nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Limnocharis flava
Limnocharis flava (L.) Buchenau
Golfe
 
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Matisia cordata
Matisia cordata Kunth
Sapota
 
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Mauritia flexuosa
Mauritia flexuosa L.f.
Buriti
 
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Myrciaria dubia
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh
Araçá
 
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Oenocarpus bacaba
Oenocarpus bacaba Mart.
 
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Oenocarpus balickii
Oenocarpus balickii F.Kahn
Bacaba
 
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Oenocarpus bataua
Oenocarpus bataua Mart.
Patauá
 
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Oenocarpus distichus
Oenocarpus distichus Mart.
Bacaba
 
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Oenocarpus mapora
Oenocarpus mapora H.Karst.
Abacaba
 
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Oenocarpus minor
Oenocarpus minor Mart.
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Limnocharis flava (L.) Buchenau Limnocharis flava (L.) Buchenau Golfe
Alismataceae
Mureré
Alimentícias
Plantae
Planta perene, aquática, cespitosa, acaule, herbácea, ereta, rizomatosa e estolonífera, com altura entre 28 a 70cm, glabras. Rizomas trígonos, com 0,5-4,5cm de diâmetro. Folhas aveludadas, elípticas a obovadas, 10,5-18,5cm de comprimento e 5,7-12cm de largura; ápice retuso a arredondado, levemente mucronulado; base aguda a levemente cordada; 9-14 nervadas, dispostas verticalmente no ápice de um longo pecíolo. Pecíolo 16-40cm de comprimento, 0,4-0,6mm de diâmetro; bainha com 9-27cm de comprimento. Escapos florais maiores que os pecíolos, inflados, medindo entre 13-50cm de altura; pedicelo floral com 2-4cm de comprimento; sépalas com 1,3-1,5cm de comprimento e 1,2-1,3cm de largura; sem pétalas. As flores são vistosas e amarelas, dispostas em pequenos grupos no ápice de longo escapo floral, na mesma altura da folhagem. Apresentam, em média, 30 estames com numerosos estaminódios, ápice bidentado; carpelos em número de 16-18 e, em média, 8mm de comprimento. Fruto tipo aquênio, globosos deiscentes, medindo 0,9-1,4cm de comprimento e 6-8mm de largura; sementes numerosas, 1-1,4mm de comprimento, disseminadas pela água (Matias; Sousa, 2011), (Kinupp; Lorenzi, 2014).
Prefere climas mais quentes, embora se adapte também em regiões mais frias. Deve ser cultivada associada à presença de água, em lagos ou brejos de pouca profundidade, em ambientes a pleno sol ou meia sombra. No Brasil, a espécie floresce o ano todo, porém, com mais intensidade entre os meses de agosto a março. A espécie é considerada perene, mas, em alguns locais, tem comportamento anual (Wanderley et al., 2002) Com relação à fenologia, as flores abrem pela manhã e fecham depois de algumas horas. Após a antese, as sépalas aumentam e envolvem o fruto, enquanto as pétalas se tornam uma massa viscosa. Quando maduros, os carpelos dos frutos caem na água onde soltam as sementes, que afundam imediatamente. A inflorescência invertida permanece sobre a superfície da água e, frequentemente, pode produzir brotações e regenerar uma nova planta. A espécie apresenta diversos mecanismos de dispersão, embora o mais comum seja a hidrocoria (CABI, 2018).
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil, com ocorrência registrada desde o México até o sul da América do Sul (Matias; Sousa, 2011). No Brasil ocorre, conforme , nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná) (Matias, 2018). É planta típica de ambientes alagados e brejosos (vegetação aquática) nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal (Matias, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-21
Matisia cordata Kunth Matisia cordata Kunth Sapota
Malvaceae
Sapota
Alimentícias
Plantae
Árvore com 15 a 30m de altura, mas pode atingir até 40m em condições naturais. Possui folhas cordiformes concentradas no ápice dos ramos, com 30 a 40cm de comprimento nos ramos estéreis e muito menores nos ramos floríferos, pecíolo alongado, medindo, em média, 20cm de comprimento. Flores amarelas, caulifloras, solitárias ou em pequenos grupos ao longo dos ramos mais grossos. Os frutos são bagas arredondadas ou ovoides , grandes, com seu peso variando entre 250g a 1,2kg, de coloração entre o verde escuro e o marrom. A polpa do fruto é densa, suculenta, alaranjada e um pouco fibrosa. Cada fruto contém de uma até cinco sementes (Rabelo, 2012; Kinupp, 2014; Lorenzi et al., 2015).
A espécie cresce espontaneamente na região amazônica, onde é também cultivada em quintais e roçados. Embora a espécie seja considerada resistente e com boa adaptação ao cultivo, tem sido relatada a ocorrência de mosca-das-frutas (Anastrepha spp.), conforme reportado por Tuesta (2008) para as condições de cultivo do Peru. Em condições de ocorrência natural na região Norte, floresce entre os meses de setembro a novembro e a maturação dos frutos ocorre de fevereiro a maio (Yuyama et al., 2013; Lorenzi et al., 2015). É uma planta que naturalmente apresenta interações com fungos micorrízicos, que ajudam na manutenção geral da biota do solo e biodisponibilização de nutrientes, caso do fósforo (Ted, 1980).
Espécie nativa, mas não endêmica do Brasil, sendo encontrada também na Colômbia, Peru, Equador e Venezuela (Alegría et al., 2007). No Brasil tem ocorrência na Região Norte(Amazonas, Pará, Rondônia) e Sudeste (Rio de Janeiro) Matisia cordata habita o domínio fitogeográfico da Amazônia, em formações florestais, especialmente em Área Antrópica e Floresta de Terra Firme (Flora do Brasil, 2018).
Mauritia flexuosa L.f Mauritia flexuosa L.f. Buriti
Arecaceae
Buriti
Alimentícias
Plantae
É uma das maiores palmeiras que ocorrem na Amazonia (Cymerys et al., 2005). Apresenta estipe solitário, medindo entre 20 a 30m de altura e 30 a 50cm de diâmetro; inerme ou com poucos espinhos na face inferior das pinas. Folhas costopalmadas (arredondadas) com cerca de 3,5 metros de comprimento. Brácteas pedunculares numerosas, envolvendo todo o pedúnculo, de 8-12cm de comprimento. Inflorescência ramificada em primeira ordem (27-35 ramificações), 2,5-3,7 metros de comprimento. Ráquilas estaminadas e pistiladas 45-56, sustentando flores masculinas e femininas, respectivamente; flores masculinas e femininas amarelas a laranjadas, naviculares a fusiformes. Frutos marrom-avermelhados, oblongo-globosos, coberto com escamas sobrepostas, medindo entre 5x4cm até 10x6cm; mesocarpo (polpa) carnoso, alaranjado, oleaginoso e nutritivo; com uma semente (Cymerys et al., 2005; Martins, 2012). O comprimento de cacho pode variar de 1,58m a 2,25m; a massa do cacho de 18,5kg a 43,60kg e a massa dos frutos de 14,70kg a 35,17kg. O número de ráquilas por cacho varia de 25 a 34 e o número de frutos de 243 a 628. Ocorre geralmente uma semente por fruto, mais ou menos esféricas e cobertas com uma testa de cor marrom (Donadio et al., 2002; Araújo et al., 2004).
O buriti é uma planta de ambiente alagado, sendo dependente da presença de água tanto para o desenvolvimento vegetativo quanto para a reprodução e dispersão das sementes. A espécie é dióica, ou seja, depende da existência de plantas masculinas e femininas para produzir frutos, pois enquanto os machos produzem apenas cachos com flores masculinas, as fêmeas produzem cachos com flores femininas, que se tornarão frutos. A floração do macho e da fêmea ocorre ao mesmo tempo, a fim de facilitar a polinização cruzada. O vento não poliniza as flores do buriti, por isso, a produção dos frutos depende de insetos, a exemplo de abelhas nativas, pequenos besouros e moscas. Em geral, a produção de frutos em plantas de brejos mais conservados é maior, uma vez que alí existe maior quantidade de insetos polinizadores (Sampaio, 2011). O período desde o florescimento até a maturação dos frutos pode ser superior a um ano e a época de floração das plantas pode variar bastante de região para região. No Cerrado, a floração se inicia em fevereiro, com pico nos meses de março a maio. A frutificação mais intensa ocorre de dezembro a maio, com produção de frutos, em menor quantidade, também nos meses de junho a novembro (Coradin et al., 2016). produzem cachos com flores femininas, que se tornarão frutos. A floração do macho e da fêmea ocorre ao mesmo tempo, a fim de facilitar a polinização cruzada. O vento não poliniza as flores do buriti, por isso, a produção dos frutos depende de insetos, a exemplo de abelhas nativas, pequenos besouros e moscas. Em geral, a produção de frutos em plantas de brejos mais conservados é maior, uma vez que alí existe maior quantidade de insetos polinizadores (Sampaio, 2011). O período desde o florescimento até a maturação dos frutos pode ser superior a um ano e a época de floração das plantas pode variar bastante de região para região. No Cerrado, a floração se inicia em fevereiro, com pico nos meses de março a maio. A frutificação mais intensa ocorre de dezembro a maio, com produção de frutos, em menor quantidade, também nos meses de junho a novembro (Coradin et al., 2016)
Palmeira nativa, com distribuição na Colômbia, Venezuela, Guiana, Trinidad, Equador, Peru, Brasil e Bolívia (Henderson et al., 1995; Flora do Brasil, 2018). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018). O buriti habita os domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga e Cerrado (Flora do Brasil, 2018), em formações monoespecíficas que, na Amazônia são chamadas de buritizais ou miritizais
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-23
Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh Araçá
Myrtaceae
Camu-camu
Alimentícias
Plantae
Planta de hábito arbustivo, podendo alcançar de 3 a 6 metros de altura, com a copa formando ramificações desde a base, em forma de vaso aberto. O tronco e os ramos são glabros, cilíndricos, lisos e de coloração marrom claro ou avermelhado, cuja casca se desprende facilmente. As folhas são lanceoladas, com comprimento e largura variando de 6 a 11cm e 3 a 4cm, respectivamente. Possui ápice pontiagudo, com base arredondada, muitas vezes assimétrica; tem borda lisa e as nervuras são tênues, mais perceptíveis na base abaxial. O pecíolo é cilíndrico com 5 a 9mm de comprimento e 1 a 2mm de diâmetro. A inflorescência é axilar, dispostas em dois pares; os botões florais estão em maior porcentagem nos ramos do ano, agrupados de 4 a 12 por nó; com racemos curtos, possuem brácteas e bractéolas persistentes; as flores subsésseis, com ovário ínfero, glabras; pétalas brancas arredondadas, ciliadas, com até 1,5 mm de comprimento. Com estilo de 10 a 11mm de comprimento; possuem pétalas em número de quatro, de coloração branca, com 3 a 4mm de comprimento, ovaladas, côncavas, glandulosas e ciliadas. O cálice possui sépalas diferenciadas, não persistentes (Pinedo et al., 2004). O fruto é baga globosa, com epicarpo liso e brilhante, de cor vermelha escuro até púrpura ao amadurecer , alcançando entre 2 a 4cm de diâmetro, com peso médio de 8 a 10g, contendo de 1 a 4 sementes por fruto, sendo mais comum de 2 a 3 sementes. As sementes apresentam o formato reniforme, de 8 a 15mm de comprimento com 6 a 11mm de largura (Riva-Ruiz, 1994).
A planta aproveita solos marginais que não são aptos para outros cultivos de espécies frutíferas perenes, uma vez que a espécie é extremamente tolerante à inundação. Desenvolve-se tanto em condições de solo drenado quanto, em condições de inundação periódica. Em áreas de ocorrência natural no Peru, os solos apresentam a textura variando do argiloso a arenoso, com pH entre 4 a 5,6 e saturação com alumínio entre zero a 38%. O teor de fósforo e potássio disponível é de baixo, médio a alto, respectivamente. As plantas de Myrciaria dubia se desenvolvem sempre a pleno sol, sem competição por luz, raramente aparecem isoladas, encontrando-se associadas a outras plantas da família Myrtaceae e algumas palmeiras que suportam a inundação, se desenvolvem em grupos uniformes de várias espécies, formando manchas espessas e bem diferenciadas, que ocupam grande parte de superfície das áreas alagadas. Em condição de cultivo o camu-camu floresce dois anos e meio após o transplante, quando a propagação é feita por semente, frutificando duas vezes ao ano. A produtividade elevada das populações silvestres de M. dubia evidencia um efeito do ambiente. São poucas as plantas lenhosas tolerantes à inundação, formando agrupamentos monoespecíficos ao longo das baías e pequenas entradas de água em terrenos acidentados. Devido à baixa competitividade das plantas, o camu-camu pode maximizar os altos níveis de radiação solar e a abundante umidade do solo característico desse ambiente. Recebe também reposição nutricional natural todo o ano na enchente do rio, com a deposição de grandes quantidades de sedimentos férteis (Peters; Vasques, 1987).
A maior concentração de populações naturais desta espécie encontra-se na Amazônia peruana, ao longo dos rios Ucayali, Amazonas e seus afluentes, em uma área situada entre as localidades de Pucallpa e Pebas. Além do Peru, também existem registros de ocorrência na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e Venezuela (Villachica et al., 1996). No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) e Centro-Oeste (Mato Grosso)(Flora do Brasil, 2018; Stadnik et al., 2020)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-24
Oenocarpus bacaba Mart. Oenocarpus bacaba Mart.
Arecaceae
Bacaba
Alimentícias
Plantae
As espécies de bacaba têm porte arbóreo, estipes retos ou alongados, com folhas compostas distribuídas paralelamente na parte superior do estipe. São plantas monoicas, com inflorescência interfoliar protegida por duas brácteas decíduas de tamanho e formato distintos. As flores unissexuais encontram-se dispostas em tríades ao longo das ráquilas, mas no ápice, geralmente há apenas flores masculinas (Balick, 1986; Henderson, 1995; Mendonça et al., 2008). Em O. minor, O. mapora e O. distichus as flores masculinas possuem seis estames, porém em O. bacaba variam de cinco a dez (Küchmeister et al., 1998). Os frutos possuem tamanho, peso e cor variáveis. Em frutos maduros o epicarpo (casca) pode ser violáceo ou verde, com predominância do violáceo; o mesocarpo (polpa) é branco-amarelado; a amêndoa apresenta-se envolvida por um endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente, com endosperma homogêneo (Balick, 1986; Mendonça et al., 2008; Pesce,2009)
Oenocarpus bacaba e O. distichus vegetam na sombra ou em áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; apresentam resistência ao fogo, uma vez que ocorrem em florestas perturbadas e recém queimadas, em capoeiras e em pastos; suportam de dois a quatro meses de estiagem, apesar de não tolerarem longo tempo com excesso de chuva; vivem em locais com baixa insolação, contudo crescem melhor em locais com alta exposição à luz. Em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas (1 a 50) e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
As espécies de bacaba encontram-se amplamente distribuídas no Brasil e em vários países das Américas do Sul e Central (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Lorenzi et al., 2004; Montufar; Pintaud, 2006)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-25
Oenocarpus balickii F.Kahn Oenocarpus balickii F.Kahn Bacaba
Arecaceae
Bacabão
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus balickii possui caule ereto e colunar, de até 14m de altura e de 6 a 12cm de diâmetro; folhas planas com bainha fechada em até 2/3 de seu comprimento; possui bainha e raque densamente revestidos por tormento ou escamas vermelho-amarronzados, pinas dispostas em grupos de 2 a 5 e bem separadas uma das outras em um mesmo plano; inflorescência do tipo cacho, composta por 45 a 103 ráquilas, com bráctea peduncular e ráquilas revestidas por tormento vermelho-amarronzado; flores unissexuais em tríades, díades e solitárias; frutos elipsoides, de tamanhos variáveis (Lorenzi et al., 2004).
Oenocarpus balickii aparece no Acre, Amazonas e Rondônia
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-26
Oenocarpus bataua Mart. Oenocarpus bataua Mart. Patauá
Arecaceae
Patauá
Alimentícias
Plantae
A espécie tem porte arbóreo, monocaule, com estipe ereto, liso e colunar, de até 26m de altura e 54cm de diâmetro; raízes fasciculadas, visíveis na base; folhas compostas, pinadas, eretas, até 10m de comprimento, de coloração verde escura, dispostas de modo divergente, com até 20 folhas por planta, bainha aberta longa, contém fibras longas e grossas com aspecto de lã, pecíolo curto, persistente por longo tempo na posição vertical e com folíolos largos, distribuídos no mesmo plano, de 10 a 12cm de largura (Villachica et al., 1996; Lorenzi et al., 2004; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). Inflorescência interfoliar, pêndula, com pedúnculo curto a alongado, raque de 20 a 50cm de comprimento, com ráquilas de 0,7 a 1,2m de comprimento, de coloração amarelo-claro, tornando-se avermelhada com o passar do tempo; possui flores unissexuais distribuídas em tríades ao longo das ráquilas, sendo que no terço apical, frequentemente ocorrem apenas flores estaminadas, assimétricas, de coloração bege-claro, contendo três sépalas, três pétalas e de sete a 20 estames, podendo ter pistilódio bífido ou trífido; as flores pistiladas são maiores, da mesma coloração, com três sépalas e três pétalas (Lorenzi et al., 2004; Gomes-Silva, 2005; Dransfield et al., 2008; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). Uma inflorescência pode conter de 120 a 370 ráquilas onde estão distribuídas 94.000 e 16.000 flores estaminadas e pistiladas, respectivamente (Küchmeister et al., 1998). O cacho apresenta peso de 5 a 40kg, contendo de 500 a 4000 frutos; os frutos são drupas oblongas a elipsoides, de coloração e tamanho variável, pesando de 10 a 15g, com 2,5 a 4,7cm de comprimento e de 2,0 a 2,5cm de diâmetro, possui, na base, uma cúpula endurecida formada pelo perianto; o epicarpo é liso, de coloração verde ou violácea quando maduro, coberto por uma tênue camada cerosa e esbranquiçada; o mesocarpo é carnoso, de coloração branca, esverdeada ou arroxeada; a semente varia de ovoide-elipsoidal a globosa, sendo coberta por fibras achatadas (Henderson, 1995; Villachica et al., 1996; Dransfield et al., 2008). A parte comestível do fruto envolve o epicarpo (casca) e o mesocarpo (polpa) com 2 a 4mm de espessura.
Oenocarpus bataua produz folhas e floresce o ano inteiro, com pico de dezembro a fevereiro, e frutifica de dezembro a março e de julho a setembro, sendo a frutificação mais intensa no período chuvoso (Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005). É planta monoica, com inflorescência constituída por milhares de flores unissexuais. Do desenvolvimento das brácteas até a exposição da inflorescência são gastos de 10 a 18 meses, com a floração em uma inflorescência se estendendo por cerca de cinco semanas, possuindo acentuada protândria (Küchmeister et al., 1998). Vários insetos visitam as inflorescências, dentre eles têm-se: coleópteros, hymenópteros, apídeos, dípteros e lepdópteros. Entretanto, os polinizadores efetivos são os coleópteros: Baridinae sp., Phyllotrox sp., Anchylorhynchus sp., Anchylorhynchus tricarinatus e Mystrops sp, os quais respondem por 97% do fluxo de pólen entre inflorescências (Küchmeister et al., 1998; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008). O vento tem importância secundária no transporte de pólen a longas distâncias. Da fecundação das flores até a maturação dos frutos são gastos de 10 a 14 meses. Seus frutos servem de alimentação para vários dispersores, a exemplo de anta, veado, macacos, paca, cutia, tucano, papagaio, arara, jacu, maritaca, maracanã e o homem. No caso dos predadores, tem-se como os principais o porcão e o porquinho do mato, que destroem suas sementes (Gomes-Silva, 2005).
A espécie está distribuída em diversos países da América Central e do Sul (Lleras et al, 1983; Villachica et al., 1996; Gomes-Silva, 2005; Núñez-Avellaneda; Rojas-Robles, 2008) No Brasil ocorre na Região Norte (Acre, Amazonas, Pará e Rondônia) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-27
Oenocarpus distichus Mart Oenocarpus distichus Mart. Bacaba
Arecaceae
Bacaba-de-leque
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus distichus tem estipe reto 10 a 20m de altura e de 35 a 40cm de diâmetro, com base dilatada; folhas crespadas, com bainha verde escura, dispostas disticamente em um mesmo plano vertical, como um grande leque; o ramo florífero é interfoliar, protegido por duas longas brácteas sublenhosas, flexíveis e de tamanhos e formatos distintos; inflorescência do tipo cacho, constituída por pedúnculo, raque e por 70 a 100 ráquilas, de coloração creme claro quando recém abertas e com o passar do tempo avermelhada; flores sésseis, onde dezenas de flores estaminadas ocupam o terço apical das ráquilas e no restante flores em tríade, com uma pistilada ladeada por duas estaminadas, ambas de coloração creme claro; cacho grande possuindo centenas a milhares de frutos; os frutos são drupas arredondadas ou elipsoides, com tamanho de 1,5 a 2,0cm de diâmetro e peso médio de 2g; epicarpo violáceo quando maduro; mesocarpo branco-amarelado e oleoso, com amêndoa envolvida por endocarpo delgado, fibroso e pouco resistente (Cavalcante, 1991; Henderson, 1995; Pesce, 2009).
. Oenocarpus bacaba e O. distichus vegetam na sombra ou em áreas mais abertas, de até 1000m de altitude; apresentam resistência ao fogo, uma vez que ocorrem em florestas perturbadas e recém queimadas, em capoeiras e em pastos; suportam de dois a quatro meses de estiagem, apesar de não tolerarem longo tempo com excesso de chuva; vivem em locais com baixa insolação, contudo crescem melhor em locais com alta exposição à luz. Em floresta primária a abundância dessas espécies é composta por um pequeno número de plantas adultas (1 a 50) e centenas de plântulas por hectare (Andrade, 2001).
A presenta distribuição mais ampla, ocorrendo nas regiões Norte (Pará, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-28
Oenocarpus mapora H.Karst Oenocarpus mapora H.Karst. Abacaba
Arecaceae
Bacabi
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus mapora exibe caule cespitoso, com 2 a 12 estipes finos, cilíndricos e inclinados por touceira, sendo raramente solitário; a folha é pinada e crespada, constituída por bainha verde oliva, de 45 a 95cm de comprimento, que envolve o estipe, tem pecíolo verde e limbo distintos, com raque de 2,8 a 5,5m de comprimento e com 60 a 71 pinas por lado, inseridas em intervalos regulares e todas no mesmo plano, sendo as pinas basais, centrais e apicais de comprimentos e larguras distintas, possuído de 6 a 10 folhas por planta, em posição alternada e de forma arqueada; ramo florífero interfoliar, protegido por duas brácteas e inflorescência pequena do tipo cacho; inflorescência constituída por pedúnculo e raque de 18 a 30cm de comprimento, com 52 a 96 ráquilas, de 26 a 69cm de comprimento, de cor creme claro quando recém aberta e avermelhada com o passar do tempo, contendo 474 flores estaminadas e 215 flores pistiladas; as flores pistiladas apresentam um lóculo fértil com um óvulo e dois abortivos, mas ocasionalmente pode ocorrer dois lóculos férteis; cacho de forma hiperiforme, possuindo, em média, 1100 frutos; os frutos são drupas ovoides a elipsoides, de tamanho variável, roxo-escuro, com mesocarpo brancacento e oleoso e endocarpo delgado e fibroso (Balick, 1986; Cavalcante, 1991; Oliveira et al., 2002).
O. mapora cresce em áreas marginais, de ampla faixa de solos e ambientes ecológicos, alcançando até 1500m de altitude, em subdossel de florestas tropicais (Montufar; Pintaud, 2004); coloniza florestas secundárias sem competição de outras palmeiras, uma vez que produz touceiras e forma agrupamentos facilmente identificáveis no campo. A folhagem dessa espécie atua como bloqueador da incidência solar e tem grande influência na não germinação de sementes e no não desenvolvimento de plântulas recém germinadas (Farris-Lopes et al., 2004), inclusive da própria espécie (De Stevens, 1989); tem grande ocorrência em áreas perturbadas, evidenciando sua capacidade de regeneração. Nessas espécies os eventos de floração e frutificação são observados ao longo do ano, com a floração mais intensa de janeiro a junho e a frutificação de julho e dezembro, coincidindo com a maior e menor pluviosidade (Oliveira et al., 2002).
Oenocarpus mapora ocorre no Amazonas e Acre
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-29
Oenocarpus minor Mart. Oenocarpus minor Mart.
Arecaceae
Bacabinha
Alimentícias
Plantae
Oenocarpus minor é caracterizada por ter porte médio, com caule geralmente cespitoso, com 4 a 7 estipes por planta; estipe colunar de 3 a 16m de altura e de 5 a 8cm de diâmetro; folhas planas, arqueadas, com 6 a 10 folhas por planta, distribuídas em espiral, sendo menor que as das outras espécies, com pinas inseridas em intervalos regulares ou raramente agrupadasde 2 a 3; ramo florífero constituído por duas brácteas pequenas e por inflorescência pequena do tipo cacho formato hiperiforme, com cerca de 160 flores estaminadas e 70 pistiladas por ráquila; flores unissexuais de coloração bege clara, com as estaminadas possuindo ocasionalmente pistilódio bífido ou trífido; O cacho assemelha-se a um rabo de cavalo e contém, em média, 1078 frutos, tipo drupas, sésseis, com perianto persistente e estigma residual na região apical, monospérmico e deiscente, de coloraçãoviolácea ou verde quando maduros; são os menores frutos dentre as espécies de bacabeiras (Balick, 1986; Küchmeister et al., 1998; Lorenzi et al., 2004).
Oenocarpus minor não forma populações densas, sendo mais comum de forma esparsa ou em pequenos grupos em mata de terra firme, de até 100 indivíduos por hectare; desenvolve-se bem a pleno sol e na sombra, porém na condição sombreada emite poucos perfilhos (Cymerys, 2005).
Oenocarpus minor encontra-se distribuída no Pará, Amazonas e Rondônia. (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-30
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