nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Theobroma speciosum
Theobroma speciosum Willd. ex Spreng.
Cacau de Macaco
 
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Theobroma grandiflorum
Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K.Schum.
 
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Theobroma bicolor
Theobroma bicolor Bonpl.
 
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Talinum paniculatum
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
 
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Talinum fruticosum
Talinum fruticosum (L.) Juss.
 
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Stylosanthes guianensis
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
 
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Stylosanthes capitata
Stylosanthes capitata Vogel
 
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Stryphnodendron adstringens
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
Casca-Da-Virgindade
 
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Spondias mombin
Spondias mombin L.
Cajá-Mirim
 
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Solanum sessiliflorum
Solanum sessiliflorum Dunal
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. Cacau de Macaco
Malvaceae
Cacauí
Alimentícias
Plantae
Theobroma speciosum é uma arvore perenifólia, de copa estreita e alongada, com tronco revestido de casca clara e partida horizontal e verticalmente, de 8-14m de altura e 15-25cm de diâmetro. Possui folhas simples, semi-coriáceas, glabras, luzidias na face superior e ferrugíneo-tomentosas na porção inferior, com 20-40cm de comprimento e 4 pares de nervuras laterais. As inflorescências são, em sua maioria, caulinares, reunidas em fascículos densos, de cor vermelho-vinácea, com intenso odor de limão. Os frutos são do tipo baga, de formato elipsoide, com casca grossa e de coloração verde, contendo cerca de 20 sementes de coloração castanha; as sementes são envoltas em uma fina camada de polpa branca, suculento-fibrosa e de sabor adocicado Kinupp; Lorenzi, (2014). (Lorenzi et al., 2015).
Theobroma speciosum apresenta floração entre agosto a outubro e frutificação ocorre nos meses de fevereiro a abril (Lorenzi et al., 2015).
T. speciosum ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-44
Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K.Schum. Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K.Schum.
Malvaceae
Cupuaçu
Alimentícias
Plantae
O cupuaçuzeiro, em condições naturais, é árvore retilínea, podendo atingir mais de 30m de altura e perímetro de tronco superior a 100cm. Apresenta copa de formato variável, normalmente irregular e pouco espessa, com tronco de coloração acinzentada com manchas brancas. As folhas são simples, alternas, curto pecioladas, com lâmina verde mais ou menos brilhante, ápice acuminado, borda lisa e base obtusa. Há ocorrência de tricomas estrelados nas faces abaxial e adaxial. Os estômatos se concentram na face abaxial das folhas (Ferreira et al., 2006). As inflorescências são cimulosas, axilares ou ramifloras, com três a cinco flores. As flores são hermafroditas, actinomorfas, heteroclamídeas e hipógenas.
Segundo Venturieri et al. (1997), o cupuaçuzeiro é tido como espécie obrigatoriamente alógama, auto-incompatível, com flores hermafroditas, cuja fecundação ocorre, além do estigma, ao longo do estilete, semelhante ao milho. Segundo Souza (2007), o pico de floração do cupuaçuzeiro ocorre no período de estiagem na região amazônica, que corresponde aos meses de julho à setembro. No entanto, praticamente durante todos os meses do ano é possível encontrar pequenas quantidades de flores em algumas plantas (Alves et al., 1997).
Theobroma grandiflorum ocorre na Região Norte, nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia e no Nordeste (Maranhão) (Flora do Brasil, 2018; Colli-Silva; Pirani, 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-42
Theobroma bicolor Bonpl. Theobroma bicolor Bonpl.
Malvaceae
Mocambo
Alimentícias
Plantae
Theobroma bicolor se refere a uma arvore perenifólia, de 5-8(15)m de altura sob cultivo, mas pode chegar a 25-30m de altura no interior da floresta, com ramos longos e pendentes. Apresenta folhas simples, alternas, pecioladas, de lâmina-cartácea, largo-ovalada e de superfície ondulada, de cor mais clara na face inferior, com 15-35cm de comprimento. Flores pequenas, vináceas a purpura, dispostas em pequenos dicásios axilares curto-pedunculados. Frutos elipsoides, amarelos, com pericarpo lenhoso, com 10 arestas longitudinais, do tipo baga, com peso de frutos entre 300g a mais de 3kg. Contém numerosas sementes envoltas em uma polpa fibrosa, suculenta e de sabor adocicado Kinupp; Lorenzi, (2014), (Lorenzi et al., 2015).
Estas espécies não apresentam cultivos comerciais, mas são conhecidas pela população e cultivadas em quintais na Região Norte. A floração de Theobroma bicolor ocorre nos meses de setembro a novembro e a produção e maturação de frutos ocorre de janeiro a abril. De acordo com Paytan, (1997) a espécie tem vantagens adaptativas em relação à ecología e aos solos pobres predominantes na região, sendo um cultivo tradicional em comunidades indígenas locais da floresta baixa da Amazônia peruana. Tem como desvantagens a alta variabilidade; limitada produção; relativa demora no início da frutificação; aroma forte do fruto, que é uma característica da espécie; e falta de pesquisa
T. bicolor está distribuída na bacia amazônica, com presença confirmada na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru. No Brasil T. bicolor tem ocorrência na Região Norte (Amazonas e Pará), Nordeste (Bahia) e Sudeste (Espírito Santo e Rio de Janeiro)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-43
Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn.
Portulacaceae
Major-gomes
Alimentícias
Plantae
Talinum paniculatum é planta herbácea, medindo entre 10-100cm de altura; caule ereto, glabro, simples ou, por vezes, pouco ramificado. Folhas alternas ou subopostas, mais concentradas na parte basal do caule; pecíolo com até 10mm de comprimento; lâminas das folhas com 30-120(170)x15-40(60)mm, obovais ou oblanceoladas, ápices arredondados ou agudos, bases cuneadas, glabras. Inflorescência em tirsos, pedúnculo cilíndrico 10- 25cm de comprimento; pedicelo com até 2cm de comprimento. Flores com sépalas com 2-3x1-2mm, decíduas, obovais; pétalas rosas ou brancas, com 3-5x2-3mm; estames com 10-15mm; estilete com até 1,5mm de comprimento. Cápsula com 3-5mm de comprimento, globosa, amarela, trivalvar, cartáceas, do ápice para a base; sementes verrucosas, medindo entre 0,8-1,0mm de comprimento, de coloração variando entre marrom-escuras a negras (Coelho; Giulietti, 2006; Flora de Santa Catarina, 2014). Coelho (2010) discorre que a espécie tem morfologia muito variável, principalmente em relação ao porte, folhas e tipos de flores.
São plantas extremamente rústicas e de grande adaptabilidade, sendo algumas das hortaliças folhosas mais adaptadas, tanto ao clima extremamente úmido da região amazônica quanto ao clima semiárido do sertão nordestino. É comum encontrá-las espontaneamente nos estratos inferiores em sub-bosque de estratos florestais, demonstrando sua plena adaptabilidade a sistemas agroflorestais. Muitas vezes, são consideradas plantas invasoras em sistemas agrícolas (Kissmann; Groth, 1999), sendo comum o aproveitamento alimentar de plantas espontâneas nesses locais.
T. paniculatum ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Hassemer, 2019b). Nativas, porém não endêmicas do Brasil.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-41
Talinum fruticosum (L.) Juss. Talinum fruticosum (L.) Juss.
Portulacaceae
Cariru
Alimentícias
Plantae
Talinum fruticosum é planta herbácea, com 15-60cm de altura, caule ereto, glabro (sem pelos ou tricomas), simples ou ramificado. Folhas alternas ou subopostas, lâmina com 20-100x20-40mm, oboval, ápice emarginado, base cuneada, pecíolo com 1,0-1,5mm. Inflorescências em cimeiras monocasiais, pedúnculo triangular com 2-10cm, pedicelo com, aproximadamente, 1,0cm. Flores róseas; sépalas com 4-5x2-3mm, persistentes, obovais; pétalas com 7-8x5-6mm; 20-40 estames; estilete com 1-2mm. Frutos cápsulas, com 2-5mm, globosas, amarelas, frequentemente com pontos avermelhados, deiscência valvar; sementes marrom-escuras a negras com 0,8-1,0mm (Flora de Morro do Chapéu, 2013).
São plantas extremamente rústicas e de grande adaptabilidade, sendo algumas das hortaliças folhosas mais adaptadas, tanto ao clima extremamente úmido da região amazônica quanto ao clima semiárido do sertão nordestino. É comum encontrá-las espontaneamente nos estratos inferiores em sub-bosque de estratos florestais, demonstrando sua plena adaptabilidade a sistemas agroflorestais. Muitas vezes, são consideradas plantas invasoras em sistemas agrícolas (Kissmann; Groth, 1999), sendo comum o aproveitamento alimentar de plantas espontâneas nesses locais.
T. fruticosum ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Pará, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Hassemer, 2019a). Nativas, porém não endêmicas do Brasil.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-40
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw. Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
Fabaceae
Estilosantes
Forrageiras
Plantae
É um subarbusto perene que na Amazônia pode atingir de 50 a 150 cm de altura (The New, 2018). O caule estriado, tomentoso, setoso ou glabrescente, estípula externa oblonga, obovada ou estreita-elíptica, paleácea, verde, tomentosa, setosa, com a 10–22 nervuras; estípula interna ovóide, glabra ou pubescente, 3–10 nervuras, 4,5–10x2–6,5mm, ápice aristado. Folha (14,5-) 19-43mm DE comprimento; pecíolo tomentoso, 2–8mm de comprimento; raque tomentosa ou setosa, 1–2mm de comprimento; folíolo elíptico, lanceolado ou oblanceolado, tomentoso, ápice apiculado ou mucronado, base obtusa, 4–10 pares de nervuras inconspícuas,15,5–27x1,0-4,0mm. Inflorescência em espiga, 2–4 espigas, terminal e axilar, ovoide, largo-ovoide, 7,0–24,5x5,0-18,0(-26,5)mm; bráctea externa elíptica, ovoide ou oblonga, paleácea, verde, setosa; 5–12 nervuras; 3,5–6,0x2,- 0–6,0mm, ápice acuminado, 0,7-4,0mm de comprimento; bráctea interna elíptica, ovoide ou largo-ovoide, 1–5 nervuras, 3,0–6,5x2,0–4,5mm, duas bractéolas, lanceoladas e lineares, paleáceas, alvas, ápices aristados, margens ciliadas, 3,0–5,0x0,5-1,2mm de comprimento. Flor 8–13mm de comprimento; corola amarela ou branca; estandarte largo-obovado, ápice obcordado, base cuneada, 4,0–6,6x3,0-5,8mm, estrias vermelho-vináceas, duas dobras na região mediana e uma basal; asas largo-obovadas, 3,0–6,0x1,5–3,0mm; pétalas da quilha falciformes, 2,5–3x1–1,6mm. Lomento com um artículo fértil, largo-elíptico, glabro, reticulado, 3,0–3,8x1,- 8–2,3mm, estilete curto e uncinado 0,4–0,7mm de comprimento; semente elíptica, preta, 1,6–2,7x0,9–2,0mm (Costa, 2007).
É uma espécie adaptada a solos ácidos e de baixa fertilidade, resistência à seca, tolerante a pragas e doenças (Costa; Schultze-Kraft, 1990). Outras características também importantes é o potencial de produção de sementes (Barcellos; Vilela, 1994) e a capacidade de fornecer forragem de boa qualidade no período seco (Ferreira; Costa, 1979). Para Souza Filho et al., (1991) S. guianensis se adapta bem as condições do cerrado do Amapá com boa distribuição de forragem durante as épocas de máxima e mínima precipitação, porém a produção de sementes deixa a desejar, embora tenha ocorrido floração praticamente o ano inteiro, sendo mais intensa no período de menor precipitação (junho a dezembro). Mochiutti et al. (1999) também citam o potencial de S. guianensis para o Amapá que, também apresenta boa cobertura do solo, porém, a produção de sementes é uma limitação para a espécie. Os autores recomendam a continuidade das pesquisas com a espécie visando a seleção de acessos que além da produção de forragem tenham boa produção de sementes. Cruz et. al. (1986) também citam dificuldades para produzir sementes de S. guianensis. Para Costa e Coradin (2016) a produção de sementes é bastante variável na espécie, podendo oscilar de 1 a 104g/m2 (Botrel et al., 1985; Sousa et al., 1990). Essa produção pode estar relacionada à época de plantio (Botrel et al., 1985), método de colheita e à grande variabilidade existente na espécie (Costa; Coradin, 2016).
Ocorre na Argentina, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana, Guiana Francesa, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil a espécie está amplamente distribuida nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018; Gissi, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-93
Stylosanthes capitata Vogel. Stylosanthes capitata Vogel
Fabaceae
Estilosantes
Forrageiras
Plantae
Subarbusto perene de crescimento ereto ou prostrado , que pode atingir 120cm de altura e 100cm de diâmetro; as folhas são trifolioladas cujos folíolos podem ter 40mm de comprimento e 15mm de largura; a inflorescência é composta por 2 a 4 espigas que medem até 70mm de comprimento por 200mm de largura; a flor mede até 14,5mm de comprimento e tem a corola amarela ; a semente tem coloração que varia de pretas a amarelas, medindo de 2 a 3mm de comprimento e 1 a 2mm de largura (Costa et al. 2008; Tropical Forages, 2018).
Seu potencial provavelmente é maior em ecossistema de savana devido a sua adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade (Burt et al., 1983; Costa; Schultze-Kraft, 1990) e por ser tolerante a pragas e doenças (Costa; Schultze-Kraft, 1990). Outras características importantes para a espécie é a boa produção de forragem, resistência ao pastejo e ao pisoteio, boa capacidade de consorciação e de ressemeadura natural, rápido rebrote no segundo ano de cultivo (Gianluppi; Smiderle, 1999). O maior potencial para produção de forragem é expresso na época chuvosa, onde se verifica maior taxa de crescimento das plantas. Comparando o desempenho de S. capitata no cerrado do Amapá na época chuvosa e na época seca, Mochiutti et al. (1999) reportam que, durante o período chuvoso, as plantas tiveram maiores alturas, maiores capacidades de cobertura do solo e uma produção de forragem de cerca 153% superior à da época seca. Nascimento et al. (1998) também observaram que S. capitata mostrou-se bastante promissor também na época das águas.
Ocorre na Bolívia, Brasil e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil tem ocorrência confirmada, , nas regiões Norte (Pará, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná) (Flora do Brasil, 2018; Gissi, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-92
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Casca-Da-Virgindade
Fabaceae
Barbatimão
Medicinais
Plantae
Árvore com 4-5m de altura , tronco tortuoso, com casca fendida e cerca de 12mm de espessura; casca dos ramos com cerca de 4mm de espessura, ramos curtos, grossos, tortuosos, com cicatrizes foliares nas extremidades. Folhas alternas, bicompostas, paripinadas, pecioladas; estípulas pequenas, grossas e caducas; ráquis frequentemente dotada de glândula na base e entre os últimos pares de pinas; pinas 5-8 pares; folíolos 5 a 8 pares em cada pina, alternos ou subpostos, subsésseis; limbo ovado com 1,5x1-1,5cm, de membranáceo a cartáceo, de base obtusa, arredondada a truncada, e ápice arredondado a retuso. Flores com corola creme-esverdeada, actinomorfas, sésseis; cálice cupuliforme, pétalas livres, naviculares; estames 10, livres; filetes com cerca do dobro do comprimento da corola; anteras rimosas e oblongas; ovário súpero, unilocular, com muitos óvulos parietais e bisseriados. Inflorescência do tipo espiga, cilíndrica e axilar , com, aproximadamente, 100 flores. Fruto legume indeiscente séssil, com 6-9cm de comprimento, negro, linear-oblongo; sementes numerosas oblongas, achatadas, com 6-9x1-3mm, castanho-avermelhadas (Lorenzi; Matos, 2002; Matins et al., 2016).
No Cerrado, a floração ocorre entre julho/agosto até outubro/novembro, com pico em setembro. A frutificação ocorre quase o ano todo, de janeiro a novembro. De maneira geral, a floração e frutificação são anuais com predominância no final da estação seca e início da estação chuvosa, indicando a influência da precipitação pluviométrica na fenologia da espécie (Martins et al., 2016). Meira et al. (2016) realizaram uma caracterização estrutural de populações de barbatimão, no norte de Minas Gerais e observaram maior concentração de indivíduos no estrato intermediário, com 140-150 indivíduos por área. As populações dos diferentes locais apresentam estruturas distintas, sendo compostas por um grande número de indivíduos de pequenos diâmetros, além de boa capacidade de regeneração, alta densidade de indivíduos por hectare e a estrutura horizontal e vertical, demonstrando viabilidade para o manejo de populações.
: Espécie nativa e endêmica do Brasil, com distribuição confirmada nas regiões Norte (Tocantins), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e na Sul (Paraná) (Souza; Lima, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-116
Spondias mombin L. Spondias mombin L. Cajá-Mirim
Anacardiaceae
Cajá
Alimentícias
Plantae
Árvore ereta, caducifólia, podendo atingir mais de 20m de altura, tronco unico ou bifurcado em Y, revestido por casca muito grossa, acinzentada, rugosa, saliente e fendida (Lorenzi, 2002). A copa é ramifica na parte terminal, vistosa e imponente quando em fase de floração e frutificação (Souza; Bleicher, 2002). As folhas são compostas, alternas, imparipinadas, com 5-11 pares de folíolos, espiraladas, pecioladas, peciólulo curto de 5cm de comprimento; folíolos opostos ou alternos; lâmina oblonga, cartácea, de 5-11cm de comprimento por 2-5cm de largura; margem inteira; ápice agudo, base arredondada, desigual, glabra nas duas faces; raque de 20-30cm de comprimento, piloso, sem glândulas (Prance; Silva, 1975). As flores são dispostas em inflorescências do tipo panículas terminais piramidais, de 20 a 60cm de comprimento. As inflorescências apresentam flores unissexuais e hermafroditas na mesma planta, cálice de 0,5cm de diâmetro; receptáculo arredondado, 1-4mm de comprimento. O número de flores por panícula é variável, podendo atingir mais de 2.000 (Silva; Silva, 1995; Oliveira, 2010). Apesar de produzir muitas flores, cada cacho produz em média 30 frutos, com peso entre 9g e 22g (Sacramento; Souza, 2000). Os frutos têm formato ovoide ou oblongo, achatado na base, cor variando do amarelo ao alaranjado, casca fina, lisa, polpa pouco espessa também variando do amarelo ao alaranjado, suculenta e de sabor ácido-adocicado (Silva; Silva, 1995). O endocarpo, comumente chamado de caroço, é grande, branco, súbero lignificado e enrugado, contendo de dois a cinco lóculos e de 0 a 5 sementes (Lozano, 1986a,b; Villachica, 1996; Souza et al., 1999; Silva, 2003; Azevedo et al., 2004). A semente é claviforme a reniforme, medindo 1,2cm de comprimento e 0,2cm de largura, com os dois tegumentos de consistência membranácea, coloração creme e superfícies lisas (Cardoso, 1992).
: O taperebazeiro é planta perenifólia ou semidecídua, heliófita e seletiva higrófita, caracteristíca da mata alta de várzeas de terra firme. Também é encontrada nas formações secundárias onde se regenera tanto por sementes como rebrotas de raízes (Lorenzi, 2002). A planta tem forte dominância apical e seus meristemas induzem o crescimento de ramos ortotrópicos longos, formando caules monopodiais ou bifurcados com fuste e copas altas. Dada a sua ampla distribuição, a fenologia da cajazeira é distinta em cada região. No México, a floração ocorre de março a maio, e a frutificação, de maio a julho e de setembro a novembro; na América Central, a floração é de março a maio (setembro), com a frutificação de março a outubro; no noroeste da América do Sul e oeste dos Andes, a floração é de novembro a junho (setembro), com frutificação todo o ano; no norte da Venezuela e nas Guianas, a floração é de outubro a junho, com frutificação o ano todo; no oeste da Amazônia, a floração é de outubro a maio, com frutificação de janeiro a junho; no noroeste da Amazônia, a floração é de outubro a maio, com frutificação de janeiro a junho; no leste e centro da Amazônia brasileira, a floração é de julho a abril, com frutificação em novembro; no sudoeste da Amazônia, a floração é de outubro a novembro, e a frutificação, de outubro a março; centro e leste do Brasil (sul do Amazonas), a floração é de agosto a fevereiro, e a frutificação, de setembro a abril (Mitchell; Daly, 2015). No Nordeste a floração ocorre de outrubro a dezembro, com frutificação de janeiro a julho. São vários os animais e herbívoros que dispersam os frutos da cajazeira, a exemplo de cervos, coatis, esquilos, macacos e espécies de morcegos e répteis, além de ovinos, suínos e caprinos (Croat, 1974b; Adler; kirlpinski, 2000). A planta possui adaptações morfológicas e mecanismos fisiológicos para suportar os períodos de enchentes das várzeas da Amazônia e os de estiagem da região Nordeste
O gênero Spondias apresenta dois centros de diversidade, que são a Mata Atlântica e a Amazônia ocidental, no estado do Acre e regiões limítrofes do Peru e da Bolívia (Mitchell e Daly, 1995). Segundo a Flora do Brasil (2018) o taperebá ocorre nas regiões Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-39
Solanum sessiliflorum Dunal Solanum sessiliflorum Dunal
Solanaceae
Cubiu
Alimentícias
Plantae
Arbusto ereto e ramificado, semiperene (duração de até três anos), com altura variando de 80cm a 2m , sendo as variedades cultivadas sem espinhos. Raiz pivotante pouco profunda e raízes laterais com até 1,4m de comprimento. Caule ramificado, esverdeado, finamente tomentoso nas partes mais jovens. Folhas simples, ovaladas, grandes (30 a 60cm), alternas, pubescentes, margem lobado-dentada e ápice agudo. Flores sésseis, hermafroditas e femininas, reunidas em inflorescências racemosas, 5 a 8 flores, com pétalas variando entre esverdeada até arroxeada, com cálice esverdeado, revestido de indumento lanoso esbranquiçado. Fruto tipo baga, 4 a 7cm de comprimento e 4 a 6cm de diâmetro, revestido com indumento lanoso quando jovem, por vezes preservando o indumento até a maturação, tamanhos e formatos variados, podendo ser redondo, quinado, comprido ou oblongos, pesando de 30 a 400g; a cor pode ser esverdeada, amarela, alaranjada, vermelha, arroxeada até quase preta, com polpa amarelo clara ligeiramente ácida e suculenta, contendo de 500 a 2000 sementes ligeiramente circulares, amareladas e achatadas. Os frutos oblongos têm quatro lóculos, enquanto os redondos podem ter de quatro a seis lóculos. O peso médio de 1000 sementes 1,2g.
O cubiu é uma espécie heliófila que cresce em áreas de terra-firme, em latossolo amarelo ou solo franco arenoso, não suportando solos encharcados. Ocorre em altitudes que variam entre 2 a 1200m, com pluviosidade entre 2000 e 4000mm/ano, bem distribuída. Pahlen (1977) relata a ocorrência de micorrizas nas raízes de cubiu, o que melhora a absorção de nutrientes, em especial do fósforo. A espécie é preferencialmente autógama, sendo polinizada por Eulaema nigrita, e a produção começa 6 a 7 meses após o plantio, podendo estender-se por mais de 15 meses. A maturação é indicada pela mudança de coloração do fruto de verde para amarelo ou outras cores. O fruto é resistente ao transporte e armazenamento, se conservado em geladeira dura mais de 20 dias.
Solanum sessiliflorum é uma espécie nativa, não endêmica do Brasil, ocorrendo também no Peru, Colômbia, Venezuela e Bolívia. No Brasil está restrita à Região Norte onde tem ocorrência confirmada nos estados do Amazonas, Amapá e Pará (Flora do Brasil, 2019), sendo encontrada em estado silvestre, em quintais, roçados e pequenos plantios. Atualmente vem sendo cultivada no Sudeste do Brasil.
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