nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

Refinar resultados

thumbnail species image
Montrichardia linifera
Montrichardia linifera (Arruda) Schott
 
thumbnail species image
Goeppertia allouia
Goeppertia allouia (Aubl.) Borchs. & S. Suárez
Ariá
 
thumbnail species image
Vismia guianensis
Vismia guianensis (Aubl.) Choisy
Lacre
 
thumbnail species image
Uncaria guianensis
Uncaria guianensis (Aubl.) J.F.Gmel.
Unha de Gato
 
thumbnail species image
Ischnosiphon arouma
Ischnosiphon arouma (Aubl.) Körn.
Pacová
 
thumbnail species image
Protium heptaphyllum
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
 
thumbnail species image
Attalea maripa
Attalea maripa (Aubl.) Mart.
Inajá
 
thumbnail species image
Stylosanthes guianensis
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
 
thumbnail species image
Dipteryx odorata
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Cumaru Ferro
 
thumbnail species image
Ananas ananassoides
Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Montrichardia linifera (Arruda) Schott Montrichardia linifera (Arruda) Schott
Araceae
Aninga
Fibrosas
Plantae
Planta macrófita aquática anfíbia, com 4-8m de altura , haste com coroa terminal, com folhas cordado-sagitadas, com limbo foliar de aproximadamente 45-66cm de comprimento e 35-63cm de largura; flores dispostas em numerosos bagos de 1cm ou mais de diâmetro, pecíolo longo, ereto e lenhoso; inflorescência do tipo espádice, de cor branca amarelada , e infrutescência de coloração verde-escuro, que se assemelha ao abacaxi (Amarante et al., 2011). A forma da folha, número de veias secundárias em cada lado do lobo anterior da folha, a forma do sinus entre os lobos posteriores e a presença de tricomas no caule são os principais caracteres que diferem esta espécie de outras do mesmo gênero (Silva et al., 2012).
É considerada espécie pioneira e bastante resistente à fatores abióticos do ambiente, apresenta considerável importância ecológica na formação das margens dos cursos d’água, pois é a vegetação inicial na formação de ilhas aluviais, formando extensas populações clonais pela brotação de caules subterrâneos e submersos (Amarante et al., 2011). Para as comunidades ribeirinhas, que utilizam as várzeas para fins agropastoris, a aninga é considerada uma espécie invasora de difícil controle, devido a sua alta capacidade de competição com espécies cultivadas. Apresenta rápida recuperação de rizomas depois de um desbaste, o que, sob o ponto de vista da produção de fibras pode ser um aspecto positivo, porém, compromete a manutenção da área para plantio de culturas de subsistência dos pequenos agricultores (Macedo et al., 2005). É uma espécie altamente adaptada à região Amazônica, proliferando às margens dos igarapés e rios, sem necessitar de qualquer tratamento agrícola, podendo ou não, formar grupamentos monoespecíficos. A presença de inflorescências é normalmente observada nos meses de abril, junho, outubro e novembro. A frutificação ocorre em dois períodos, um pico mais intenso na fase aquática (abril a junho) e outro na fase seca no mês de outubro. Essa espécie produz apenas uma inflorescência e no máximo dois frutos por cacho. Geralmente a floração ocorre quando há condições favoráveis para a dispersão de frutos e sementes (Kerbauy, 2008). O início da floração é antes do período da cheia, que é uma estratégia da espécie para a produção e maturação dos frutos durante a fase aquática. A dispersão ocorre por hidrocoria, com frutos aptos à flutuação. Durante a fase seca, a planta apresenta a estratégia de dispersão por barocoria, sendo que os frutos maduros caem próximo da planta mãe e são consumidos por primatas e aves que, desta forma, colaboram para sua dispersão e propagação (Vieira; Izar, 1999).
Planta nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro) (Mayo; Andrade, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-88
Goeppertia allouia (Aubl.) Borchs. & S. Suárez Goeppertia allouia (Aubl.) Borchs. & S. Suárez Ariá
Marantaceae
Ariá
Alimentícias
Plantae
Planta semi-perene, ereta, rizomatosa e cespitosa, alcançando até 1,5m de altura . O caule possui base envolvente, formando pseudocaules curtos. As folhas são largo-elípiticas, de textura cartácea, glabras, distintamente discolores e marcadas pelas nervuras paralelas, de 30-50cm de comprimento, com pecíolos longos e estriados e com pulvino amarelo. As inflorescências são densas, com brácteas verdes e ápices brancos; as flores são brancas, com um estaminódio e ovário trilocular. A floração é rara, ocorrendo em, aproximadamente, 1 a 2% das plantas e, consequentemente, quase não produz frutos e as sementes são inviáveis. As raízes são fibrosas e na ponta de algumas delas, pelo acúmulo de amido, inicia-se a formação das raízes tuberosas que, quando prontas, apresentam formato ovoide ou cilíndrico, medindo de 5 a 15cm de comprimento por 2 a 4cm de diâmetro (Bueno, 1997; Nunes-Filho, 2010; Devide, 2013; Kinupp; Lorenzi, 2014).
Bueno e Weigel (1981) relataram que o ariazeiro é adaptado à condição tropical (alta temperatura e alta umidade), solos com elevada quantidade de matéria orgânica, boa drenagem e disponibilidade de água. É influenciado, particularmente, pelo sombreamento, ou seja, em condição de menos luz observa-se maior altura de plantas, maior folhação e menor produção de raízes tuberosas. No ambiente natural a espécie é considerada semi-perene, porém, salienta-se que o ariazeiro pode ser cultivado também nas áreas de várzea, nesse caso, sendo cultivada como planta anual (Bueno, 1997).
A espécie é nativa, porém não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2018), ocorrendo também em Porto Rico, Antilhas, Guyanas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, além de introduzida na Índia, Sri Lanka, Malásia, Indonésia e Filipinas (Noda et al., 1992). No Brasil a espécie ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2018). Habita os domínios fitogeográficos da Amazônia e do Cerrado, nas formações florestais Área Antrópica, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Semidecidual, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos (Flora doBrasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-19
Vismia guianensis (Aublet) Choisy Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Lacre
Hypericaceae
Lacre
Corantes
Plantae
Árvore de pequeno porte (arbusto), medindo de 3 a 7 metros de altura, com copa aberta e irregular, com ramos novos ferrugíneos-pubérulos; caule secreta exsudato de coloração variando entre amarelo e laranja; as folhas são ovais, oblongas e de coloração verde na região superior e amareladas na região inferior (Almeida, 1993; Lorenzi; Matos, 2002; Flora do Brasil, 2018). As inflorescências apresentam flores assimétricas, de coloração amarela, contendo de 2 a 5 sépalas distintas e 4 ou 5 pétalas persistentes, andróginas ou unissexuadas. O androceu, em geral, é constituído de estames, filetes filiformes, espessados ou nulos e antenas bitecas e rimosas. Os grãos de pólen produzidos possuem tamanho variado. O ovário é súpero, formado de 3 a 15 carpelos, com um a muitos óvulos em cada lóculo (Cronquist, 1981). O fruto é esverdeado e de forma globosa, contendo grande número de sementes. Os frutos conservam a coloração verde, mesmo quando maduros, sendo, portanto, visualmente impossível de distinguir dos imaturos (Albuquerque, 1980). Vismia guianensis apresenta grande variação morfológica, podendo apresentar lâminas foliares mais coriáceas e glabras em áreas mais secas e menos elevadas, especialmente próximas ao litoral. Apesar da ampla variabilidade morfológica, esta espécie pode ser facilmente diferenciada pela ausência de glândulas nas pétalas, algo pouco comum no gênero (Flora do Brasil, 2018).
As plantas apresentam crescimento rápido. A espécie é bastante comum em seus locais de ocorrência, possuindo boa capacidade de adaptação à solos com poucos nutrientes, além de tolerar secas periódicas. As sementes são dispersas por morcegos e pássaros que se alimentam dos frutos (Charles-Dominique, 1986). Com relação a biologia floral, Santos e Machado (1998) relatam que V. guianensis apresenta flores heterostílicas, distílicas, dispostas em panículas terminais. A antese é diurna e as flores têm duração de um dia. O volume de néctar das flores é de, aproximadamente, 2µl e a concentração de açúcares pode variar entre 46% e 68%. A viabilidade polínica é de, aproximadamente, 93%. Com relação ao sistema reprodutivo, os testes de polinização controlada demonstraram que a espécie é autoincompatível, produzindo frutos (55-65%) apenas a partir da polinização interformas. Foram registrados como visitantes florais vespas (Polybia sp.) e diferentes espécies de abelhas (Hylaeus sp. e Augochloropsis sp.), sendo consideradas como os polinizadores efetivos. Devido ao sistema de reprodução do tipo xenogâmico, associado à heterostilia, o papel dos polinizadores é de fundamental importância para promover a reprodução sexuada desta espécie.
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil. Ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro- -Oeste (Goiás, Mato Grosso) e no Sudeste (Espirito Santo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-76
Uncaria guianensis (Aubl.) J.F. Gmelin Uncaria guianensis (Aubl.) J.F.Gmel. Unha de Gato
Rubiaceae
Unha-de-gato
Medicinais
Plantae
Uncaria guianensis é um arbusto vigoroso e robusto, pouco ramificado, perenifólio, de ramos escandentes ou trepadores com um espinho em forma de gancho em cada axila foliar . Pode alcançar até 30m de comprimento e os caules terminais são quadrangulares e glabros. As folhas são simples, opostas, pecioladas, membranáceas, de 5 a 10cm de comprimento por 4-12cm e largura, com ápice agudo. Na base das folhas encontra-se o espinho de 4-26mm de comprimento e 3-5mm de espessura e fortemente curvo. Inflorescências em glomérulos axilares, pedunculados, de forma perfeitamente globosa, com flores vermelho-alaranjadas. Os frutos são capsulares, deiscentes e com numerosas sementes pequenas e aladas (Lorenzi; Matos, 2002; Gilbert et al., 2005).
De acordo com estudo de Miranda et al., (2003), que trataram da caracterização e avaliação de populações nativas das duas espécies, U. tomentosa e U. guianensis, no Vale do Rio Juruá (Acre), ambas apresentam significativa densidade demográfica, regeneração abundante e alta capacidade de rebrota. As características ecológicas constatadas permitem, segundo estes autores, considerar viável a sustentabilidade da exploração das espécies em ambientes naturais.
Uncaria guianensis ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-117
Ischnosiphon arouma (Aubl.) Körn Ischnosiphon arouma (Aubl.) Körn. Pacová
Marantaceae
Arumã
Fibrosas
Plantae
Ischnosiphon arouma é robusta, com 2m de altura. O caule é um tanto alongado e liso na parte inferior. As folhas são semiovais, com base arredondada e ápice agudo ou levemente pontudo; o pecíolo é invaginante, liso ou levemente piloso. A inflorescência é composta por espigas de várias dimensões, com haste e pedúnculos coriáceos e levemente peluginosos. As flores são amarela-acinzentadas. Os frutos, em cápsulas elípticas, possuem haste de 3cm de comprimento (Rocha, 2011)
Os arumãs apresentam forma de vida herbácea e desenvolvem-se bem em áreas alagadas. Ischnosiphon arouma e I. obliquus são espécies pioneiras e adaptadas a perturbações ambientais, tanto naturais, a exemplo de clareiras e beira de igarapés, quanto antropogênicas, como roças e capoeiras (Shepard et al., 2004; Costa et al., 2008). Ischnosiphon arouma floresce de novembro a maio e frutifica de fevereiro a julho. A dispersão das sementes é realizada, possivelmente, por morcegos ou, após caírem no chão e manterem o arilo, por formigas Ponerinae. Desenvolve-se em qualquer condição topográfica e, quanto à luminosidade, preferem áreas bem iluminadas
No Brasil, I. arouma é encontrada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-82
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
Burseraceae
Breu-branco
Aromáticas
Plantae
Árvore perenifólia ou semidecídua, de 10 a 20m de altura , dotada de copa densa e oblonga, com tronco de 40 a 60cm de diâmetro, casca cinzenta e pouco espessa. O tronco secreta uma resina de cor branca a branca-esverdeada, com aroma agradável e que endurece em contato com o ar, permanecendo branca. Folhas compostas, alternas, pinadas, com 2-4 pares de folíolos glabros, coriáceos, de 7-10cm de comprimento e 5cm de largura. Flores avermelhadas, dispostas em inflorescências fasciculadas axilares bastante ramificadas. Os frutos são cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vinácea, contendo polpa resinosa e amarela, envolvendo uma ou, raras vezes, até quatro sementes (Correa, 1984; Lorenzi; Matos, 2008)
Planta perenifólia e heliófita, ou seja, necessita de exposição total ao sol para manter suas folhas o ano inteiro. Em alguns casos é classificada como caducifólia sazonal, perdendo as folhas na época mais desfavorável do ano (Lorenzi, 1992; CNIP, 2002). Nas condições do estado do Amazonas, a mudança foliar da espécie é mais intensa nos meses de abril a julho; a floração ocorre entre agosto a outubro e a maturação de frutos entre e dezembro a março (Alencar, 1990). Segundo Lorenzi (1992) a floração ocorre durante os meses de agosto e setembro e a maturação dos frutos entre novembro a dezembro. De acordo com Guarim- -Neto (1991) a planta produz anualmente uma grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas por aves de várias espécies, que aproveitam o arilo que envolve as sementes. Tucanos pequenos (Ramphastus sp.) e araçaris (Pteroglossus sp.), da família Ramphastidae, são exemplos de dispersores. A espécie P. heptaphyllum produz uma resina no tronco, cuja produção é estimulada pela presença de larvas de um inseto da família Curculionidae, que permanece na árvore até o estado adulto. A maior produção de resina ocorre durante o período de chuvas (Susunaga, 1996).
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018; 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-60
Attalea maripa (Aubl.) Mart. Attalea maripa (Aubl.) Mart. Inajá
Arecaceae
Inajá
Oleaginosas
Plantae
Planta perenifólia, heliófita, monoica. Pode medir até 20m de altura, embora seja mais frequentemente entre 10-12m . Folhas em número de 10-22 contemporâneas, de 5–8m de comprimento que, ao cair, deixam parte do pecíolo fixo no caule por um longo tempo. As folhas são do tipo pinadas, eretas, arranjadas de forma espiralada ou formando filas verticais. Bainhas com 50-120cm de comprimento, fibrosa na margem, com pecíolo de 20cm de comprimento. Raque com cerca de 6m de comprimento com pinas (aproximadamente 300) de cada lado, agrupadas irregularmente e em diferentes planos, conferindo um aspecto crispado às folhas. As inflorescências são persistentes, emitidas entre as folhas, com pedúnculo longo; podendo apresentar-se com flores exclusivamente masculinas, predominantemente masculinas, andróginas e predominantemente femininas. As inflorescências exclusivamente masculinas antecedem as demais. As flores estaminadas são pequenas, cerca de 10mm de comprimento, sésseis, de cor amarelo-clara, com 3 sépalas e 3 pétalas lanceoladas; 6 estames, com anteras dorsifixas; estames mais longos que as pétalas; flores pistiladas (femininas) com odor, arredondadas, de cor amarelo-clara, com cerca de 20mm, com 3 sépalas e 3 pétalas. Espádice (cacho) de 50-80cm de comprimento ; frutos com 2-3 sementes, elipsoide-oblongas, marrons, 4-6cm de comprimento. Os frutos possuem casca fina e polpa suculenta e amarelada, pastosa e muito oleosa; pequenos e geralmente cobertos no seu terço inicial pelo perianto . O fruto é composto por epicarpo (16%), mesocarpo (26,5%), endocarpo (49%) e amêndoas (8,5%).
Não existem plantios de inajá, exceto alguns relatos de experiências de cultivo em bancos de germoplasma. Em alguns estudos observou-se o início de produção a partir dos 5 anos de vida das plantas, sendo mais frequente a partir dos 8 anos. Os cachos de inajá podem produzir de 1.500 a 2.000 frutos, mas a produção de frutos pode variar em função de condições de clima e solo. A colheita pode ser feita quando os cachos estão maduros, ocasião em que os frutos começam a soltar-se. O beneficiamento é feito retirando-se os frutos da ráquila (Duarte et al., 2015). A dispersão das sementes é realizada por mamíferos (Zona; Henderson, 1989). A floração e a frutificação variam durante o ano, dependendo da região e de condições climáticas; são eventos de longa duração e sofrem oscilações ao longo do ano. Estudos mostraram que A. maripa consegue se estabelecer em solos degradados, o que faz supor que essa planta contribui para a regeneração de florestas (Salm, 2005). A. maripa hibridiza espontaneamente com o babaçu Attalea speciosa Mart. ex Sprengel, produzindo o híbrido perinão [Attalea dahlgreniana (Bondar) Wess.Boer.], anteriormente designado como Markleya dahlgreniana (Bondar) Wess. Boer (Salm, 2005).
Distribuída em todo o norte da América do Sul, ao leste dos Andes, na Colômbia, Venezuela, Trinidad, Guianas, Equador, Peru, Bolívia e no Brasil, onde ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017; Soares, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-123
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw. Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
Fabaceae
Estilosantes
Forrageiras
Plantae
É um subarbusto perene que na Amazônia pode atingir de 50 a 150 cm de altura (The New, 2018). O caule estriado, tomentoso, setoso ou glabrescente, estípula externa oblonga, obovada ou estreita-elíptica, paleácea, verde, tomentosa, setosa, com a 10–22 nervuras; estípula interna ovóide, glabra ou pubescente, 3–10 nervuras, 4,5–10x2–6,5mm, ápice aristado. Folha (14,5-) 19-43mm DE comprimento; pecíolo tomentoso, 2–8mm de comprimento; raque tomentosa ou setosa, 1–2mm de comprimento; folíolo elíptico, lanceolado ou oblanceolado, tomentoso, ápice apiculado ou mucronado, base obtusa, 4–10 pares de nervuras inconspícuas,15,5–27x1,0-4,0mm. Inflorescência em espiga, 2–4 espigas, terminal e axilar, ovoide, largo-ovoide, 7,0–24,5x5,0-18,0(-26,5)mm; bráctea externa elíptica, ovoide ou oblonga, paleácea, verde, setosa; 5–12 nervuras; 3,5–6,0x2,- 0–6,0mm, ápice acuminado, 0,7-4,0mm de comprimento; bráctea interna elíptica, ovoide ou largo-ovoide, 1–5 nervuras, 3,0–6,5x2,0–4,5mm, duas bractéolas, lanceoladas e lineares, paleáceas, alvas, ápices aristados, margens ciliadas, 3,0–5,0x0,5-1,2mm de comprimento. Flor 8–13mm de comprimento; corola amarela ou branca; estandarte largo-obovado, ápice obcordado, base cuneada, 4,0–6,6x3,0-5,8mm, estrias vermelho-vináceas, duas dobras na região mediana e uma basal; asas largo-obovadas, 3,0–6,0x1,5–3,0mm; pétalas da quilha falciformes, 2,5–3x1–1,6mm. Lomento com um artículo fértil, largo-elíptico, glabro, reticulado, 3,0–3,8x1,- 8–2,3mm, estilete curto e uncinado 0,4–0,7mm de comprimento; semente elíptica, preta, 1,6–2,7x0,9–2,0mm (Costa, 2007).
É uma espécie adaptada a solos ácidos e de baixa fertilidade, resistência à seca, tolerante a pragas e doenças (Costa; Schultze-Kraft, 1990). Outras características também importantes é o potencial de produção de sementes (Barcellos; Vilela, 1994) e a capacidade de fornecer forragem de boa qualidade no período seco (Ferreira; Costa, 1979). Para Souza Filho et al., (1991) S. guianensis se adapta bem as condições do cerrado do Amapá com boa distribuição de forragem durante as épocas de máxima e mínima precipitação, porém a produção de sementes deixa a desejar, embora tenha ocorrido floração praticamente o ano inteiro, sendo mais intensa no período de menor precipitação (junho a dezembro). Mochiutti et al. (1999) também citam o potencial de S. guianensis para o Amapá que, também apresenta boa cobertura do solo, porém, a produção de sementes é uma limitação para a espécie. Os autores recomendam a continuidade das pesquisas com a espécie visando a seleção de acessos que além da produção de forragem tenham boa produção de sementes. Cruz et. al. (1986) também citam dificuldades para produzir sementes de S. guianensis. Para Costa e Coradin (2016) a produção de sementes é bastante variável na espécie, podendo oscilar de 1 a 104g/m2 (Botrel et al., 1985; Sousa et al., 1990). Essa produção pode estar relacionada à época de plantio (Botrel et al., 1985), método de colheita e à grande variabilidade existente na espécie (Costa; Coradin, 2016).
Ocorre na Argentina, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana, Guiana Francesa, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil a espécie está amplamente distribuida nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018; Gissi, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-93
Dipteryx odorata (Aubl.) Forsyth f. Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Cumaru Ferro
Fabaceae
Cumaru
Aromáticas
Plantae
Árvore de porte elevado, com altura de 20-30m, dotada de copa globulosa. Tronco ereto e cilíndrico, de 50-70cm de diâmetro, com casca pouco espessa, rugosa e descamante em placas irregulares. Folhas alternas, alado-pecioladas, compostas imparipinadas. Folíolos alternos, em número de 7-9, curto-peciolulados, coriáceos, glabros em ambas as faces e brilhantes na face superior, de 10 a 20cm de comprimento e 4-8cm de largura. Inflorescências em panículas terminais ferrugíneo-pubescentes, com flores perfumadas (Lorenzi, 2002). As flores são hermafroditas, aromáticas, pequenas, zigomorfas, com perianto rosado e curtamente pediceladas. O fruto é do tipo legume drupáceo e ovalado, lenhoso, com endocarpo tardiamente deiscente após a decomposição do mesocarpo, medindo de 5cm a 6,5cm de comprimento por 3,5cm de largura, com uma só semente. O fruto possui casca de superfície lisa (mesocarpo), tem cheiro aromático não agradável e é resinosa. Quando a semente está seca e sem o mesocarpo, as duas valvas se separam facilmente com um golpe de martelo. A estrutura da casca é toda especial, cheia de cavidades pequenas, nas quais se encontra uma copal na proporção de aproximadamente 18%
A espécie D. odorata é uma planta perenifólia, ciófita, indiferente quanto às condições de solo, característica e exclusiva da floresta pluvial amazônica. Apresenta frequência elevada, porém um tanto descontínua e irregular ao longo de sua ampla área de ocorrência. Ocorre preferencialmente no interior da mata primária de terra firme. Dipteryx odorata é uma espécie da fase final de sucessão considerada clímax ou clímax exigente em luz. Com relação ao clima, é característica de regime de precipitações com chuvas periódicas, possui deficiência hídrica de pequena a moderada no Amazonas, no Acre, no Pará, em Rondônia e no norte de Mato Grosso. Sua floração ocorre de agosto a outubro, no Pará, de setembro a outubro, no Amazonas e os frutos maduros ocorrem de abril a julho, no Pará. Na Amazônia, essa espécie começa a produção de frutos aos 4 ou 5 anos de idade (Carvalho, 2009)
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, distribuída nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-54
Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm. Ananas ananassoides (Baker) L.B.Sm.
Bromeliaceae
Abacaxi-ornamental
Ornamentais
Plantae
Planta terrícola, com aproximadamente 55cm de altura. Roseta não formando cisterna. Folhas coriáceas, patentes com ápice recurvado; bainha com 9×3,5cm, estreito-oblonga, margem aculeada na porção distal; lâmina com 100×2,5cm, linear, ápice atenuado, margem aculeada. Inflorescência simples, congesta; pedúnculo com 40cm de comprimento, lepidoto; brácteas do pedúnculo róseas, maiores que os entrenós, semelhantes às lâminas foliares, 11-53×1-1,3cm, patentes, lanceoladas a elípticas, ápice atenuado, margem aculeada, lepidotas; brácteas de primeira ordem muito reduzidas, semelhantes as brácteas florais; brácteas florais 1-1,4×0,4-0,6cm, lanceoladas, ápice atenuado, margem aculeada, lepidotas. Flores polísticas, sésseis; sépalas 3-4×0,5-0,7cm, assimétricas, largo-ovais, conatas na base, ápice emarginado, densamente alvo-lanuginosas; pétalas 1,1-1,3×0,3-0,4cm, eretas, cuculadas, alvas com ápice lilás; estames inclusos, aproximadamente 1cm de comprimento, alvo-amarelados; estigma incluso, 2mm de comprimento; estilete com 1cm de comprimento; ovário 5mm de comprimento, glabro. Infrutescência 4-4,6cm de comprimento , amarelo-esverdeada.
As flores de A. ananassoides possuem pétalas firmemente sobrepostas formando um tubo de cerca de 20mm de comprimento, desde o ápice da corola até a região onde ocorre acúmulo de néctar. A abertura floral inicia entre 03:30h e 04:00h e finaliza por volta das 06:00h, quando os lobos da corola se encontram completamente curvados para fora. A antese tem duração de, aproximadamente, 12 horas e, no final do dia, por volta das 17:00h, os ápices apresentam-se torcidos no centro da corola, impossibilitando completamente o acesso ao interior do tubo. A. ananassoides tem ampla guilda de visitantes florais, incluindo representantes de diversos grupos, tais como Hymenoptera, Lepidoptera e Trochilidae, indicando que esta espécie é uma importante fonte de recurso para a fauna associada. Moscas e formigas podem ser encontradas sobre as inflorescências em todos os períodos do dia, e acredita-se que sejam atraídas pelo odor adocicado liberado pela planta e que se alimentem de secreções líquidas e gelatinosas observadas na superfície da inflorescência. Abelhas pequenas(Trigona spinipes e Plebeia droryana) também são visitantes florais de A. ananassoides, desde o amanhecer até o entardecer, sendo especialmente frequentes nos períodos mais quentes do dia. Além disso, beija-flores (Phaethornis pretrei e Chlorostilbon aureoventris) foram identificados como polinizadores legítimos (Barbosa-Filho; Araújo, 2007).
Esta espécie é nativa do Brasil, mas não endêmica. É amplamente cultivada nos trópicos, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017; Monteiro, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-139
Itens por página: