nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Echinochloa polystachya
Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc.
 
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Myrciaria dubia
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh
Araçá
 
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Centrosema brasilianum
Centrosema brasilianum (L.) Benth.
 
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Limnocharis flava
Limnocharis flava (L.) Buchenau
Golfe
 
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Talinum fruticosum
Talinum fruticosum (L.) Juss.
 
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Byrsonima crassifolia
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
 
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Peperomia pellucida
Peperomia pellucida (L.) Kunth
Erva de Jaboti
 
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Guzmania lingulata
Guzmania lingulata (L.) Mez
 
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Cissus verticillata
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis
 
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Acmella oleracea
Acmella oleracea (L.) R.K.Jansen
Agrião
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc. Echinochloa polystachya (Kunth) Hitchc.
Poaceae
Canarana-verdadeira
Forrageiras
Plantae
Gramínea perene, aquática ou subaquática; colmos grosseiros, 1-3m de altura, base comprida e reptante, glabra; nós densamente híspidos com pelos amarelo-adpressos; bainhas glabras ou pilosas (pálido-híspidas); lígula composta de uma linha de pelos amarelos, rígidos, até 4mm de comprimento; lâmina podendo alcançar 2,5cm de largura, escabra na margem e na superfície inferior. Panícula de 10-20cm, algo densa; racemos adscendentes, os inferiores na maioria escabros e mais ou menos papiloso-híspidos; espículas dispostas em séries, bem juntas, quase sésseis, 5mm de comprimento (Black, 1950). Sinflorescência composta por numerosos ramos unilaterais alternos com 2-11cm de comprimento ; ráquis ciliada nas margens. Espiguetas solitárias, binadas ou em tríades, com dois antécios, escabras ou híspidas; gluma inferior aguda a acuminada, gluma superior e lema do antécio basal caudados a caudado-aristados; antécio basal estaminado, com pálea; antécio superior bissexuado, coriáceo, estramíneo a castanho na maturidade, lema e pálea lisos. Cariopse 2,7-3x1,8mm (Pott; Pott, 2000; Boldrini, 2001).
É uma gramínea perene, que cresce nas margens dos rios e lagos, tendo modo de existência palustre e aquático, com fase terrestre (Junk; Piedade, 1993). Apresenta crescimento vigoroso, chegando a ocupar toda a largura de canais e rios desprovidos de mata ciliar, causando, muitas vezes o represamento das águas, contribuindo assim para o prolongamento das inundações (Miranda, 1908).Em decorrência do seu crescimento vigoroso e elevadas densidade e produtividade, a espécie tem grande importância ecológica nos rios amazônicos, afetando a ciclagem de nutrientes e contribuindo com a alimentação da fauna (Piedade, 1993). É um dos principais capins que formam as chamadas “ilhas flutuantes”, comuns em certos rios da Amazônia, na época das enchentes (Huber, 1904; Black, 1950; Camarão et al., 2006).De acordo com Piedade (1993), na Amazônia, as sementes dessa espécie são predadas por larvas de Cecidomyiidae, as quais são capazes de comprometer 90% da produção de sementes. Na Amazônia, a floração dessa espécie inicia em março, sendo que o pico de floração ocorre entre abril e julho, encerrando esse ciclo, em setembro. A sincronia da floração e frutificação com o pico das cheias favorece a dispersão dessa espécie. A forma predominante de dispersão das sementes é a hidrocoria, sendo que a endozoocoria (por aves e peixes) teria maior atuação predatória do que de dispersão. Segundo Miranda (1908), na ilha de Marajó, as sementes dessa espécie são muito apreciadas por marrecas (espécie de pato selvagem).
Espécie nativa não endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018; Delfini; Zuloaga, 2020).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-94
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Araçá
Myrtaceae
Camu-camu
Alimentícias
Plantae
Planta de hábito arbustivo, podendo alcançar de 3 a 6 metros de altura, com a copa formando ramificações desde a base, em forma de vaso aberto. O tronco e os ramos são glabros, cilíndricos, lisos e de coloração marrom claro ou avermelhado, cuja casca se desprende facilmente. As folhas são lanceoladas, com comprimento e largura variando de 6 a 11cm e 3 a 4cm, respectivamente. Possui ápice pontiagudo, com base arredondada, muitas vezes assimétrica; tem borda lisa e as nervuras são tênues, mais perceptíveis na base abaxial. O pecíolo é cilíndrico com 5 a 9mm de comprimento e 1 a 2mm de diâmetro. A inflorescência é axilar, dispostas em dois pares; os botões florais estão em maior porcentagem nos ramos do ano, agrupados de 4 a 12 por nó; com racemos curtos, possuem brácteas e bractéolas persistentes; as flores subsésseis, com ovário ínfero, glabras; pétalas brancas arredondadas, ciliadas, com até 1,5 mm de comprimento. Com estilo de 10 a 11mm de comprimento; possuem pétalas em número de quatro, de coloração branca, com 3 a 4mm de comprimento, ovaladas, côncavas, glandulosas e ciliadas. O cálice possui sépalas diferenciadas, não persistentes (Pinedo et al., 2004). O fruto é baga globosa, com epicarpo liso e brilhante, de cor vermelha escuro até púrpura ao amadurecer , alcançando entre 2 a 4cm de diâmetro, com peso médio de 8 a 10g, contendo de 1 a 4 sementes por fruto, sendo mais comum de 2 a 3 sementes. As sementes apresentam o formato reniforme, de 8 a 15mm de comprimento com 6 a 11mm de largura (Riva-Ruiz, 1994).
A planta aproveita solos marginais que não são aptos para outros cultivos de espécies frutíferas perenes, uma vez que a espécie é extremamente tolerante à inundação. Desenvolve-se tanto em condições de solo drenado quanto, em condições de inundação periódica. Em áreas de ocorrência natural no Peru, os solos apresentam a textura variando do argiloso a arenoso, com pH entre 4 a 5,6 e saturação com alumínio entre zero a 38%. O teor de fósforo e potássio disponível é de baixo, médio a alto, respectivamente. As plantas de Myrciaria dubia se desenvolvem sempre a pleno sol, sem competição por luz, raramente aparecem isoladas, encontrando-se associadas a outras plantas da família Myrtaceae e algumas palmeiras que suportam a inundação, se desenvolvem em grupos uniformes de várias espécies, formando manchas espessas e bem diferenciadas, que ocupam grande parte de superfície das áreas alagadas. Em condição de cultivo o camu-camu floresce dois anos e meio após o transplante, quando a propagação é feita por semente, frutificando duas vezes ao ano. A produtividade elevada das populações silvestres de M. dubia evidencia um efeito do ambiente. São poucas as plantas lenhosas tolerantes à inundação, formando agrupamentos monoespecíficos ao longo das baías e pequenas entradas de água em terrenos acidentados. Devido à baixa competitividade das plantas, o camu-camu pode maximizar os altos níveis de radiação solar e a abundante umidade do solo característico desse ambiente. Recebe também reposição nutricional natural todo o ano na enchente do rio, com a deposição de grandes quantidades de sedimentos férteis (Peters; Vasques, 1987).
A maior concentração de populações naturais desta espécie encontra-se na Amazônia peruana, ao longo dos rios Ucayali, Amazonas e seus afluentes, em uma área situada entre as localidades de Pucallpa e Pebas. Além do Peru, também existem registros de ocorrência na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e Venezuela (Villachica et al., 1996). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) e Centro-Oeste (Mato Grosso)(Flora do Brasil, 2018; Stadnik et al., 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-24
Centrosema brasilianum (L.) Benth Centrosema brasilianum (L.) Benth.
Fabaceae
Centrosema
Forrageiras
Plantae
Espécie herbácea, perene, de crescimento rasteiro, porém com a presença de tutores seu hábito é volúvel (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986). Os ramos são fissurados, glabros, com folhas trifolioladas, folíolos lanceolados e glabrescentes (Silva et al., 2013), folíolos medindo 25-70mm de comprimento e 6-35mm de largura (Silva et al., 2014). A inflorescência é em racemo e se desenvolve na axila das folhas, tendo de uma a cinco flores por racemo; as flores são azuis com tonalidades liláceas, violáceas e purpuras e raramente brancas (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986). O fruto é um legume linear, glabro, com sementes de oblongas a quadrangulares, marrons (Silva et al., 2013), medindo 70-160mm de comprimento, contendo 8-23 sementes, geralmente marrons, cuja massa de 100 unidades é de 1,2-2,7g (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986).
Centrosema brasilianum L. é uma espécie adaptada à região amazônica (Clements et al., 1983), que cresce prostrada na ausência de suporte, com enraizamento dos seus nós (Costa et al., 2004b). É considerada invasora em áreas cultivadas (Silva et al., 2013), porém, tem elevado potencial para alimentação animal (Schultze-Kraft, 1990; Peters; Schultze-Kraft, 2017). A produção e a qualidade da forragem em C. brasilianum é bastante variável (Costa; Oliveira, 1993) em função das condições ecológicas, manejo e incidência de pragas e doenças. Segundo Coradin e Ramos (2016) o hábito de crescimento volúvel da espécie é uma característica que favorece a competição por luz e persistência, quando em consórcio com gramíneas. Outras características importantes em C. brasilianum são o fato de ser nativa da região, oferecendo diversidade genética para a seleção de material promissor; ser boa produtora de sementes; ter agressividade média o que favorece o consórcio com gramíneas cespitosas e a tolerância a seca (Serrão et al., 1990). Entretanto, a baixa capacidade de enraizamento dos nós caulinares em ecótipos prostrados é limitante para a sua persistência (Coradin; Ramos, 2016). Outro problema para o cultivo de C. brasilianum é a ocorrência de doenças, principalmente a ferrugem, causada por Rhizoctonia solani, considerado o principal problema fitossanitário desta espécie (Lenné et al., 1990), limitando o crescimento e a produção de biomassa (Tropical Forages, 2018)
A espécie tem ocorrência neotropical (Silva et al., 2013), na Bolívia, Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela (Tropicos, 2017), Equador, Colômbia, México e Paraguai (Schultze-Kraft et al., 1990). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-89
Limnocharis flava (L.) Buchenau Limnocharis flava (L.) Buchenau Golfe
Alismataceae
Mureré
Alimentícias
Plantae
Planta perene, aquática, cespitosa, acaule, herbácea, ereta, rizomatosa e estolonífera, com altura entre 28 a 70cm, glabras. Rizomas trígonos, com 0,5-4,5cm de diâmetro. Folhas aveludadas, elípticas a obovadas, 10,5-18,5cm de comprimento e 5,7-12cm de largura; ápice retuso a arredondado, levemente mucronulado; base aguda a levemente cordada; 9-14 nervadas, dispostas verticalmente no ápice de um longo pecíolo. Pecíolo 16-40cm de comprimento, 0,4-0,6mm de diâmetro; bainha com 9-27cm de comprimento. Escapos florais maiores que os pecíolos, inflados, medindo entre 13-50cm de altura; pedicelo floral com 2-4cm de comprimento; sépalas com 1,3-1,5cm de comprimento e 1,2-1,3cm de largura; sem pétalas. As flores são vistosas e amarelas, dispostas em pequenos grupos no ápice de longo escapo floral, na mesma altura da folhagem. Apresentam, em média, 30 estames com numerosos estaminódios, ápice bidentado; carpelos em número de 16-18 e, em média, 8mm de comprimento. Fruto tipo aquênio, globosos deiscentes, medindo 0,9-1,4cm de comprimento e 6-8mm de largura; sementes numerosas, 1-1,4mm de comprimento, disseminadas pela água (Matias; Sousa, 2011), (Kinupp; Lorenzi, 2014).
Prefere climas mais quentes, embora se adapte também em regiões mais frias. Deve ser cultivada associada à presença de água, em lagos ou brejos de pouca profundidade, em ambientes a pleno sol ou meia sombra. No Brasil, a espécie floresce o ano todo, porém, com mais intensidade entre os meses de agosto a março. A espécie é considerada perene, mas, em alguns locais, tem comportamento anual (Wanderley et al., 2002) Com relação à fenologia, as flores abrem pela manhã e fecham depois de algumas horas. Após a antese, as sépalas aumentam e envolvem o fruto, enquanto as pétalas se tornam uma massa viscosa. Quando maduros, os carpelos dos frutos caem na água onde soltam as sementes, que afundam imediatamente. A inflorescência invertida permanece sobre a superfície da água e, frequentemente, pode produzir brotações e regenerar uma nova planta. A espécie apresenta diversos mecanismos de dispersão, embora o mais comum seja a hidrocoria (CABI, 2018).
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil, com ocorrência registrada desde o México até o sul da América do Sul (Matias; Sousa, 2011). No Brasil ocorre, conforme , nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Matias, 2018). É planta típica de ambientes alagados e brejosos (vegetação aquática) nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal (Matias, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-21
Talinum fruticosum (L.) Juss. Talinum fruticosum (L.) Juss.
Portulacaceae
Cariru
Alimentícias
Plantae
Talinum fruticosum é planta herbácea, com 15-60cm de altura, caule ereto, glabro (sem pelos ou tricomas), simples ou ramificado. Folhas alternas ou subopostas, lâmina com 20-100x20-40mm, oboval, ápice emarginado, base cuneada, pecíolo com 1,0-1,5mm. Inflorescências em cimeiras monocasiais, pedúnculo triangular com 2-10cm, pedicelo com, aproximadamente, 1,0cm. Flores róseas; sépalas com 4-5x2-3mm, persistentes, obovais; pétalas com 7-8x5-6mm; 20-40 estames; estilete com 1-2mm. Frutos cápsulas, com 2-5mm, globosas, amarelas, frequentemente com pontos avermelhados, deiscência valvar; sementes marrom-escuras a negras com 0,8-1,0mm (Flora de Morro do Chapéu, 2013).
São plantas extremamente rústicas e de grande adaptabilidade, sendo algumas das hortaliças folhosas mais adaptadas, tanto ao clima extremamente úmido da região amazônica quanto ao clima semiárido do sertão nordestino. É comum encontrá-las espontaneamente nos estratos inferiores em sub-bosque de estratos florestais, demonstrando sua plena adaptabilidade a sistemas agroflorestais. Muitas vezes, são consideradas plantas invasoras em sistemas agrícolas (Kissmann; Groth, 1999), sendo comum o aproveitamento alimentar de plantas espontâneas nesses locais.
T. fruticosum ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Pará, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Hassemer, 2019a). Nativas, porém não endêmicas do Brasil.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-40
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth. Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
Malpighiaceae
Murici
Alimentícias
Plantae
Árvore que quando cresce em pleno sol raramente ultrapassa a 6m de altura e, aos sete anos de idade, alcança diâmetro de copa entre 7 e 10m. Frequentemente assume a configuração de arbusto em decorrência do tronco e ramos serem facilmente quebrados pela ação de ventos, especialmente nos dois primeiros anos após o plantio, o que induz a proliferação de brotações na base da planta. O caule é tortuoso, geralmente com diâmetro que não ultrapassa a 30cm. O sistema radicular é representado por uma raiz pivotante, que atinge profundidade de, no máximo, um metro de comprimento. Apresenta quatro a seis raízes laterais, que se originam na base do coleto e se desenvolvem horizontalmente, projetando-se à distância superior a 5m da base da planta. Das raízes laterais surgem raízes verticais, com comprimento entre 20 e 30cm, que garantem a sustentação da planta. A maior parte das raízes (60%) se concentra até 50cm da superfície do solo. As folhas são opostas, simples, coriáceas e, quando completamente maduras apresentam pecíolo com comprimento médio de 1,4cm e largura de 0,3cm. A lâmina foliar é elíptica com comprimento médio de 11,8cm e largura de 6,4cm. Na maioria dos tipos, a face abaxial das folhas apresenta-se com coloração pronunciadamente ferrugínea e em outros com coloração verde esbranquiçada. Essas colorações são determinadas pelos tricômas que, no primeiro caso, são ferrugíneos e, no segundo, esbranquiçados. Os tricômas ocorrem nas duas faces da folha, sendo mais numerosos na face abaxial. Na fase adaxial são, predominantemente, de coloração esbranquiçada, apresentando essa superfície da folha de cor verde. Ressalte-se que, em folhas jovens, a coloração, tanto da face abaxial quanto na face adaxial, é amarronzada. Com exceção da largura do pecíolo, que não apresenta variações acentuadas dentro e entre genótipos, nas demais características biométricas as variações são mais pronunciadas entre genótipos que dentro de genótipos. A lâmina foliar apresenta cutícula espessa, com flanges cuticulares. A venação é pinada do tipo camptódromo, subtipo broquidódromo. A nervura central é bastante proeminente na face abaxial. Os estômatos são paracíticos, ou seja, apresentam duas células subsidiárias paralelas às células-guardas, as quais são relativamente grandes quando comparadas às células guardas (Araújo, 2008). As flores são hermafroditas e estão dispostas em rácemos terminais alongados, que podem atingir até 15cm de comprimento. É pentâmera, com cálice formado por cinco pétalas oval-triangulares, cada uma contendo dois elaióforos, ou seja, glândulas que secretam óleo, o qual se constitui no principal recurso forrageiro oferecido aos polinizadores.
A floração do murucizeiro ocorre no período de menor precipitação de chuvas. No caso específico da Amazônia Oriental brasileira a floração se verifica entre junho até meado de dezembro, com pico entre setembro e outubro. Nas demais áreas de ocorrência observam- -se padrão de floração semelhante, com pequenos desvios para o início, término e pico de floração. A abertura das flores ocorre a partir de 6:00 horas, prolongando-se até o final da tarde. Nas primeiras horas da manhã, ocasião em que a temperatura é mais amena, a antese se processa com maior rapidez, iniciando-se com a distensão das pétalas e a separação dos estames, cujas anteras já se encontram em deiscência. Posteriormente, os três estigmas se distendem, ficando em plano superior ao das anteras. Nessa ocasião não estão receptivos, o que só ocorre duas horas após a completa abertura da flor. Os estigmas permanecem receptivos por até 72 horas após a antese (Carvalho et al., 2006; Rêgo; Albuquerque, 2006a). A flor do muruci não produz néctar, porém armazena considerável quantidade de lipídios em glândulas localizadas nas sépalas, denominadas de elaióforos. Os lipídios se constituem no principal recurso forrageiro oferecido aos polinizadores, vindo a seguir o pólen (Pereira; Freitas, 2002; Rêgo; Albuquerque, 2006b). A espécie é essencialmente alógama e geneticamente autocompatível (Sihag, 1995). As flores são polinizadas por abelhas grandes, destacando-se entre elas, pela maior frequência e abundancia, espécies dos gêneros Centris, Epicharis e Paratetrapedia. Essas abelhas visitam as flores em busca de óleo contido nos elaióforos e de pólen (Rêgo; Albuquerque, 2006a). Em ambientes pouco perturbados, em que os polinizadores estão presentes em abundância, a conversão de flores em frutos é elevada, desde que não haja predação de flores e de frutos em formação e que os fatores abióticos sejam favoráveis para a polinização, crescimento e desenvolvimento dos frutos. Nessas condições, Pereira e Freitas (2002) observaram uma taxa de 75% de conversão de flores em frutos. No entanto, resultados obtidos na Embrapa Amazônia Oriental, em murucizeiros cultivados na microrregião de Belém, PA, indicaram taxas bem menores, entre 5,8% e 15,4%, não obstante, a taxa de fecundação de flores ter sido superior a 70% (Carvalho et al., 2006).
No Brasil, B. crassifolia apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2019). Na Região Norte, o Estado do Pará é o maior produtor dessa fruta, com produção estimada em torno de 1.500 toneladas/ano. Rompendo as fronteiras do Brasil é encontrada em todos os países que se limitam com a Amazônia Brasileira, além do México e diversos países da América Central e do Caribe (Roosmalen, 1985; Morton, 1987; Cavalcante, 2010; Silva; Batalha, 2009; Souza et al., 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-8
Peperomia pellucida (L.) Kunth. Peperomia pellucida (L.) Kunth Erva de Jaboti
Piperaceae
Erva-de-jaboti
Alimentícias
Plantae
Planta herbácea, anual, de 15 a 45cm de altura, ereta ou semiereta, tenra e carnosa, ramificada, com hastes suculentas, claras, glabras e um pouco transparentes ou hialinas (razão para o epíteto pellucida). Folhas simples , pecioladas, alternas, com lâminas em forma de coração, membranácea, glabra, discolor, hialina, brilhante e discretamente marcada pela nervação, de 1-3cm de comprimento. Inflorescências em espigas terminais e axilares, eretas e cilíndricas, de 2-4cm de comprimento, com flores discretas de coloração esverdeada (Kinupp; Lorenzi, 2014). Inflorescência em forma de espiga cilíndrica, com pequenas sementes negras distribuídas ao longo da espiga
É planta silvestre, de ocorrência em áreas abertas e úmidas de meia sombra, sendo comum em frestas ao redor das casas ou entre pedras em muros, por exemplo. É considerada planta infestante, sendo normalmente capinada em jardins no entorno das casas. Prefere clima quente, solos bem drenados, arenosos ou litólicos (rochosos), não se desenvolve bem em solos argilosos. Na Amazônia, é de fácil ocorrência em beiradas de áreas de cultivo, onde encontra as condições propícias ao desenvolvimento pleno, solos arenosos e bem drenados, calor o ano inteiro e meia sombra. Até o presente, não há estudos sobre técnicas de cultivo, certamente em razão de seu uso ainda incipiente e sua rusticidade, não tendo ainda chamado a atenção para sua domesticação em cultivos sistematizados.
Espécie nativa, não endêmica do Brasil, com ampla distribuição no território brasileiro. Tem ocorrência confirmada, conforme , nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-32
Guzmania lingulata (L.) Mez Guzmania lingulata (L.) Mez
Bromeliaceae
Estrela-escarlate
Ornamentais
Plantae
Bromélia terrestre ou epífita, herbácea, acaulescente, 20-30cm de altura, perene . Folhas numerosas, largas, textura coriácea, de 25- 50cm comprimento, 15-30cm de largura, formato linear e liguladas, dispostas em densa roseta. Bractéolas eretas, densamente imbricadas, a inferior foliácea, a superior lanceolada, verde ou vermelha, formando um invólucro cupuliforme abaixo da inflorescência. Inflorescência apical, simples, densamente florida, 10-50 flores, corimbiforme, 7cm largura, com uma substância mucilaginosa em seu interior; inflorescência formada por brácteas verdes ou vermelhas , de formato lanceolado, linear, ou acuminada-aguda, mais longas que as sépalas; as brácteas superiores são vermelhas e expandidas, envolvendo as flores tubulares brancas presentes em um longo escapo floral (Reitz, 1983). Flores andróginas, pediceladas; sépalas livres, lineares, obtuso-arredondadas, 1,5-2cm comprimento, glaras; corola branca, lineares, lóbulos obtuso-arredondados; estames adnados as pétalas; ovário elipsoide. Cápsula oblongo-elipsóide ou subelipsóide, 2,8-3,5cm comprimento, 3cm de largura. Sementes de cor marrom-avermelhado (Llamozas et al., 2003; Cedeño-Maldonado, 2005).
Cultivada principalmente em vasos preenchidos com extrato leve e permeável a base de fibras de coco e húmus, mantidos em locais abrigados com luz indireta ou difusa (Lorenzi, 1999; 2013). Deve receber água em abundância, porém o substrato precisa ser bem drenado para não encharcar, a fim de permitir que o ar alcance as raízes, uma vez que estas precisam de ar úmido para se desenvolver. Durante o verão a planta deve ser mantida com água em seu centro e, no inverno, deve ser mantida mais seca e com um pouco de fertilizante diluído na água (Mobot, 2009). São registradas três variedades naturais na espécie: Guzmania lingulata (L.) Mez var. lingulata, Guzmania lingulata var. minor (Mez) L.B.Sm. & Pittendr., Guzmania lingulata var. splendens (G.Planch.) Mez, com diferenças na coloração e formato das folhas (Flora do Brasil, 2017). De acordo com Siqueira-Filho (2003), a espécie não apresenta uma cor predominante nas flores, mas um conjunto representado pelo vermelho e amarelo nas brácteas florais ou na inflorescência, aumentando a sinalização para os polinizadores, principalmente beija-flores, confirmando a predominância do vermelho em plantas ornitófilas.
Guzmania lingulata é originária da América tropical, com distribuição na Guatemala, Panamá, Antilhas, Colômbia, Venezuela, Belize, Trinidad e Tobago, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Peru, Brasil e Bolívia (Holst; Luther, 1997; Llamozas et al., 2003; Lorenzi, 2013). No Brasil tem ocorrência confirmada nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Roraima, Pará); Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe) e Centro-Oeste (Mato Grosso) (Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-148
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis
Vitaceae
Insulina-vegetal
Medicinais
Plantae
Arbusto escandente e sarmentoso , com gavinhas opostas (Bertolucci et al., 2008); folhas ovado-cordiforme membranáceas simples, inteiras, ovadas ou oblongas, às vezes hastadas, com 4-7cm de comprimento e 2,5 - 4,5cm de largura, ápice agudo, base incisa, margem às vezes denticulada . Inflorescências corimbiformes com flores brancacentas pequenas, cálice cupuliforme verde claro com cerca de 2mm de comprimento; corola com 4 pétalas livres com cerca de 2mm de comprimento; androceu com 4 estames com anteras arredondadas; gineceu com ovário ovoide, globoso, glabro; fruto baga ovoide-globosa preta, quando madura, com uma semente com cerca de 6mm de comprimento (Berg, 2010)
O plantio deve ser realizado no início das chuvas. As mudas são transplantadas quando atingem um porte de 20 a 25cm de altura, com 6 a 8 folhas. O espaçamento utilizado é de 1x0,5m. Prefere solos areno-argilosos com boa umidade. Durante o inverno, é comum o surgimento de sintomas de deficiência de ferro, principalmente nas mudas em formação. As folhas novas adquirem uma coloração clorótica generalizada. Devido ao hábito trepador, a planta tem que ser conduzida/ em espaldeiras para não ser pisoteada ou ser contaminada por terra. Devido ao grande vigor da planta, seu crescimento tem que ser controlado e limitado com tutoramento. A colheita inicia-se no quarto mês após o plantio (Bertolucci et al., 2008). A espécie ainda não é cultivada de forma expressiva, embora pequenos plantios estejam surgindo, praticados, principalmente, por japoneses radicados no estado do Pará, cujo destino da produção é a exportação para o Japão. Nesse sentido, assim como para a maioria das espécies medicinais, a cadeia produtiva é incipiente.
A espécie tem uma ampla distribuição neotropical, ocorrendo na América Central e do Sul, da Flórida à Argentina e ao Uruguai. No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-102
Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen Acmella oleracea (L.) R.K.Jansen Agrião
Asteraceae
Jambu
Condimentares
Plantae
Erva medindo entre 30-40cm de altura, ereta, ramificada, base lenhosa. Caule subcilíndrico, sulcado, glabro, espaçadamente quase sempre piloso no ápice; entrenós 1,5-10cm de comprimento. Folhas com 4,0-7,5cm de comprimento e 3-5cm de largura, ovaladas, deltoides ou cordiformes, membranáceas, decussadas, face adaxial glabra, abaxial glabra a espaçadamente pilosa sobre as nervuras, coloração verde, concolor, ápice agudo, base atenuada, margem serreada, pontuações glandulares ausentes; pecíolo 1,0-2,5cm de comprimento; nervação camptódroma-eucamptódroma. Inflorescências tipo capítulo, com 2,0-2,5cm de altura e 1,0-1,6cm de diâmetro, discoides, na maioria das vezes solitários ou dispostos aos pares no ápice dos ramos; pedúnculo 5,5- 17,0cm de comprimento, glabro a espaçadamente piloso; invólucro cônico, bi ou trisseriado; brácteas involucrais da série externa 7-8mm de comprimento e 1-3mm de largura, linear- -lanceoladas, esverdeadas, margem fimbriada, ápice agudo, podendo ser obtuso, face externa estrigosa, face interna glabra; as da série interna medem entre 6-7mm de comprimento e 2mm de largura, lanceoladas, estrigosas na face externa, margem membranácea fimbriada, ápice agudo; receptáculo 9-12mm de comprimento e 2-6mm de diâmetro, cilíndrico. Flores 500-830, andróginas, tubulosas; corola medindo em média 3mm de comprimento, tubo bem distinto do limbo, glabra, amarela, lacínios 5, com 1mm de comprimento, agudos, papilosos internamente; anteras 0,9-1,0mm de comprimento, tecas enegrecidas (Silva, 2008).
As plantas apresentam grande variabilidade morfológica, sendo observada variações, principalmente, nas quantidades de sementes produzidas pelos diferentes materiais botânicos disponíveis na Amazônia. As variedades cultivadas nos municípios do entorno de Belém (PA) produzem inflorescências maiores, com mais de 300 sementes, enquanto que o jambu nativo das áreas alagadas do município de Breves (PA), produz menos de 10 sementes por inflorescência (Gusmão, 2013a).
uma espécie bastante cosmopolita, com ocorrência em vários continentes (América, África, Ásia) e especialmente comum na América do Sul. No Brasil apresenta ocorrência confirmada nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-62
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