nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

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Heliconia spathocircinata
Heliconia spathocircinata Aristeg.
 
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Philodendron deflexum
Philodendron deflexum Poepp. ex Schott
 
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Philodendron fragrantissimum
Philodendron fragrantissimum (Hook.) G.Don
 
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Philodendron pedatum
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth
 
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Victoria amazonica
Victoria amazonica (Poepp.) J.E.Sowerby
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
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Pouteria caimito
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.
Abiurana
 
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Euterpe oleracea
Euterpe oleracea Mart.
Açai
 
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Euterpe oleracea
Euterpe oleracea Mart.
Açai
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Heliconia spathocircinata Aristeg. Heliconia spathocircinata Aristeg.
Heliconiaceae
Helicônia
Ornamentais
Plantae
Heliconia spathocircinata é planta perene, de até 1,5m de altura, hábito musoide. Folhas com pecíolo entre 21-45cm de comprimento; lâmina de 60-72cm de comprimento e 21-22cm de largura, estreita-oblonga, pode ser levemente lacerada, base truncada assimétrica, ápice acuminado. Inflorescência ereta; pedúnculo curto ou longo; brácteas vermelho–alaranjadas com partes esverdeadas, eretas a suberetas, espiraladas, conduplicadas, ápice recurvo, apêndice foliar normalmente presente. Flores pediceladas, não ressupinadas, perianto com 3-3,6cm de comprimento, amarelo. O fruto maduro tem cor azul.
A maioria das espécies de helicônias possui floração durante grande parte do ano, com picos no período de janeiro a julho, a exemplo H. spathocircinata. As inflorescências podem superar 1m de comprimento (Castro, 1995; Mosca et al., 2005). Por serem tipicamente tropicais, as helicônias são adequadas para o cultivo a pleno sol ou ate meia sombra e não toleram bem o frio (Castro, 1995; Lorenzi; Souza, 2008). H. spathocircinata também é encontrada em ambientes naturais, sendo menos comum encontrar esta espécie em condição de cultivo.
Philodendron deflexum Poepp. ex Schott, Philodendron deflexum Poepp. ex Schott
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron deflexum é hemiepifita, raramente terrestre, raízes lisas, verde-acizentadas, 1-3 por nó, estendendo-se até o solo. Caule com 1,5-3cm de diâmetro, moderadamente curtos, usualmente trançado em espiral, os internos são marrons e curtos; catafilos com formato de D, em secção transversal com 1-nervado ou 2-nervado, decíduos. Pecíolo circular a mediano, em secção transversal, obtusamente achatado em direção ao ápice, moderadamente esponjoso, conspicuamente inchado e carnoso quando jovem; lâmina cordata-sagitada, 25-50 x até 30cm, cordato na base. Inflorescências solitárias ou até 5 ou 6 por axila, o pedúnculo possui 12-23cm de comprimento; espata com 8,5-15cm de comprimento, verde e roxo-violeta dentro do tubo, a porção pistilar da espádice corresponde à metade da altura total da espádice (Mori et al., 1997).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012). Philodendron deflexum floresce e frutifica, aparentemente, durante o ano inteiro, sendo mais frequente em dossel e menos frequente em áreas menos altas ou em áreas abertas. P. pedatum também floresce e frutifica durante todo o ano. É a espécie mais abundante na maioria das florestas amazônicas (Mori et al., 1997).
Philodendron deflexum está restrita ao norte da América do Sul e centro sul da Amazônia brasileira (Sakuragui, 2001; Funk et al., 2007), com ocorrência confirmada apenas na Região Norte (Acre e Amazonas) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-154
Philodendron fragrantissimum (Hook) G. Don Philodendron fragrantissimum (Hook.) G.Don
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron fragrantissimum é hemiepífita, acaulescente ou caulescente, ramos prensores-escandentes semelhantes à chicotes, suportando pequenas folhas, de 1-6m de comprimento, seiva de cor laranja a marrom; internos curtos, 1-4cm de diâmetro, usualmente mais fino do que largo, verde escuro, obscurecido pelas fibras dos catáfilos, muitas raízes por nó; catáfilos 2-nervado ou em formato de D, branco verdeado, persistindo como fibra. Folhas expandidas de forma ereta, pecíolos de 22-70cm de comprimento, 4-11mm de diâmetro, com formato de D ou C, largamente sulcado adaxialmente; lâminas ovadas a ovado-triangular, subcoriáceo, moderadamente bicolor, acuminado no ápice, cordado na base. Inflorescências eretas a semi-eretas, duas por axila, pedunculada; espata com 8,5-19cm de comprimento, de cor branca a esverdeada internamente, espádice estipitada de 3-4mm de comprimento. Infrutescência com o estipe da espádice castanho; frutos usualmente vermelhos a roxo-avermelhados, às vezes laranjados (Croat, 1997).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012).
A espécie Philodendron fragrantissimum estende-se desde Belize até o Panamá, ao longo da Costa Caribenha, Colômbia, Venezuela, Guianas, Brasil e Peru (Croat, 1997). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-155
Philodendron pedatum (Hook.) Kunth Philodendron pedatum (Hook.) Kunth
Araceae
Filodendro
Ornamentais
Plantae
Philodendron pedatum apresenta caule crasso, escandente; pecíolo um tanto cilíndrico, ligeiramente áspero, com mais do dobro do tamanho do limbo; lâmina da folha membranácea, tripartida; espata de 7-9cm, contorcida, tubo um pouco curto, espádice subséssil, crassa, a masculina mais comprida que a feminina; ovário com apenas 2mm de comprimento; estames amarelos e estaminóides róseos, curtos, colocados pouco acima do avario (Mori et al., 1997).
As plantas do gênero Philodendron precisam de solo com bastante matéria orgânica, úmido e bem drenado. Podem ser cultivadas à sombra ou meia-sombra e, por se tratarem de plantas tropicais, são adequadas à boa parte do clima brasileiro. Podem, ainda, ser cultivadas em ambiente interno, de forma que possam receber luz indireta. São plantas que resistem à insolação eventual, porém em cultivo à meia sombra é que se apresentam mais vistosas (Nuno, 2012).
Philodendron pedatum tem registro para o Brasil, Bolívia, Delta Amacuro, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (Funk et al., 2007). No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco), Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-157
Victoria amazonica (Poepp.) J. E. Sowerby Victoria amazonica (Poepp.) J.E.Sowerby
Nymphaeaceae
Vitória-régia
Ornamentais
Plantae
Erva aquática, com folhas grandes sobre a superfície da água, que apresentam adaptações ao meio aquático, com presença de espinhos, tricomas e nervuras na face inferior, impedindo o contato direto do limbo com a água (Rosa-Osman, 2005). Na estrutura interna da folha, estão presentes lacunas de aerênquima e células esclerenquimáticas no mesofilo, proporcionando, flutuação e sustentação da folha, respectivamente. As flores são solitárias (Figura 2A) e axilares, além de apresentarem um pedúnculo muito longo que oscila de acordo com a profundidade e o ciclo hidrológico, podendo medir de 3 a 8m de comprimento (Rosa-Osman et al., 2011), grande e perfumada, mantém-se por, apenas, 24 horas. No primeiro dia a coloração é branca com as pétalas fechadas sobre o estigma, passando a rosa-escuro no segundo dia (Souza; Mazzini, 2004). O fruto desenvolve-se dentro d’água e emerge quando maduro, carnoso, indeiscente, globoso, verde, multicarpelar e revestido por espinhos. As sementes são globosas, com tegumento rígido e coloração castanha (Figura 2B), além de apresentarem arilo, que envolve quase toda a semente, tem consistência mucilaginosa e acumula ar, facilitando a flutuação da semente.
Victoria amazonica é polinizada por besouros. Os estames atuam como um mecanismo para capturar e manter os besouros dentro das flores por cerca de 24 horas. Em seu habitat natural, no primeiro dia as flores abrem entre 17:30 horas e 18:30 horas. A abertura das flores está diretamente relacionada à intensidade da luz (Gessner, 1962), consequentemente, todos os botões que estão prontos, abrirão quase ao mesmo tempo (Prance; Arias, 1975). Quando as flores abrem pela primeira vez, as pétalas são brancas e, ao mesmo tempo, exalam um forte odor de abacaxi, provavelmente um atrativo para os besouros; no segundo dia a flor permanece fechada e com os besouros em seu interior, envoltos por um tecido rico em amido, que lhes fornece alimento. Também durante o segundo dia, aproximadamente dezesseis a dezoito horas após a abertura inicial das flores, as pétalas gradualmente mudam de cor para um vermelho purpura, em função das antocianinas. No segundo dia, no início da noite, sépalas e pétalas abrem-se e os besouros são liberados, as anteras desapareceram com a efetivação da polinização. Pott et al. (2011) relatam que Victoria amazonica, embora se destaque na paisagem inundada do Pantanal, não é muito frequente, sendo observada com mais facilidade durante o período de inundação. A planta é bastante competitiva e tende a dominar outras plantas, expandindo suas folhas de 1-2m de diâmetro e muito resistentes, tomando a superfície da água. Um único indivíduo pode cobrir até 20 m2.
Victoria amazonica é nativa, mas não endêmica do Brasil. Tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017) . É originária da região equatorial da Bacia do Rio Amazonas (Prance, 1974) e pode, também, ocorrer no rio Paraguai e no Pantanal (Pott; Pott, 2000).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-158
Oenocarpus mapora H.Karst Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabi
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus mapora exibe caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira, sendo raramente solitário; a folha é pinada e crespada, constituída por bainha verde oliva, de 45 a 95cm de comprimento, que envolve o estipe, tem pecíolo verde e limbo distintos, com raque de 2,8 a 5,5m de comprimento e com 60 a 71 pinas por lado, inseridas em intervalos regulares e todas no mesmo plano, sendo as pinas basais, centrais e apicais de comprimentos e larguras distintas, possuído de 6 a 10 folhas por planta, em posição alternada e de forma arqueada; ramo florífero interfoliar, protegido por duas brácteas e inflorescência pequena do tipo cacho; inflorescência constituída por pedúnculo e raque de 18 a 30cm de comprimento, com 52 a 96 ráquilas, de 26 a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhada com o passar do tempo, contendo 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas; as flores pistiladas apresentam um lóculo fértil com um óvulo e dois abortivos, mas ocasionalmente pode ocorrer dois lóculos férteis; cacho de forma hiperiforme, possuindo, em média, 1100 frutos; os frutos são drupas ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
O. mapora cresce em áreas marginais, de ampla faixa de solos e ambientes ecológicos, alcançando até 1500m de altitude, em subdossel de florestas tropicais (Montufar; Pintaud, 2004); coloniza florestas secundárias sem competição de outras palmeiras, uma vez que produz touceiras e forma agrupamentos facilmente identificáveis no campo. A folhagem dessa espécie atua como bloqueador da incidência solar e tem grande influência na não germinação de sementes e no não desenvolvimento de plântulas recém germinadas (Farris-Lopes et al., 2004), inclusive da própria espécie (De Stevens, 1989); tem grande ocorrência em áreas perturbadas, evidenciando sua capacidade de regeneração. Nessas espécies os eventos de floração e frutificação são observados ao longo do ano, com a floração mais intensa de janeiro a junho e a frutificação de julho e dezembro, coincidindo com a maior e menor pluviosidade (Oliveira et al., 2002).
Oenocarpus mapora ocorre no Amazonas e Acre
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-29
Oenocarpus mapora H. Karst. Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabeira
Oleaginosas
Plantae
O. mapora possui caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira (Figura 1D), sendo raramente, solitário, de 5 a 15m de altura e de 5 a 17cm de diâmetro; as folhas são as estruturas mais vistosas dessa espécie, sendo planas, com lâmina muito variável entre e dentro das populações, tem bainha forte, fechada e pouco persistente, com pecíolo e raque lisos, revestidos por denso tormento marrom, contendo de 6 a 10 folhas por planta em posição alternada e de forma arqueada; inflorescências pequenas, possuindo, aproximadamente, 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas, com pedúnculo e raque densamente revestidos por tormento vermelho-amarronzado, contendo 52 a 96 ráquilas, medindo, cada uma 26cm a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhadas quando na maturação dos frutos; cacho de forma hiperiforme, contendo, em média, 1100 frutos ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (FAO, 1983; Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Abiurana
Sapotaceae
Abiu
Alimentícias
Plantae
Árvore ou arbusto monoico, perenifólio, medindo de 4 a 30m de altura. Tronco fino e lactescente, sem ramificações e com casca canelada. Folhas lisas, alternas e espiraladas, com pecíolos cilíndricos, dispostas em inflorescências, de 3 a 7, em fascículos axilares ou caulifloros. Flores hermafroditas amarelo-esverdeadas, pequenas, unissexuais e de odor discreto. Frutos do tipo baga, elipsoides e bicudos na extremidade distal, do tamanho de um ovo de galinha, medindo de 4 a 10cm de comprimento por 4 a 8cm de diâmetro e com peso médio de 150g . Os frutos possuem exocarpo amarelo ou amarelo-esverdeado, quando maduros, e exsudam látex, que coagula em contato com o ar. A polpa comestível é doce, gelatinosa e suculenta, amarelada e contém de 1 a 5 sementes, lisas, brilhantes, pretas e de tamanho variável (Hoehne, 1946; Falcão; Clement, 1999; Nascimento et al., 2006; Rabelo, 2012; Kinupp; Lorenzi, 2014; Lorenzi et al., 2015).
A fenologia da espécie pode apresentar diferenças de acordo com as regiões de origem. Lorenzi et al. (2015) relatam que a floração do abiu na Região Sudeste ocorre entre os meses de dezembro a janeiro e a maturação dos frutos ocorre entre abril a junho. Vélez (1992), citado por Falcão e Clement (1999), relata que na região da Amazônia colombiana a espécie pode apresentar duas florações anuais: a primeira entre os meses de março a maio, durante a estação das chuvas mais intensas e a segunda entre agosto a setembro. Nestes casos, a frutificação ocorre entre junho e agosto e entre setembro e outubro. Estes mesmos autores mencionam que no Brasil, no estado do Pará, P. caimito floresce o ano todo, porém, o pico de produção de frutos se dá nos meses de setembro e outubro. Contudo, o período produtivo das plantas pode se alongar, sendo possível encontrar frutos de abiu nas feiras de Belém/PA, entre os meses de setembro até abril. Um estudo conduzido por Falcão e Clement (1999) nas condições de Manaus/AM demonstrou que a espécie apresentou três períodos bem definidos de floração anual: março/ abril, maio/junho e agosto/setembro. A floração mais intensa ocorre na época de menos quantidade de chuvas, ou seja, nos meses de agosto/setembro, corroborando com outros relatos de que a existência de estiagem estimula a floração de P. caimito. Da mesma forma, observou-se três períodos de frutificação, um em abril, outro em junho e o mais intenso em outubro, com numero e peso de fruto variável entre as progênies avaliadas.
Pouteria caimito é uma espécie nativa, porém não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018). Alguns autores acreditam que o centro de origem dessa espécie seja na Amazônia peruana (Ducke, 1946; Falcão; Clement, 1999).A espécie habita os domínios fitogeográficos dos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-37
Euterpe oleracea Mart Euterpe oleracea Mart. Açai
Arecaceae
Açaí
Alimentícias
Plantae
E. oleracea tem predominância de caules cespitosos, com até 35 estipes de 3 a 20m de altura e diâmetro de 7 a 18cm, eretos ou inclinados, sendo raramente solitário, com palmito liso no topo; folhas com pinas pêndulas, de 2,0 a 1 Eng. Agrônoma e Florestal. Embrapa Amazônia Oriental 2 Eng. Química. Embrapa Amazônia Oriental 3 Eng. de Alimentos. Embrapa Amazônia Oriental 4 Eng. Agrônoma(o). Embrapa Amazônia Oriental 5 Bióloga. Universidade Federal de Lavras Plantas para o Futuro - Região Norte 304 4,5cm de largura; um cone de raízes avermelhadas na base do estipe, com pneumatóforos; frutos globosos ou depresso-globosos, de 0,5 a 2,8g e de 1 a 2cm de diâmetro, lisos, com epicarpo negro-purpúreo, negro ou verde quando maduro; sementes com endosperma ruminado, eixo embrionário diminuto e tecido de reserva formado por sílica e lipídios (Henderson; Galeano, 1996; Villachica et al., 1996; Lorenzi et al., 2004). Nas populações naturais há ecótipos que se diferenciam em vários aspectos morfológicos e na composição química dos frutos (Rogez, 2000).
Euterpe oleracea domina as florestas de várzeas no lado Oriental da Região Norte e tem caráter oligárquico, determinado pelo regime de inundações, pois dispõe de raízes que emergem do estipe acima da superfície do solo, presença de lenticelas e de aerênquimas nas raízes. Apresenta estratégias fisiológicas que permite manter as sementes viáveis e plântulas vivas, em condição de anorexia total, por períodos de até 20 dias para sementes e 16 dias para plântulas. Ocorre tanto em solos eutróficos quanto nos distróficos, sendo predominante em Gleissolos, os quais são ácidos, argilo-siltosos e com boa fertilidade natural, em decorrência da deposição de sedimentos trazidos pelas marés. Entretanto, vegeta bem em áreas de terra firme, especialmente em Latossolos amarelo, textura média a pesada, como também em igapós (Villachica et al., 1996). O pico de florescimento ocorre de janeiro a maio e o de frutificação de agosto a dezembro, mas pode variar com o local e o tipo de solo (Oliveira et al., 2002). Animais, especialmente pássaros, macacos, veados, antas, catitus, cutias, água e pessoas são seus dispersores. Em áreas de várzea a regeneração natural se dá por caroços, sendo que o número de sementes que germinam é menor que 50%. Na terra firme é cultivada por meio de mudas. Mas, independente do ambiente, a luz é um fator limitante para o bom desenvolvimento da planta (Cymerys; Shanley, 2005). A floração ocorre nos meses de fevereiro a março e de junho a julho, enquanto a frutificação nos meses de março a junho, em áreas inundadas, e de julho a outubro em terra firme (Rocha; Viana, 2004; Ferreira, 2005).
Espécies nativas e não endêmicas do Brasil. E. oleracea ocorre nas regiões Norte (Amapá, Pará e Tocantins), na porção Oriental, formando densas populações próximas aos rios que formam o Estuário Amazônico, e Nordeste (Maranhão)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-17
Euterpe oleracea Mart. Euterpe oleracea Mart. Açai
Arecaceae
Açaí
Corantes
Plantae
Palmeira com caules (estipes) múltiplos na fase adulta, podendo atingir até 45 estipes por touceira , raramente caule único; os estipes medem de 3 a 20m de altura e de 7 a 20cm de diâmetro com um conjunto de 8 a 14 folhas na extremidade, são cilíndricos, externamente lisos, de cor cinza e com cicatrizes foliares por toda extensão. As folhas são compostas, pinadas de arranjo espiralado, com 40 a 80 pares de folíolos, opostos ou subopostos e inseridos em intervalos regulares. Os folíolos são pendentes nos indivíduos adultos e ligeiramente horizontais nos indivíduos jovens, com base obtusa e extremidade apical pontiaguda, apresentando comprimento entre 20cm e 50cm e largura entre 2cm e 3cm. As flores apresentam coloração predominantemente violácea, mas pode variar de tonalidade entre vermelho e violáceo intenso. A infrutescência ou cacho varia de 3 a 8 por planta e possui frutos tipo drupa, de 0,5 a 2,8g e 1 a 2cm de diametro, verde-brilhante quando imaturo e violáceo ou verde-opaco quando maduros (Oliveira, 1995). Cada fruto contém mesocarpo fino, de 1 a 2mm de espessura, de coloração variável e parte comestível (epicarpo e mesocarpo), representando 7 a 25% do fruto (Cavalcante, 1991). A semente possui um envoltório fibroso, endocarpo duro e embrião diminuto, com endosperma abundante e ruminado, de comportamento recalcitrante. Podem também serem encontrados frutos com mais de um embrião (Oliveira, 1995).
O açaizeiro prefere clima tropical chuvoso, com pluviosidade acima de 2000mm anuais, umidade relativa mínima de 80% e temperatura média de 28ºC (Silva et al., 2005). Em condição de terra firme, as plantas crescem em áreas abertas e ensolaradas. Já em áreas de várzea e igapó ocorre em densidades altas e heterogêneas, com mais de 50 plantas por. Nas condições da região Norte, a espécie floresce e frutifica ao longo do ano. As plantas toleram o sombreamento quando ainda jovens e iniciam a produção de frutos entre 5 a 10 anos, com vida útil produtiva entre 10 e 25 anos (Cymerys; Shanley, 2005). Para o cultivo do açaizeiro devem ser priorizadas áreas já exploradas com cultivos agrícolas de ciclo curto e/ou médio, submetidas à mecanização, tratos culturais frequentes e fertilização química e orgânica. Áreas de pastagem degradada também podem ser recuperadas para o cultivo do açaí, bem como também capoeira fina (macega) com dificuldades de regeneração natural. Alternativamente, pode-se implantar também em áreas com vegetação secundária de pequeno porte. Áreas com vegetação primária devem ser evitadas, em consequência dos danos ambientais e do maior custo com o preparo do solo, devido à derrubada da vegetação
Euterpe oleracea ocorre em países da América do Sul (Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador, Suriname e Guiana) e da América Central (Panamá). No Brasil, de acordo com Mapa 1, ocorre nas regiões Norte (Amapá, Pará, Tocantins) e Nordeste (Maranhão) (Flora do Brasil, 2017; Vianna, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-72
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