nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Theobroma speciosum
Theobroma speciosum Willd. ex Spreng.
Cacau de Macaco
 
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Paspalum fasciculatum
Paspalum fasciculatum Willd. ex Flüggé
 
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Leopoldinia piassaba
Leopoldinia piassaba Wallace
 
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Stylosanthes capitata
Stylosanthes capitata Vogel
 
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Cyperus giganteus
Cyperus giganteus Vahl
 
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Poraqueiba sericea
Poraqueiba sericea Tul.
Mary Negro
 
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Leersia hexandra
Leersia hexandra Sw.
 
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Philodendron ornatum
Philodendron ornatum Schott
Filodendro
 
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Piper callosum
Piper callosum Ruiz & Pav.
Pimenta Longa
 
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Heliconia rostrata
Heliconia rostrata Ruiz & Pav.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. Cacau de Macaco
Malvaceae
Cacauí
Alimentícias
Plantae
Theobroma speciosum é uma arvore perenifólia, de copa estreita e alongada, com tronco revestido de casca clara e partida horizontal e verticalmente, de 8-14m de altura e 15-25cm de diâmetro. Possui folhas simples, semi-coriáceas, glabras, luzidias na face superior e ferrugíneo-tomentosas na porção inferior, com 20-40cm de comprimento e 4 pares de nervuras laterais. As inflorescências são, em sua maioria, caulinares, reunidas em fascículos densos, de cor vermelho-vinácea, com intenso odor de limão. Os frutos são do tipo baga, de formato elipsoide, com casca grossa e de coloração verde, contendo cerca de 20 sementes de coloração castanha; as sementes são envoltas em uma fina camada de polpa branca, suculento-fibrosa e de sabor adocicado Kinupp; Lorenzi, (2014). (Lorenzi et al., 2015).
Theobroma speciosum apresenta floração entre agosto a outubro e frutificação ocorre nos meses de fevereiro a abril (Lorenzi et al., 2015).
T. speciosum ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-44
Paspalum fasciculatum Willd. ex Flüggé. Paspalum fasciculatum Willd. ex Flüggé
Poaceae
Capim-morí
Forrageiras
Plantae
Gramínea perene, robusta, com colmos que podem atingir 4m de comprimento (Junk; Piedade, 1993), com hábito de crescimento cespitoso, ereto ou mais ou menos decumbente; bainhas glabras ou mais ou menos pilosas; lígula membranáceo-papirácea, truncada e de ápice curtamente ciliado; lamina linear oblonga, glabra, de margem serrilhada, com 10-30cm de comprimento por 8-13mm de largura. Inflorescência terminal, racemosa; poucos até muitos racemos, (4-15) 8-12cm de comprimento por 1,5- 2mm de largura, com dorso plano, parte ventral carenada e margens estreitas; espículas sésseis, solitárias, oval-lanceoladas, acuminadas, mais ou menos imbricadas, 4,5-4-8mm de comprimento por 2mm de largura, glumas membranáceas, pilosas nas margens, a inferior é 3-5 nérvea, a superior 7-nérvea; fruto menor que as glumas, com 4mm de comprimento por 1,5mm de largura, glumela acuminada, quase mucronada, cor de palha (Black, 1950).
Paspalum fasciculatum é uma espécie importante na sucessão secundária, em áreas de várzea, facilitando o aparecimento de outros capins e arbustos (Black, 1950). A espécie tende a formar agrupamentos monoespecíficos, em terrenos aluviais com elevação entre 21 e 28m acima do nível do mar. Seu crescimento ocorre principalmente durante a fase de águas baixas, sobrevivendo durante as cheias por meio dos colmos que permanecem submersos (Junk; Piedade, 1993). Le Cointe (1945) comenta que, nas partes mais baixas dos campos estivais de várzea, esse capim cresce muito alto e fechado, dificultando o tráfego no local. Conserva e Piedade (2001) inferem que P. fasciculatum seja uma espécie de alta exigência nutricional, pois tem ocorrência restrita às áreas de várzea, ricas em sedimentos. A espécie ocorre naturalmente em grandes densidades, ocupando áreas em grupamentos monospecíficos, dominando outras espécies presentes. Em decorrência do seu crescimento vigoroso, essa espécie tem papel importante na retenção de sedimentos nas margens de rios e lagos. O desflorestamento das margens dos rios facilita a dominância dessa espécie, em decorrência da maior incidência de luz (Piedade et al., 2010).
: Essa espécie não é endêmica do Brasil, onde ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (São Paulo) (Flora do Brasil, 2018) . É um dos capins mais frequentes em áreas sujeitas ao alagamento no Baixo-Amazonas (Camarão et al., 2006).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-98
Leopoldinia piassaba Wallace Leopoldinia piassaba Wallace
Arecaceae
Piaçaba
Fibrosas
Plantae
Palmeira com estipe solitário, 5-6m de altura quando adulta, até 30m (piaçabeiras gigantes). Folhas pinadas, bainhas com muitas fibras soltas, alongadas e pendulas de coloração amarronzada, quando novas são claras e flexíveis, e quando velhas são acinzentadas e quebradiças. As fibras podem atingir mais de 1m de comprimento, revestindo densamente a parte superior do estipe até o meio ou, às vezes, até à base, causando uma aparência curiosa e única, semelhante a uma “barba”. Inflorescência interfoliar, unissexual. Inflorescência estaminada geralmente mais longa que a pistilada, mas a maior diferença está na ramificação. As estaminadas possuem ráquilas até a quarta ordem, são curtas, finas e numerosas. As ráquilas pistiladas ramificam-se até a terceira ordem, são mais longas e espessas. Ocasionalmente ocorrem tríades, com uma flor pistilada no centro e dois botões estaminais laterais, mas antes da antese as flores estaminadas abortam. Os frutos são drupáceos, ovalados ou elipsoides de cor castanho-alaranjada ou marrom-avermelhada quando maduros, rico em ácidos graxos, tocoferóis e esteroides; o epicarpo é verde quando imaturo e marrom-vermelho quando maduro, com textura enruga da; o mesocarpo é fibroso de cor branca com gosto e cheiro adocicados e fortes; o endocarpo é fibroso, formando camadas resistentes que envolvem a semente, a qual é branca, lisa e dura (Guánchez; Romero, 1995).
A bacia do Rio Negro é a única área da Amazônia onde ocorre os piaçabais nativos, com as maiores concentrações ao longo da vegetação de campinarana ou caatinga do rio Negro, onde formam as “reboladas” ou “ilhas” (Meira, 1993). A deficiente drenagem do solo, alto nível freático, pela presença de horizonte pedogênico (no interflúvio mal drenado) ou a proximidade ao igarapé, parecem ser as principais variáveis ambientais na distribuição da espécie, que dificilmente cresce em áreas de inundação constante (Oliete, 2008). A espécie floresce uma vez por ano (outubro-novembro). Durante o período anual de floração, cada planta geralmente tem apenas um tipo de inflorescência que pode ser diferente de ano para ano(Guánchez; Romero, 1995). A frutificação ocorre nos meses de maio a junho, de forma moderada e com elevada variabilidade interanual. Os frutos da piaçaba têm sabor suave e aroma adocicado e atraem inúmeros mamíferos (antas, pacas, porcos do mato, cutia e macaco),que contribuem para sua dispersão e favorecem o crescimento das plantas mesmo em áreas atípicas (Oliete, 2008). As piaçabeiras apresentam importante função ecológica no ecossistema onde ocorrem, servindo de abrigo para animais de várias espécies, principalmente insetos, artrópodes e répteis. Por outro lado, isso interfere no processo de coleta da fibra, eventualmente, causando acidentes graves aos coletores que são picados por esses animais (Mascarenhas, 1987). Segundo Duncan et al. (2015) a doença de Chagas está claramente associada ao extrativismo da piaçaba (L.piassaba) na Amazônia.
Leopoldinia piassava é uma palmeira nativa, não endêmica do Brasil (Leitman, 2018). No Brasil, , está restrita à Região Norte (Amazonas), entre o médio e alto rio Negro, nos municípios de Barcelos, Santa Isabel do rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Japurá Barcelos, que formam o principal e maior polo produtor de fibras desta espécie no País (Meira, 1993; Oliete, 2008; Henderson, 2011).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-85
Stylosanthes capitata Vogel. Stylosanthes capitata Vogel
Fabaceae
Estilosantes
Forrageiras
Plantae
Subarbusto perene de crescimento ereto ou prostrado , que pode atingir 120cm de altura e 100cm de diâmetro; as folhas são trifolioladas cujos folíolos podem ter 40mm de comprimento e 15mm de largura; a inflorescência é composta por 2 a 4 espigas que medem até 70mm de comprimento por 200mm de largura; a flor mede até 14,5mm de comprimento e tem a corola amarela ; a semente tem coloração que varia de pretas a amarelas, medindo de 2 a 3mm de comprimento e 1 a 2mm de largura (Costa et al. 2008; Tropical Forages, 2018).
Seu potencial provavelmente é maior em ecossistema de savana devido a sua adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade (Burt et al., 1983; Costa; Schultze-Kraft, 1990) e por ser tolerante a pragas e doenças (Costa; Schultze-Kraft, 1990). Outras características importantes para a espécie é a boa produção de forragem, resistência ao pastejo e ao pisoteio, boa capacidade de consorciação e de ressemeadura natural, rápido rebrote no segundo ano de cultivo (Gianluppi; Smiderle, 1999). O maior potencial para produção de forragem é expresso na época chuvosa, onde se verifica maior taxa de crescimento das plantas. Comparando o desempenho de S. capitata no cerrado do Amapá na época chuvosa e na época seca, Mochiutti et al. (1999) reportam que, durante o período chuvoso, as plantas tiveram maiores alturas, maiores capacidades de cobertura do solo e uma produção de forragem de cerca 153% superior à da época seca. Nascimento et al. (1998) também observaram que S. capitata mostrou-se bastante promissor também na época das águas.
Ocorre na Bolívia, Brasil e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil tem ocorrência confirmada, , nas regiões Norte (Pará, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná) (Flora do Brasil, 2018; Gissi, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-92
Cyperus giganteus Vahl. Cyperus giganteus Vahl
Cyperaceae
Papiro-brasileiro
Fibrosas
Plantae
Erva aquática, perene, de grande porte, medindo entre 1,5 a 4m de altura, com rizomas longos, formando touceiras. Possuem escapos trígonos, folhas reduzidas à bainhas, sem lâminas. Apresenta numerosas brácteas involucrais (+10), ultrapassando o tamanho da inflorescência, com margens escabras, amareladas. Inflorescência em antelódio formando um aglomerado laxo de espiguetas, dispostas em raios primários e secundários. Espiguetas 5-11x1,8-2,3mm, fusiformes verdes, com numerosas glumas , decíduas, com cerca de 2x2mm, ovadas, ápice subagudo, carena verde com margens hialinas. Seus frutos são do tipo aquênio, com cerca de 1x0,5mm, oblongiformes, trígonos, de superfície pontuada e ápice apiculado (Adams, 1994; Amaral et al., 2008).
Por ser uma planta aquática e palustre, C. giganteus necessita de solo bastante úmido e com abundância de matéria orgânica. Pode ser cultivado em locais com boa luminosidade e a pleno sol. As plantas mostram-se resistentes ao frio (Lorenzi, 2013). Rocha et al. (2015) avaliaram o efeito do fogo sobre uma comunidade monodominante de Cyperus giganteus no Pantanal, onde esta espécie pode dominar extensas áreas inundáveis, formando uma comunidade monodominante chamada localmente de pirizal. Os resultados mostraram que o fogo não afeta a dominância de C. giganteus e, mesmo a espécie não tendo sido favorecida diretamente pelo fogo, se mantém na mesma faixa de cobertura do período anterior ao fogo.
Planta nativa, mas não endêmica do Brasil, com ocorrência no continente Americano, desde o Sul dos Estados Unidos até a Argentina (Amaral et al., 2008). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Amapá, Pará, Rondônia), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018; Matzenauer et al., 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-79
Poraqueiba sericea Tul. Poraqueiba sericea Tul. Mary Negro
Icacinaceae
Umari
Alimentícias
Plantae
Em ambientes naturais a espécie é representada por árvores de 15-25 metros de altura, com diâmetro de 30-50cm, já em sistemas de cultivo os indivíduos atingem, aproximadamente, 10 metros de altura. As árvores são semiperenifólia, com copa piramidal e ritidoma grosso e rugoso, apresentam folhas simples, alternas, pecioladas, de lâmina coriácea, discolor, glabra, fortemente marcada pelas nervuras, com 12-28cm de comprimento. Inflorescências em panículas terminais de 3-7cm de comprimento, com flores pequenas e de cor esbranquiçada. Frutos ovado-globosos, oblíquos e carenados, tipo drupa, de coloração variando de amarelo a roxo-escuro, sendo alguns quase pretos, glabros, de 6-8cm de comprimento , com polpa fina, amarela e carnosa e caroço grande e único (Cavalcante, 2010; Kinupp; Lorenzi, 2014). A espécie tipo do gênero, Poraqueiba paraensis, também conhecida popularmente como umari, é semelhante à espécie P. sericea, entretanto, tem distribuição restrita ao Pará, apresenta frutos maiores, oblongos ou elipsoideos e sem carena (Shanley; Medina, 2005; Cavalcante, 2010).
: A espécie é comum em solos empobrecidos, areno-argilosos, não sendo comum em locais sujeitos a inundação, apresentando também sensibilidades a grandes eventos de seca, o que resulta na perda de produtividade, pelo abortamento de flores e frutos. Por ser nativa e bem adaptada às condições da região amazonica, não apresenta altas exigências de cuidados e manejo, apresentando boa produção em sistemas agroecológicos e em consórcios com outras espécies, caso da castanha (Bertholettia excelsa Bonpl.). Na região de Manaus, a floração ocorre no período com menor precipitação, estendendo-se de agosto a outubro. As flores abrem-se de forma gradativa nas inflorescências, e a abertura ocorre principalmente na parte da manhã, sendo notório o fato de poucas flores abrirem em dias nublados ao comparar-se com dias ensolarados (Falcão; Lleras, 1980). A frutificação ocorre no período com maiores índices pluviométricos, entre dezembro e abril, sendo o pico de produtividade nos meses de janeiro a março. Ambos os períodos de floração e frutificação são mais compactos em árvores mais velhas, as quais tendem a ser também mais produtivas. Os frutos caídos devem ser colhidos diariamente no chão, caso sejam precipitadamente retirados das árvores para posterior amadurecimento, perdem o sabor ou tornam-se amargos (Falcão e Lleras, 1980). A polinização da P. sericea é efetuada por várias espécies de abelha (ordem Hymenoptera) sem especificidade total de polinizador. Entretanto, a espécie apresenta baixa produtividade por inflorescência, sendo apenas um ou dois frutos. Em uma área plantada com, aproximadamente, 800 árvores produtivas tem sido observado a média de 2 mil frutos durante o pico de produtividade (Falcão; Lleras, 1980).
Poraqueiba sericea é uma espécie nativa do Brasil, porém não endêmica, ocorrendo também na porção amazônica de países vizinhos. No Brasil ocorre na Região Norte (Acre, Amazonas, Amapá e Pará) (Amorim; Stefano, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-34
Leersia hexandra Sw. Leersia hexandra Sw.
Poaceae
Capim-pomonga
Forrageiras
Plantae
Gramínea perene, similar em aparência ao arroz comercial (Oryza sativa), com rizomas alongados ; colmos com 25-150cm de comprimento, decumbentes, enraizando nos nós, com a porção terminal ereta, geralmente flutuante, glabro a escabra próximo aos nós; bainhas escabras a glabras, com margens algumas vezes ciliadas; lígula truncada, 1-6mm de comprimento, auriculada; lâminas foliares de 5-25cm de comprimento, 3-5mm de largura, escabras até quase glabras acima e abaixo; panículas de 5-15cm de comprimento, ramos de 3-13cm de comprimento, filiformes; espiguetas 3-5mm de comprimento; lema acuminada, ciliada (até 0,6mm de comprimento) na quilha e margens, curto híspido a glabro lateralmente, pálea sub igual com a lema, ciliada na quilha; estames 6, anteras 2-3mm de comprimento; pistilo cerca de 2,5mm; cariopse oblonga a ovoide, lateralmente comprimida. Número de cromossomos 2n = 48 (Pyrah, 1969).
É uma gramínea perene, com modo de existência palustre e aquático, com fase terrestre (Junk; Piedade, 1993). Pouco tolerante ao fogo e ao pisoteio do gado (Le Cointe, 1947). Na ilha de Marajó essa espécie cobre grandes superfícies de campo, crescendo ereta até cerca de 1m de altura, tombando em seguida e formando uma camada de capim fenado, rente ao solo, coberta por uma camada verdejante (Miranda, 1908). Segundo Camarão et al. (1998) L. hexandra tem hábito de crescimento decumbente. Nas áreas pantanosas da ilha de Marajó, conhecidas como “mondongos”, ou seja, campos baixos que permanecem submersos durante a estação chuvosa, essa espécie pode ser encontrada em formações monoespecíficas, mas também pode ser encontrada nas áreas mais altas (Miranda, 1908). Em ecossistema fluvial, quando em águas rasas, essa espécie pode permanecer presa pelas raízes ao solo, mas em águas profundas, ela passa a flutuar livremente, podendo manter esse modo de vida, por vários anos (Junk; Piedade, 1997).
Espécie encontrada desde os Andes até a foz do rio Amazonas, em todo o estuário amazônico (Black, 1950), sendo muito abundante no arquipélago do Marajó (Miranda, 1908). No Brasil tem ampla distribuição, , nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018; Dórea et al., 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-96
Philodendron ornatum Schott Philodendron ornatum Schott Filodendro
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron ornatum é erva, hemiepífita, caule verde opaco 4-4,5cm de diâmetro; raízes adventícias novas vináceas com ápice amarelado, tornando-se castanhas, 0,3-0,4cm de diâmetro; catafilo persistente, logo apodrecendo e formando massa fibrosa castanho escuro; profilo creme levemente rosado a verde-rosado tornando-se avermelhado em direção a base com estrias verdes no dorso; pecíolo verde, eventualmente com partes vinosas, presença de verrugas mais claras com pontas esbranquiçadas no ápice, 45-60cm de comprimento, aplanado na superfície superior e arredondado na inferior; bainha foliar verde, raramente verde rosado; lâmina cartácea, ovado-cordada, lúcida em ambos os lados, verde discolor; pedúnculo verde, creme-esverdeado a rosa com estrias brancas, 2,5-3,8cm de comprimento; espata 19cm de comprimento, externamente verde com estrias brancas e internamente creme. Espádice 10-16cm de comprimento; estames 4-6 por flor, 2mm de comprimento; bagas oblongas estreitando-se para a base, 5,5-6mm de comprimento, cremes com várias sementes (Coelho, 2000).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012). Philodendron ornatum é indicadora de estágios primários e estágios sucessionais da vegetação de restinga na Mata Atlântica. Podendo ser encontrada no estágio primário de regeneração de vegetação arbórea de restinga, estado avançado de regeneração de restinga, estágio primário de transição de floresta de restinga, e estágio avançado de regeneração de transição de floresta de restinga (Conama, 2012).
Philodendron ornatum é uma espécie neotropical, ocorrendo no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Porto Rico, Suriname, Trinidad e Venezuela (WCSPF, 2016). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-156
Piper callosum Ruiz et Pav. Piper callosum Ruiz & Pav. Pimenta Longa
Piperaceae
Elixir-paregórico
Medicinais
Plantae
Erva arbustiva, com 0,5 a 1m de altura, internós de 3 a 15cm de comprimento. Folhas alternas, cartáceas e subcoriáceas, elípticas ou elíptico-ovadas, de 5 a 16cm de comprimento e de 3,5 a 8cm de largura, ápice curtamente acuminado e base aguda, ambas as faces glabras e algo brilhosas na face ventral; pecíolo caloso; espigas curtas, com 1 a 2,5cm de comprimento e 3 a 5mm de diâmetro ; flores dotadas de brácteas subpeltadas, glabras; androceu com 4 estames; gineceu com 3 estigmas assentados sobre estiletes curtos e grossos; drupa glabra subglobosa (Berg, 2010).
A planta necessita de insolação direta para o seu melhor desenvolvimento. Quando encontrada sob sombreamento seus ramos ficam tenros e com entrenós longos e as folhas menos espessas e mais desenvolvidas. Fisiologicamente semelhante à pimenta-do-reino, as mesmas condições de cultivo para essa espécie devem ser favoráveis ao elixir-paregórico. A colheita das folhas e ramos herbáceos deve ser praticada com canivetes ou tesoura de poda. Batista et al. (2012) estudaram a influência da luminosidade da produção de biomassa foliar e óleo essencial. Verificou-se que plantas cultivadas com 30% de luminosidade apresentaram maior produção de biomassa foliar, mostrando que baixa luminosidade influencia positivamente o desenvolvimento da planta. A extração de óleo essencial mostrou que o maior rendimento foi obtido, igualmente, em plantas submetidas a 30% de luminosidade, corroborando com os dados de biomassa
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com distribuição confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017; Guimarães et al., 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-114
Heliconia rostrata Ruiz & Pav Heliconia rostrata Ruiz & Pav.
Heliconiaceae
Helicônia
Ornamentais
Plantae
Heliconia rostrata é planta perene, de até 4,5m de altura, hábito musoide. Folhas com pecíolo de 19-42cm de comprimento, lâmina com 20-107cm de comprimento e 10-22cm de largura, ovada a estreita–oblonga, base normalmente assimétrica, ápice acuminado. Inflorescência pendente, pubescente; pedúnculo longo; brácteas alaranjadas a vermelhas com as margens amarelas a esverdeadas, dísticas, cimbiformes. Flores pediceladas, não ressupinadas, perianto com 4,2-5cm de comprimento, branco a amarelado em direção ao ápice. Frutos imaturos brancos e maduro de cor azul.
A maioria das espécies de helicônias possui floração durante grande parte do ano, com picos no período de janeiro a julho, nos meses de agosto a maio, como é o caso da H. rostrata. As inflorescências podem superar 1m de comprimento (Castro, 1995; Mosca et al., 2005). Por serem tipicamente tropicais, as helicônias são adequadas para o cultivo a pleno sol ou ate meia sombra e não toleram bem o frio (Castro, 1995; Lorenzi; Souza, 2008).H. rostrata, devido ao seu grande potencial ornamental e por estar incorporada ao comércio mundial de plantas ornamentais, é amplamente cultivada, principalmente nas áreas tropicais do Brasi
Heliconia rostrata ocorre na Guatemala, Honduras, Panamá, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil, onde pode ser encontrada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Rondônia) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-151
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