo observada com mais facilidade durante o período de inundação. A planta é bastante competitiva e tende a dominar outras plantas, expandindo suas folhas de 1-2m de diâmetro e muito resistentes, tomando a superfície da água. Um único indivíduo pode cobrir até 20 m2.
Victoria amazonica é nativa, mas não endêmica do Brasil. Tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017) . É originária da região equatorial da Bacia do Rio Amazonas (Prance, 1974) e pode, também, ocorrer no rio Paraguai e no Pantanal (Pott; Pott, 2000).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-158
Andira inermis (W.Wright) DC Andira inermis (W.Wright) DC.
Fabaceae
Morcegueira
Ornamentais
Plantae
Árvore com até 25m de altura, tronco reto, com ramos horizontais ou ascendentes e a copa arredondada e densa . Casca externa escamosa, cinza a pardo escuro; interna de cor creme-pardo a pardo, laminada; com cerca de 10mm de espessura. Folhas com gemas de até 6 mm, ovoides, cobertas por várias estípulas, pardo escuras ou ferruginosas, densamente pubescentes. Estípulas 2, de 3 a 5mm, lanceoladas, agudas, pubescentes, caducas. Folhas dispostas em espiral, imparipinadas, de 15 a 20cm de comprimento, incluindo o pecíolo; compostas de 11 a 13 folíolos opostos ou alternos, com um par de estípulas caducas entre cada par de folíolos, de 3x1,2 a 7,5x2,5cm, oblongos ou elípticos com a margem inteira, ápice agudo ou acuminado, base arredondada ou truncada, verde-escuros e brilhantes na face adaxial e verde-amarelados na abaxial, glabros em ambas as superfícies; ráquis com escassa pubescência; pecíolos pulvinados; peciólulos de 3 a 5mm; glabros ou com escassa pubescência, pulvinados.
Andira inermis é polinizada principalmente por morcegos (origem do nome popular morcegueira), mas também pode ser polinizada por abelhas. A floração ocorre entre fevereiro e abril (Frankie, 1975) e os frutos amadurecem a partir de meados de maio até o final de junho (Janzen et al., 1976). O fruto de morcegueira, uma vez que cai da árvore, pode ser disperso por pequenos roedores, formigas e insetos. Além disso, os espécimes que ocorrem em beira de rios podem ter suas sementes dispersas pela água (Pennington; Lima, 1995).
Andira inermis é considerada endêmica do Brasil, onde ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia), Nordeste (Maranhão), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-140
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