nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

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Oenocarpus bataua
Oenocarpus bataua Mart.
Patauá
 
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Oenocarpus balickii
Oenocarpus balickii F.Kahn
Bacaba
 
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Oenocarpus balickii
Oenocarpus balickii F.Kahn
Bacaba
 
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Oenocarpus bacaba
Oenocarpus bacaba Mart.
 
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Oenocarpus bacaba
Oenocarpus bacaba Mart.
 
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Myrciaria dubia
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh
Araçá
 
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Myrcia multiflora
Myrcia multiflora (Lam.) DC.
 
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Montrichardia linifera
Montrichardia linifera (Arruda) Schott
 
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Miconia ciliata
Miconia ciliata (Rich.) DC.
 
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Mauritia flexuosa
Mauritia flexuosa L.f.
Buriti
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Oenocarpus bataua Mart Oenocarpus bataua Mart. Patauá
Arecaceae
Patauá
Oleaginosas
Plantae
Palmeira arbórea, monocaule, de estipe ereto, liso e colunar, com 4 a 26m de altura e de 15 a 54cm de diâmetro ; as raízes são fasciculadas, visíveis na base e sem palmito no topo; as folhas são eretas, de coloração verde escura e dispostas de modo divergente, com 8 a 20 folhas por planta, sendo compostas, pinadas com 3 a 10m de comprimento, bainha aberta longa, persistente nas plantas jovens, de margens fibrosas, contendo fibras longas e grossas envolvidas por uma massa de fibras finas com aspecto de lã (remanescentes da lígula), pecíolo curto, persistente por longo tempo na posição vertical e com folíolos largos, regularmente distribuídos no mesmo plano, de 10 a 12cm de largura (Cavalcante, 1991; Villachica et al., 1996; Lorenzi et al., 2004; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008).
Planta robusta de longa vida, que prefere lugares úmidos em matas e tem crescimento lento, seja na sombra ou em local aberto, sendo que na fase adulta necessita de bastante luz. Mas, também cresce em áreas marginais, de solos pobres e representa um elevado potencial para uso e recuperação dessas áreas (Lleras et al., 1983; Gomes-Silva, 2005). Em solos bem drenados vegeta como planta isolada, na densidade de 1 a 20 plantas por hectare, devido ao sombreamento que diminui o desenvolvimento das plantas. Em solos com inundações periódicas ou permanentes forma populações quase puras, chamadas de patauazal, com até 900 plantas jovens por hectare (Villachica et al., 1996; Pesce, 2009). Essa espécie não ocorre em altitudes superiores a 900m, o que sugere pouca tolerância a climas temperados e a frios ocasionais (Villachica et al., 1996). O patauá requer alta luminosidade para frutificar e produz, satisfatoriamente, em áreas bem drenadas. Seus frutos servem de alimentação para a fauna silvestre, que atuam também como dispersores.
O patauá encontra-se distribuído por todo o Norte da América do Sul e na América Central, até o Panamá (Lleras et al., 1983; Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). No Brasil ocorre na Região Norte (Acre, Amazonas, Pará e Rondônia) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-130
Oenocarpus balickii F.Kahn Oenocarpus balickii F.Kahn Bacaba
Arecaceae
Bacabão
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus balickii possui caule ereto e colunar, de até 14m de altura e de 6 a 12cm de diâmetro; folhas planas com bainha fechada em até 2/3 de seu comprimento; possui bainha e raque densamente revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, pinas dispostas em grupos de 2 a 5 e bem separadas uma das outras em um mesmo plano; inflorescência do tipo cacho, composta por 45 a 103 ráquilas, com bráctea peduncular e ráquilas revestidas por tormento vermelho-amarronzado; flores unissexuais em tríades, díades e solitárias; frutos elipsoides, de tamanhos variáveis (Lorenzi et al., 2004).
Oenocarpus balickii aparece no Acre, Amazonas e Rondônia
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-26
Oenocarpus balickii F.Kahn Oenocarpus balickii F.Kahn Bacaba
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. balickii apresenta caule solitário ou raramente cespitoso, ereto e colunar com até 14m de altura e 6 a 12cm de diâmetro (Figura 1B); folhas planas com bainha fechada em até 2/3 de seu comprimento, possuindo bainha e raque densamente revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, possuindo de 80 a 180 pinas de cada lado da raque, dispostas muito juntamente em grupos de 2 a 5 e bem separados um do outro, posicionadas em um mesmo plano; inflorescências ramificadas, contendo 45 a 103 ráquilas, com bráctea peduncular e ráquilas revestidas por tormento vermelho-amarronzado e possuindo flores unissexuais em tríades, pares e solitárias; frutos elipsoides, de 1,5 a 1,8cm de comprimento (Lorenzi et al., 2004).
De um modo geral, as bacabeiras, em condições naturais, não formam populações densas, ocorrendo de forma esparsa ou formando pequenos grupos em mata de terra firme ou em capoeira, com as espécies monocaules sendo encontradas na densidade de 1 a 50 plantas adultas por hectare (Cymerys, 2005).
O. balickii aparece no Acre, Amazonas e Rondônia (
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-132
Oenocarpus bacaba Mart. Oenocarpus bacaba Mart.
Arecaceae
Bacaba
Alimentícias
Plantae
As espécies de bacaba têm porte arbóreo, estipes retos ou alongados, com folhas compostas distribuídas paralelamente na parte superior do estipe. São plantas monoicas, com inflorescência interfoliar protegida por duas brácteas decíduas de tamanho e formato distintos. As flores unissexuais encontram-se dispostas em tríades ao longo das ráquilas, mas no ápice, geralmente há apenas flores masculinas (Balick, 1986; Henderson, 1995; Mendonça et al., 2008). Em O. minor, O. mapora e O. distichus as flores masculinas possuem seis estames, porém em O. bacaba variam de cinco a dez (Küchmeister et al., 1998). Os frutos possuem tamanho, peso e cor variáveis. Em frutos maduros o epicarpo (casca) pode ser violáceo ou verde, com predominância do violáceo; o mesocarpo (polpa) é branco-amarelado; a amêndoa apresenta-se envolvida por um endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente, com endosperma homogêneo (Balick, 1986; Mendonça et al., 2008; Pesce,2009)
Oenocarpus bacaba e O. distichus vegetam na sombra ou em áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; apresentam resistência ao fogo, uma vez que ocorrem em florestas perturbadas e recém queimadas, em capoeiras e em pastos; suportam de dois a quatro meses de estiagem, apesar de não tolerarem longo tempo com excesso de chuva; vivem em locais com baixa insolação, contudo crescem melhor em locais com alta exposição à luz. Em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas (1 a 50) e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
As espécies de bacaba encontram-se amplamente distribuídas no Brasil e em vários países das Américas do Sul e Central (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Lorenzi et al., 2004; Montufar; Pintaud, 2006)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-25
Oenocarpus bacaba Mart. Oenocarpus bacaba Mart.
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. bacaba tem estipe solitário, liso, reto e sem espinhos (Figura 1A), marcado por anéis que correspondem às cicatrizes foliares, com 7 a 22m de altura e 12 a 25cm de diâmetro; folhas crespadas, de comprimento variável indo de 2,2-5,6m e com 75 a 179 pinas de cada lado da raque, distribuídas por grupos e orientadas em diversas direções, mais ou menos pêndulas e com 30 a 100cm de comprimento; a bainha é verde escura com 0,5 a 1,3m de comprimento e o pecíolo tem de 0,3 a 1,6m de comprimento, em número de 8 a 17 distribuídas regularmente em espiral; inflorescência contendo 94.000 flores estaminadas e 16.000 pistiladas, aproximadamente; cachos robustos com 1,5m de comprimento e com centenas a milhares de frutos arredondados, do tipo drupa subglobosa, com presença de mucilagem branca quando maduros e de 1,5cm de diâmetro, mesocarpo de 1,5mm de espessura, brancacento, mucilaginoso e oleoso e de sabor agradável, contendo uma amêndoa envolvida por um endocarpo delgado e fibroso (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Küchmeister et al., 1998).
De um modo geral, as bacabeiras, em condições naturais, não formam populações densas, ocorrendo de forma esparsa ou formando pequenos grupos em mata de terra firme ou em capoeira, com as espécies monocaules sendo encontradas na densidade de 1 a 50 plantas adultas por hectare (Cymerys, 2005). As espécies monocaule, O. bacaba e O. distichus crescem na sombra, mas preferem áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; demonstram resistência ao fogo, o que justifica suas ocorrências em florestas perturbadas e recém queimadas, sendo encontradas em capoeiras e pastos; são capazes de suportar de dois a quatro meses de estação seca, mas não toleram longos períodos de chuva; podem suportar baixa insolação, porém crescem melhor em condições de alta exposição de luz; em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
Oenocarpus bacaba ocorre nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-131
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Araçá
Myrtaceae
Camu-camu
Alimentícias
Plantae
Planta de hábito arbustivo, podendo alcançar de 3 a 6 metros de altura, com a copa formando ramificações desde a base, em forma de vaso aberto. O tronco e os ramos são glabros, cilíndricos, lisos e de coloração marrom claro ou avermelhado, cuja casca se desprende facilmente. As folhas são lanceoladas, com comprimento e largura variando de 6 a 11cm e 3 a 4cm, respectivamente. Possui ápice pontiagudo, com base arredondada, muitas vezes assimétrica; tem borda lisa e as nervuras são tênues, mais perceptíveis na base abaxial. O pecíolo é cilíndrico com 5 a 9mm de comprimento e 1 a 2mm de diâmetro. A inflorescência é axilar, dispostas em dois pares; os botões florais estão em maior porcentagem nos ramos do ano, agrupados de 4 a 12 por nó; com racemos curtos, possuem brácteas e bractéolas persistentes; as flores subsésseis, com ovário ínfero, glabras; pétalas brancas arredondadas, ciliadas, com até 1,5 mm de comprimento. Com estilo de 10 a 11mm de comprimento; possuem pétalas em número de quatro, de coloração branca, com 3 a 4mm de comprimento, ovaladas, côncavas, glandulosas e ciliadas. O cálice possui sépalas diferenciadas, não persistentes (Pinedo et al., 2004). O fruto é baga globosa, com epicarpo liso e brilhante, de cor vermelha escuro até púrpura ao amadurecer , alcançando entre 2 a 4cm de diâmetro, com peso médio de 8 a 10g, contendo de 1 a 4 sementes por fruto, sendo mais comum de 2 a 3 sementes. As sementes apresentam o formato reniforme, de 8 a 15mm de comprimento com 6 a 11mm de largura (Riva-Ruiz, 1994).
A planta aproveita solos marginais que não são aptos para outros cultivos de espécies frutíferas perenes, uma vez que a espécie é extremamente tolerante à inundação. Desenvolve-se tanto em condições de solo drenado quanto, em condições de inundação periódica. Em áreas de ocorrência natural no Peru, os solos apresentam a textura variando do argiloso a arenoso, com pH entre 4 a 5,6 e saturação com alumínio entre zero a 38%. O teor de fósforo e potássio disponível é de baixo, médio a alto, respectivamente. As plantas de Myrciaria dubia se desenvolvem sempre a pleno sol, sem competição por luz, raramente aparecem isoladas, encontrando-se associadas a outras plantas da família Myrtaceae e algumas palmeiras que suportam a inundação, se desenvolvem em grupos uniformes de várias espécies, formando manchas espessas e bem diferenciadas, que ocupam grande parte de superfície das áreas alagadas. Em condição de cultivo o camu-camu floresce dois anos e meio após o transplante, quando a propagação é feita por semente, frutificando duas vezes ao ano. A produtividade elevada das populações silvestres de M. dubia evidencia um efeito do ambiente. São poucas as plantas lenhosas tolerantes à inundação, formando agrupamentos monoespecíficos ao longo das baías e pequenas entradas de água em terrenos acidentados. Devido à baixa competitividade das plantas, o camu-camu pode maximizar os altos níveis de radiação solar e a abundante umidade do solo característico desse ambiente. Recebe também reposição nutricional natural todo o ano na enchente do rio, com a deposição de grandes quantidades de sedimentos férteis (Peters; Vasques, 1987).
A maior concentração de populações naturais desta espécie encontra-se na Amazônia peruana, ao longo dos rios Ucayali, Amazonas e seus afluentes, em uma área situada entre as localidades de Pucallpa e Pebas. Além do Peru, também existem registros de ocorrência na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e Venezuela (Villachica et al., 1996). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) e Centro-Oeste (Mato Grosso)(Flora do Brasil, 2018; Stadnik et al., 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-24
Myrcia multiflora (Lam.) DC Myrcia multiflora (Lam.) DC.
Myrtaceae
Pedra-ume-caá
Medicinais
Plantae
Árvores ou arbustos, com ramos monopodiais, tricomas simples e dibraquiados. Caule descamante esbranquiçado. Folhas simples, geralmente opostas, elípticas com ápice acuminado e base atenuada; tricomas esparsos revestindo o pecíolo; tricomas esparsos na nervura central especialmente mais próximo da base enquanto o limbo é predominantemente glabro em ambas as faces da folha; apresenta coloração verde, e cavidades secretoras de óleos essenciais, as quais podem ser visualizadas como pontos translúcidos na lâmina foliar. Suas flores são brancas e pequenas . Os frutos são globosos, pequenos, imaturos verdes, maduros com coloração arroxeada . (Souza; Lorenzi, 2005; Flora do Brasil, 2017).
As plantas apresentam forma arbustiva quando ocorrem em vegetações mais abertas, com solo arenoso, caso da vegetação de transição entre dunas e restinga, até árvores de grande porte em vegetação de floresta ombrófila, com solo de maior influência argilosa (Flora do Brasil, 2017). Nas condições da Mata Atlântica, M. multiflora floresce entre novembro e dezembro; frutifica do final de janeiro até fevereiro. Já na Amazônia, essa espécie floresce durante o ano inteiro, as flores são alvas e aromáticas, com frutificação de janeiro a maio e de setembro a dezembro. O fruto tende a apresentar coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada, quando imaturo e negro a arroxeado quando maduro (Silva et al., 2015).
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com distribuição nas regiões tropicais e subtropicais da Austrália, Ásia e América (Angiosperm, 2009). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Tocantins), Nordeste (Bahia, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-112
Montrichardia linifera (Arruda) Schott Montrichardia linifera (Arruda) Schott
Araceae
Aninga
Fibrosas
Plantae
Planta macrófita aquática anfíbia, com 4-8m de altura , haste com coroa terminal, com folhas cordado-sagitadas, com limbo foliar de aproximadamente 45-66cm de comprimento e 35-63cm de largura; flores dispostas em numerosos bagos de 1cm ou mais de diâmetro, pecíolo longo, ereto e lenhoso; inflorescência do tipo espádice, de cor branca amarelada , e infrutescência de coloração verde-escuro, que se assemelha ao abacaxi (Amarante et al., 2011). A forma da folha, número de veias secundárias em cada lado do lobo anterior da folha, a forma do sinus entre os lobos posteriores e a presença de tricomas no caule são os principais caracteres que diferem esta espécie de outras do mesmo gênero (Silva et al., 2012).
É considerada espécie pioneira e bastante resistente à fatores abióticos do ambiente, apresenta considerável importância ecológica na formação das margens dos cursos d’água, pois é a vegetação inicial na formação de ilhas aluviais, formando extensas populações clonais pela brotação de caules subterrâneos e submersos (Amarante et al., 2011). Para as comunidades ribeirinhas, que utilizam as várzeas para fins agropastoris, a aninga é considerada uma espécie invasora de difícil controle, devido a sua alta capacidade de competição com espécies cultivadas. Apresenta rápida recuperação de rizomas depois de um desbaste, o que, sob o ponto de vista da produção de fibras pode ser um aspecto positivo, porém, compromete a manutenção da área para plantio de culturas de subsistência dos pequenos agricultores (Macedo et al., 2005). É uma espécie altamente adaptada à região Amazônica, proliferando às margens dos igarapés e rios, sem necessitar de qualquer tratamento agrícola, podendo ou não, formar grupamentos monoespecíficos. A presença de inflorescências é normalmente observada nos meses de abril, junho, outubro e novembro. A frutificação ocorre em dois períodos, um pico mais intenso na fase aquática (abril a junho) e outro na fase seca no mês de outubro. Essa espécie produz apenas uma inflorescência e no máximo dois frutos por cacho. Geralmente a floração ocorre quando há condições favoráveis para a dispersão de frutos e sementes (Kerbauy, 2008). O início da floração é antes do período da cheia, que é uma estratégia da espécie para a produção e maturação dos frutos durante a fase aquática. A dispersão ocorre por hidrocoria, com frutos aptos à flutuação. Durante a fase seca, a planta apresenta a estratégia de dispersão por barocoria, sendo que os frutos maduros caem próximo da planta mãe e são consumidos por primatas e aves que, desta forma, colaboram para sua dispersão e propagação (Vieira; Izar, 1999).
Planta nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro) (Mayo; Andrade, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-88
Miconia ciliata (Rich.) DC. Miconia ciliata (Rich.) DC.
Melastomataceae
Açairana
Corantes
Plantae
Planta arbustiva, medindo cerca de 2 a 2,5m de altura. Folhas simples, opostas, curvinérveas, cartáceas, concolores, de formato elípticas a estreito-ovaladas, base aguda, ápice acuminado e margens serreadas e ciliadas, face adaxial glabra e a abaxial glabrescente com indumento estrigoso; tri-nervadas, acródromas basais (Peçanha-Junior, 2005; Brito-Ramos et al., 2010). As minas estão distribuídas pela lâmina foliar, podendo ser sinuosas, transpondo a nervura principal e secundária, ou retilínea, paralelas à nervura. As inflorescências são axilares, tirsóides, com cimas duplas de três a cinco flores, hermafroditas, pentâmeras com antese diurna (Melo; Machado, 1998). Os frutos são do tipo baga, globosos, medindo 4-6x4,5-6mm, de coloração verde quando jovens passando para vinácea conforme avança a maturação (Araújo; Lima, 2013); possuem tamanho variável, pericarpo delgado, com pouca ou nenhuma polpa sucosa envolvendo as poucas ou numerosas sementes (Renner, 1993). As sementes são diminutas, com 1-2mm de comprimento, obtriangulares, lisas ou adornadas e ocupam, praticamente, todo o espaço locular (Chagas, 2012).
A espécie apresenta floração continua durante 11 meses do ano, com pico no mês de maio e com sobreposição entre os períodos de floração e frutificação (Melo; Machado, 1998). Miconia ciliata é uma espécie autoincompatível, que apresenta estratégias para garantir o sucesso reprodutivo, como elevada razão P/O (razão pólen/óvulo), pequeno número de flores abertas por indivíduo diariamente e frequentes visitas dos polinizadores efetivos, que garantem a produção de frutos (Melo; Machado, 1998). Apresenta uma ampla variedade nos arranjos da inflorescência. Estudos evidenciaram uma sincronia entre a floração e a frutificação, o que demonstra curto intervalo entre a formação das flores e a formação dos frutos. Possivelmente, a oferta de recursos florais seja o principal fator de atração para vários visitantes florais que contribuem para a polinização. A frequência constante de abelhas pode ser um indicativo de que estas atuam como polinizadoras. Observação em campo evidenciaram que a floração e a frutificação são mais acentuadas nos meses de maior pluviosidade na Região Norte, sugerindo uma relação entre as fenofases e a presença de água. A espécie não tolera longos períodos de seca (Peçanha-Junior, 2005). A dispersão das sementes de M. ciliata apresenta características que permitem classificá-la como ornitocórica, tais como: frutos expostos, frutificação longa, abundante e mudança de coloração quando os frutos estão maduros, o que lhes conferem alto poder de dispersão por aves. A espécie possui interação com, pelo menos, 16 espécies de aves potenciais dispersoras, que engolem os propágulos inteiros, possibilitando assim, que as sementes sejam dispersas por regurgitação e/ou defecação em locais afastados das plantas parentais (Gomes et al., 2008).
Miconia ciliata ocorre do México até a Bolívia (Goldenberg; Caddah, 2013). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-75
Mauritia flexuosa L.f Mauritia flexuosa L.f. Buriti
Arecaceae
Buriti
Alimentícias
Plantae
É uma das maiores palmeiras que ocorrem na Amazonia (Cymerys et al., 2005). Apresenta estipe solitário, medindo entre 20 a 30m de altura e 30 a 50cm de diâmetro; inerme ou com poucos espinhos na face inferior das pinas. Folhas costopalmadas (arredondadas) com cerca de 3,5 metros de comprimento. Brácteas pedunculares numerosas, envolvendo todo o pedúnculo, de 8-12cm de comprimento. Inflorescência ramificada em primeira ordem (27-35 ramificações), 2,5-3,7 metros de comprimento. Ráquilas estaminadas e pistiladas 45-56, sustentando flores masculinas e femininas, respectivamente; flores masculinas e femininas amarelas a laranjadas, naviculares a fusiformes. Frutos marrom-avermelhados, oblongo-globosos, coberto com escamas sobrepostas, medindo entre 5x4cm até 10x6cm; mesocarpo (polpa) carnoso, alaranjado, oleaginoso e nutritivo; com uma semente (Cymerys et al., 2005; Martins, 2012). O comprimento de cacho pode variar de 1,58m a 2,25m; a massa do cacho de 18,5kg a 43,60kg e a massa dos frutos de 14,70kg a 35,17kg. O número de ráquilas por cacho varia de 25 a 34 e o número de frutos de 243 a 628. Ocorre geralmente uma semente por fruto, mais ou menos esféricas e cobertas com uma testa de cor marrom (Donadio et al., 2002; Araújo et al., 2004).
O buriti é uma planta de ambiente alagado, sendo dependente da presença de água tanto para o desenvolvimento vegetativo quanto para a reprodução e dispersão das sementes. A espécie é dióica, ou seja, depende da existência de plantas masculinas e femininas para produzir frutos, pois enquanto os machos produzem apenas cachos com flores masculinas, as fêmeas produzem cachos com flores femininas, que se tornarão frutos. A floração do macho e da fêmea ocorre ao mesmo tempo, a fim de facilitar a polinização cruzada. O vento não poliniza as flores do buriti, por isso, a produção dos frutos depende de insetos, a exemplo de abelhas nativas, pequenos besouros e moscas. Em geral, a produção de frutos em plantas de brejos mais conservados é maior, uma vez que alí existe maior quantidade de insetos polinizadores (Sampaio, 2011). O período desde o florescimento até a maturação dos frutos pode ser superior a um ano e a época de floração das plantas pode variar bastante de região para região. No Cerrado, a floração se inicia em fevereiro, com pico nos meses de março a maio. A frutificação mais intensa ocorre de dezembro a maio, com produção de frutos, em menor quantidade, também nos meses de junho a novembro (Coradin et al., 2016). produzem cachos com flores femininas, que se tornarão frutos. A floração do macho e da fêmea ocorre ao mesmo tempo, a fim de facilitar a polinização cruzada. O vento não poliniza as flores do buriti, por isso, a produção dos frutos depende de insetos, a exemplo de abelhas nativas, pequenos besouros e moscas. Em geral, a produção de frutos em plantas de brejos mais conservados é maior, uma vez que alí existe maior quantidade de insetos polinizadores (Sampaio, 2011). O período desde o florescimento até a maturação dos frutos pode ser superior a um ano e a época de floração das plantas pode variar bastante de região para região. No Cerrado, a floração se inicia em fevereiro, com pico nos meses de março a maio. A frutificação mais intensa ocorre de dezembro a maio, com produção de frutos, em menor quantidade, também nos meses de junho a novembro (Coradin et al., 2016)
Palmeira nativa, com distribuição na Colômbia, Venezuela, Guiana, Trinidad, Equador, Peru, Brasil e Bolívia (Henderson et al., 1995; Flora do Brasil, 2018). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018). O buriti habita os domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga e Cerrado (Flora do Brasil, 2018), em formações monoespecíficas que, na Amazônia são chamadas de buritizais ou miritizais
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-23
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