nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Dioscorea chondrocarpa
Dioscorea chondrocarpa Griseb.
Cipó-Jacaré
 
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Eryngium foetidum
Eryngium foetidum L.
Chicória
 
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Bertholletia excelsa
Bertholletia excelsa Bonpl.
Castanheira
 
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Acioa longipendula
Acioa longipendula (Pilg.) Sothers & Prance
Castanha de Galinha
 
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Acioa edulis
Acioa edulis Prance
Castanha de Cutia
 
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Stryphnodendron adstringens
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
Casca-Da-Virgindade
 
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Dioscorea trifida
Dioscorea trifida L.f.
Cará-Roxo
 
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Paspalum repens
Paspalum repens P.J.Bergius
Capim-Membeca
 
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Spondias mombin
Spondias mombin L.
Cajá-Mirim
 
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Herrania mariae
Herrania mariae (Mart.) Decne. ex Goudot
Cacau Jacaré
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Dioscorea chondrocarpa Griseb. Dioscorea chondrocarpa Griseb. Cipó-Jacaré
Dioscoreaceae
Cará-de-espinho
Alimentícias
Plantae
Planta herbácea perene, trepadeira , que produz rizóforos . Segundo Appezzato-da-Gloria (2015), os rizóforos se diferenciam das demais estruturas subterrâneas por se originarem do espessamento do hipocótilo; por possuírem sistema bipolar de ramificação caulinar; todas as raízes formadas a partir do rizóforos ocorrem, preferencialmente, na região nodal. Os caules são finos, lisos e providos de acúleos. As folhas são simples, pecioladas, de lâmina cordada, cartácea, glabra e brilhante na face adaxial (Kinupp; Lorenzi, 2014). Possui inflorescências axilares, em espigas cilíndricas, com flores de cor creme-amarelada. As infrutescências têm formato de cápsulas elíptico-oblonga, ápice apiculado, base obtusa, pruinosa. Sementes com ala posterior oblonga (Kirizawa et al., 2016). Todavia, nos experimentos desenvolvidos pelo PES (Projetos Estruturas Subterrâneas), do IFAM-CMZL desde 2009, não foram observados frutos e sementes nas espécies do gênero Dioscorea estudadas (Kinupp; Lorenzi, 2014).
De acordo com Silva et al. (2013), o cará-de-espinho não se desenvol - ve quando cultivado em sistema de espaldeiramento a céu aberto . Embora sendo uma espécie he - liófila, observou-se que a parte subterrânea deve ficar em local protegido da incidência direta do sol.
Espécie nativa, não endêmica, apresentando, conforme, ampla distribuição geográfica no Brasil, com ocorrências confirmadas nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Paraíba e com possível ocorrência em Pernambuco e Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) eSul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Florado Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-13
Eryngium foetidum L. Eryngium foetidum L. Chicória
Apiaceae
Chicória
Condimentares
Plantae
Erva de pequeno porte, acaule, anual e bianual, de rizoma subterrâneo, rasteiro, com feixes de raízes nos nós. Folhas de inserção espiralada formando rosetas, com limbo inteiro, sésseis ou com pecíolo invaginante. Flores andróginas diclamídeas, dialipétalas, dispostas em glomérulos densos, globosos a alongados. Cada grupamento simples de glomérulos é envolvido na base por um involucelo de brácteas. Este involucelo é constituído por uma ou mais brácteas palmatissectas. Cálice com tubo adnato ao hipâncio, com bordo 5-denteado; pétalas 5 com ápice inflexo; estames 5 inseridos em um disco epígino; ovário ínfero, estiletes 2 dilatados na base. Fruto tipo esquizocarpo, constituído por dois aquênios planos na face de união; mesocarpo e endocarpo constituídos por várias camadas de células lignificadas conferindo certa dureza. Semente com testa fina, endosperma carnoso e embrião diminuto (Barroso, 1984).
A espécie vegeta bem mesmo em áreas perturbadas, desde que haja incidência de luz moderada. Desenvolve-se de forma aglomerada e seus frutos produzem quantidade abundante de sementes. A intensidade de luz influi na morfologia da planta. Em áreas sombreadas as folhas são grandes e eretas, enquanto que em plena luz as folhas são mais coriáceas e seu crescimento é em forma de roseta. É uma espécie muito frequente em regiões tropicais e subtropicais úmidas (Sánchez; Valverde, 2000). Mamoré (2017) relata o cultivo da espécie em diferentes condições de disponibilidade hídrica, simulando ambientes xéricos e alagados. Os estudos morfoanatômicos mostraram que a espécie é tolerante aos dois tipos de ambientes, evidenciando adaptações estruturais para cada um deles.
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada apenas para a região Norte (Acre, Amazonas) . Possível ocorrência também nos estados do Amapá, Pará, Rondônia e Roraima (Flora do Brasil, 2017; Lucas; Cardozo, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-66
Bertholletia excelsa Bonpl. Bertholletia excelsa Bonpl. Castanheira
Lecythidaceae
Castanha-do-brasil
Alimentícias
Plantae
Árvore de porte elevado, com altura de 30 a 50m e tronco retilíneo, de 100 a 180cm de diâmetro, casca rígida, grossa e rimosa. Excepcionalmente a planta pode atingir 60m de altura (Müller et al., 1995; Lorenzi, 1992; Cavalcante, 2010). As folhas são simples, alternas, decíduas, com ápice acuminado, base arredondada a subcuneada, margens inteiras ou fracamente onduladas. O pecíolo é cilíndrico canaliculado, com 5 a 6cm de comprimento e o limbo oblongo com 25 a 35cm de comprimento e 8 a 12cm de largura. As folhas são reticuladas e com nervuras levemente aveludadas na parte abaxial. São de coloração verde- -escura quando completamente maduras e de coloração arroxeada quando imaturas. A mudança foliar da castanheira-do-brasil ocorre o ano inteiro. As folhas maduras persistem na planta durante quase todos os meses do ano, com decréscimo nos meses de agosto e setembro. As folhas novas aparecem entre os meses de junho a novembro, com maior incidência em setembro, quando todas as árvores apresentam folhas novas. A inflorescência é axilar ou em panículas terminais de poucos racemos. As flores são hermafroditas zigomórficas, apresentando cálice inteiro e urceolado, na antese bi ou tripartido, com ápice dos lobos dentados; corola esbranquiçada ou levemente amarelada, com seis pétalas livres, imbricadas, andróforo com a parte superior contendo numerosos estaminoides; parte inferior do andróforo, a lígula; filete com dilatação no ápice, onde se insere a antera por meio de um conectivo filiforme, ovário ínfero tetralocular, lóculos geralmente com quatro a cinco óvulos. O androceu é dividido em três partes: anel estaminal, ou seja, o conjunto de estames que apresenta a forma ovalada, envolvendo o estilete e o estigma; a lígula: uma zona livre entre o anel estaminal e o chapéu, este é proveniente da extensão do eixo floral, uma estrutura em forma de elmo com prolongamento pontiagudo. Os estaminoides são unidos; ao fundo encontram-se as glândulas de néctar. O chapéu ou elmo se curva sobre o anel estaminal e o recobre totalmente. Além disso, as pétalas são fortemente aderidas ao androceu. As flores da castanheira se desenvolvem em inflorescência tipo panículas ou racimos nas extremidades dos ramos. O fruto é uma cápsula pixídica, denominado popularmente como “ouriço”. Tem forma aproximadamente esférica ou levemente achatada e casca lenhosa e bastante dura. Apresenta o mesocarpo lenhoso, extremamente duro,constituídos de células pétreas (esclereídeos). Pode pesar de 500 a 1.500 gramas. Contém em seu interior em torno de 15 a 24 sementes angulosas, com quatro a sete centímetros de comprimento, testa (tegumento externo) córnea e rugosa (Almeida, 1963; Müller et al., 1995; Cavalcante, 2010). As sementes correspondem a 25% do peso total do fruto e as amêndoas em torno 12,5% do peso do fruto. Isto é, de um fruto com cerca de 1kg pode-se obter em média 125g de amêndoas frescas (Müller et al., 1995).
A espécie é predominantemente alógama, em decorrência de apresentar mecanismo de autoincompatibilidade genética, embora se verifique, em alguns genótipos, pequena taxa de autofecundação, com a estimativa de taxa de cruzamento multiloco individual por planta materna (tm=0,849). A peculiar morfologia da flor restringe o acesso aos visitantes, caso das abelhas de médio e grande porte. As flores são polinizadas por grandes abelhas dos gêneros (Xylocopa, Epicaris, Bombus, Centris e Eulaema), capazes de promover fluxo de pólen a grandes distâncias, fator fundamental, pois a espécie Bertholletia excelsa é planta com síndrome melitófila, portanto, dependente da ação dos polinizadores para garantir a produção de frutos (Moritz, 1984; O’Malley et al., 1988; Maués, 2002).Na maioria das áreas de ocorrência natural ou de cultivo das castanheiras a espécie floresce na época de menor precipitação, com a produção e queda de frutos maduros no período de chuvas. São necessários cerca de 12 a 15 meses para que o fruto complete a maturação, ou seja, durante a floração e o desenvolvimento dos frutos novos, a castanheira-do-brasil conserva os frutos velhos e quase maduros, sendo comum encontrar frutos de diferentes estágios de desenvolvimento em uma mesma planta durante todo o ano (Moritz,1984; Maués, 2002).
Apresenta ampla distribuição em florestas de terra firme e áreas antropizadas da Bacia Amazônica (Flora do Brasil, 2018), ocorrendo em agrupamentos de árvores de 50 a 100 indivíduos, espalhados pelas grandes florestas às margens dos Rios Amazonas, Negro, Orinoco, Araguaia e Tocantins (Prance; Mori, 1979).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-6
Acioa longipendula Pilg Acioa longipendula (Pilg.) Sothers & Prance Castanha de Galinha
Chrysobalanaceae
Castanha-de-galinha
Alimentícias
Plantae
Acioa longipendula apresenta hábito arbóreo, porte mediano a alto, porém em função das condições edafoclimáticas e da vegetação do local onde se encontra, apresenta altura de 4 a 30m e tronco de 10 a 40cm de diâmetro. A copa é densa, com ramos relativamente pêndulos. As folhas são simples, com 9,5 a 16cm de comprimento, pecíolo 5,0-5,9mm, alterna- -dísticas, elípticas ou ovais, cartáceas, base arredondada, ápice acuminado, margem inteira e revoluta, lâmina glabra, discolor, face adaxial verde-escura e face abaxial verde-clara. Inflorescência em panículas, em pedúnculo longo, filiforme e pendente, com até 1m de comprimento. Flores vistosas devido aos numerosos estames róseo-púrpuros. O fruto é uma drupa, oval ou elipsoide, base e ápice arredondado, de cor verde, passando paraverde-rosado, posteriormente,marrom com a maturação. O peso é variado, podendo-se encontrar frutoscom valores médios de 28 a 48gou, até mesmo acima de 50g. O diâmetro longitudinal médio é de 7 a 10 cm e diâmetro transversalde 5-6cm, de forma semelhante ao ovo de galinha, de onde procede o nome vulgar. Epicarpo delgado, 0,2cm, pubescente, cor esverdeada, se solta naturalmente. Mesocarpo 0,5-0,7cm de espessura, seco, fibroso, com fibras marrom-esbranquiçadas. Cálice permanente. Possui uma semente com cerca de 3x2cm de tamanho, peso entre 4-7g, rica em óleo e muito apreciada como parte comestível do fruto (Cavalcante, 1996; Souza et al., 1996; Isacksson, 2018).
Rodrigues (1976) relatou que a amêndoa desengordurada de Acioa longipendula tem coloração clara, de ótimo sabor, com elevado teor de proteínas (32,5%), fibra bruta (10,6%) e cinza (8,3%), sendo recomendada para uso na alimentação humana e animal. O autor relatou ainda a importância do óleo produzido na amêndoa, 75% a 80%, de coloração amarelo-esverdeada e indicado para uso alimentício. Acioa longipendula, devido ao seuporte e à bela floração rósea, tem potencial de uso também no paisagismo.Loureiro et al. (1979),
endêmica no Brasil, apresenta ocorrência na Região Norte, no estado do Amazonas, frequente na região de Manaus, com registro no Médio Rio Negro, e Purus; e no Pará até a boca do Rio Trombetas, em Oriximiná
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-2
Acioa edulis Prance Acioa edulis Prance Castanha de Cutia
Chrysobalanaceae
Castanha-de-cutia
Alimentícias
Plantae
Acioa edulis é árvore, com altura média de 15 a 25m, copa com 12 a 15m de diâmetro, tronco com casca áspera, de coloração parda, 30 a 50cm de diâmetro. Folhas simples, alternas, pecioladas, lâmina glabra, levemente discolor, com duas glândulas próximas da base na face inferior. Formato elíptica, de 7 a 17cm de comprimento e 5 a 12cm de largura, base arredondada, ápice curtamente acuminado; nervação quase indistinta, exceto a nervura central. A inflorescência é uma panícula curta e muito ramificada, com 5cm a 10cm de comprimento, com umas 20 pequenas flores assimétricas e bissexuais. Receptáculo cônico, 6-7mm de comprimento, 5 sépalas, arredondadas, 3-5mm de comprimento, pétalas brancas; os estames longos, em número de 17 a 20 e em duas fileiras; o ovário unilocular, com 2 óvulos. O fruto é uma drupa oblonga, medindo 6 a 9cm por 4 a 5cm, casca rígida lenhosa, fibrosa, com 0,8 a 1,0cm de espessura. As amêndoas são elípticas de cor branca, tamanho entre 4-5 por 2-3cm e peso em torno de 15-20g, representando cerca de 29% do peso do fruto (Prance, 1975; Cavalcante, 1996; Souza et al., 1996; Kinupp; Lorenzi, 2014).
A casca do fruto de Acioa edulis é fibrosa, com alto teor de lignina, baixa absorção de água e alta resistência à degradação natural e altamente resistente, podendo ser aproveitada como matéria-prima para queima, confecção de carvão ou como aditivo em materiais estruturais (Assis; Pessoa 2009).
A espécie Acioa edulis é nativa e endêmica no território brasileiro. Tem sua distribuição geográfica confirmada na Região Norte (Amazonas), ocorrendo na Bacia do Médio Solimões, de Coari a Tonantins, e na Bacia do Médio Purus
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-1
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Casca-Da-Virgindade
Fabaceae
Barbatimão
Medicinais
Plantae
Árvore com 4-5m de altura , tronco tortuoso, com casca fendida e cerca de 12mm de espessura; casca dos ramos com cerca de 4mm de espessura, ramos curtos, grossos, tortuosos, com cicatrizes foliares nas extremidades. Folhas alternas, bicompostas, paripinadas, pecioladas; estípulas pequenas, grossas e caducas; ráquis frequentemente dotada de glândula na base e entre os últimos pares de pinas; pinas 5-8 pares; folíolos 5 a 8 pares em cada pina, alternos ou subpostos, subsésseis; limbo ovado com 1,5x1-1,5cm, de membranáceo a cartáceo, de base obtusa, arredondada a truncada, e ápice arredondado a retuso. Flores com corola creme-esverdeada, actinomorfas, sésseis; cálice cupuliforme, pétalas livres, naviculares; estames 10, livres; filetes com cerca do dobro do comprimento da corola; anteras rimosas e oblongas; ovário súpero, unilocular, com muitos óvulos parietais e bisseriados. Inflorescência do tipo espiga, cilíndrica e axilar , com, aproximadamente, 100 flores. Fruto legume indeiscente séssil, com 6-9cm de comprimento, negro, linear-oblongo; sementes numerosas oblongas, achatadas, com 6-9x1-3mm, castanho-avermelhadas (Lorenzi; Matos, 2002; Matins et al., 2016).
No Cerrado, a floração ocorre entre julho/agosto até outubro/novembro, com pico em setembro. A frutificação ocorre quase o ano todo, de janeiro a novembro. De maneira geral, a floração e frutificação são anuais com predominância no final da estação seca e início da estação chuvosa, indicando a influência da precipitação pluviométrica na fenologia da espécie (Martins et al., 2016). Meira et al. (2016) realizaram uma caracterização estrutural de populações de barbatimão, no norte de Minas Gerais e observaram maior concentração de indivíduos no estrato intermediário, com 140-150 indivíduos por área. As populações dos diferentes locais apresentam estruturas distintas, sendo compostas por um grande número de indivíduos de pequenos diâmetros, além de boa capacidade de regeneração, alta densidade de indivíduos por hectare e a estrutura horizontal e vertical, demonstrando viabilidade para o manejo de populações.
: Espécie nativa e endêmica do Brasil, com distribuição confirmada nas regiões Norte (Tocantins), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e na Sul (Paraná) (Souza; Lima, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-116
Dioscorea trifida L.f. Dioscorea trifida L.f. Cará-Roxo
Dioscoreaceae
Cará
Alimentícias
Plantae
Planta trepadeira, de caule fino, que se enrola para a esquerda no sentido anti-horário, com duas ou mais alas membranosas, geralmente em maior número na parte inferior do caule. Possui folhas pecioladas, com pecíolos angulosos, de até 15cm de comprimento, alternas, às vezes opostas com três a cinco lobos, forma e tamanhos diversos, até 25cm de comprimento e igual largura, mais ou menos pilosas nas duas faces, lobos de forma acuminados ou oval-agudos . As plantas são unissexuais, com flores masculinas dispostas em racemos, formando uma inflorescência estaminada; as flores femininas formam inflorescências diferenciadas nos ramos, onde surgem dois cachos simples na mesma axila foliar, formando uma inflorescência de coloração esverdeada de 4 a 6mm de diâmetro. Os frutos são capsulares, com três lobos, cada um com duas sementes de, aproximadamente, 2,7cm de comprimento e 1,7cm de diâmetro, orbiculares (Castro, 2011).
: O preparo do solo para o plantio do cará-roxo envolve a limpeza da área por meio de roçagem e capinas. A correção do solo, quando necessária, é efetuada com a aplicação de calcário e adubo orgânico (esterco bovino curtido) ou mineral. Mercado et al. (2015) avaliaram, nas condições da Colômbia, o efeito da irrigação no desenvolvimento e produtividade de Dioscorea trifida e observaram que, no espaçamento de 1x1m, esta espécie apresentou rendimento médio de 30,6t/ha, com teor de amido de 21,3% (em base úmida) e a biomassa da parte aérea foi de 1,1kg/planta. A aplicação de irrigação resultou em aumento na produção de tubérculos de 78,9%
Trata-se de uma espécie nativa do Brasil, porém não endêmica. A espécie está mais amplamente distribuída nas regiões Norte e Centro-Oeste. Tem, portanto, ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Amapá, Rondônia e, possivelmente, Roraima), Nordeste (Maranhão, Paraíba, Pernambuco), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal) e Sudeste (Minas Gerais) . A espécie ocorre predominantemente nos domínios fitogeográficos da Amazônia e do Cerrado. Está distribuída basicamente em vegetação do tipo Cerrado (lato sensu) e Floresta de Terra Firme (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-14
Paspalum repens P.J.Bergius Paspalum repens P.J.Bergius Capim-Membeca
Poaceae
Capim-perimembeca
Forrageiras
Plantae
Plantas perenes, colmos geralmente submersos, podendo alcançar 2m de comprimento; bainhas e ramos flutuantes inflados; lâminas geralmente 10-20cm de comprimento e 12-15mm de largura. Panículas de 10-15cm com diversos racemos adescendentes, espalhando-se ou recurvando-se de 3-5cm de comprimento, caindo integralmente, o ráquis com cerca de 1,5mm de largura ; espículas solitárias no ráquis, elípticas, 1,4-2mm de comprimento, geralmente pubescentes; lema estéril um pouco encarnada na base (Black, 1950).
Paspalum repens tende a formar estandes monoespecíficos, contribuindo para a retenção de sedimentos nas várzeas, em decorrência do seu crescimento vigoroso nos solos férteis desse ecossistema (Piedade et al., 2010). A espécie apresenta ciclo fotossintético C4 (Jones, 1985; Medina et al., 1999). De acordo com Camarão et al. (2006), quando essa espécie foi cultivada em solos inundáveis de estuário no Baixo Amazonas e na Ilha de Marajó, apresentou muito baixa persistência.
A espécie é comum em toda a América tropical, sendo uma das espécies de capim aquático mais comuns na região amazônica (Black, 1950). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-99
Spondias mombin L. Spondias mombin L. Cajá-Mirim
Anacardiaceae
Cajá
Alimentícias
Plantae
Árvore ereta, caducifólia, podendo atingir mais de 20m de altura, tronco unico ou bifurcado em Y, revestido por casca muito grossa, acinzentada, rugosa, saliente e fendida (Lorenzi, 2002). A copa é ramifica na parte terminal, vistosa e imponente quando em fase de floração e frutificação (Souza; Bleicher, 2002). As folhas são compostas, alternas, imparipinadas, com 5-11 pares de folíolos, espiraladas, pecioladas, peciólulo curto de 5cm de comprimento; folíolos opostos ou alternos; lâmina oblonga, cartácea, de 5-11cm de comprimento por 2-5cm de largura; margem inteira; ápice agudo, base arredondada, desigual, glabra nas duas faces; raque de 20-30cm de comprimento, piloso, sem glândulas (Prance; Silva, 1975). As flores são dispostas em inflorescências do tipo panículas terminais piramidais, de 20 a 60cm de comprimento. As inflorescências apresentam flores unissexuais e hermafroditas na mesma planta, cálice de 0,5cm de diâmetro; receptáculo arredondado, 1-4mm de comprimento. O número de flores por panícula é variável, podendo atingir mais de 2.000 (Silva; Silva, 1995; Oliveira, 2010). Apesar de produzir muitas flores, cada cacho produz em média 30 frutos, com peso entre 9g e 22g (Sacramento; Souza, 2000). Os frutos têm formato ovoide ou oblongo, achatado na base, cor variando do amarelo ao alaranjado, casca fina, lisa, polpa pouco espessa também variando do amarelo ao alaranjado, suculenta e de sabor ácido-adocicado (Silva; Silva, 1995). O endocarpo, comumente chamado de caroço, é grande, branco, súbero lignificado e enrugado, contendo de dois a cinco lóculos e de 0 a 5 sementes (Lozano, 1986a,b; Villachica, 1996; Souza et al., 1999; Silva, 2003; Azevedo et al., 2004). A semente é claviforme a reniforme, medindo 1,2cm de comprimento e 0,2cm de largura, com os dois tegumentos de consistência membranácea, coloração creme e superfícies lisas (Cardoso, 1992).
: O taperebazeiro é planta perenifólia ou semidecídua, heliófita e seletiva higrófita, caracteristíca da mata alta de várzeas de terra firme. Também é encontrada nas formações secundárias onde se regenera tanto por sementes como rebrotas de raízes (Lorenzi, 2002). A planta tem forte dominância apical e seus meristemas induzem o crescimento de ramos ortotrópicos longos, formando caules monopodiais ou bifurcados com fuste e copas altas. Dada a sua ampla distribuição, a fenologia da cajazeira é distinta em cada região. No México, a floração ocorre de março a maio, e a frutificação, de maio a julho e de setembro a novembro; na América Central, a floração é de março a maio (setembro), com a frutificação de março a outubro; no noroeste da América do Sul e oeste dos Andes, a floração é de novembro a junho (setembro), com frutificação todo o ano; no norte da Venezuela e nas Guianas, a floração é de outubro a junho, com frutificação o ano todo; no oeste da Amazônia, a floração é de outubro a maio, com frutificação de janeiro a junho; no noroeste da Amazônia, a floração é de outubro a maio, com frutificação de janeiro a junho; no leste e centro da Amazônia brasileira, a floração é de julho a abril, com frutificação em novembro; no sudoeste da Amazônia, a floração é de outubro a novembro, e a frutificação, de outubro a março; centro e leste do Brasil (sul do Amazonas), a floração é de agosto a fevereiro, e a frutificação, de setembro a abril (Mitchell; Daly, 2015). No Nordeste a floração ocorre de outrubro a dezembro, com frutificação de janeiro a julho. São vários os animais e herbívoros que dispersam os frutos da cajazeira, a exemplo de cervos, coatis, esquilos, macacos e espécies de morcegos e répteis, além de ovinos, suínos e caprinos (Croat, 1974b; Adler; kirlpinski, 2000). A planta possui adaptações morfológicas e mecanismos fisiológicos para suportar os períodos de enchentes das várzeas da Amazônia e os de estiagem da região Nordeste
O gênero Spondias apresenta dois centros de diversidade, que são a Mata Atlântica e a Amazônia ocidental, no estado do Acre e regiões limítrofes do Peru e da Bolívia (Mitchell e Daly, 1995). Segundo a Flora do Brasil (2018) o taperebá ocorre nas regiões Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-39
Herrania mariae (Mart.) Decne. Ex Goudot Herrania mariae (Mart.) Decne. ex Goudot Cacau Jacaré
Malvaceae
Cacau-carambola
Alimentícias
Plantae
Planta de porte pequeno, perenifólia, com tronco ereto, fino, esguio, e quase sem ramificações, com 3 a 5m de altura. Folhas compostas digitadas, longo-pecioladas, com até 48cm de comprimento, com 6 a 9 folíolos (sendo 7 o mais comum), papiráceos, recoberto por pubescência estrelada esparsa na face inferior, de 30 a 45cm de comprimento. Inflorescências com formato de fascículos caulinares, formados na base do tronco, com média de 10 a 15 flores, de pétalas róseo-avermelhadas , muito vistosas e lígulas muito longas (7,5-10cm de comprimento), de coloração branco-creme. Os frutos têm formato elíptico-ovoides ou fusiformes, de casca amarelo-esverdeada, mesmo na maturação, de 8 a 10cm de comprimento, providos de 10 quinas longitudinais, coriáceas ). As sementes, em número aproximado de 40, são envo
A espécie é cultivada em pequenos quintais na Região Norte. Em outras regiões do Brasil é apenas, ocasionalmente, cultivada por colecionadores de frutas (Lorenzi et al., 2015). A espécie se adapta a diferentes tipos de solo, mas prefere aqueles de florestas tropicais e em elevações acima de 100m. Em alguns locais é possível observar o crescimento das plantas em áreas sujeitas a inundações por vários meses do ano (UTS, 2018).
:Herrania mariae é uma espécie nativa do Brasil, porém não endêmica, com ocorrência restrita ao Oeste da Região Norte, nos estados do Acre, Amazonas e Pará (Flora do Brasil, 2018; Colli-Silva; Fernandes-Júnior, 2020). A espécie habita o domínio fitogeográfico do Bioma Amazônia, nos tipos de vegetação Campo de Várzea e Floresta de Terra Firme (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-20
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