nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Siparuna guianensis
Siparuna guianensis Aubl.
Limão-Bravo
 
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Quassia amara
Quassia amara L.
 
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Protium heptaphyllum
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
 
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Pouteria caimito
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.
Abiurana
 
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Pourouma cecropiifolia
Pourouma cecropiifolia Mart.
Sacha-Uvilla
 
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Portulaca oleracea
Portulaca oleracea L.
 
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Poraqueiba sericea
Poraqueiba sericea Tul.
Mary Negro
 
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Plukenetia volubilis
Plukenetia volubilis L.
 
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Plukenetia polyadenia
Plukenetia polyadenia Müll.Arg.
 
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Platonia insignis
Platonia insignis Mart.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Siparuna guianensis Aubl. Siparuna guianensis Aubl. Limão-Bravo
Siparunaceae
Capitiu
Aromáticas
Plantae
São arbustos ou arvoretas, com 5-9(-15) metros de altura, alcançando um diâmetro na altura do peito de 20cm; casca cinza e lisa, pequenos ramos jovens cilíndricos, mas achatados nos nós. Folhas simples, membranáceas, de margens lisas, opostas; pecíolos de 0,5-1,5cm de comprimento, são alongadas a elípticas ou lanceoladas, com 10-22(-33)x4-10(-16)cm, a base obtusa, o ápice acuminado, inclinado 0,5-1,0cm de comprimento, a superfície inferior com 9-11 pares de nervuras secundárias levemente salientes em cima. Inflorescência em cachos agrupados, com 1,0-1,5cm de comprimento, e de forma compacta coberta de pelos estrelados com 5-15 flores. Flores novas são amarelo-esverdeadas; flores macho em formato de copo, com 2-3mm de diâmetro, e 1,5-2,5mm de altura, 4-6 pétalas insignificantes, de modo geral triangulares, com cerca de 0,2mm de comprimento, botão floral quase desenvolvido, 10-18 estames, membranáceo distalmente estreito. Flores fêmeas são ovoides a subglobosas, com 1,8-2,5mm de diâmetro, e 2,5-3,0mm de altura, com pétalas, botão floral cônico, 3-12(-17) carpelos; 5-7 estilos expostos, livres ou formando uma coluna
As flores de Siparuna são polinizadas por moscas de hábito noturno, que visitam as flores para acasalamento e oviposição (Ribeiro et al., 1999). O gênero Siparuna é classificado como clímax exigente de luz (Ressel et al., 2004); como clímax tolerante à sombra (Nunes et al., 2003; Pinto et al., 2005) e como secundário (Souza et al., 2006). Em valores absolutos, no outono ocorreu aumento no teor de óleo essencial nas folhas e galhos. Os menores valores de radiação e pluviosidade observados nessa estação podem estar associados ao aumento no teor de óleo essencial. Em função das observações feitas em campo, a negramina, no outono, começa a emitir botões florais. Os menores valores de óleo essencial ocorreram na primavera, e nessa época observou-se que as plantas estavam na fase de frutificação e também de brotação. Os autores sugerem que pode haver limitações de recursos, considerando que a produção de óleos essenciais envolve o gasto de energia e poderia competir com esses drenos, que estão relacionados ao crescimento e à sobrevivência do vegetal.
Quassia amara L. Quassia amara L.
Simaroubaceae
Quina
Medicinais
Plantae
Arbusto grande ou arvoreta de 2 a 5m de altura , dotada de copa estreita e mais ou menos rala. Possui folhas compostas, tri ou penta- -folioladas, de raque e pecíolo alados, de 10 a 15cm de comprimento; folíolos cartáceos, glabros, de cor mais clara na face inferior, de 4 a 6cm de comprimento. Inflorescências em racemos terminais, com muitas flores tubulosas, grandes, de cor vermelha , cálice com 5 sépalas, corola com 5 pétalas, androceu de 10 estames livres, gineceu apocárpico com ovário glabro. Frutos são drupas coriáceas de cor escura e sementes de cor preta (Bertolucci et al., 2008).
Possui capacidade de rebrota após a colheita e adaptabilidade a solos com variado pH. Nas condições ambientais da cidade de Belém/PA, Q. amara floresce e frutifica durante o ano todo. O período mais favorável para a coleta de folhas e casca para uso medicinal, são os meses em que as plantas não estejam em fase reprodutiva ou se verificar menor incidência de floração e frutificação. Próspero et al. (2009) relata uma experiência de cultivo de Q. amara, nas condições da Costa Rica. O cultivo foi realizado em sistema agroflorestal com Cordia alliodora (Ruiz & Pav.) Oken (Boraginaceae), Theobroma cacao L. (Sterculiaceae) e Bactris gasipaes Kunth, sendo a quina plantada depois que as outras espécies pudessem efetuar sombreamento para as mudas. O espaçamento adotado para a composição do sistema foi de 2x2m e 1,5x1,5m. Os autores relatam sucesso do cultivo após cinco anos de avaliação, porém, não suficiente para emitir recomendações de manejo e colheita de folhas e cascas da Q. amara.
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada também no Suriname e Nicarágua. No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima) e Nordeste (Maranhão) (Stevens et al., 2001; Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-115
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
Burseraceae
Breu-branco
Aromáticas
Plantae
Árvore perenifólia ou semidecídua, de 10 a 20m de altura , dotada de copa densa e oblonga, com tronco de 40 a 60cm de diâmetro, casca cinzenta e pouco espessa. O tronco secreta uma resina de cor branca a branca-esverdeada, com aroma agradável e que endurece em contato com o ar, permanecendo branca. Folhas compostas, alternas, pinadas, com 2-4 pares de folíolos glabros, coriáceos, de 7-10cm de comprimento e 5cm de largura. Flores avermelhadas, dispostas em inflorescências fasciculadas axilares bastante ramificadas. Os frutos são cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vinácea, contendo polpa resinosa e amarela, envolvendo uma ou, raras vezes, até quatro sementes (Correa, 1984; Lorenzi; Matos, 2008)
Planta perenifólia e heliófita, ou seja, necessita de exposição total ao sol para manter suas folhas o ano inteiro. Em alguns casos é classificada como caducifólia sazonal, perdendo as folhas na época mais desfavorável do ano (Lorenzi, 1992; CNIP, 2002). Nas condições do estado do Amazonas, a mudança foliar da espécie é mais intensa nos meses de abril a julho; a floração ocorre entre agosto a outubro e a maturação de frutos entre e dezembro a março (Alencar, 1990). Segundo Lorenzi (1992) a floração ocorre durante os meses de agosto e setembro e a maturação dos frutos entre novembro a dezembro. De acordo com Guarim- -Neto (1991) a planta produz anualmente uma grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas por aves de várias espécies, que aproveitam o arilo que envolve as sementes. Tucanos pequenos (Ramphastus sp.) e araçaris (Pteroglossus sp.), da família Ramphastidae, são exemplos de dispersores. A espécie P. heptaphyllum produz uma resina no tronco, cuja produção é estimulada pela presença de larvas de um inseto da família Curculionidae, que permanece na árvore até o estado adulto. A maior produção de resina ocorre durante o período de chuvas (Susunaga, 1996).
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018; 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-60
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Abiurana
Sapotaceae
Abiu
Alimentícias
Plantae
Árvore ou arbusto monoico, perenifólio, medindo de 4 a 30m de altura. Tronco fino e lactescente, sem ramificações e com casca canelada. Folhas lisas, alternas e espiraladas, com pecíolos cilíndricos, dispostas em inflorescências, de 3 a 7, em fascículos axilares ou caulifloros. Flores hermafroditas amarelo-esverdeadas, pequenas, unissexuais e de odor discreto. Frutos do tipo baga, elipsoides e bicudos na extremidade distal, do tamanho de um ovo de galinha, medindo de 4 a 10cm de comprimento por 4 a 8cm de diâmetro e com peso médio de 150g . Os frutos possuem exocarpo amarelo ou amarelo-esverdeado, quando maduros, e exsudam látex, que coagula em contato com o ar. A polpa comestível é doce, gelatinosa e suculenta, amarelada e contém de 1 a 5 sementes, lisas, brilhantes, pretas e de tamanho variável (Hoehne, 1946; Falcão; Clement, 1999; Nascimento et al., 2006; Rabelo, 2012; Kinupp; Lorenzi, 2014; Lorenzi et al., 2015).
A fenologia da espécie pode apresentar diferenças de acordo com as regiões de origem. Lorenzi et al. (2015) relatam que a floração do abiu na Região Sudeste ocorre entre os meses de dezembro a janeiro e a maturação dos frutos ocorre entre abril a junho. Vélez (1992), citado por Falcão e Clement (1999), relata que na região da Amazônia colombiana a espécie pode apresentar duas florações anuais: a primeira entre os meses de março a maio, durante a estação das chuvas mais intensas e a segunda entre agosto a setembro. Nestes casos, a frutificação ocorre entre junho e agosto e entre setembro e outubro. Estes mesmos autores mencionam que no Brasil, no estado do Pará, P. caimito floresce o ano todo, porém, o pico de produção de frutos se dá nos meses de setembro e outubro. Contudo, o período produtivo das plantas pode se alongar, sendo possível encontrar frutos de abiu nas feiras de Belém/PA, entre os meses de setembro até abril. Um estudo conduzido por Falcão e Clement (1999) nas condições de Manaus/AM demonstrou que a espécie apresentou três períodos bem definidos de floração anual: março/ abril, maio/junho e agosto/setembro. A floração mais intensa ocorre na época de menos quantidade de chuvas, ou seja, nos meses de agosto/setembro, corroborando com outros relatos de que a existência de estiagem estimula a floração de P. caimito. Da mesma forma, observou-se três períodos de frutificação, um em abril, outro em junho e o mais intenso em outubro, com numero e peso de fruto variável entre as progênies avaliadas.
Pouteria caimito é uma espécie nativa, porém não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018). Alguns autores acreditam que o centro de origem dessa espécie seja na Amazônia peruana (Ducke, 1946; Falcão; Clement, 1999).A espécie habita os domínios fitogeográficos dos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-37
Pourouma cecropiifolia Mart. Pourouma cecropiifolia Mart. Sacha-Uvilla
Urticaceae
Mapati
Alimentícias
Plantae
Árvores com 5 a 12 metros de altura, em indivíduos cultivados (Coral, 2002), e de 10 a 30 metros em indivíduos silvestres (Pedrosa et al., 2018). Em florestas fechadas, os caules são retilíneos, cilíndricos e alongados. Já em áreas abertas e sob insolação intensa as plantas presentam caules curtos e muito ramificados (Rabelo, 2013), com DAP variando de 7 a 39cm em árvores cultivadas e de 7 a 60cm em árvores silvestres (Pedrosa et al., 2018). O ritidoma (casca) possui superfície irregular, com coloração cinza-castanho e manchas esbranquiçadas, com textura rugosa-lenticelada e com cicatrizes permanentes derivadas dos desprendimentos das folhas (Rabelo, 2013). Possui o alburno de coloração verde, que libera um exsudato aquoso transparente ao corte, que se torna marrom por oxidação. Apresentam ramificações a partir dos 5m, com cicatrizes em anéis a cada 10-15cm. A copa é frondosa e esférica, com ramos primários e secundários curtos, com ramos terminais horizontais e oblíquos (Coral; Reina, 2010). A copa da árvore é ampla e fechada, quando cultivado em áreas abertas, e curta com ramos apartados em florestas fechadas (Rabelo, 2013). Os indivíduos masculinos apresentam maior crescimento apical e menos ramificações laterais que os indivíduos femininos. A madeira é pouco resistente e leve, com densidade entre 0,10 e 0,37g/cm³ (Pedrosa et al., 2018). Podem apresentar raízes adventícias, que, geralmente, estão associadas a indivíduos que ocorrem em áreas de floresta primária, tanto em florestas de várzea quanto em florestas de terra firme. O fruto é uma drupa, que forma infrutescências semelhantes a cachos de uvas
Com relação a fenologia foliar, a planta apresenta folhagem durante todo o ano na região tropical. Sob condições subtropicais, ocorre desfolhação parcial, cuja intensidade e época são em função da distribuição das chuvas.O mapati é considerado uma fruteira de fácil propagação, crescimento rápido, precocidade e boa produtividade. Villachica (1996) reporta que, em roças, as plantas começam a frutificar aos dois anos, alcançando um ótimo de produção entre o quinto e o sexto ano, com diminuição progressiva posterior
A espécie Pourouma cecropiifolia é nativa no território brasileiro, mas não é endêmica do Brasil. A espécie se encontra em estado silvestre, nas regiões amazônicas da Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Brasil.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-36
Portulaca oleracea L. Portulaca oleracea L.
Portulacaceae
Beldroega
Alimentícias
Plantae
Planta anual, herbácea , suculenta, glabra, hastes ramificadas e prostradas, de coloração verde clara, por vezes arroxeadas, atingindo até 40cm de comprimento. Folhas simples, espessas, espatuladas, suculentas, com até 3cm de comprimento. Flores solitárias, axilares, amarelas. Frutos do tipo cápsula deiscente, sementes diminutas e negras (Kinupp; Lorenzi, 2014). Uma das principais características desta espécie é a presença de sépalas carenadas no botão floral, visível mesmo a olho nu, o que a diferencia de todas as outras espécies do gênero, observação feita já por Rohrbach (1872), citado por Coelho e Giulietti (2010) e confirmado também por outros autores.
De acordo com Coelho e Giulietti (2010), observa-se em ambientes muito ensolarados hábito de crescimento bem mais prostrado que em ambientes com pouca luminosidade, onde apresenta hábito mais ereto. Isso pode ser uma característica interessante a ser manejada em sistemas agroflorestais, dispondo a beldroega em locais mais sombreados para que apresente crescimento mais ereto, com menor propensão a sujar as partes a consumir com partículas de solo, além de produzir folhas mais amplas e tenras em ambiente sombreado.
Espécie nativa, porém, não endêmica do Brasil, ocorrendo em todos os estados da federação, além do Distrito Federal (Flora do Brasil, 2018). Ocorre nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-35
Poraqueiba sericea Tul. Poraqueiba sericea Tul. Mary Negro
Icacinaceae
Umari
Alimentícias
Plantae
Em ambientes naturais a espécie é representada por árvores de 15-25 metros de altura, com diâmetro de 30-50cm, já em sistemas de cultivo os indivíduos atingem, aproximadamente, 10 metros de altura. As árvores são semiperenifólia, com copa piramidal e ritidoma grosso e rugoso, apresentam folhas simples, alternas, pecioladas, de lâmina coriácea, discolor, glabra, fortemente marcada pelas nervuras, com 12-28cm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais de 3-7cm de comprimento, com flores pequenas e de cor esbranquiçada. Frutos ovado-globosos, oblíquos e carenados, tipo drupa, de coloração variando de amarelo a roxo-escuro, sendo alguns quase pretos, glabros, de 6-8cm de comprimento , com polpa fina, amarela e carnosa e caroço grande e único (Cavalcante, 2010; Kinupp; Lorenzi, 2014). A espécie tipo do gênero, Poraqueiba paraensis, também conhecida popularmente como umari, é semelhante à espécie P. sericea, entretanto, tem distribuição restrita ao Pará, apresenta frutos maiores, oblongos ou elipsoideos e sem carena (Shanley; Medina, 2005; Cavalcante, 2010).
: A espécie é comum em solos empobrecidos, areno-argilosos, não sendo comum em locais sujeitos a inundação, apresentando também sensibilidades a grandes eventos de seca, o que resulta na perda de produtividade, pelo abortamento de flores e frutos. Por ser nativa e bem adaptada às condições da região amazonica, não apresenta altas exigências de cuidados e manejo, apresentando boa produção em sistemas agroecológicos e em consórcios com outras espécies, caso da castanha (Bertholettia excelsa Bonpl.). Na região de Manaus, a floração ocorre no período com menor precipitação, estendendo-se de agosto a outubro. As flores abrem-se de forma gradativa nas inflorescências, e a abertura ocorre principalmente na parte da manhã, sendo notório o fato de poucas flores abrirem em dias nublados ao comparar-se com dias ensolarados (Falcão; Lleras, 1980). A frutificação ocorre no período com maiores índices pluviométricos, entre dezembro e abril, sendo o pico de produtividade nos meses de janeiro a março. Ambos os períodos de floração e frutificação são mais compactos em árvores mais velhas, as quais tendem a ser também mais produtivas. Os frutos caídos devem ser colhidos diariamente no chão, caso sejam precipitadamente retirados das árvores para posterior amadurecimento, perdem o sabor ou tornam-se amargos (Falcão e Lleras, 1980). A polinização da P. sericea é efetuada por várias espécies de abelha (ordem Hymenoptera) sem especificidade total de polinizador. Entretanto, a espécie apresenta baixa produtividade por inflorescência, sendo apenas um ou dois frutos. Em uma área plantada com, aproximadamente, 800 árvores produtivas tem sido observado a média de 2 mil frutos durante o pico de produtividade (Falcão; Lleras, 1980).
Poraqueiba sericea é uma espécie nativa do Brasil, porém não endêmica, ocorrendo também na porção amazônica de países vizinhos. No Brasil ocorre na Região Norte (Acre, Amazonas, Amapá e Pará) (Amorim; Stefano, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-34
Plukenetia volubilis L. Plukenetia volubilis L.
Euphorbiaceae
Amendoim-amazonico
Oleaginosas
Plantae
Trepadeira, semi-lenhosa, vigorosa , caule volúvel, com ramos finos, glabros, e não apresentam gavinhas para fixação. Possui crescimento indeterminado, atinge mais de 10m de comprimento. As folhas são simples, pecioladas (pecíolos com arestas recobertas por indumentos brancos), alternas, espiraladas, laminas ovaladas a cordadas, textura cartácea, de 9 a 14cm de comprimento e 5 a 10cm de largura , as nervuras nascem na base, com nervura central digitada para o vértice, lamina adaxial verde escuro, abaxial verde claro, apresentam duas glândulas base-laminar, ápice foliar acuminado, com base plana ou semi-arredondada. Inflorescência em racemo 2-8cm comprimento, localizada na axila foliar, com brotos distribuídos em 4-15 cachos alternos e cruzados, com dois tipos de flores: as masculinas são pequenas, esbranquiçadas, dispostas em racimos, pediceladas, 4-5 pétalas, dialipétalas, actnomorfas, 17-19 estames, polistêmone; as femininas em geral estão localizadas na base das inflorescências, mas podem ocorrer no pecíolo foliar e são na maioria dos casos solitárias, mas podem ocorrer em duas ou mais flores, possuem ovário súpero com 4-5 lóculos, podendo ocorrer variações para mais ou para menos. O fruto é uma cápsula, deiscente, de 3-5cm de diâmetro, em forma de estrela, cor verde quando imaturo e castanho-escuro quando maduro.
O amendoim-amazônico pode ser cultivado em sistemas agroflorestais, monocultivo (mais utilizado) ou em consórcio (Céspedes, 2006). O consorcio com outras culturas poderá ser uma boa alternativa para as condições brasileiras, necessitando, no entanto, de maiores pesquisas que possam comprovar a viabilidade econômica deste sistema de produção. No Peru, o consorcio, principalmente com leguminosas, é prática comum e rentável (Gomes; Torres, 2009). A espécie se desenvolve bem em regimes de precipitação variando de 1000 a 1250mm, desde que esta seja bem distribuída ao longo do ano. Caso contrário, é indicada a instalação de um sistema de irrigação, preferencialmente irrigação localizada. Se a intensidade da luz é baixa, a planta precisa de mais dias para completar seu ciclo de crescimento. Observa-se maior frutificação quando a planta está totalmente exposta à luz solar, com uma humidade relativa de 80% e temperatura média de 26°C (Chirinos et al., 2009).
Distribuindo-se por vários países da América do Sul, a exemplo da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela (Sistsp, 2016). No Brasil, ocorre apenas na Região Norte, nos estados do Acre, Amazonas e Pará (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-137
Plukenetia polyadenia Müll. Arg. Plukenetia polyadenia Müll.Arg.
Euphorbiaceae
Compadre-do-azeite
Oleaginosas
Plantae
Cipó apresentando folha elíptica a ovalado-elíptica, 7-16x4-10cm, ápice acuminado, base obtusa a cordada . Inflorescência em panícula pseudoterminal, 16cm de comprimento, flores esverdeadas. Fruto cápsula globosa 6-8x7cm. A semente tem peso médio de 16g quando seca , sendo 10g o peso da amêndoa descascada e contém 49,3% de óleo amarelo claro (Pesce, 2009; Ribeiro, 2005). Gilespie (1993) descreve a espécie sendo distinguida por sua folha distintamente triplinervia, lâmina de folha arredondada ou obtusa na base, pares de estigmas, coluna de 3-7mm de comprimento; fruto grande, subgloboso e carnudo, quadrado em secção transversal, superior a 6cm de diâmetro, pino estaminado estreitamente oblongo-elipsoide, filamentos de 2,0-2,5mm de comprimento; inflorescências na maior parte unisexual, dimórfica, pistilos com 3-4 (10) flores; folha de base arredondada ou amplamente obtusa.
Existem escassos dados sobre a ecologia e aspectos agronômicos de P. polyadenia. Um dos estudos pioneiros sobre o assunto foi desenvolvido pelos pesquisadores do grupo de pesquisa Plantas Aromáticas e Oleaginosas da Amazônia, que realizaram ensaios de propagação e cultivo às margens do rio Guamá, no Campus da Universidade Federal do Pará, em Belém. As mudas produzidas foram introduzidas no Bosque Camilo Viana, da UFPA, as quais foram plantadas próximas de árvores de grande porte, conforme observações em seu habitat, os troncos servem como tutores. Observou-se que as mudas de P. polyadenia projetam-se em tutores para sua sustentação, além do crescimento orientado pela busca de insolação. Observações no campo mostraram que a regeneração natural das plantas ocorre com grande intensidade. O local do plantio na UFPA possui características similares com a localidade de Taiassui, Benevides/PA, de onde foram coletados os acessos avaliados de compadre-do-azeite, ou seja, terreno alagadiço às margens do rio Guamá, com influência da maré. A ideia foi promover o cultivo da espécie em áreas nativas de mata ciliar de forma permanente e para testes futuros (Furtado, 2014). Em outro experimento do mesmo grupo de pesquisa, cerca de 10 espécimes foram cultivados por meio de plântulas coletadas em ambiente natural e transferidas para o bosque do campus da UFPA no ano de 2008. Até o presente, as plantas encontram-se em pleno vigor, porém ainda não frutificaram. Com relação à sua importância ecológica, Ribeiro (2005) constatou que a espécie é uma importante fonte de alimento para a fauna nativa, a exemplo de pacas e outros roedores.
A espécie ocorre desde as Guianas até ao leste da Venezuela, Bacia do Equador e norte do Peru. No Brasil, ocorre apenas na Região Norte (Amapá, Amazonas, Pará) (Flora do Brasil, 2017; Farias, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-136
Platonia insignis Mart. Platonia insignis Mart.
Clusiaceae
Bacuri
Alimentícias
Plantae
O bacurizeiro quando componente da vegetação primária apresenta porte médio a grande, geralmente, com altura entre 15 e 25m, podendo atingir, nos indivíduos mais desenvolvidos, altura superior a 30m. Nessa situação ocupa o dossel superior da floresta e o diâmetro na altura do peito varia entre 70-120cm e a copa apresenta diâmetro entre 10-20m. O tronco é retilíneo, de forma circular e com ramificações somente no terço terminal. É revestido de casca com espessura variando entre 8-20(-25) mm, irregular, bastante rugosa, fissurada, com sulcos longitudinais mais ou menos profundos, coloração pardo-escura, com pequenas zonas acinzentadas ou esbranquiçadas, exudando resina de coloração amarelada, quando cortada ou ferida (Guimarães et al., 1993; Cavalcante, 2010). O alburno apresenta coloração creme-amarelada e o cerne bege-rosada e são pouco distintos (Mainieri; Loureiro, 1964). A copa é aberta, com forma aproximada de cone invertido. As folhas são simples, opostas, glabras, subcoriáceas, sem estípulas, verde-brilhosas na face adaxial e verde mais claro e com pouco brilho na face abaxial (Mourão; Girnos, 1994; Paula; Alves, 1997; Cavalcante, 2010). São elípticas, com base e ápice de forma variável e comprimento e largura do limbo foliar, em média, de 10,8 e 4,9cm, respectivamente. O pecíolo é curto e sulcado na porção superior, com comprimento e largura, em média, 1,11 e 0,28cm, respectivamente. O padrão de venação é do tipo paxilato, ou seja, com nervuras secundárias copiosas e próximas, terminando em uma nervura que acompanha toda a periferia da folha (Mourão; Girnos, 1994). O fruto é do tipo bacáceo, uniloculado, com formato arredondado, ovalado, piriforme ou achatado, nesse último caso com cinco sulcos visíveis na parte externa.
O bacurizeiro, dentro do processo de sucessão ecológica, está enquadrado no grupo de espécies oportunistas ou semitolerantes (Barigah et al., 1998), ou seja, espécies que sobrevivem em condição de sombra, apesar de serem dependentes de boa condição de luminosidade para crescerem. Esse grupo ecológico envolve, com grande freqüência, espécies cujas sementes apresentam curto período de vida e que germinam tanto na presença de luz quanto em condição de sombra densa, formando banco de plântulas. Com tais características, a semente do bacuri enquadram-se no grupo de sementes recalcitrantes (Carvalho et al., 1998), e germinam mesmo na ausência de luz. A grande quantidade de reservas contida nas sementes de bacuri, associada à sua lenta mobilização, possibilita a sobrevivência das plântulas por dois anos e meio a três anos, em ambientes com baixa luminosidade e alta competição por nutrientes. Nessas condições, a nutrição da plântula é, em grande parte, heterotrófica, ou seja, dependente das reservas acumuladas durante a formação da semente. Em grandes clareiras, formadas pelo tombamento simultâneo de bacurizeiros ou de árvores de outras espécies, coloniza facilmente a área (Prance, 1994).
A dispersão natural na Amazônia brasileira abrange os estados do Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Tocantins. Em direção ao Nordeste Brasileiro, alcançou os cerrados e chapadões dos estados do Maranhão e Piauí (Flora do Brasil, 2018; Muniz, 2020),onde também forma povoamentos densos em áreas de vegetação secundária. Está disperso praticamente em todas suas 21 microrregiões, sendo abundante em áreas limítrofes com os estados do Tocantins e do Pará, acompanhando, respectivamente, os cursos dos rios Tocantins e Gurupi. Também é abundante em São Luís e na região mais ao leste desse Estado, particularmente nos municípios Mirador, Matões, Timon, Caxias, Aldeias Altas e Coelho Neto, dentre outros (Souza et al., 2007; Cavalcante, 2010; Carvalho, 2011).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-33
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