nó brasileiro do GBIF SiBBr
Nome da lista
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro - Região Norte, MMA 2022
Proprietário
sibbr.brasil@gmail.com
Tipo de lista
Lista de caracteres da espécie
Descrição
O livro, disponibilizado no formato de lista, apresenta mais de 150 espécies nativas da Região Norte com valor econômico atual ou com potencial e que podem ser usadas de forma sustentável na produção de medicamentos, alimentos, aromas, condimentos, corantes, fibras, forragens como gramas e leguminosas, óleos e ornamentos. Entre os exemplos estão fibras que podem ser usadas em automóveis, corantes naturais para a indústria têxtil e alimentícias e fontes riquíssimas de vitaminas. Produzido pelo Ministério do Meio Ambiente o livro contou com a colaboração e o esforço de 147 renomados especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior. Por meio da disponibilização dessa obra no formato de lista, os usuários podem realizar filtros diversos, obter os registros das espécies disponíveis na plataforma, além de outras informações. Instituição publicadora: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Nome Completo do Responsável: Lidio Coradin, Julcéia Camillo e Ima Célia Guimarães Vieira. – Brasília, DF: MMA, 2022. Licença de uso: Licença de uso público com atribuição sem fins lucrativos (CC-BY-NC) Como citar: CORADIN, Lidio; CAMILLO, Julcéia; VIEIRA, Ima Célia Guimarães (Ed.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Norte. Brasília, DF: MMA, 2022. (Série Biodiversidade; 53). 1452p. Disponível em: . Acesso em: dia mês abreviado ano (sem virgula)
URL
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/manejo-euso-sustentavel/flora
Data de submissão
2022-08-30
Última atualização
2023-09-28
É privada
No
Incluído nas páginas de espécies
Yes
Autoritativo
No
Invasora
No
Ameaçado
No
Parte do serviço de dados confidenciais
No
Região
Região Norte
Link para Metadados
http://collectory:8080/collectory/public/show/drt1661896856710

159 Número de táxons

133 Espécies Distintas

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Carapa guianensis
Carapa guianensis Aubl.
Andiroba
 
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Carapichea ipecacuanha
Carapichea ipecacuanha (Brot.) L.Andersson
 
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Casimirella ampla
Casimirella ampla (Miers) R.A.Howard
Manga Brava
 
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Casimirella rupestris
Casimirella rupestris (Ducke) R.A.Howard
Mairá
 
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Cattleya wallisii
Cattleya wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f.
 
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Cenostigma tocantinum
Cenostigma tocantinum Ducke
 
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Centrosema brasilianum
Centrosema brasilianum (L.) Benth.
 
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Centrosema macrocarpum
Centrosema macrocarpum Benth.
 
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Chamaecrista rotundifolia
Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene
 
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Cissus verticillata
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis
 
Ação Nome Fornecido Nome Científico (correspondente) Imagem Autor (correspondente) Nome Comum (correspondente) Familia Nome popular Grupo kingdom Descricão taxonômica Importância ecológica Distribuição Fonte das informações
Carapa guianensis Aublet Carapa guianensis Aubl. Andiroba
Meliaceae
Andiroba
Medicinais
Plantae
A andirobeira é uma árvore perenifólia de até 55 metros de altura, mas, normalmente, atinge entre 25-30m de altura, podendo atingir até 200cm de diâmetro, apresentando, ou não, sapopemas. A casca é grossa e amarga, desprendendo-se facilmente em grandes placas , e as folhas são compostas, alternadas e paripenadas (Ferraz et al., 2002). É uma espécie monoica, com flores femininas mais longevas e persistentes que as masculinas, essas duram no máximo um dia (Maués, 2008). São brancas, pequenas, solitárias, axilares, subsésseis, glabras, levemente perfumadas, contendo 8 anteras, 1 ovário, 4 lóculos com até 6 óvulos, e estão inseridas em uma inflorescência paniculada localizada principalmente na extremidade dos ramos (Vieira, 1996). A inflorescência é sustentada por brácteas pontudas, axilares ou subterminais (Ferraz et al., 2002; Founier, 2003). O fruto é uma cápsula com quatro valvas, de forma globosa ou subglobosa, medindo, geralmente, entre 5 e 11cm de diâmetro e pesando entre 90 e 540g. Cada fruto pode conter entre 1 e 16 sementes. As sementes de cor marrom podem apresentar grande variação de forma e tamanho (Ferraz et al., 2003).
A andirobeira é uma espécie do tipo clímax, com bom desenvolvimento sob condições de sombra parcial (Silva; Leão, 2006). Apresenta crescimento rápido e possui grande plasticidade fisiológica quando submetida à condição de déficit hídrico (Gonçalves et al., 2009), razão para se desenvolver em diferentes tipos de solos, exceto os extremamente secos. Plantas jovens demonstraram tolerância ao estresse hídrico por até 21 dias e, se forem reidratadas após este período, se recuperam rapidamente, o que demonstra boa plasticidade fisiológica. A dinâmica do ciclo das marés é extremamente importante para os indivíduos de C. guianensis que compõem as populações das áreas inundáveis (Boufleuer, 2004)
: A C. guianensis é uma espécie nativa da Amazônia, mas não endêmica do Brasil, ocorrendo nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará) e Nordeste (restrita ao estado do Maranhão) (Flora do Brasil, 2017) . Ocorre ainda nas ilhas Caribenhas, ao sul da América Central, além da Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Peru e Paraguai (Ferraz et al., 2003).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-100
Carapichea ipecacuanha (Brot.) L. Andersson Carapichea ipecacuanha (Brot.) L.Andersson
Rubiaceae
Ipecacuanha
Medicinais
Plantae
Subarbusto com até 30cm de altura aos 2,5 anos de idade; ramos aéreos, emitidos a partir dos nós em seu rizoma, cilíndricos, com 0,6 a 1,9cm de diâmetro e entrenós de 0,2 a 7cm de comprimento. As folhas são lisas e persistentes na parte superior dos ramos, ovais, elípticas e oblongas. A inflorescência terminal é envolvida por brácteas ovais, agudas e lobadas de coloração esverdeada, apresentam pedúnculo ereto ou deflexo com 1,2 a 3,5cm de comprimento. As flores são hermafroditas sésseis e estão presentes em um número de 12 a 150 por inflorescência. Apresenta-se nas cores creme ou branca , raramente vináceas. O fruto é do tipo baga, elíptico, com 1x0,7cm, apresentando epicarpo vermelho a vináceo . Contém duas sementes, retorcidas e de testa dura. As raízes aneladas apresentam de 0,6 a 1,7cm de diâmetro chegando á média de 20 a 30cm de comprimento após 2,5 anos de idade, são amareladas ou esbranquiçadas, quando frescas, e acinzentadas, quando secas. As raízes de ipecacuanha crescem torcidas, ramificando-se com o tempo, a parte inferior é carnosa e fibrosa, possuindo, quando frescas, aroma suave, sabor amargo e nauseante.
A ipecacuanha é uma espécie tipica de sombra e florestas tropicais umidas. A espécie pode florescer de junho a julho e de outubro a janeiro, frutifica de fevereiro a abril e de julho a agosto (Rocha; Lameira, 2011). Uma planta de 3 anos de idade, obtida por multiplicação clonal natural, pode produzir entre 30 a 40g de raiz. Assim, 30 plantas cultivadas corretamente podem produzir até 1kg de raiz seca. Em plantas micropropagadas, o número de raízes obtidas por planta pode chegar até 15 raízes secundárias, sendo possivel dobrar a produção.
Ocorre no Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Guianas e América Central. No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Rondônia), Nordeste (Bahia, Pernambuco), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo). Porém, as áreas de maior ocorrência ficam nos municípios de Cáceres e Barra do Bugre, no estado de Mato Grosso e no município de Rolim de Moura, em Rondônia (Assis, 1992; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-101
Casimirella ampla (Miers) R.A.Howard Casimirella ampla (Miers) R.A.Howard Manga Brava
Icacinaceae
Batata-mairá
Alimentícias
Plantae
Casimirella ampla é uma liana ou arbusto, com ramos escandentes. Possui raízes tuberosas amiláceas, caules com tricômas simples hialinos e galhos jovens angulosos; folhas com ápices obtusos a acuminados, com bases atenuadas e rotundas, formas de ovadas a obovadas e com pecíolos de 8 a 10 mm. A Inflorescência é axilar ou terminal, com flores de cálice pateliforme, anteras com conectivos triangulares a lineares, pétalas ovaladas-lanceoladas a ovais e sépalas lanceoladas a ovadas. O fruto é uma drupa com formato ovoide a globoso (Howard, 1992; Duno-de-Stefano; Amorim, 2011).
As espécies se desenvolvem bem no clima da região do Baixo Ama - zonas, em área de terra firme. Vege - tam tanto no interior de matas quanto em capoeiras e pastagens, em solos argilosos (Zoghbi et al., 1983; Ribei - ro, 2018). Do ponto de vista científico, ambas espécies são pouco conhecidas. Porém, um estudo recente conduzido por Ribeiro (2018), descreve um ma - nejo mínimo destas espécies, realizado por comunidades indígenas do médio Purus, com relatos de que C. ampla é propagada por via vegetativa.
endêmicas da Amazônia (Duno-de-Stefano; Amorim, 2011). C. ampla ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia) e Nordeste (Maranhão) (Amorim, 2018a). A espécie C. rupestris ocorre apenas na Região Norte (Amazonas e Pará) (Amorim, 2018b).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-9
Casimirella rupestris (Ducke) R.A.Howard Casimirella rupestris (Ducke) R.A.Howard Mairá
Icacinaceae
Batata-mairá
Alimentícias
Plantae
Casimirella rupestris é caracterizada pelo hábito liana ou arbusto, ambos escandentes, ocorrendo em ambientes de terra-firme (Howard, 1992; Duno-de-Stefano e Amorim, 2011). Apresenta raiz tuberosa amilácea, caule com tricômas marrom-avermelhados estrelados; folhas com ápices acuminados, bases rotundas, formas ovadas e romboides, e com pecíolos de 6 a 9mm de comprimento. O eixo da inflorescência é estrelado ou tomentoso. Flores possuem cálice de 4mm de diâmetro, lóbulos triangular-agudos, pétalas ovadas a oblongas, com vilosidade dentro e sépalas triangulares. O fruto é uma drupa com formato ovoide ou globosa, densamente pubescente, recoberta por tricômas estrelados, com endocarpo lenhoso e liso (Howard, 1992; Duno-de-Stefano; Amorim, 2011).
As espécies se desenvolvem bem no clima da região do Baixo Ama - zonas, em área de terra firme. Vege - tam tanto no interior de matas quanto em capoeiras e pastagens, em solos argilosos (Zoghbi et al., 1983; Ribei - ro, 2018). Do ponto de vista científico, ambas espécies são pouco conhecidas. Porém, um estudo recente conduzido por Ribeiro (2018), descreve um ma - nejo mínimo destas espécies, realizado por comunidades indígenas do médio Purus, com relatos de que C. ampla é propagada por via vegetativa.
endêmicas da Amazônia (Duno-de-Stefano; Amorim, 2011). C. ampla ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia) e Nordeste (Maranhão) (Amorim, 2018a). A espécie C. rupestris ocorre apenas na Região Norte (Amazonas e Pará) (Amorim, 2018b).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-10
Cattleya wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f. Cattleya wallisii (Linden) Linden ex Rchb.f.
Orchidaceae
Catleia
Ornamentais
Plantae
Planta epífita , unifoliada, com folhas coriáceo-carnosas, oblongas e verdes. Sua inflorescência é simples , racemosa, ereta e pauciflora, inserida no ápice do pseudobulbo. Apresenta sépalas laterais falcadas e uma sépala dorsal, oblonga acuminada. As duas pétalas são ovadas e apiculadas no ápice; o labelo é membranáceo, séssil e trilobado. A coluna é branca, raras vezes de tons violáceos; o polinário apresenta dois pares de políneas amarelas e ceróides e um nectário tubular ao lado do ovário. As flores duram em média de seis a dez dias. O fruto é uma cápsula e contêm milhares de sementes muito pequenas e amarelas em seu interior, que se abre nove ou dez meses depois da fecundação, liberando as sementes.
A planta apresenta crescimento simpodial, ou seja, seu caule cessa o crescimento em uma determinada estação do ano e novos brotos surgem de gemas axilares, que crescem até a maturidade, produzindo raízes ao longo do rizoma. Storti (2007), estudando a biologia reprodutiva de C. wallisii em uma Reserva Biológica em Manaus, observou que seu principal forófito é Aldina heterophylla e seu principal polinizador é a abelha Eulaema mocsaryi. A floração ocorre de outubro a março e suas inflorescências apresentam, em média, duas flores que duram de seis a dez dias.
Ocorre em uma área relativamente pequena da Amazônia, na Venezuela e no Brasil, onde, ocorre apenas nos estados do Amazonas e Pará (Braga, 1982; Flora do Brasil, 2017). No estado do Amazonas, a espécie está restrita à parte central, no entorno de Manaus, nos dois lados do Rio Negro, até a divisa dos estados do Amazonas e Roraima (Lacerda, 1995).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-144
Cenostigma tocantinum Ducke. Cenostigma tocantinum Ducke
Fabaceae
Pau-preto
Ornamentais
Plantae
Árvores, de 8 a 35m de altura, com copa densa , tronco torcido ou tortuoso, com ranhuras longitudinais profundas, mais ou menos irregulares, e casca marrom. Galho imaturo marrom cinzento, com nervuras, lenticelas e superfície muitas vezes descascando, tornando-se brilhante e glabro na maturidade. Estípulas lanceoladas, 3 a 5mm de comprimento, tomentosa fina, com cerdas estreladas na margem (Warwick; Lewis, 2009). Folhas paripinadas, com eixo comum (raque + pecíolo) de 8 a 12cm de comprimento. Folíolos em número de seis a dez, cartáceos, brilhantes na face superior, glabros em ambas as faces, de tamanho bastante variável (3 a 10cm de comprimento), sobre pecíolo de 1 a 3mm de comprimento. Inflorescência em racemos terminais, simples, ferrugíneo-pubescentes, de 5 a 8cm de comprimento, com flores amarelas . Fruto legume, deiscente, glabro, contendo 3 a 7 sementes (Lorenzi, 2002).
É uma espécie florestal perenifólia, heliófila ou de luz difusa, seletiva higrófita e secundária. As árvores de Cenostigma tocantinum florescem o ano todo, com maior frequência no período menos chuvoso. As sementes são produzidas em grande quantidade no período seco e, por serem ortodoxas, podem ser armazenadas, permanecendo viáveis com baixo teor de umidade (Silva, 2007; Garcia et al., 2008). Segundo Sousa et al. (2008), quando a espécie é plantada em ambientes com as condições mínimas de estabelecimento e recebe os tratos silviculturais recomendados, a exemplo das podas, a árvore pode expressar melhor sua capacidade de desenvolvimento e oferecer os benefícios que se espera na arborização urbana.
A espécie é endêmica do Brasil, com ocorrência restrita à Região Norte , estados do Pará e Tocantins (Warwick; Lewis, 2009; Flora do Brasil, 2017).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-145
Centrosema brasilianum (L.) Benth Centrosema brasilianum (L.) Benth.
Fabaceae
Centrosema
Forrageiras
Plantae
Espécie herbácea, perene, de crescimento rasteiro, porém com a presença de tutores seu hábito é volúvel (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986). Os ramos são fissurados, glabros, com folhas trifolioladas, folíolos lanceolados e glabrescentes (Silva et al., 2013), folíolos medindo 25-70mm de comprimento e 6-35mm de largura (Silva et al., 2014). A inflorescência é em racemo e se desenvolve na axila das folhas, tendo de uma a cinco flores por racemo; as flores são azuis com tonalidades liláceas, violáceas e purpuras e raramente brancas (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986). O fruto é um legume linear, glabro, com sementes de oblongas a quadrangulares, marrons (Silva et al., 2013), medindo 70-160mm de comprimento, contendo 8-23 sementes, geralmente marrons, cuja massa de 100 unidades é de 1,2-2,7g (Belalcázar; Schultze-Kraft, 1986).
Centrosema brasilianum L. é uma espécie adaptada à região amazônica (Clements et al., 1983), que cresce prostrada na ausência de suporte, com enraizamento dos seus nós (Costa et al., 2004b). É considerada invasora em áreas cultivadas (Silva et al., 2013), porém, tem elevado potencial para alimentação animal (Schultze-Kraft, 1990; Peters; Schultze-Kraft, 2017). A produção e a qualidade da forragem em C. brasilianum é bastante variável (Costa; Oliveira, 1993) em função das condições ecológicas, manejo e incidência de pragas e doenças. Segundo Coradin e Ramos (2016) o hábito de crescimento volúvel da espécie é uma característica que favorece a competição por luz e persistência, quando em consórcio com gramíneas. Outras características importantes em C. brasilianum são o fato de ser nativa da região, oferecendo diversidade genética para a seleção de material promissor; ser boa produtora de sementes; ter agressividade média o que favorece o consórcio com gramíneas cespitosas e a tolerância a seca (Serrão et al., 1990). Entretanto, a baixa capacidade de enraizamento dos nós caulinares em ecótipos prostrados é limitante para a sua persistência (Coradin; Ramos, 2016). Outro problema para o cultivo de C. brasilianum é a ocorrência de doenças, principalmente a ferrugem, causada por Rhizoctonia solani, considerado o principal problema fitossanitário desta espécie (Lenné et al., 1990), limitando o crescimento e a produção de biomassa (Tropical Forages, 2018)
A espécie tem ocorrência neotropical (Silva et al., 2013), na Bolívia, Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela (Tropicos, 2017), Equador, Colômbia, México e Paraguai (Schultze-Kraft et al., 1990). No Brasil, , ocorre nas regiões Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2018).
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-89
Centrosema macrocarpum Benth. Centrosema macrocarpum Benth.
Fabaceae
Centrosema
Forrageiras
Plantae
Espécie herbácea, perene, com ramos finos e enraizamento nos nós em alguns genótipos; o caule é piloso, glabrescente e lignificado na base; as folhas são trifolioladas com folíolo central maior medindo de 8-13cm de comprimento e 3-8cm de largura; inflorescência é um racemo axilar com até 30 flores inserida em pares ao longo da raque, as flores apresentam coloração creme com o centro roxo; frutos são deiscentes com até 30cm de comprimento e 1cm de largura contendo até 25 sementes; sementes são oblongas, medindo cerca de 5x3mm, com 15.000 a 25.000 unidades/ kg (Tropical Forages, 2018). A espécie é morfologicamente confundida com C. pubescens, da qual se diferencia pelo hábito mais robusto, com ramos lenhosos (vs. ramos herbáceos em C. pubescens) e folíolos maiores e glabros em ambas as faces quando adultos (vs. folíolos pubescentes a tomentosos em ambas as faces) (Flora do Brasil, 2018).
Para Schultze-Kraft et al. (1990) a ocorrência natural de C. macrocarpum está associada a solos ácidos de fertilidade média à baixa e com 430 a 4.000mm anuais de chuva. É uma espécie com grande potencial para alimentação animal (Schultze-Kraft, 1990), tolerante à seca e com forragem de boa qualidade (Coradin; Ramos, 2016). Não é severamente atacada por doenças que ocorrem tradicionalmente nas espécies do gênero Centrosema, podendo produzir até 15 toneladas de matéria seca/ha/ano (Tropical Forages, 2018). Costa e Oliveira (1993) reportaram uma produção de forragem de até 26 toneladas de matéria/há, nas condições climáticas de Rondônia. Com relação a fixação de nitrogênio, Vargas et al. (1993) relataram que C. macrocarpum apresentou baixa nodulação e não respondeu satisfatoriamente a inoculação com estirpes. Entretanto, em condições experimentais na Colombia, Cook et al. (2005) obtiveram sucesso na seleção de estirpes que favoreceu o crescimento da espécie
Segundo a Flora do Brasil (2018), Centrosema macrocarpum apresenta ampla distribuição geográfica: América do Norte (México), América Central e América do Sul. Especificamente, pode ser citada a ocorrência da espécie em Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, México, Panamá, Peru e Venezuela (Tropicos, 2017). No Brasil, ocorre naturalmente nas regiões Norte (Roraima, Tocantins); Nordeste (Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí); Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Flora do Brasil, 2018)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-90
Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene. Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene
Fabaceae
Erva-de-coração
Forrageiras
Plantae
Subarbusto prostrado, lignificado próximo à raiz, xilopó- dio ausente; ramos pilosos com tricomas curtos e esparsos tricomas longos, circulares, não flexuosos. Estípulas ovais a lanceoladas, acuminadas ou caudadas, base cordada, 0,4-1,2cm de comprimento, persistentes; pulvino 0,1-0,25cm de comprimento; pecíolo 0,3- 0,5cm de comprimento, piloso com tricomas curtos e esparsos tricomas longos; seta 0,2-0,4cm de comprimento; nectário extrafloral ausente; peciólulo vestigial; folíolos em 1 par, obovais, ápice arredondado a levemente emarginado, curtamente mucronado, base assimétrica, lado maior da lâmina cordado e menor agudo, 1,5-2,5cm de comprimento, 0,9-1,3cm de largura, glabros na face abaxial, com tricomas esparsos concentrados na nervura principal, pilosos na face adaxial, com tricomas concentrados na nervura principal, margem ciliada, venação actinódroma . Inflorescência 1-3-flores, axilares, de coloração amarela , pedúnculo 0,8-0,1cm, raramente adnato ao ramo conferindo aspecto supra-axilar à inflorescência; pedicelo 2,4-3,5cm de comprimento, piloso com tricomas esparsos; brácteas lanceoladas 0,1-0,2cm de comprimento; bractéolas lanceoladas, 0,2cm de comprimento; sépalas lanceoladas, agudas, 0,6cm de comprimento, externamente pilosas com tricomas longos, internamente glabras; estames 5, estaminódios 2, anteras glabras; ovário viloso, alvo. Fruto oblongo, 2,5-3,5cm de comprimento, 0,3cm de largura, esparsamente pubescente, com tricomas concentrados na sutura (Lopes, 2000; Flora do Brasil, 2018).
De acordo com Cruz (1996), C. rotundifolia suporta solos de baixa fertilidade, apresenta boa produção de forragem e sementes, sendo relativamente tolerante a pragas e doenças. Entretanto, a baixa palatabilidade e pouca tolerância sob pastejo é uma limitação ao uso dessa espécie na alimentação animal (Tropical Forages, 2018). Para ser utilizada como adubo verde, o plantio deve ser realizado no início do período chuvoso e a semeadura deve ser efetuada em covas espaçadas de 50cm, com 4 a 6 sementes/cova, sendo utilizado cerca de 2kg de sementes/ha. A incorporação da biomassa deve ser realizada a partir de 3 meses após o plantio antes da formação das vagens, e a incorporação deve ser efetuada por aração e gradagem (Lopes, 2000).
Ocorre na Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Caribe, Colômbia, China, Costa Rica, Estados Unidos, Guiana, Honduras, México, Namíbia, Panamá, Paraguai e Venezuela (Tropicos, 2018). No Brasil, de acordo com o Mapa 1, ocorre naturalmente em todas as regiões.
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-91
Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis
Vitaceae
Insulina-vegetal
Medicinais
Plantae
Arbusto escandente e sarmentoso , com gavinhas opostas (Bertolucci et al., 2008); folhas ovado-cordiforme membranáceas simples, inteiras, ovadas ou oblongas, às vezes hastadas, com 4-7cm de comprimento e 2,5 - 4,5cm de largura, ápice agudo, base incisa, margem às vezes denticulada . Inflorescências corimbiformes com flores brancacentas pequenas, cálice cupuliforme verde claro com cerca de 2mm de comprimento; corola com 4 pétalas livres com cerca de 2mm de comprimento; androceu com 4 estames com anteras arredondadas; gineceu com ovário ovoide, globoso, glabro; fruto baga ovoide-globosa preta, quando madura, com uma semente com cerca de 6mm de comprimento (Berg, 2010)
O plantio deve ser realizado no início das chuvas. As mudas são transplantadas quando atingem um porte de 20 a 25cm de altura, com 6 a 8 folhas. O espaçamento utilizado é de 1x0,5m. Prefere solos areno-argilosos com boa umidade. Durante o inverno, é comum o surgimento de sintomas de deficiência de ferro, principalmente nas mudas em formação. As folhas novas adquirem uma coloração clorótica generalizada. Devido ao hábito trepador, a planta tem que ser conduzida/ em espaldeiras para não ser pisoteada ou ser contaminada por terra. Devido ao grande vigor da planta, seu crescimento tem que ser controlado e limitado com tutoramento. A colheita inicia-se no quarto mês após o plantio (Bertolucci et al., 2008). A espécie ainda não é cultivada de forma expressiva, embora pequenos plantios estejam surgindo, praticados, principalmente, por japoneses radicados no estado do Pará, cujo destino da produção é a exportação para o Japão. Nesse sentido, assim como para a maioria das espécies medicinais, a cadeia produtiva é incipiente.
A espécie tem uma ampla distribuição neotropical, ocorrendo na América Central e do Sul, da Flórida à Argentina e ao Uruguai. No Brasil ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) (Flora do Brasil, 2017)
Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Norte Lidio Coradin; Julcéia Camillo; Ima Célia Guimaráes Viera. Brasília: MMA, 2022. 1454 p ISBN 978-65-88265-16-102
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